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Inquérito Policial

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PROCESSO PENAL
- INQUÉRITO POLICIAL- 
HISTÓRICO
O inquérito policial é uma investigação documentada e formalizada que anteriormente era chamada apenas de investigação estatal, a expressão inquérito policial surgiu com o império. 
NATUREZA
O inquérito policial é um procedimento administrativo – PRÉ PROCESSUAL- e por isso não resulta em sanção penal, razão pela qual NÃO é cabível ampla defesa e contraditório nesse caso.
CONCEITO
Procedimento administrativo INQUISITÓRIO E PREPARATÓRIO, presidido pela autoridade policial, com o objetivo de identificar fontes de prova e colher elementos de informação quanto a autoria e materialidade da infração penal, a fim de permitir que o titular da ação penal possa ingressar em juízo.
FINALIDADE DO INQUÉRITO POLICIAL
Apuração dos fatos que configurem uma infração penal e sua respectiva autoria, buscando os elementos de autoria e materialidade da infração. 
CARACTERÍSTICAS
- Procedimento escrito;
- Inquisitorial (por isso não há contraditório ou ampla defesa);
- Discricionário (É a liberdade de atuação dentro dos limites traçados pela lei. É a melhor forma de investigar) * A discricionaridade diz respeito a condução das investigações, mas não se aplica para as diligencias obrigatórias, como: exame de corpo de delito. 
- Sigiloso (A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade. Este sigilo não se opõe ao juiz, promotor nem ao advogado) 
· Súmula Vinculante nº 14: “É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.”.
· Em investigação que verse sobre organização criminosa, se faz NECESSÁRIA AUTORIZAÇÃO JUDICIAL para acessar os Autos do IP!!! 
- Oficial (Elaborado pela autoridade competente);
- Dispensável (Se o titular da ação penal contar com peças de informação com prova do crime (materialidade) e de sua autoria, poderá dispensar o Inquérito Policial. 
- Temporário (em regra o IP deve se concluir em 10 dias – prorrogáveis por até 15 dias- se o indiciado estiver PRESO) se estiver solto o prazo é de 30 dias!
	
	PRESO
	SOLTO 
	REGRA GERAL
	10 dias (+15*) 
	30 dias 
	JUSTIÇA FEDERAL
	15 dias (+15)
	30 dias
	DROGAS
	30 dias (+30)
	90 dias (+90)
	CONTRA A ECONOMIA POPULAR 
	10 dias
	10 dias
	CPPM
	20 dias
	40 dias (+20)
 - Oficioso (É o agir de ofício nos casos de ação penal pública incondicionada)
- Indisponível (O delegado uma vez ao instaurar o IP NÃO PODE ARQUIVÁ-LO, já que a titularidade da ação penal é do Ministério Público, cabendo somente a este a análise acerca dessa disponibilidade. Quem arquiva é o Juiz a requerimento do MP)
- Informativo (É a colheita de elementos de informação quanto à autoria e materialidade do crime, o valor probatório do inquérito policial é praticamente nenhum por se tratar de peça meramente informativa.)
- Instrumental (Em regra, o inquérito policial é um instrumento utilizado pelo Estado para identificar fontes de prova (pessoas ou coisas ligadas ao fato delituoso) e, sobretudo, colher elementos de informação quanto à autoria e materialidade do Crime)
TITULARIDADE DO INQUÉRITO POLICIAL
Quem preside o IP é a autoridade policial (DELEGADO DE POLÍCIA) é quem realiza uma investigação coordenada a fim de encontrar indícios de autoria e materialidade do crime em questão.
GRAUS DE COGNIÇÃO - Notitia Criminis: De que forma o delegado toma conhecimento do crime? 
- Cognição espontânea: Quando o delegado conhece o crime mediante atividade rotineira;
- Provocada: Quando o ofendido noticia à polícia sobre o cometimento do crime;
- Cognição Coercitiva: Prisão em flagrante;
- Apócrifa / inqualificada: Denúncia anônima 
VALOR PROBATÓRIO DO INQUÉRITO POLICIAL
O inquérito tem valor probatório meramente relativo, pois serve de base para a denúncia e para as medidas cautelares, mas não serve sozinho para sustentar sentença condenatória, pois os elementos colhidos no inquérito o foram de modo inquisitivo, sem contraditório e ampla defesa.
FORMAS DE INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL
O modo de instauração do inquérito policial dependerá da espécie de ação penal aplicável ao caso.
- PORTARIA: É a peça escrita que demarca o início da investigação policial. A Portaria contém o fato a ser investigado, os eventuais envolvidos, possíveis testemunhas, diligências imediatamente cumpridas e o desfecho onde o delegado determina que o escrivão a reduza a termo, instaurando-se assim o inquérito.
A portaria pode ser substituída por outras peças. Eventualmente o auto de prisão em flagrante ou até mesmo a requisição emanada do juiz ou do MP funcionam como portaria, dispensando que o Delegado baixe uma nova.
· Nos crimes de ação penal pública incondicionada o inquérito policial pode ser instaurado:
- De ofício: por força do princípio da obrigatoriedade, devendo a autoridade policial instaurar o inquérito policial de ofício, ou seja, independentemente da provocação de qualquer pessoa.
-Por requisição;
- Por requerimento do ofendido ou de seu representante legal;
- Notícia oferecida por qualquer do povo: Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito.
- Auto de prisão em flagrante delito: O auto de prisão em flagrante poderá servir como uma das formas de instauração do inquérito policial, funcionando o próprio auto como a peça inaugural da investigação.
· Nos crimes de ação penal pública condicionada: o inquérito policial dependerá da representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça. A representação, entendida como a manifestação da vítima ou de seu representante legal no sentido demonstrando interesse na persecução penal, independe de maiores formalidades.
· Nos crimes de ação penal de iniciativa privada: A autoridade policial somente poderá proceder a inquérito nos crimes de ação privada a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la. Em caso de morte ou ausência do ofendido, o requerimento poderá ser formulado por seu cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. O requerimento é condição de procedibilidade do próprio inquérito policial, sem o qual a investigação sequer poderá ter início. Esse requerimento deve ser formulado pelo ofendido dentro do prazo decadencial de 6 meses, contado, em regra, do dia em que vier a saber quem é o autor do crime.
DELATIO CRIMINIS
Delatio criminis x notitia criminis: A delatio é feita por qualquer um do povo, enquanto que a notitia é feita pela própria vítima.
INDICIAMENTO
Ato formal realizado pelo Delegado de Polícia no sentido de imputar ao investigado a materialidade de um fato delituoso, desde que haja prova de materialidade e indícios de autoria.
Ato privativo do DELEGADO de Polícia. 
O STF já decidiu que o ato de indiciar é privativo de delegado de polícia em que pese a atividade investigativa não ser privativa da autoridade policial (ex. MP pode investigar)
Com base no IP se indicia. Pois, após a investigação se conclui pela autoria e materialidade do indiciado. 
· Investigação de autoridades com foro por prerrogativa de função:
Em regra, a autoridade com foro por prerrogativa de função pode ser indiciada. Existem duas exceções previstas em lei de autoridades que não podem ser indiciadas:
a) Magistrados;
b) Membros do Ministério Público;
Excetuadas as hipóteses legais, é plenamente possível o indiciamento de autoridades com foro por prerrogativa de função. No entanto, para isso, é indispensável que a autoridade policial obtenha uma autorização do Tribunal competente para julgar esta autoridade.
· AUTORIDADES COM FORO PRIVATIVO NO STF: 
Tem que haver prévia autorização judicial.
· AUTORIDADE COM FORO PRIVATIVO EM OUTROS TRIBUNAIS: Não é necessária prévia autorização judicial.
DESINDICIAMENTO
Ocorre quandoo Delegado de Polícia indicia um investigado que, por sua vez, vem a impugnar o ato (ex. via HC) e o Tribunal promove a desconstituição do indiciamento por entender ausentes a materialidade e/ou os indícios de autoria.
RELATÓRIO
É a peça na qual o delegado descreverá o que foi realizado no IP. O Delegado não expõe juízo de valor no documento, apenas narra o que foi feito durante a investigação. Esse relatório é encaminhado ao juiz, para que ele determine que seja dada vista dos autos ao Ministério Público.
ARQUIVAMENTO
O arquivamento de inquéritos policiais e procedimentos investigatórios criminais (PIC) deve ocorrer internamente, ou seja, dentro do Ministério Público, sem ingerência judicial.
Se o órgão do Ministério Público, após apreciação dos elementos informativos constantes dos autos do inquérito policial e a realização de todas as diligências cabíveis, convencer-se da inexistência de base razoável para o oferecimento de denúncia, deve decidir, fundamentadamente, pelo arquivamento dos autos da investigação ou das peças de informação.
Após o pacote anticrime cabe ao MP arquivar o IP. Ou seja, o IP é arquivado mediante determinação do MP, mas será revisado por instância ministerial. 
· ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO 
Ocorre quando o MP recebe indiciamento pela prática de certa quantidade de crimes e decide denunciar apenas por algum deles, sem falar nada sobre os demais, ocorrendo, assim, o arquivamento implícito dos crimes ou das pessoas não denunciadas. Veda-se porque todo arquivamento deverá ser fundamentado.
· ARQUIVAMENTO INDIRETO
Ocorre quando o MP não denuncia por entender que se trata de competência da JF (ex. crime de moeda falsa) e o juiz não concorda porque entende que a moeda é grosseiramente falsa, do que caracteriza estelionato, de competência da JE
Termo Circunstanciado de Ocorrência
Substituto do inquérito policial, realizado pela polícia, nos casos de infrações de menor potencial ofensivo, sem necessidade de investigações mais aprofundadas.
CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL
Esgotado o prazo previsto, ou antes disso, se concluídas as investigações, o inquérito policial será encerrado e encaminhado ao juiz. A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente.
	
	PRESO
	SOLTO 
	REGRA GERAL
	10 dias (+15*) 
	30 dias 
	JUSTIÇA FEDERAL
	15 dias (+15)
	30 dias
	DROGAS
	30 dias (+30)
	90 dias (+90)
	CONTRA A ECONOMIA POPULAR 
	10 dias
	10 dias
	CPPM
	20 dias
	40 dias (+20)

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