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Resumo Patologias do Sistema Urinário EDUARDA CAROLINE GOSTINSKI 2021 PATOLOGIA ESPECIAL I I AULAS TEÓRICAS 3 , 4 E 5 - 29/11 , 02/12 E 06/12 Necrose ou proliferação de células ou membrana dos glomérulos. Infiltração de leucócitos. Atrofia e fibrose do tufo. Atrofia secundária dos túbulos. sendo possível ver as suas estruturas e avaliá-lo. Organização micro dos rins: o néfrons pode ser dividido em quatro unidades estruturais, corpúsculo renal (glomérulo e cápsula de Bowman), túbulos, interstício e vasos. Rins dos cães e pequenos ruminantes: semelhantes à um grão de feijão, rim liso e unipiramidal. Rins dos suínos: forma clássica de feijão, achatados dorsalmente, rim liso e multipiramidal. Rins dos equídeos: rim direito triangular e esquerdo pirâmide alongada, rim liso e unipiramidal. Na pelve reanl é comum ter bastante muco, assim a urina deles é fisiologicamente turva. Rins dos bovinos: formato ovoíde e multilobado, não tem pelve renal, multipiramidal. AVALIAÇÃO MACROSCÓPICA → Avaliação das suas posições em relação às vértebras e vísceras abdominais. → Tamanho em relação ao tamanho normal (aproximadamente 2,5 a 3 vértebras de comprimento). → A cor, o contorno, os aspectos topográficos, a turgidez, a espessura e os graus de aderência da cápsula. RESPOSTA À AGRESSÃO → Lesão Glomerular: SISTEMA URINÁRIO Componentes do Sistema Urinário: dois rins, dois ureteres, uma vesícula urinária. Funções dos Rins: equilíbrio ácido- básico; conservar água; formação de urina; excreção de metabólitos; manter níveis normais de potássio; funções endócrinas (síntese de calcitriol, síntese de eritropoietina e renina). Os rins são formados por quatro principais estruturas anatômicas: glomérulos, túbulos, interstício e vasos. A barreira de filtração, seleciona moléculas pelo tamanho celular, pela estrutura e carga elétrica. Os rins possuem limitados mecanismos de resposta á agressão e doenças severas e prolongadas, o desfecho será doença renal crônica e falha renal. Os rins são cobertos por uma cápsula fibrosa difusa que nos rins normais pode ser facilmente removida da superfície renal. Organização macro dos rins: são organizados funcional e anatomicamente em lóbulos que agrupam coleções de néfrons separados por raios medulares. Os lobos renais representam uma pirâmide renal. O parênquima renal é dividido em córtex e medula. Normalmente o córtex é radialmente estriado e de coloração vermelho- marrom, exceto nos felinos que são mais amarelados devido ao grande conteúdo lipídico nas células epiteliais tubulares. Normalmente a medula é cinza-pálido. Na necropsia, após a retirada dos rins, realiza-se a abertura do órgão no meio, Patologias do Sistema Urinário Eduarda Gostinski | Resumo Patologias do Sistema Urinário 2021 Calcificação metastática (nefrocalcinose). Osteodistrofia fibrosa. Hiperparatireoidismo. Quanto mais tempo o animal ficar no quadro de doença renal, mais perceptíveis serão os sinais clínicos, como a estomatite. O animal não está eliminando a ureia, e assim ela se acumula, e no principalmente no trato digestório, é transformada em amônia, e essa é tóxica para as células endoteliais, podendo ter endocardite, gastrite hemorrágica. O quadro de hiperfosfatemia, causa desequilíbrio no mecanismo de cálcio e fósforo, assim estimula a paratireóide a produzir o paratormônio, assim estimula a absorção de cálcio e ocorrem calcificações metastáticas. INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA É a redução súbita da função renal. Ocorre quando o rim não consegue excretar os resíduos e manter a homeostase de fluidos e eletrólitos. Principais causas: glomerulonefrites agudas e a necrose tubular aguda. Sinais clínicos: oligúria (pouca urina), anúria (não tem urina), azotemia e hiperpotassemia. Pouca ou nenhuma lesão extra-renal. Os animais que morrem de insuficiência renal aguda, normalmente é devido a cardiotoxicidade do potássio sérico elevado, acidose metabólica e/ou edema pulmonar. A aguda é mais grave em termos clínicos, mata mais rápido, mas é a que tem maior chance de cura. INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA Similar à aguda, mas ocorre ao longo de Eduarda Gostinski | Resumo Patologias do Sistema Urinário 2021 Degeneração, necrose, atrofia. Hipertrofia compensatória. Regeneração. Perda de segmentos tubulares. Reparação funcional insuficiente. Perda permanente da função. Atrofia. Estomatite ulcerativa. Gastrite aguda hemorrágica. Aumento da permeabilidade vascular. Edema pulmonar. Endocardite. Anemia. → Lesão Tubular: → Quando lesão MB: INSUFICIÊNCIA OU FALÊNCIA RENAL O órgão não está atendendo a demanda do organismo. Toda insuficiência renal tem lesão, mas não significa que toda lesão vai causar insuficiência. 75% de ambos os rins com lesão para ser falência renal. Ocorre por fatores pré-renais, doença renal, causas pós renais. Como resultado há azotemia e uremia. → Azotemia é a renteção de componente do plasma que seriam eliminados pela urina, acarretando um aumento intravascular de componentes nitrogenados derivados do catabolismo protéico, como a ureia e a creatinina. Não tem manifestações clínicas. Fator pré-renal: hipoperfusão; Fator renal: lesão renal extensa; Fator pós renal: obstrução do fluxo urinário (ex. cálculos urinários). Como consequência desencadeia uma síndrome tóxica denominada Uremia. → Lesões extra-renais de uremia: usualmente secundário à inflamação renal aguda. Congestão: aumento do sangue venoso na vasculatura do rim. Hemorragias: ocorre quando as hemácias extravazam além das paredes dos vasos. Infarto renal: áreas de necrose de coagulação que resultam da isquemia local de oclusão vascular, e normalmente resultam de tromboembolismo. A progressão normal dos infartos renais é esquematizada, inicialmente são edemaciados e hemorrágicos, em dois ou três dias, se tornam pálidos circundados por hiperemia e hemorragia. Possuem formato triangular/piramidal (formato de cunha). Necrose. ANORMALIDADES PREDISPONENTES Hidronefrose: é a dilatação do rim acontece quando a urina não consegue passar até a vesícula urinária. Leva ao aumento da pressão da pelve renal. Pode ser causado por esvaziamento incompleto da bexiga, ureter ectópico, parasitas (Dictiofima renalis é o parasita do rim), cateteres urinários, estenose vaginal, hidroureter, aumento do volume prostático. DOENÇAS TUBULARES Necrose Tubular Aguda É a causa mais importante de insuficiencia renal aguda. Lesões Macro: inicialmente córtex apresenta-se edemaciado, pálido a bege com superfície capsular ligeiramente trnaslúcida, lisa e fina, superfície de corte do córtex saliente e Eduarda Gostinski | Resumo Patologias do Sistema Urinário 2021 um período de tempo mais longo e resulta em várias alterações adicionais hematológicas e bioquímicas. Perda progressiva e gradual do tecido renal. Doenças renais crônicas são geralmente irreversíveis. ALTERAÇÕES CONGÊNITAS Aplasia/Agenesia Renal: Falha no desenvolvimento renal ou ausência, pode ser unilateral ou bilateral. Displasia Renal: Anomalia na organização estrutural, resultante de uma diferenciação anormal durante a nefrogênese. Pode ser unilaterla ou bilateral. Pode ser difuso ou local. Diferenciar de fibrose, hipoplasia e nefropatia progressiva juvenil. Rins Ectópicos e Fundidos: os rins ectópicos são deslocados de sua localização sublombar normal. Os rins fundidos resultam da fusão dos rins durante a nefrogênese, resulta em um rim grande em forma de ferradura com dois ureteres. Cistos Renais: Podem ser solitários ou múltiplos. Podem ser congênitos ou adquiridos (associados à fibrose renal). Podem ocorrer no córtex ou na medular. Podem comprometer a função renal. São esféricos, de paredes finas, epitélio achatado com líquido claro e seroso no interior. Rins Policísticos: são rins com muitos cistos que envolvem numerosos néfrons. Comum ocorrer em gatos persas. Acredita-se ser uma condição hereditária. DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS Hiperemia: aumento do fluxo arterial sanguíneo, é um processo ativo Túbulos dilatados,hipocelulares e com detritos e cilindros. Evidências de regeneração epitelial: células epiteliais achatadas com núcleo hipercromático e figuras mitóticas. DOENÇAS GLOMERULARES O glomérulo é o primeiro lugar que faz a fltração. O dano no glomérulo leva à proteinúria (lesão na barreira de fitração causa nefropatia com perda de proteína). São caracterizadas por luz tubular dilatada e preenchida por material proteináceo. Perda prolongada e grave de proteínas → hipoproteinemia → edemas → síndrome nefrótica. Glomerulonefrite Imunomediada Resulta mais frequentemente de mecanismo imunomediados (deposição de imunocomplexo colúveis no glomérulo e formação de anticorpos direcionados contra antígenos existentes na membrana basal glomerular). Característica Macro: Rins tumefeitos, superfície capsular lisa, coloração normal ou pálida e pequenos pontos vermelhos na superfície de corte do córtex. Córtex atrófico com granularidade generalizada na superfície capsular. Em casos crônicos os glomérulos atrofiam, aumento TCF, matriz mesangial e obliteração dos capilares glom, estes são hipocelulares e não funcionais (glomeruloesclerose). Glomerulonefrite Proliferativa É uma forma de doença glomerular por imunocomplexos caracterizada pelo Eduarda Gostinski | Resumo Patologias do Sistema Urinário 2021 excessivamente úmida, estriações diminuídas, opacas e esbranquiçadas. A medula está pálida ou difusamente congesta. Lesões Micro: necrose do epitélio dos túbulos contorcidos proximais e distais, da alça de Henle e do ducto coletor em todo o córtex, e em menor grau na medula. → Necrose Tubular Isquêmica: anemia hemolítica (hemoglobinúria), hipotensão, hipovolemia, uma lesão histológica característica é a possível ruptura da membrana basal tubular referida como tubulorrexia. Associada a hipoperfusão + hemo e mioglobinúria. Córtex vermelho-marrom ou azul enegrecido, pigmento intracelular, luz tubular com material refáctil, granular, vermelho alaranjado. → Necrose Tubular Tóxica: toxinas sintéticas/naturais, metais pesados Nefrose É uma forma de lesao tubular aguda que não é causada por inflamação. É comumente causada por isquemia tubular ou nefrotoxinas e agrava-se pela hemoglobina (nefrose hemoglobinúrica) ou pigmentos de mioglobina (nefrose mioglobinúrica). Degeneração, necrose e descamação. TCP mais sensíveis. Uremia + oligúria ou anúria. Rins tumefeitos, com superfície capsular lisa e pálida. Animal sem sinais clínicos, no exame bioquímico aparecem cilindros. Epitélio tubular tumefeito. Citoplasma vacuolizado ou granular eosinofílico. Picnose, cariorrexia e cariólise. infiltração por neutrófilos. Macro: múltiplos focos esbranquiçados aleatórios. Glomerulite Viral É causada por um insulto viral direto ao glomérulo, ocorre nas doenças virais sistêmicas como a hepatite infecciosa aguda, arterite equina, peste suína, doença de Newcastle em aves e citomefalovírus em suínos neonatos. As lesões são discretas, geralmente transitórias e resultam da replicação viral no endotélio capilar. Macro: rins ligeiramente edemaciados, superfície capsular lisa, coloração normal ou discretamente pálida, DOENÇAS TUBULO- INTERSTICIAIS/NEFRITES INTERSTICIAIS Pode ser aguda ou crônica, quando crônica é a mesma coisa que fibrose renal. Pode ser Granulomatosa, Supurativa, Embólica e Linfoplasmocitária (não supurativa). Nefrite Granulomatosa É uma doença intersticial que geralmente acompanha doenças sistêmicas crônicas que são caracterizadas por múltiplos granulomas em vários órgãos. Causada por micobactérias, Histoplasma, Aspergillus sp. e PIF. Nefrite Supurativa Causada por diversas bactérias ascendentes. Nefrite Embólica Causada por êmbolos sépticos. Eduarda Gostinski | Resumo Patologias do Sistema Urinário 2021 aumento da celularidade do tufo glomerular causado pela proliferação de células endoteliais, epiteliais e mesangiais e glomerulares, e envolve tanto as alças capilares como o mesângio. Glomerulonefrite Membranosa Caracteriza-se pelo espessamento difuso da membrana basal do capilar glomerular por causa da presença de depósitos subepiteliais de imunoglobulinas como alteração predominante. Esses depósitos são separados por protusões da matriz da membrana basal glomerular que eventualmente envolvem esses depósitos. Glomerulonefrite Membranoproliferativa Caracteriza-se pela hipercelularidade seguindo-se a proliferação de células glomerulares e espessamento da membrana basal capilar e mesângio. Essa é a forma mais comum de glomerulonefrite por imunocomplexo em cão. Glomerulites Supurativa/Nefrite Embólica É resultado de bacteremia, na qual a bactéria se aloja nos glomérulos de forma aleatória e, em menor grau, nos capilares intersticiais e causa a formação de múltiplos focos de inflamação (microabscessos) distribuídos no córtex renal. Causada por: Actinobacillus equuli (potros), Eysipelotrix spp, Streptococcus spp, Actinomyces spp. Micro: Capilares glomerulares com colônias bacterianas, necrose e Eduarda Gostinski | Resumo Patologias do Sistema Urinário 2021 Nefrite Linfoplasmocitária (não supurativa) Causada por Leptospira, E. coli, Salmonella e Brucella. Pielonefrite Infecção bacteriana da pelve com extensão nos túbulos renais e inflamação concomitante intersticial. Por causa das diferenças na patogênese, distribuição da lesão e aparência microscópica, é considerada uma forma de nefrite tubulointersticial. É mais frequente em fêmeas, como consequência de infecções ascendentes e pelas fêmeas serem mais suscetíveis às infecções urinárias do trato inferior. Pode ser unilateral, mas em geral é bilateral. Macro: reconhecimento de inflamação pélvica, que se estense ao parênquima renal. Pelve e ureteres dilatados e com exsudato purulento na luz. Membranas mucosas pélvicas e ureterais agudamente inflamadas, espessadas, avermelhadas, rugosas, cobertas por fino exsudato. Cirista medular em geral está ulcerada e necrótica. A inflamação se estende pela superfície dos rins e produz extensa inflamação subcapsular e peritonite localizada. Patogenia: Refluxo de urina, que ocasiona aumento de pressão dentro da vesícula urinária; cistite compromete a válvula vesiculoureteral; cistite e ureterite; endotoxinas. PARASITAS RENAIS Dioctophyma renale é o parasito, acomete cães, raposas e martas com 2 anos ou mais. Habita a pelve renal. Causa pielite hemorrágica ou purulenta e ostrução. Leva a destruição do parênquima renal, pelo cisto com nematódeo e exsudato purulento. FIBROSE RENAL É a manifestação crônica de uma lesão renal preexistente. A fibrose segue o padrão da lesão preexistente (difusa, granular, multifocal, grosseira, em placas, etc). Sinais Clínicos: desidratação, polidipsia, anemia hipoplásica, insuficiência renal, uremia, poliúria, isostenúria. Macro: rins pálidos, diminuídos de volume e firmes, superfície irregular e com cápsula aderida. NEOPLASIAS Podem ser primárias (menos de 1% das neoplasias relatadas) ou secundárias (metástases). Primárias: origem mesenquimal ou epitelial. São os adenomas, carcinomas, nefroblastomas, linfossarcomas, fibromas, hemangiossarcomas. hemorrágica; presença de urólitos; se houver ruptura, haverá sangue coagulado+fibrina+peritonite. DOENÇAS INFLAMATÓRIAS A inflamação da vesícula urinária é chamada de cistite e é comum nos animais domésticos. A infecção bacteriana é a causa mais comum. Cistite aguda: descrita macroscopicamente como hemorrágica, fibrinopurulenta, necrosante ou ulcerativa. Microscopicamente há desnudação epitelial com colônias de bactérias presentes na superfícies. Cistite crônica: se apresentando de diversas formas com base no padrão e tipo de resposta inflamatória observada. Há descamação epitelial e a submucosa apresenta-se bastante infiltrada por células inflamatórias mononucleares, poucos neutrófilos estão presentes. Cistite Micótica: é vista em animais domésticos quando fungos oportunistas como Candida albicans ou Aspergillus sp. colonizam a vesícula urinária. NEOPLASIAS As neoplasias ocorrem predominantemente na vesícula urinária,pouco na uretra e são raras no ureter. As neoplasias de vesícula urinária correspondem menos de 1% do total das neoplasias caninas, a maioria ocorre em cães idosos, sem predisposição sexual. Podem ser tumores epitelias, e mesenquimais. TRATO URINÁRIO INFERIOR Componentes: ureter, vesícula urinária e uretra. ANOMALIAS DE DESENVOLVIMENTO Aplasia: ausência da formação de ureter reconhecível. Hipoplasia: presença de ureter de diâmetro notavelmente pequeno. Ureteres Ectópicos: são ureteres que podem se esvaziar na uretra, vagina, colo da bexiga, ducto deferente, próstata ou outras glândulas sexuais secundárias. Persistência do Uraco: falha no fechamento do úraco fetal, e assim, forma-se um canal direto entre o ápice da bexiga e o umbigo. Hidroureter: dilatação do ureter. Hidrouretra: dilatação da uretra. Urolitíase É uma síndrome que ocorre quando fatores familiares, congênitos e fisiopatológicos ocorrem juntos e aumentam o risco de precipitação de metabólitos de excreção na urina para formar pedras. (Litíase é o processo de formação de cálculos) Os cálculos urinários (urólitos) podem se formar em qualquer local do TUI, variam de tamanho e forma, podem ser solitários e múltiplos. Podem ter superfície lisa ou rugosa. Afeta mais os machos. Causam estrangúria, disúria e/ou hematúria. Macro: vesícula urinária distendida, túrgida ou rompida; ureter ou pelve dilatados; pielonefrite; parede da vesícula urinária delgada e Patologias do Trato Urinário Inferior (TUI) Eduarda Gostinski | Resumo Patologias do Sistema Urinário 2021
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