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As grandes questões sociais no campo brasileiro AS RELAÇÕES DE TRABALHO No campo, as atividades são realizadas sob diferentes relações de trabalho. Principais formas de trabalho no campo: Posseiros – lavradores que ocupam terras devolutas ou particulares. Depois de um tempo, podem requerer o título de propriedade pela lei do usucapião (válida para ocupações ocupadas após 10 anos). Realizam o trabalho rural om técnicas arcaicas e não dispõem de tecnologia avançada. Parceiros – lavradores que trabalham na terra de outros, com os quais dividem a produção obtida. Realizam o trabalho rural om técnicas arcaicas e não dispõem de tecnologia avançada. Pequenos proprietários – cultivam para atender às necessidades familiares ou mercado local (trocam produtos também). Vive em melhor condição na área rural brasileira. Arrendatários – alugam a terra de alguém e pagam por seu uso em dinheiro. Vive em melhor condição na área rural brasileira Assalariados – podem ser permanentes (moram na propriedade que residem com os seus direito de trabalhador rural garantido) ou temporários (contratados por dia/tarefa, sem residir onde trabalham, deslocam-se diariamente para o trabalho, conhecidos como boias-frias). A existência de trabalhadores temporários deve-se em grande parte à sazonalidade das safras em muitas áreas do país. Trabalhadores rurais não remunerados – dependente de um trabalhador rural (todos citados acima) que ajudam no trabalho do campo em receber nenhuma remuneração. A CONCENTRAÇÃO DA POSSE DA TERRA NO BRASIL Estrutura fundiária – forma como as propriedades rurais podem ser agrupadas. Pode ser utilizado o critério de dimensão (minifúndio ou latifúndio), grau de mecanização ou pelo número de trabalhadores empregados. Estrutura fundiária concentrada, não raramente, indica menor capacidade de absorção de mão de obra rural, com consequência no processo migratório e na qualidade de vida da população. A concentração da propriedade rural é uma das maiores do mundo. Diante disso, gera impactos negativos: Ordem social – elevado desemprego na área e intenso êxodo rural. Ordem política – grande número de conflitos no campo e o surgimento + expansão dps movimentos de ocupação de terra. Ordem econômica – manutenção de baixos índices de produtividade agrária. A estrutura fundiária brasileira é bastante desigual. A concentração da propriedade de terra no Brasil: Fatos que ajudaram nessa concentração: Período colonial – implantou o sistema de doação de terras (sesmarias) aos homens que tivessem interesse em ocupar a terra. Lei de Terras de 1850 – obrigatório o pagamento em dinheiro para quem quisesse possuir terras. A economia colonial agrário- exportadora, baseada no latifúndio, uso da mão de obra escrava e monocultura. A crescente concentração de terras nas mãos de grandes empresários está relacionada à disputa pela posse da terra. As vítimas dos conflitos fundiários não são apenas trabalhadores rurais, mas também indígenas, empregados de fazendas e pessoas ligadas à Igreja. O governo tem procurado resolver a questão por meio de iniciativas como a demarcação de terras. Entretanto, também nas áreas demarcadas há conflitos, pois seus limites não são respeitados. MOVIMENTOS POLÍTICOS RURAIS No final da década de 70, surgiram movimentos estaduais dos trabalhadores sem- terra cuja estratégia era a ocupação de terras devolutivas. Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) – fundado em 1984, por militantes rurais, decidiram unificar a luta dos trabalhadores rurais em todo o país, para exigir uma ampla e imediata reforma agrária. O MST colocou no centro das atenções políticas a questão da terra e do trabalhador no campo. As ocupações de terras realizadas pelos militantes tornaram-se frequentes. Seu alvo são fazendas improdutivas ou em litígio em relação à posse. União Democrática Ruralista (URD) – reação dos grandes proprietários de terra ao MST, de caráter conservador e agrupando os grandes latifundiários. A URD usou seu poder econômico para armar peões, capatazes e até jagunços, encarregados de defender as propriedades contra invasões. Hoje, a MST é uma entidade representativa e deve ser levada em consideração quando se buscam soluções para os conflitos agrários, visando à reforma agrária e à melhoria das condições de vida do homem do campo. Ao mesmo tempo, a bancada ruralista, que defende os interesses dos grandes proprietários, é uma das mais representativas do Legislativo. A QUESTÃO DA REFORMA AGRÁRIA A reforma agrária tem o objetivo de promover o acesso à terra aos trabalhadores rurais. De acordo com a Constituição de 1988, as propriedades que não cumprirem sua função social deverão ser desapropriadas e destinadas à reforma agrária. Áreas prioritárias são as terras devolutivas (pertencentes ao Estado), ocupadas ilegalmente por grileiros de terra e latifúndios improdutivos. Foi aprovada uma série de leis das quais os proprietários não mais podem discordar judicialmente e recorrer do valor recebido ou que consta no laudo da desapropriação. Ademais, foi aprovada outra lei que impede a desapropriação de terras ocupadas por trabalhadores rurais sem-terra. Imposto Territorial Rural (ITR) – taxar as terras ociosas. Critérios técnicos para o cálculo da produtividade de terra. Separar as terras dedicadas à conservação ambiental e as utilizadas economicamente. Da terra viável economicamente, deve haver a exploração de pelo menos 80% do território disponível. Uso do solo usando dentro dos moldes da racionalidade econômica e ambiental. As propriedades que não alcançarem tais índices não estarão cumprindo suas funções econômicas e sociais e, portanto, serão passiveis de processos de desapropriação com o intuito de realização da reforma agrária. A modernidade exige que as unidades produtoras sejam eficientes, gerando excedentes com rentabilidade aos seus proprietários, para que tenham condições de reinvestir e modernizar as suas lavouras, Além disso, é fundamental que disponham de facilidades de créditos e serviços de infraestrutura, como energia elétrica e estradas para o escoamento da produção.
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