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RESENHA CRÍTICA: A EMERGÊNCIA DA SOCIOLOGIA Antes do século XIX, a sociologia não era uma ciência institucionalizada. Entretanto, a partir desse período aconteceram vários fatos históricos que provocaram a emergência dela. Os fatores que contribuíram para que ela se tornasse uma disciplina foram as muitas conturbações ocorridas no século XIX e um pouco antes dele, como as revoluções industrial, burguesa e cultural. Tais revoluções causaram uma ruptura profunda e geraram um processo histórico que transformou as relações de forma irreversível, gerando preocupações que trouxeram à tona a necessidade de uma ciência que estudasse as relações humanas, as relações sociais e os processos que ocorrem entre as pessoas e as instituições e entre as próprias pessoas. Dentre as mudanças ocorridas que impulsionaram o surgimento da sociologia está a divisão social do trabalho imposta pelo capitalismo monopolista e a preocupação em como gerir os recursos diante da massa populacional. Tal problemática ocasionou o surgimento de outras ciências que buscavam lidar com os problemas da escassez de recursos e, consequentemente, originou-se a sociologia. Um dos pensadores pioneiros dessa área foi Émile Durkheim. Em uma de suas obras, As Regras do Método Sociológico, ele delimitou uma metodologia e o objeto de estudo dela, os fatos sociais. Caracterizados por serem externos (independem do indivíduo), independentes (existem mesmo se as pessoas não querem) e coercitivos (os indivíduos são levados a agir de certa maneira). Esses conceitos poderiam dar à sociedade uma noção ou consciência de como eles eram impactados pelo mundo ao redor, independentemente das vontades deles. Divisão Social do Trabalho é outra obra de Durkheim. Nela são apresentados conceitos muito importantes como o da solidariedade mecânica, considerada pré-capitalista, na qual não há a divisão do trabalho; e o da solidariedade orgânica, que pode ser visto como o sucessor da mecânica, pós-capitalista, propondo uma divisão rígida do trabalho, tornando as pessoas especialistas em determinadas funções. Além de Durkheim, outro estudioso foi Karl Marx. Ele lançou o livro “O Capital” no qual defende que o lucro no capitalismo é decorrente da exploração dos trabalhadores e não do trabalho em si. Também falou sobre a mais-valia, processo no qual o trabalhador gera um valor muito maior do que aquele que recebe como remuneração. Dessa discussão, evidenciou-se o problema da luta de classes já existente desde a Idade Média, valioso por levar mais discernimento ao proletariado. Por último, Weber também contribuiu bastante para os estudos sociológicos. Na obra “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo” ele tratou sobre como a religião influenciou na criação dos espíritos do capitalismo. Usou um termo alemão usado na música, “Leitmotiv”, para designar o conjunto de hábitos incorporados à sociedade, que surgem com a ética protestante. Assim, essa obra mostrou-se relevante, pois destacou que o capitalismo não se trata somente de uma questão econômica, mas também de questões culturais e sociais. Weber possui outra obra de destaque, Ciência e Política: Duas Vocações, a qual tratou da vocação como um dom, defendendo que esse é um elemento básico para a escolha da profissão, pois considera as afinidades concernentes a cada pessoa. Nela também, ele faz uma crítica ao obscurantismo defendendo a aceitação dos fatos propagados pela ciência, ou seja, a sua não negação. Ao analisar o vídeo, percebemos que as ideias desses autores continuam podendo ser aplicadas, e em reflexões que eles não cogitaram na época, ou seja, o conceito e o raciocínio utilizados por eles incitam em quem lê ou toma conhecimento de seus escritos a vontade de aplicá-los em nossa realidade pessoal. Por exemplo, querendo ou não, apesar do negacionismo ter sido discutido na década de 20 por Weber, é possível observar características semelhantes atualmente. Infelizmente, a pandemia do coronavírus comprovou a descrença de muitas pessoas na ciência ao duvidarem das vacinas, que é um mecanismo ratificado há décadas. Ou seja, apesar desses pensadores e da sociologia serem discutidos há centenas de anos, os conceitos e assuntos ainda estão muito presentes nas relações da sociedade atual, evidenciando a importância dessa área de estudo. REFERÊNCIAS MATOS, Israel P. “A Emergência da Sociologia”. Disponível em: <https://drive.google.com/file/d/1fFkzy85Q28u4c251tmtcsx6OHyeyDj9m/view?usp=s haring>. Acesso em 08 de Abril de 2021.
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