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Alteração no conduto peritônio-vaginal

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ALTERAÇÃO NO CONDUTO PERITÔNIO-VAGINAL 
 
HERNIA INGUINAL (HI) 
Consiste na protrusão de parte do intestino ou outro órgão 
abdominal através de uma abertura na parede abdominal na 
virilha. A pessoa apresenta uma protuberância indolor na 
virilha ou escroto. 
É uma das afecções cirúrgicas mais comuns em crianças, 
principalmente em meninos e RN prematuros (quanto 
menor a idade gestacional, maior é a incidência) e do lado 
direito 
Além disso, a HI também se associa com história familiar e a 
situações que aumentam a pressão intra-abdominal da 
criança (fibrose cística, dialise peritoneal e doenças 
pulmonares crônicas) e outras doenças como criptorquia. 
FISIOPATOLOGIA 
INDIRETA 
É a mais comum e se relaciona com o não fechamento 
durante a embriogênese do conduto peritoniovaginal (CPV) 
O CPV é um prolongamento do peritônio e surge no período 
embrionário que sai através do anel inguinal profundo em 
direção à região inguinal, e vai até o escroto ou os grandes 
lábios, e na maioria das vezes fecha espontaneamente. 
Entretanto, em uma pequena porcentagem dos recém-
nascidos o CPV se mantém aberto até a região inguinal e/ou 
inguinoescrotal. 
O CPV aberto permite a passagem de vísceras abdominais, 
sendo que o conteúdo mais comum herniado é composto 
por alças intestinais, omento e ovário. 
 
 O CPV pode estar pérvio em toda a sua extensão, 
manifestando-se como uma hérnia inguinoescrotal. 
Entretanto, em alguns casos ele se encontra parcialmente 
obliterado, causando abaulamento apenas inguinal. 
 hernia inguinoescrotal 
Uma HI peculiar é a chamada hérnia de Amyand, 
caracterizada pela insinuação do apêndice cecal no saco 
herniário à direita. 
 
Outro tipo de hérnia pouco comum é a hérnia de Littré, 
caracterizada pela presença do divertículo de Meckel dentro 
do saco herniário inguinal. 
DIRETA 
Fraqueza na parede posterior da região inguinal – mais 
frequente na população adulta 
DIAGNOSTICO 
É feito através do exame físico do paciente que deve ficar em 
posição de decúbito e, em crianças maiores, também deve 
ser realizado em ortostatismo, pedindo que a criança realize 
manobras de Valsalva (tossir ou soprar um balão). 
Inspeção: 
▪ Abaulamento ou aumento de volume indolor na 
região inguinal ou inguinoescrotal 
o Surge principalmente após o choro, tosse 
ou esforço para evacuar e diminui ou 
desaparece em repouso. 
 Hernia inguinal 
ALTERAÇÃO NO CONDUTO PERITÔNIO-VAGINAL 
 
Palpação: redução espontânea ou se consegue realizar a 
redução manual do abaulamento 
 
Em casos de encarceramento herniário (protusão 
permanente): abaulamento irredutível e doloroso, fazendo 
com que a criança chore de forma inconsolável + sinais 
flogisticos presentes (hiperemia, edema e calor) 
 
A HI inguinal encarcerada pode ser causa de obstrução 
intestinal, podendo ainda haver comprometimento da 
vascularização das vísceras herniadas, o que se denomina 
estrangulamento da hérnia. 
Se há intestino estrangulado, a criança pode se apresentar 
com distensão abdominal, vômitos, sinais de peritonite, 
sepse e choque. Nos meninos, a compressão do funículo 
espermático pelo conteúdo herniário encarcerado pode 
levar a isquemia testicular. Nas meninas pode ocorrer 
necrose isquêmica do ovário encarcerado 
Caso persista dúvida clínica: ultrassonografia (USG) da região 
inguinoescrotal 
TRATAMENTO 
Indicação cirúrgica é absoluta porque não há resolução 
espontânea e o risco de complicação é considerável 
▪ HI não complicada: 
A cirurgia é programada eletivamente, assim que o 
diagnóstico é realizado, independentemente de sua idade. 
Até a data da cirurgia, os pais devem ser instruídos sobre os 
sinais de alerta de encarceramento (abaulamento 
irredutível, dor forte, choro inconsolável, vômitos), para 
que, caso ocorram, procurem atendimento médico sem 
demora. 
▪ HI encarcerada, sem sinais de estrangulamento 
Pode-se tentar a redução manual, retirando a criança da 
urgência. É recomendável que se opere a criança 
eletivamente na mesma internação ou nos próximos dias, 
para evitar o risco de novo encarceramento. Se houver sinais 
de estrangulamento, a tentativa de redução é 
contraindicada. 
▪ HI encarcerada irredutível ou com HI estrangulada 
Operada em caráter emergencial. 
TRATAMENTO CIRURGICO 
▪ É feita a herniorrafia inguinal → Ligadura proximal 
do saco herniário (junto ao anel inguinal profundo), 
depois de dissecado das estruturas do cordão 
espermático 
A ligadura do CPV pode ser realizada por meio de 
inguinotomia ou laparoscopia. Ambas são pouco invasivas, 
causam pouca dor, permitem alta hospitalar no mesmo dia 
da operação e retorno precoce às atividades habituais da 
criança. O resultado estético também é muito bom em 
ambas → Nas crianças, geralmente, a prevalência é 
herniorrafia aberta e por videolaparoscopia quando for 
bilateral e recidivas. 
A principal vantagem da herniorrafia inguinal laparoscópica 
em relação à inguinotomia é proporcionar o diagnóstico da 
patência do CPV contralateral durante o procedimento 
cirúrgico → A exploração contralateral na aberta é 
recomendada em todas as meninas, meninos menores de 01 
ano e maiores de 2 anos quando a hernia for à esquerda. 
COMPLICAÇÕES como infecção, hematoma, lesão de 
ducto deferente, lesão dos vasos testiculares, atrofia 
testicular, criptorquia iatrogênica e hidrocele podem 
ocorrer, mas são pouco frequentes em ambas as vias de 
acesso. Recidivas são igualmente incomuns, tanto na via 
aberta quanto na laparoscópica, ficando abaixo de 5%. 
HIDROCELE 
Consiste no acúmulo de líquido peritoneal na porção distal 
do CPV (dentro da túnica vaginal do testículo). 
 
É o principal diagnostico diferencial da hernia inguinal 
indireta 
FISIOPATOLOGIA 
A fisiopatologia da hidrocele, assim como a da hérnia, é a 
persistência do CPV. A diferença está no diâmetro do CPV. 
ALTERAÇÃO NO CONDUTO PERITÔNIO-VAGINAL 
 
Na hidrocele, o CPV é estreito, permitindo a passagem 
apenas de líquido, produzido pelo peritônio. Pode ser 
comunicante, quando todo o CPV é pérvio e de calibre 
pequeno, e não comunicante, quando a porção proximal do 
CPV está obliterada, e persiste líquido aprisionado na sua 
porção distal 
 
As hidroceles que surgem após os 12 anos de idade, em 
crianças sem história prévia, provavelmente são adquiridas, 
não comunicantes. A etiologia dessas hidroceles em 
adolescentes geralmente é idiopática, mas se devem 
descartar ascites e também tumores abdominais e 
testiculares. A hidrocele não comunicante também pode ser 
uma complicação de varicocelectomias em adolescentes. 
DIAGNOSTICO 
Basicamente, é clinico: 
▪ Tumoração cística, indolor e usualmente apenas 
escrotal. 
▪ Geralmente, é irredutível (pode se diferenciar de 
uma hernia encarcerada porque a criança está 
tranquila e sem dor) 
▪ Transiluminação da bolsa escrotal: translucida 
o Ajuda a diferenciar a hidrocele da hernia, 
já que nessa última o resultado é bolsa 
escrotal opaca 
 
Em casos de duvida: USG da região inguinal 
TRATAMENTO 
Como a maioria das hidroceles aparece no primeiro ano de 
vida e se resolve espontaneamente até o segundo ano é 
aconselhado a terapia expectante → o CPV das hidroceles é 
estreito, tendendo a se obliterar espontaneamente, mesmo 
após o nascimento. Com o fechamento do CPV, o líquido 
acumulado distalmente usualmente é absorvido. 
Depois dos 2 anos, é mais dificil esse fechamento 
espontaneo além de aumentar a possibilidade de 
infertilidade já que o liquido peritesticular acumulado possa 
interferir na espermatogenêse 
Se a hidrocele surgir em crianças maiores (pre-escolares, 
escolares e adolescentes): 
▪ Depois de ddescartadas outras causas (como 
ascites e tumores abdominais ou testiculares), 
hidroceles de início recente em crianças maiores e 
adolescentes podem ser observadas por um 
período de 3 a 6 meses, para avaliar sua evolução. 
▪ Sehouver tendência à regressão espontânea, pode-
se estender o período de observação. 
▪ Caso contrário, indica-se também a correção 
cirúrgica. 
CIRURGIA 
Nas hidroceles comunicantes, vai ser realizada a ligadura 
proximal do CPV, além de esvaziar o líquido acumulado no 
escroto, sendo a via de acesso padrão para a inguinotomia, 
que facilita o esvaziamento do líquido acumulado 
distalmente. 
Já a hidrocele comunicante são factíveis pela laparoscopia. 
A via laparoscópica é uma boa opção em casos de hérnia 
contralateral ou de hidrocele comunicante bilateral. A 
hidrocele que surge após os 12 anos, sem história prévia, 
provavelmente não é comunicante. Nesses casos a via de 
acesso é escrotal, como nas hidroceles do adulto, e a técnica 
usada é a abertura da hidrocele, esvaziamento do líquido e 
excisão ou eversão da túnica vaginal. 
Cisto de cordão espermático é um tipo de hidrocele não 
comunicante atribuída à obliteração anômala do conduto 
peritônio-vaginal após a descida dos testículos. 
Clinicamente pode manifestar-se como incômodo e abaulamento 
irredutível na região inguinal simulando uma hérnia inguinal 
encarcerada e seu diagnóstico é confirmado com USG 
 
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