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Mariane Piva Sanchez – Medicina UFR Mariane Piva Sanchez – Medicina UFR INTRODUÇÃO • Doença maligna do estômago, uma das principais causa de morte por câncer no Brasil. • Normalmente assintomático, como o câncer de esôfago. QUADRO CLÍNICO • Sangramento digestivo alto crônico a esclarecer + melena + anemia. • Podem haver sintomas dispépticos, dor abdominal inespecífica, perda ponderal e náuseas. • Casos mais avançados: sintomas obstrutivos pilóricos → Distensão epigástrica exclusiva, náuseas e vômitos. • Sinais de exame físico de doença em estágio avançado: → Nódulo periumbilical de Sister Mary Joseph → Espessamento de fundo de saco de Douglas ao toque retal (prateleira de Blummer) → Linfonodomegalia supraclavicular esquerda (de Virchow) → Linfonodomegalia axilar esquerda (de Irish) DIAGNÓSTICO • Endoscopia digestiva alta: permite visualizar a lesão, observar a classificação de Borrmann e realizar a biópsia. • O adenocarcinoma gástrico pode ser classificado em: → Intestinal → Difuso INTESTINAL • O adenocarcinoma gástrico tipo intestinal de Lauren é o típico câncer esporádico mais comum. • Fatores de risco pré-cancerosos: gastrite crônica atrófica, polipose gástrica, alto consumo de industrializados. • Mais comum em homens e com incidência que aumenta com a idade. • É bem diferenciado e sua metástase é mais tardia. • Melhor prognóstico. DIFUSO • O adenocarcinoma gástrico difuso de Lauren tem uma tendencia genética de manifestação. • Fatores de risco: mulheres do tipo sanguíneo A com histórico familiar de câncer gástrico. • É indiferenciado com padrão de células em anel de sinete. • Tem tendência precoce a metástase linfática e peritoneal. • Prognóstico pior que o intestinal. FATORES DE RISCO • Mariane Piva Sanchez – Medicina UFR Mariane Piva Sanchez – Medicina UFR ESTADIAMENTO • Além de exame físico + estudo endoscópico diagnóstico com biopsia, deve ser realizado uma tomografia de tórax, abdome e pelve. • O exame procura: → T: características da lesão local e invasões → N: linfonodos aumentados → M: metástase • A endoscopia é um exame bom para avaliação do T e do N. TRATAMENTO CIRÚRGICO • A ressecção do tumor é feita por gastrectomia com linfadenectomia D2 com reconstrução em Y de Roux. • Gastrectomia total: é normalmente o método de escolha. Obrigatória em lesões proximais ou com margem indefinida e usada no tipo difuso de Lauren. • Gastrectomia subtotal: pode ser usada em lesões distais bem diferenciadas. → Em alguns serviços, caso a lesão seja difusa de Lauren, já é indicado a gastrectomia total, mesmo se for distal. TÉCNICA CIRÚRGICA • Linfadenectomia D1: ressecção de linfonodos perigástricos, pericárdicos direitos e esquerdos, pequena curvatura, grande curvatura, supra e infrapiloricos. • Linfadenectomia D2: além de todos da D1, também há ressecção de linfonodos das cadeias vasculares próximas as artérias gástrica esquerda, esplênica, hepática comum e própria. • Reconstrução em Y de Roux é usada pós gastrectomias oncológicas. → Gastrectomia total: anastomose esofagojejunal. → Gastrectomia subtotal: anastomose gastrojejunal. FÍSTULA DO COTO DUODENAL • 4% dos cotos fistulizam e manifestam um quadro de débito bilioso. → Piora clínica, dor abdominal e potencial piora infecciosa. → Dosar bilirrubina e amilase do líquido do dreno. • Tratamento: drenagem e suporte nutricional prolongado; uso de antibióticos em caso de quadro infeccioso. ESTADIAMENTO PATOLÓGICO E QUIMIOTERAPIA ADJUVANTE • Quimioterapia adjuvante: pacientes T ≥ 3 e/ou N+. • Quimioterapia paliativa: M1 • Metástase (M1): estagio VI. • Linfonodos acometidos (N+): é estágio III. Mariane Piva Sanchez – Medicina UFR Mariane Piva Sanchez – Medicina UFR DOENÇA INCURÁVEL • Sinal de metástase ou ser irressecável. → Metástase: hematogênicas para fígado e pulmões ou peritoneais. → Câncer irressecável: invasão vascular ou de estruturas adjacentes. SINAIS CLÍNICOS • Nódulo de Virchow: nódulo supraclavicular esquerdo. • Nódulo de Irish: nódulo axilar esquerdo. • Nódulo de Sister Mary Joseph: nódulo periumbilical endurecido (implante peritoneal na cicatriz umbilical). • Prateleira de Blummer: endurecimento de fundo de saco de Douglas ao toque retal. • Ascite: marcador de estadiamento avançado por carcinomatose peritoneal. SINAIS RADIOLÓGICOS • Doença irressecável: invasão vascular do tronco celíaco, artéria mesentérica ou veia porta. • Doença metastática: nódulo hepáticos, pulmonares e peritoneais. LAPAROSCOPIA DIAGNÓSTICA • Laparoscopia exploratória pode auxiliar no diagnóstico de metástases peritoneais. → Usar em caso de suspeita de metástases não encontradas em tomografias. PACIENTE EM DOENÇA AVANÇADA • Quimioterapia paliativa, sem finalidade curativa. • Gastrectomia higiênica: usada para redução de sintomas em caso de manifestações clínicas do tumor, redução da dor e sangramento. CANCÊR GÁSTRICO PRECOCE E RESSECÇÃO ENDOSCÓPICA • Câncer gástrico precoce: restrito a mucosa (T1a carcinoma intramucoso) ou a submucosa (T1b carcinoma submucoso), independente do acometimento de linfonodos. • A mucosetomia endoscópica pode ser um tratamento definitivo em casos que o paciente não tem acometimento de linfonodos micrometastático. • Não é indicado mucosectomia endoscópica em caso de: doença submucosa T1b, tipo difuso de Lauren (indiferenciado/anel de sinete) lesão primária ulcerada e lesão >1 cm. → Risco de haver doença linfonodal micrometastática. OUTROS CÂNCERES GÁSTRICOS GIST GÁSTRICO • Gastrointestinal stromal tumor. • Tipo de câncer gástrico de origem em células mesenquimais (células de Cajal). → Como se origina na camada de células de Cajal que ficam na camada muscular, parecem um abaulamento extrínseco na endoscopia. → Não tem aspecto ulcerado. • Ocorre em todo TGI, em especial no estômago. • Seu diagnóstico diferencial é com leimioma. • Tratamento: ressecção completa com margens livres, sem rompimento do tumor; ressecção local ou gastrectomia em cunha. → Não há comprometimento linfonodal metastático. • Uso de inibidores de tirosina-quinase (imatinibe) indicador para evitar recidivas em pacientes com fatores de risco: LINFOMA GÁSTRICO Mariane Piva Sanchez – Medicina UFR Mariane Piva Sanchez – Medicina UFR • Linfomas MALT: linfomas não Hodgkin de células T ocorrem nas placas de Peyer. • Relação bem estabelecida com H. pylori. • Tratamento: erradicação da H. pylori e cirúrgia em casos extremos. FLASHCARDS
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