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Atos processuais

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Processo Civil | Maria Eduarda Q. Andrade 
 
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¨ Conceito: 
O processo apresenta-se, no mundo do 
direito, como uma relação jurídica que se 
estabelece entre as partes e o juiz e se 
desenvolve, por meio de sucessivos atos, de 
seus sujeitos, até o provimento final 
destinado a dar solução ao litígio – 
Humberto Theodoro Jr. 
® São tipos de atos jurídicos e geram 
efeitos dentro do processo. 
® Servem para criar, modificar, 
extinguir ou conservar o processo. 
Podem ser praticados por qualquer pessoa 
do processo: juiz, partes, MP, serventuários. 
 Os terceiros, são denominados agentes. 
 
Importante: Sujeitos do processo X Agentes 
do Processo. 
 
® Não há atos processuais praticados 
fora do processo. 
Fatos jurídicos processuais stricto sensu são 
fatos da natureza (a morte de uma das 
partes, uma pandemia que suspenda os 
prazos processuais etc.) enquanto os atos 
jurídicos processuais são atos humanos, 
caracterizados por expressarem uma 
vontade humana. 
 
Esses atos jurídicos processuais se 
subdividem em: 
1. Atos processuais em sentido estrito 
(uma citação, intimação, confissão, 
penhora etc.), e 
 
 
 
 
 
2. Negócios jurídicos processuais (foro 
de eleição, suspensão convencional 
do processo, dispensa consensual da 
audiência de autocomposição etc.). 
 
¨ Atos do processo e atos do 
procedimento. 
Atos do processo são aqueles que 
provocam a instauração da relação 
processual, documentam os fatos alegados 
e solucionam ao final a lide. 
Exemplo: Petição Inicial, citação, 
contestação, produção de provas e 
sentença. 
Atos do procedimento refletem sobre o rito. 
A forma de fazer. Exteriorização dos atos 
processuais. 
Exemplo: prorroga competência de um juiz 
por convenção ou ausência de declinatória 
de foro, adiamento de uma audiência por 
acordo das partes ou deliberação do juiz, 
quando se convenciona substituir um rito 
especial pelo ordinário. 
 
¨ Classificação dos atos processuais. 
Alguns autores dividem em: 
Critério objetivo: 
Quanto ao tipo de ato nascimento, 
desenvolvimento e conclusão do processo. 
Se refere aos atos de constituição do 
processo. 
® Fase inicial, fase de contestação, fase 
de cumprimento de sentença... 
Atos Processuais 
 
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® Marcha Processual = construção 
ordenada no tempo. 
® Previsibilidade do processo. 
Critério subjetivo: 
Quanto aos sujeitos que os praticam. 
Atos das partes e atos dos órgãos 
jurisdicionados. 
® O novo CPC divide em atos da parte, 
do juiz e do escrivão ou do chefe de 
secretaria. 
® Esse critério é o foco do CPC. 
Nesse tópico falamos de forma, lugar e 
tempo dos atos processuais. 
Forma dos atos processuais 
Devem ser observadas as formas. Fala-se no 
formalismo processual. 
Mas este não deve ser levado à ferro e fogo, 
já que o processo deve ser democrático, é 
por isso que a forma existe. 
O formalismo também serve para garantir 
segurança das partes, segurança dos atos 
processuais, gerando estabilidade, a parte 
contrária sempre saberá o que será feito, 
qual ato será praticado e como. 
® O que se condena é o excesso de 
formas, as solenidades exageradas e 
imotivadas. 
Para garantir isso temos o princípio da 
instrumentalidade das formas a fim de que 
o processo possa ser compreendido como 
instrumento posto ao direito material, para 
fazer valer esse direito. 
Arts. 188 e 283, parágrafo único do CPC: 
princípio da instrumentalidade das formas. 
® Não possui forma prescrita em lei. 
® Mas, quando ela prescrever, deverá o 
ato ser feito daquela forma descrita, 
sob pena de nulidade. 
O processo não existe por si só, serve para 
atender o direito material. 
® Convalidação do ato: 
Esse princípio diz que se a forma não for 
observada, mas o ato atingiu seu objetivo, 
não causou prejuízo a ninguém, por questão 
de economia processual deverá ser 
aproveitado. 
Havendo prejuízo, o ato deve ser 
novamente praticado. 
® Observa-se ainda a possibilidade de 
suprimento de eventual nulidade, até 
mesmo quanto a atos importantes, 
como a citação. Ela é suprida pelo 
comparecimento espontâneo do réu. 
 
¨ Publicidade: 
Em regra, os atos processuais são públicos, 
ressalvado o segredo de justiça para alguns 
casos, também chamado de publicidade 
restrita. 
® arts. 11 e 189, CPC, 
® art. 93, IX, CF. 
MEIOS DE EXPRESSÃO: Oral (pregão, 
audiência de instrução) e escrita. 
Os atos orais devem ser reduzidos a termo 
pelo escrivão. 
Atualmente, os atos orais são gravados e 
disponibilizados nos autos às partes. 
Art. 192, CPC: uso do VERNÁCULO, 
significa língua portuguesa. 
® Documento escrito em idioma 
estrangeiro deve ser traduzido por 
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tradutor juramentado para que possa 
ser utilizado. 
 
® É possível a nomeação de tradutor ad 
hoc quando não houver na sede do 
juízo tradutor oficial. 
Partes e testemunhas que não saibam o 
idioma nacional devem possuir intérprete, 
assim como para pessoas que se 
comuniquem somente pela Língua 
Brasileira de Sinais ou equivalente – 
deficiência auditiva 
® art. 162, I, II e III do CPC. 
 
Negócios Jurídicos Processuais 
® Aqui você negocia as normas. 
® Princípio do autorregramento da 
vontade. 
Pode definir o negócio processual como um 
negócio jurídico que serve para alterar o 
procedimento ou as situações jurídicas que 
decorrem do procedimento (os direitos, 
deveres e ônus processuais). 
 
Fala-se na autocomposição: os próprios 
envolvidos resolvem o conflito. 
Tratam de direitos que podem ser 
transacionados, ou seja, direitos 
disponíveis. 
® Se puder negociar o objeto do 
processo, poderá negociar os atos 
processuais. 
® Baseia-se na ideia de adequação. 
Art. 190 CPC: vamos analisar parte por parte 
do art. 
1º Processo que admita autocomposição – 
requisitos. 
Importante: Negócios processuais exigem 
que o direito admita a autocomposição, o 
que não significa que o direito seja 
disponível, haja vista que há direitos 
indisponíveis que admitam a 
autocomposição. 
2º Somente parte capazes- requisitos; 
® Mas pensar na relativização desse 
requisito. 
Qual a capacidade de partes plenamente 
capazes? Civil? Processual? Sendo civil, por 
exemplo, uma criança de 4 anos de idade 
pode celebrar negócio processual? E o 
representante dela, pode? 
 
É possível realizar um negócio processual 
que beneficie a filha de 4 anos? A Fazenda 
Pública pode negociar? E se a cláusula 
beneficia a fazenda, não seria possível 
aceitar o negócio? 
 
Há discussão doutrinária acerca do assunto. 
A corrente majoritária diz que a capacidade 
em que se refere o art. é a capacidade 
processual. 
3º Estipular mudanças no procedimento 
para ajustá-lo às especificidades da causa – 
objeto; 
4º Antes ou durante o processo- momento: 
® Antes: fala-se prévio. 
® Depois: fala-se incidental. 
Ex. Cláusula de eleição de foro, que é de 
competência relativa. Pode ser estipulado 
antes. 
4º o juiz controlará a validade – p. único: 
O juiz não pode recusar, não é dado a ele 
juízo de conveniência, ele se limita a um 
exame de VALIDADE do acordo. 
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Ele analisará e as únicas formas que ele 
poderá NEGAR, são nesses casos: 
® Casos de nulidade; 
® Inserção abusiva em contrato de 
adesão; 
® Situação de vulnerabilidade de uma 
das partes. 
Ex. ampliação das hipóteses de assistência e 
da permissão de denunciação da lide per 
saltum, sucessiva. 
Quanto à participação do juiz, os atos: 
1. Produzem eficácia por força da 
própria convenção entre os litigantes, 
sem depender de qualquer 
autorização judicial. 
Exemplo: cláusula de eleição de foro, é um 
negócio prévio. Há competência relativa 
Ou, renúncia ao direito de recorrer. 
2. Independente de autorização, mas só 
produzem eficácia após 
homologação pelo juiz. 
Exemplo. desistência da ação, quando o 
autor encerra o processo sem julgamento 
do mérito, mas não entrega o direito.Há a 
possibilidade de ingressar com outra ação. 
® É diferente da renúncia ao direito. 
 
3. Somente se aperfeiçoam com a 
participação do juiz na sua 
formulação. 
Exemplo: Saneamento consensual e 
estabelecimento de calendário processual 
® Art. 191, CPC: estipulação do 
calendário. 
® Não é necessário a intimação, uma 
vez que a parte estava na audiência 
para “combinar” a data. 
Importante: O que é Saneamento? 
É quando o juiz “para” e analisa os 
pressupostos do processo. 
Ele verifica se há algum vício ou nulidade no 
processo. 
® Trata-se de um momento de suprir 
vícios. 
® É no meio do processo 
® Decisão. 
Hoje em dia, o juiz deve distribuir o ônus da 
prova no saneamento. 
Pode ser feito sozinho (somente o juiz) ou 
pode chamar as partes para uma audiência. 
® Fala-se no saneamento 
compartilhado. 
® Pode ocorrer a inversão do ônus da 
prova (prova diabólica). 
® Trata-se de um negócio jurídico 
processual também, uma vez que é o 
juiz e as partes negociando juntos. 
 
Prática eletrônica de atos processuais 
® Art. 193 e seguintes do CPC. 
A ideia do legislador e do CNJ é uniformizar 
o processo digital, estabelecendo um 
sistema nacional, diferente do que vem 
acontecendo hoje. 
O STF e o STJ possuem regulamentação 
própria: 
® e-STF 
® e-STJ 
Os atos processuais deverão ser praticados 
no site próprio. 
O recurso extraordinário será recebido no 
tribunal de origem e encaminhado ao 
sistema e-STF. 
Na Justiça Estadual é utilizado o e-SAJ. 
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Atos da Parte 
São aqueles atos praticados pelo autor, réu, 
terceiros intervenientes ou pelo MP. 
® Trata-se de um ônus para a parte, já 
que se não praticado, sofrerá as 
consequências. 
Importante: há a discussão se o ÔNUS é uma 
faculdade ou uma obrigação. 
¨ Tipos de atos: 
São atos de obtenção (procuram obter do 
órgão jurisdicional uma prestação) e atos 
dispositivos (criam, modificam ou 
extinguem situações). 
Atos de obtenção 
1. Atos de petição: pedido do autor, 
resposta do réu, outras postulações 
incidentais em que as partes formulam seus 
diversos requerimentos, como produzir 
documentos e outras provas e o de recorrer 
das decisões judiciais diversas. 
2. Atos de afirmação: a parte não postula, 
ela age materialmente, criando situações 
concretas, como exibição de documento, 
pagamento de custas, prestação de caução. 
3. Atos de prova, ou atos de instrução: 
conduzem aos autos os meios de 
demonstrar ao juiz a verdade dos fatos 
alegados na ação ou na defesa. 
® Ônus da prova. 
Atos Dispositivos 
1. Atos de submissão: a parte se submete 
expressa ou implicitamente ao outro 
litigante. 
® Exemplo: réu reconhece a 
procedência do pedido. 
® Exemplo: parte vencida aceita 
expressa ou tacitamente a decisão, 
perdendo o direito de recorrer. 
2. Atos de desistência: desistência do 
processo ou renúncia ao direito nele 
postulado, quer do autor, quer do réu. 
3. Atos de transação: conciliação e 
transação, convenção para adiar a 
audiência, abreviar ou aumentar prazos, 
alterar procedimento. 
¨ Eficácia dos atos das partes: 
Possui eficácia imediata. Entretanto, pode 
haver situações em que é necessário a 
aceitação do juiz ou da outra parte. 
Como nos casos de desistência da ação (art. 
200, parágrafo único), conciliação (334, §11) 
e transação das partes (487, III). 
Art. 200, CPC: Os atos das partes 
consistentes em declarações unilaterais ou 
bilaterais de vontade produzem 
imediatamente a constituição, modificação 
ou extinção de direitos processuais. 
Parágrafo único. A desistência da ação só 
produzirá efeitos após homologação 
judicial. 
® Ao gerar essa ressalva do parágrafo 
único, todas as demais declarações 
das partes produzem efeitos 
imediatamente. 
 
¨ Petições e autos suplementares: 
 
® Fala-se nas cópias do processo, um 
reserva. 
Atualmente não é mais obrigatório, constitui 
faculdade da localidade do tribunal 
respectivo. Serve para restaurar autos 
desaparecidos e executar provisoriamente. 
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As partes então apresentam petição com 
cópia para a formação dos autos 
suplementares. 
® Com os autos eletrônicos tal instituto 
perde a razão de existir. 
Cotas marginais e interlineares, art. 202: 
multa de meio salário mínimo vigente na 
sede do juízo. 
® Quando havia os processos físicos, 
pessoas que escrevessem no 
processo. 
Atos do Juiz 
® O CPC descreve como 
procedimentos do juiz. 
O juiz pratica atos decisórios e não 
decisórios. 
® Atos decisórios propriamente ditos. 
 
® Atos executivos: penhora, 
arrematação, adjudicação... 
Art. 203 do CPC: Os Pronunciamentos do 
juiz consistirão em sentenças, decisões 
interlocutórias e despachos. 
® Despachos: não é decisão, logo, não 
cabe recurso. Art. 203, § 3º. 
 
® Decisões interlocutórias: é decisão e 
cabe agravo de instrumento (art. 
1015 do CPC); é a decisão na fase de 
cognição/ antes da sentença. 
 
® Sentenças: é o pronunciamento por 
meio do qual o juiz, com fundamento 
nos arts. 485 e 487, põe fim a fase 
cognitiva do procedimento comum. 
Art. 203, §1º. 
As sentenças podem ser terminativas ou 
definitivas. 
Sentenças TERMINATIVAS: art. 485 do CPC. 
É aquela que não “deixa” o direito com 
ninguém, ou seja, o juiz encerra o processo 
sem a análise do mérito (do direito). 
Faz coisa julgada FORMAL, pois a parte 
pode repropor outra ação, com o mesmo 
pedido e causa de pedir. 
® Cabe apelação. 
Exemplo de sentença terminativa: 
desistência da ação, inciso VIII. 
O autor pode ingressar com outro 
processo? SIM, vide art. 486 do CPC. 
Entretanto, com o limite de até 3 vezes. Art. 
486, parágrafo 3º. 
Sentença DEFINITIVA: art. 487 do CPC. 
Aqui o juiz deixará o direito com alguém, ou 
seja, haverá análise do mérito. 
® A sentença pode ser de procedência 
ou de improcedência. 
Faz coisa julgada MATERIAL, ou seja, 
imutável e indiscutível em processo futuro. 
Sendo assim, não pode ingressar com uma 
nova ação depois do trânsito em julgado. 
® Cabe apelação. 
® Na estrutura da sentença, ela está no 
dispositivo. 
Importante: O que diferencia decisões 
interlocutórias e sentenças não é o 
conteúdo da decisão, mas sim o seu 
resultado. 
Caso encerre uma fase importante do 
processo (fase de cognição ou processo de 
execução, será sentença). 
Não basta que diga respeito a uma das 
situações dos arts. 485 ou 487, CPC, já que 
as decisões interlocutórias não possuem 
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cunho apenas processual, podem dizer 
respeito também a estas situações de 
mérito. 
® Atos Ordinatórios: art. 203, §4º do 
CPC: 
Não são praticados pelo juiz e independem 
de despacho. 
Exemplo: juntada e vista obrigatória 
Podem ser praticados pelo servidor 
(escrivão ou chefe de secretaria), e se 
necessário será revisto pelo juiz. 
 
Atos do escrivão ou do chefe de 
secretaria 
O juiz não conduz o processo sozinho, o 
escrivão ou chefe de secretaria é o principal 
auxiliar do juízo na condução da marcha 
processual. 
® São os chefes do ofício/ cartório. 
Eles praticam atos de documentação 
(documentam o ocorrido em audiência), 
atos de comunicação (citação, intimações, 
edital, postal, meio eletrônico) e atos de 
movimentação: art. 152 do CPC. 
® Art. 206 do CPC: 
O primeiro ato de documentação do 
processo é a autuação, após a petição inicial 
ser distribuída, o escrivão irá colocar capa 
na petição, surgindo então um volume. 
Caso o volume se torne muito grande, abre-
se outro. 
Ele também realiza os termos processuais 
(art. 208, CPC): vista, juntada, conclusão e 
recebimento. 
Forma dos termos processuais: arts. 209, 
210 e 211. 
® O escrivão/ chefe de secretaria é 
dotado de fé pública, vide art. 209, 
segunda parte. 
® o que ele falou, presume-se que 
aconteceu: certificará a ocorrência. 
 
 
 
Atos no tempo e no espaço. 
¨ Tempo dos atos. 
Quanto ao tempo, os atos processuais 
possuem momento e prazo próprios.® Momento a ser praticado o ato e o 
prazo fixado a ser praticado o 
respectivo ato. 
® Há ordem para a prática dos atos. 
® Segue a marcha processual. 
Art. 212 do CPC: Os atos serão realizados 
em Dias úteis, das 06h00 às 20h00. 
§1º- Serão concluídos após as 20h00 os atos 
iniciados antes, quando o adiamento 
prejudicar a diligência. 
® Se iniciou, termina o ato. 
§2º - Citações, intimações e penhoras 
podem ser feitas em férias forenses, feriados 
e dias úteis após as 20h. 
® Ou seja, podem ser praticados em 
QUALQUER DIA e QUALQUER 
HORÁRIO, desde que se respeite o 
direito fundamental da casa ser 
inviolável (art. 5º, XI, CF). 
§3º - atos praticados em autos físicos 
deverão ser protocolados no horário de 
funcionamento do fórum. Cada tribunal fixa 
o horário de funcionamento do fórum. 
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® Os processos físicos: até fechar o 
fórum. 
® Processos eletrônicos: até 23:59 do 
ultimo dia do prazo, art. 213. 
Férias e Feriados 
Férias Forense: são as férias coletivas (todo 
mundo junto). 
Quem possui férias coletivas? STF e 
Tribunais Superiores. 
® No mês de janeiro e julho 
Recesso do judiciário: do dia 20/12 a 06/01. 
® É estabelecido uma escala de 
plantão. 
® É para a 1º e 2º instância. 
Importante: nos juízos e tribunais de 2º grau, 
é VEDADO as férias coletivas, conforme 
dispõe o art. 93, XII da CF. 
® Para os advogados o recesso é do dia 
20/12 a 20/01, pois há a suspensão 
do prazo processual. Art. 220. 
 
® E o juiz? Possui 60 dias de férias por 
ano e também possui o recesso do 
judiciário. 
Art. 214 do CPC: Durante férias forenses e 
feriados em regra, não pode praticar os atos 
processuais, exceto: 
1. tutela de urgência. 
 
2. Art. 212, §2º: citação, intimação e 
penhora. 
Algumas ações também podem correr 
durante férias e feriados, como ação de 
alimentos, nomeação ou remoção de tutor 
ou curador. 
As exceções do artigo 215 não são 
exaustivas, o juiz analisando o caso 
concreto, dirá se o processo não se 
suspenderá ou se o ato poderá ser 
praticado. 
Art. 215 do CPC: Não se suspendem nas 
férias: 
I – Processo de jurisdição voluntária e os 
necessários à conservação dos direitos. 
II – Alimentos, remoção de tutor e curador, 
já que se trata de interesses de incapazes. 
III – que a lei determinar. 
® Trata-se de rol exemplificativo. 
 
¨ Conceito de feriado forense 
Art. 216 do CPC: feriados forenses, são os: 
1- Declarados em lei (nacional ou local); 
2- Sábados e domingos; 
3- Dias que não haja expediente 
forense. 
O Conceito é maior do que só “feriado”. 
Quando não se praticam atos processuais, 
com exceção daqueles acima. 
® Não corre prazo. 
Nas localidades onde houver recesso 
forense, será equiparado às férias, de modo 
que não haverá prática de atos processuais, 
especialmente audiências, e os prazos serão 
suspensos. 
Uma vez praticado o ato urgente, o 
processo continua suspenso. 
Os prazos, até mesmo nestes processos, 
não se iniciam durante as férias e feriados, 
havendo o início do prazo para o réu, com o 
fim das férias ou feriado. 
® O art. 220 ainda aduz que os prazos 
serão suspensos do dia 20 de 
dezembro ao dia 20 de janeiro. 
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Logo, há SUSPENSÃO dos atos: 
Quando há férias coletivas, recesso (1º e 2º 
instância funciona na escala de plantão) e 
feriados. 
¨ Lugar 
Em regra, os atos devem ser praticados na 
sede do juízo. 
® Edifício do fórum ou tribunal. 
 
® Art. 217 CPC: 
O mesmo dispositivo traz as exceções: 
1. Deferência. Ex. tomada de depoimento 
do Presidente da República, Governadores, 
Deputados. art. 454, CPC. 
2. Interesse da justiça: inspeção judicial. 
3. Natureza do ato. Ex. citação, intimação, 
perícia. 
4. Obstáculo arguido pelo interessado e 
acolhido pelo juiz. Ex. oitiva de pessoa 
incapaz de locomover-se, cumprimento de 
mandado de arrombamento no caso de 
obstáculo criado pela parte para penhora.

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