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água no organismo humano: qual a importância? A água é o mais abundante componente do organismo. É um componente essencial de todos os tecidos corpóreos. Constitui mais de 60-70% do organismo humano. Está presente/envolvida em praticamente todas as funções necessárias à vida. FUNÇÕES DA ÁGUA NO ORGANISMO: Componente estrutural: fornecendo forma às células. Ações fisiológicas: A água é essencial para todos os processos fisiológicos de digestão, absorção e excreção; Tem papel chave na estrutura e função do sistema circulatório; Age como um meio de transporte para nutrientes e todas as substâncias corpóreas; Mantém a constância física e química dos líquidos intra e extracelulares; Função direta na manutenção da temperatura corpórea; Proteção das articulações e vários órgãos. COMPARTIMENTOS HÍDRICOS: A célula sempre tenta “economizar” o líquido LIC. O líquido extracelular (LEC) proporciona a maior parte do líquido perdido através da transpiração, predominantemente a partir do plasma sanguíneo. COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS LÍQUIDOS CORPORAIS: HIDRATAÇÃO E REPOSITORES HIDROELÉTRolíticos No LEC há uma predominância de sódio, já no LIC, de potássio – quando há perdas hídricas com a prática de exercício físico, entende-se que não se perde apenas água, mas também nutrientes a perda excessiva é preocupante, principalmente de sódio. EQUILÍBRIO DA ÁGUA NO ORGANISMO: Ingestão e eliminação diárias de água (condições normais). A perda de água é um ponto chave, que seria a evaporação pela pele (sudorese). ESTADO DE HIDRATAÇÃO NO ORGANISMO Estado euidratado – variação normal da água. Estado hiperidratado – novo estado estável com maior conteúdo de água; níveis altos de água. Estado hipoidratado – novo estado estável com menor conteúdo de água; níveis baixos de água. Desidratação – processo com perda de água, seja no estado de hiperidratação para o euidratação ou do euidratação para o hipoidratação. Reidratação – processo com ganho de água de um estado de hipoidratação para euidratação. O estado euidratado é a condição de normalidade, onde pode sair do estado hiperidratado, perder líquido (através da desidratação) ou ganhar líquido – se estiver num estado hipoidratado – (através da reidratação) para atingir esse estado. termorregulação e exercício físico Toda atividade física (incluindo pequenos movimentos) geram calor. O indivíduo busca energia nos alimentos – energia química – e a materialização do movimento é a utilização da energia química, transformando em energia mecânica (a própria contração muscular). Posteriormente, se torna em energia térmica – produção de calor. É perceptível o aumento da temperatura corporal quando se exercita, pois se estar em movimento e a contração muscular, através do exercício, gera energia térmica (calor). A produção de calor no exercício é cerca de 15-20 vezes maior do que no repouso, o que seria suficiente para aumentar a temperatura corporal em 5ºC por minuto em paralelo, existe a dissipação (perda) do calor, através de mecanismos próprios do corpo, para que possa se manter exercitando e não gerar um estado febril. Alguns ambientes favorecem o aumento da temperatura corporal como, por exemplo, praticar exercícios ao ar livre, por conta da radiação solar sob o indivíduo, radiação térmica do céu, radiação térmica do solo, além dos diversos mecanismos que o indivíduo tem para se livrar do calor. PAPEL DO EXERCÍCIO FÍSICO NA ELEVAÇÃO DA TEMPERATURA CORPORAL: Embora a água tenha diversas funcionalidades, é importante se atentar relacionado à temperatura o processo de controle da temperatura corporal é totalmente dependente do volume de água ingerido – se o indivíduo não ingerir o necessário, há prejuízos na própria saúde como também no desempenho. A energia mecânica do próprio exercício gera o calor (energia térmica) – aumenta a temperatura corporal. E então há vários mecanismos que agem na manutenção dessa temperatura para deixar no nível de normalidade: Transpiração – evaporação quando o corpo elimina a água do corpo através da evaporação. A perda é de 0,5 a 2 L/hora (podendo ainda chegar a 3 L/h), além da perda de sais minerais, destacando a perda de sódio – por conta da sua concentração estar no líquido extracelular (LEC) –, se a perda for grande e não acompanhada de uma hidratação adequada, gera hipertermia (temperatura corporal elevado), um déficit hídrico, e de sódio (hiponatremia – baixa concentração de sódio) gera tremores, cãimbras, náuseas, convulsões, e quanto maior a perda de sódio, mais intensos são os sinais e sintomas. ser humano como ser homeotérmico Possui a capacidade de manter a temperatura corporal dentro de uma faixa razoavelmente estreita (em torno de 36,5 +- 1ºC), apesar das variações térmicas do ambiente. A termorregulação é um mecanismo de homeostasia já que, na presença de oscilações térmicas externas, possibilita a manutenção da temperatura corporal dentro da normalidade. Termogênese + termodispersão = temperatura corpórea equilíbrio térmico A termogênese é um processo de produção de calor através do metabolismo e fatores que induzem a termogênese é, dentre eles, o exercício física, a alimentação e seus processos, TMB, entre outros. A termólise é o processo que leva a perda de calor. Fatores que contribuem para o ganho e perda de calor para regular a temperatura em cerca de 37ºc Mecanismos de dissipação do calor: Radiação – emissão contínua de ondas térmicas eletromagnéticas. Condução – transferência de calor diretamente através de um líquido, um sólido ou um gás de uma molécula para a outra. O calor é a energia cinética do movimento molecular e pode ser transferido de umas moléculas para outras, é nesse processo que consiste a condução. Convecção – transferência de calor pelo meio de correntes de ar. Quanto maior a velocidade das correntes de ar (maior renovação do ar adjacente ao corpo), maior amplitude da transferência de calor. Evaporação – transferência de calor contínua para o meio ambiente através da vaporização da água a partir das vias respiratórias e da superfície da pele. Principal defesa fisiológica contra o superaquecimento. efeitos da desidratação no desempenho físico e na saúde LEVE A MODERADA: Fadiga Perda de apetite Sede (alarme atrasado) Pele vermelha Intolerância ao calor Falta de concentração Tontura Aumento da concentração urinária GRAVE: Dificuldade para engolir Perda de equilíbrio Pele seca e murcha Olhos afundados e visão fosca Pele dormente Delírio Espasmos musculares *efeitos que estão em azul estão relacionados aos exercícios físicos, ou seja, ao desempenho. como avaliar o estado de hidratação? Medidas não invasivas: variações de massa corporal; análise de sinais vitais como temperatura, frequência cardíaca e frequência respiratória. Informações subjetivas: sede; turgor da pele; coloração da urina; umidade da mucosa da membrana (boca, nariz e garganta). indicativos do estado de hipoidratação Peso corporal – perdas de peso corporal no dia-a-dia > 1% Sede – ausência da sensação não indica ausência de hipoidratação, entretanto, a sede é uma indicação do estado de hipoidratação Cor da urina – maior volume urinário quando há mais líquido corporal e menor volume urinário quando há menos líquido corporal: A baixa produção de urina pode fazer com que ela esteja mais concentrada e mais escura. A diminuição da frequência urinária e o escurecimento de sua cor podem indicar o estado de hipoidratação. ATENÇÃO: Uma pessoa tem grandes chances de estar hipoidratada quando dois ou mais indicativos da hipoidratação estão presentes. repercussões fisiológicas da desidratação Efeitos fisiológicos da desidratação de acordo com a perda de peso percentual durante o exercício: Perda de peso em % Efeitos Nível de hidratação 1% Início do comprometimento de termorregulação – sensação leve de sede Levemente desidratado 2% Sensação de sede mais intensa Levemente desidratado 3% Diminuição do débito urinário, boca seca Desidratação significante 4% Diminuição cerca de 20 a 30% do trabalho Desidratação significante 5% Dificuldade de concentração, dor de cabeça Desidratação significante 6% Aumento da frequência cardíaca, comprometimento severo da regulação da temperatura Desidratado 7% Provável colapso Severamente desidratado avaliação do estado de hidratação TAXA DE SUDORESE: Calculando a quantidade de líquidos a ser reposta: 1º passo: medição da perda de peso corporal antes do exercício (kg). 2º passo: medição do peso corporal após o exercício imediato (kg). Alteração do peso corpóreo = 1º passo – 2º passo 3º passo: medição do volume de líquido ingerido durante o exercício (ml). 4º passo: perda de suor = alteração do peso corpóreo + 3º passo ATENÇÃO: o resultado da subtração de um pelo o outro (1º passo – 2º passo) é a quantidade de líquido que seve ser ingerida para repor as perdas de suor. EXEMPLO: Peso antes do exercício: 60,0kg Peso após o exercício: 59,5kg Alteração peso corporal: 500g Líquido ingerido durante o exercício: 500ml Perda de suor = 500g + 500ml = 1,0 L de suor estratégias de hidratação no exercício antes, durante e após COMO RE-HIDRATAR? De maneira geral, para esportistas, a água é suficiente para hidratar. O coco é uma opção para esportistas no quesito de hidratação, porém não supre a necessidade de sódio perdida. Com os atletas, é mais trabalhado as bebidas: o atleta perde muito líquido e, consequentemente, sódio, que a água não consegue ser suficiente por conta dos níveis baixos de sódio (quanto mais dá água, mais os níveis caem) – porque além de repor o sódio, os volumes de reposição com a bebida é maior. SUPLEMENTOS HIDROELETROLÍTICOS PARA ATLETAS (requisitos específicos) RESOLUÇÃO – RDC Nº 18, DE 27 DE ABRIL DE 2010. DISPÕE SOBRE ALIMENTOS PARA ATLETAS (CAPÍTULO III) A concentração de sódio no produto pronto para consumo deve estar entre 460 e 1150 mg/L, devendo ser utilizados sais inorgânicos para fins alimentícios como fonte de sódio. II – a osmolalidade do produto pronto para consumo deve ser inferior a 330 mOsm/kg água. III – os carboidratos podem constituir até 8% (m/v) do produto pronto para o consumo. IV – o produto pode ser adicionado de vitaminas e minerais, conforme Regulamento Técnico específico sobre adição de nutrientes essenciais. V – o produto pode ser adicionado de potássio em até 700 mg/L. VI – o produto não pode ser adicionado de outros nutrientes e não nutrientes. VII – o produto não pode ser adicionado de fibras alimentares. §1° Quanto ao tipo de carboidratos, referente ao inciso III, este produto não pode ser adicionado de amidos e polióis. §2° Com relação ao teor de carboidratos, constante do inciso III, o teor de frutose, quando adicionada, não pode ser superior a 3% (m/v) do produto pronto para o consumo. ATENÇÃO: lembrando que são suplementos ultraprocessados, tendo a adição de corantes, conservantes, por isso, tem que ser prescrito em situações necessárias. HIDRATAÇÃO NO EXERCÍCIO ANTES: Quantidade adequada de líquido 24 horas precedentes. (monitorar urina: frequência, cor, volume) 3-5ml 2 horas antes (210-350ml) (hidratação + intervalo eliminar excesso) Pelo menos, 4 horas antes do exercício, ingerir aproximadamente 5-7mL/kg (500mL) de água ou de uma bebida esportiva – ingestão emergencial para suprir hipoidratação. Artigo: Sawka MN, Burke LM, Eichner ER, Maughan RJ, Montain SJ, Stachenfeld NS. American College of Sports Medicine position stand. Exercise and fluid replacement. Med Sci Sports Exerc. 2007;39:377–90. Benefícios: Melhora na termorregulação e diminuição da frequência cardíaca durante o exercício. Regulação do volume total de água e a osmolaridade sanguínea pelos rins. Garantia de estado de hidratação ótimo. Adia, ou mesmo evita, os efeitos prejudiciais da desidratação durante o exercício. DURANTE: Volume de ingestão: 600-1200mL/h em intervalos de 15 a 20 minutos é relativo. O diferencial é a tolerância relacionada ao tempo. Se não tolerar uma maior ingestão num tempo menor, pode distribuir a quantidade em mais tempo: por exemplo, ingerir 150mL a cada 10 minutos. APÓS: Fator importante no auxílio a atletas na recuperação rápida entre as sessões de treinamento ou competição (1,5L fluido/kg perdido). A ingestão apenas de água não é efetiva na restauração da hidratação diminuição da osmolaridade plasmática, supressão da sensação de sede e aumento na eliminação de urina – relacionado a atletas. Ingestão, no mínimo, do volume de líquido que corresponde ao peso perdido. Recomendações: Recuperação rápida e completa da desidratação pode ser alcançada ofertando entre 500-1000mL de líquido para cada quilo (1,0kg) de peso corporal perdido durante o exercício. Bebidas e alimentos salgados nas refeições/lanches vai ajudar a substituir perdas de fluidos e eletrólitos (reidratação). em síntese... Taxa de sudorese varia de acordo com a temperatura ambiente, umidade, peso corporal, genética, estado aclimatação ao calor e eficiência metabólica. A quantidade e a taxa de líquido de substituição é dependente da sudorese individual de cada atleta, duração do exercício e as oportunidades para a ingestão. Distúrbios do equilíbrio de fluidos e eletrólitos, que pode ocorrer em atletas , incluem desidratação, hipoidratação e hiponatremia. Cãimbras musculares esqueléticas são associadas com desidratação e déficits de eletrólitos e fadiga muscular. Uma boa palatabilidade das bebidas favorece uma maior ingestão de líquidos antes, durante e após o exercício físico. Atenção a temperatura da água/bebida – preferencialmente ofertar entre 15-21ºC.
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