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Fundamentos de cirurgia Objetivos: • Cultivar a segurança do paciente e a consciência do impacto do erro humano sobre o fornecimento de serviços de saúde o Ex: cirurgia anorretal – paciente em posição ginecológica, com pernas para cima; pode causar praxia no nervo fibular da perna dependendo da posição do paciente durante a cirurgia; paciente fica com o pé caído - teria que fazer fisioterapia • Reconhecer as complicações associadas a pequenos procedimentos e nos pacientes em pós operatórios • Como conduzir o tratamento na presença das complicações Segurança do paciente • Dano ao paciente, em razão de erros médicos pode ser catastrófico e, em alguns casos, resultar em importantes consequências, não somente para o paciente, como também para o cirurgião e a instituição: o Pode ser que médico/ instituição tenham que pagar indenizações; erro médico pode conduzir a processo – sanção/ advertência no CRM; pode perder direito de exercer a profissão • A segurança do paciente é uma ciência que promove o uso da medicina com base em evidencias e do bom senso na tentativa de minimizar o impacto do erro humano sobre o fornecimento de serviços de rotina • Criaram-se protocolos, cargas horárias semanais – diminuíram carga horária com o intuito de diminuir erros, pois o cansaço interfere na conduta • Residente trabalha 60 horas semanais • Área da saúde é um sistema de alto risco o Potencial de catástrofe o Complexa e acoplada • Organização de alta confiabilidade o Pessoas se apoiam e confiam o Relações amigáveis e francas o Ambiente alegre/ leve/ respeitoso o Criatividade e objetos • Baixa taxa de ERROS • Potencial de risco para esquecer corpo estranho dentro do paciente na cirurgia – pacientes obesos, grandes cirurgias, cirurgias de emergência, troca de equipes (enfermagem/ cirurgiões), cirurgias longas: a comunicação entre equipe é primordial para diminuir erros Tipos de erros médicos • Episódio adverso – episódio que não deveria ocorrer; paciente de classificação asa 1 (sem comorbidade), que passa por procedimento pequeno e morre o Ex: cirurgia de pequeno/ médio porte, sem comorbidade morre após broncoaspiração – não teve devida atenção na recuperação pós anestésica • Negligência • Quase erro – durante cirurgia de colecistectomia por ex, disseca-se colédoco ao invés do cístico e quase causa uma lesão de via biliar, que pode ser catastrófico • Evento sentinela: o Quando ocorre algo com qualquer paciente, que deveria dar certo mas da errado o Ato inesperado que causa a morte ou lesão física ou psicológica grave o Lesão inclui perda de uma extremidade ou da função: ex – amputar a perna errada o Reações transfusionais o Local cirúrgico errado o Corpo estranho deixado ▪ Ex: conferir contagem de compressas no abdome durante cirurgia; todas as compressas tem linha azul radiopaca – para ser percebida no raio x/TC ▪ Ocibipoma – termo técnico para corpo estranho deixado em abdome Trabalho em equipe e comunicação • A importância de uma boa comunicação na prevenção do erro médico é inegável, entretanto, é difícil de conseguir. A hierarquia cirúrgica tradicional pode impedir que a pessoa da sala cirúrgica compartilhe informação importante em relação ao paciente • A hierarquia é importante, mas deve haver maleabilidade para que comunicação seja melhor e erros sejam amenizados Ferramentas de comunicação • Cirurgia segura salva vidas • Time out: antes da indução anestésica • Toda cirurgia teria que ter checklist antes idealmente Complicações: ➢ Introdução • Apesar do maior foco em melhorar a segurança do paciente e minimizar os erros médicos, é impossível eliminar completamente o erro humano. Esses erros resultam em complicações cirúrgicas que prolongam o curso da enfermidade, a internação e taxas de morbimortalidade ➢ Complicações em pequenos procedimentos • 1 – cateteres para acesso venoso central: todo médico deve saber fazer; aplicação de medicação de emergência, passar cateter para diálise - Chalin, Perniquete o Define-se por acesso venoso central o posicionamento de um dispositivo apropriado de acesso vascular cuja extremidade atinja a veia cava superior (pela subclávia ou jugular) ou inferior (pela femoral). A punção constitui uma prática importante nos pacientes traumatizados, em emergências cirúrgicas e doentes críticos que necessitam cuidados intensivos de ressuscitação o Etapas para reduzir as complicações incluem: ▪ Avaliar a indicação do acesso venoso profundo • Ex: drogas vasoconstritoras em eventos pressóricos/ cardíacos precisam ser administradas por acesso central – noradrenalina/ adrenalina na veia periférica podem causar vasoconstrição/ flebite/ necrose • Drogas vasodilatadoras – não precisa de veia central; pode ser feita na veia periférica ▪ Inserção do cateter deve ser feito por profissional experiente ou supervisionado por um ▪ Utilizar posição adequada e técnica estéril ▪ Realizar troca de cateter com indicação, não realização de troca como rotina • Só se tiver indícios/ sinais flogísticos/ sistêmicos – hiperemia, febre/ saída de secreção purulenta- troca sítio, pede hemocultura (normalmente é estefilococos), da antibiótico Complicações comuns do acesso venoso central ➢ Pneumotórax • Taxas de ocorrência de pneumotórax por punção da veia subclávia e jugular interna alcançam de 1 a 6% - por isso é preferível jugular/ femoral que subclávia • Quando paciente tem infecção local, pescoço curto, etc opta-se pela subclávia • Tratamento: o Pacientes estáveis com pneumotórax pequeno (<15% do volume total) – observação; ▪ Se no RX/TC há menos de 2 cm medido de pneumotórax; ▪ Paciente não intubado, com pressão positiva, não taquicárdico/ hipotenso, sem sinais de instabilidade hemodinâmica ▪ Não precisa drenar tórax ▪ Deixa paciente internado; faz raio x de controle nas próximas 24 horas; ▪ Organismo reabsorve pneumotórax com cicatrização da perfuração na pleura o Pacientes estáveis com pneumotórax moderados a volumosos; ▪ Drenar tórax o Pacientes instáveis ▪ Drenar tórax • Toracostomia com drenagem fechada em selo d´água • COMO PREVENIR o pneumotórax na punção do acesos venoso central o Posicionamento do paciente e técnica correta o Posição de Tredelemburg: membros em céfalo declive (para cima); torax do paciente inclinado para baixo (em torno de 30 graus), que ajuda no retorno venoso o Agulha inserida a 30 graus em em direção ao mamilo ipsilateral e vai aspirando – caso aspire sague arterial, tira-se, comprime o local por 3 minutos e tenta o acesso denovo o Carótida é medial e fica do lado da veia jugular, que é lateral – risco de puncioná-la por engano o Sangue da artéria – vermelho mais intenso que venoso; mais claro que venoso o Ao inserir demais o fio guia (metálico; guia cateter) pode causar fibrilação atrial o Prestar atenção aos batimentos cardíacos no monitor ao pegar o acesso o Se orientar pela respiração do paciente ao puncionar subclávia – pode perfurar pulmão e fazer pneumotórax o Para puncionar espera paciente expirar para ir inserindo – evita perfuração do pulmão o Subclávia – inserir agulha debaixo da clavícula; raspar osso por baixo, em direção a fúrcula esternal; inserir agulha entre terço médio e proximal da clavícula; o Femoral – sempre medial; artéria é lateral; ao puncionar, palpa pulso na região inguinal (artéria femoral); puncionar com agulha a 30 graus medialmente o Pegar subclávia/ tronco braquiocefalico – não consegue comprimir em caso de acidente de punção o Sempre pedir rx de controle após punção venosa profunda de subclávia/ jugular – verificar se não fez pneumotórax ➢ Arritmias • Tratamento: o Retirada fio guia do coração • Prevenção o Monitorização com ECG durante o procedimento• Punção arterial - Tratamento: o Compressão direta sobre ou próximo ao sítio de lesão arterial o Radiografia de tórax o Observação • Obs.: Buscar pelo sangue mais vinhoso – venoso ➢ Fio guia perdido • Tratamento: o Radiografia de tórax; o Observação rigorosa; o Retirada do cateter ou da guia por técnicas angiográficas - arteriografia • Sempre segurar ponta do fio guia do lado de fora para não introduzir inteiro no paciente – ele tem marcas para informar o quanto foi penetrado • Se fio entrar todo pode acabar dentro do coração, veia cava; pela femoral, pode ficar no abdome ➢ Ruptura da artéria pulmonar • Monitorização da pressão da artéria pulmonar – passa cateter de Swan Ganz – sufla balonete, que pode causar ruptura • Tratamento: o Reinsuflação do balonete; o Intubação orotraqueal + ventilação mecânica o Radiografia de Tórax o Avaliar toracotomia de urgência caso sangramento persista e seja abundante ➢ Embolia aérea • Raro • Ao terminar de introduzir cateter no lúmen, deixa fechado, e ao abri-lo aspirar sangue com seringa, não deixando entrar ar no sistema • O ar pode entrar na veia diretamente pela agulha de punção, durante a permanência do cateter na veia central, por desconexão ou fratura do cateter, e durante a sua retirada, pelo trajeto no subcutâneo • Paciente começa com arritmia cardíaca quando isso ocorre • Complicação dramática e fatal • Deve-se suspeitar nos pacientes com cateter venoso central que subitamente desenvolve hipoxemia inexplicável ou colapso cardiocirculatório. Ausculta cardíaca de som “triturante” • Tratamento: o Radiografia de tórax o Paciente colocado em posição de Tredelemburg, decúbito lateral esquerdo o Aspiração do ar no coração, ventrículo direito, através de cateter o Retirada por procedimento cirúrgico ou angiográfico ➢ Infecção relacionada ao cateter venoso central • A infecção local do cateter pode evoluir e se tornar sistêmica (sepse) • Tratamento: o Troca de cateter central na presença de sinais de infecção o Administra antibiótico; faz hemocultura o Faz cateter novo em outro lugar ➢ Cateteres arteriais • Monitoramento preciso da pressão sanguínea em anestesia ou medicina interna, coleta de gasometria arterial • Faz para PAI – pressão arterial invasiva; comum em UTIs; monitorizar pressão; insuflar braço do paciente com esfigmomanômetro pode causar edema/ lesão no paciente • Normalmente é colocado na artéria radial: PAI aparece no monitor • Complicações: trombose, hemorragia, espasmo arterial e infecção o Trombose ou embolização de áreas de extremidade – perda de um dígito, mão ou pé – normalmente periférico • Tratamento: o Trombose com isquemia é tratada com anticoagulante o Alguns pacientes há a necessidade de refazer o fluxo cirurgicamente ➢ Endoscopia e broncoscopia • Complicações da endoscopia: perfuração gastrointestinal ✓ Pacientes queixam de dor e desconforto abdominal já durante o exame, com intensificação de quadro após o término do mesmo – pode demorar 24/48 horas o Realizar radiografia de rotina de abdome agudo – pneumoperitônio/ pneumotórax (mais raro; ocorre através de punção no esôfago e perfuração do pulmão através disso) o Cirurgia aberta ou laparoscópica – drenar tórax o Obs.: no caso de perfurar esôfago, deixar paciente em dieta 0 – passar sonda nasogástrica de aspiração e drenar tórax pois pode complicar com mediastinite (grave) ✓ Pacientes que tem preparo adequado para o exame, e ocorre perfuração, permanecem com poucos sintomáticos e sem sinais de infecção – monitorização rigorosa; jejum; antibiótico de amplo espectro ✓ Obs.: não é incomum broncoscopia causar pneumotórax ✓ Complicações da broncoscopia: tamponamento brônquico, hipoxemia, pneumotórax, colapso local e sangramento • Pacientes com sangramento: resolução espontânea; endoscopia repetida para termocoagulação ou cola de fibrina • Paciente com pneumotórax: toracostomia com drenagem em selo d´água • Tamponamento ou colapso lobar: limpeza por broncoscopia • Obs.: tamponamento brônquico – durante broncoscopia profissional pode deslocar secreção para local do brônquio fonte/ bronquíolo terminal – vai ter que aspirar; paciente pode evoluir com dispneia, taquipneia, queda da saturação caso não se perceba de imediato ➢ Traqueostomia: • Auxilia o desmame do ventilador (pois acessa de maneira mais eficaz as vias aéreas; menos possibilidade de evoluir com pulmão de SARA), reduz tempo de internação na UTI e melhora a limpeza pulmonar • Complicação: fístula traqueoinominada no tronco braquioencefálico – fístula entre artéria inominada e essa artéria - sangramento para dentro da traqueia – sangue na arvore brônquica, mediastinite o Ocorre quando se faz acesso para traqueostomia muito baixo o Cirurgia torácica – controle da hemorragia • A partir do 10º dia intubado: quanto mais fica no ventilador, há acréscimo de risco de pneumonia associada a ventilação respiratória mecânica – faz-se traqueostomia • Se paciente vai ficar mais de 10 dias com o tubo – faz traqueostomia precoce • A partir de 13/14 dias – aumento do risco de complicações além da pneumonia, como estenose de traqueia (mais de 10/20 dias intubado) ➢ Gastrostomia endoscópica percutânea: • Endoscopista introduz endoscópio até estomago do paciente e por transiluminação ilumina estomago do paciente para a parede abdominal, e auxiliar faz incisão em cima do ponto luminoso para introduzir fio, e endoscopista puxa fio para dentro do estomago, e la dentro insufla o balonete da sonda de gastrostomia • Se a incisão for feita erroneamente – ex perfurar cólon – pode ocasionar extravasamento de fezes para dentro da cavidade abdominal do paciente • Complicações: peritonite e sepse abdominal; infecção da parede abdominal podendo evoluir com fascite necrotizante (sonda de gastrostomia pode causar infecção da pele do paciente e pegar fáscia – necrosectomia – retirar fáscia necrosada) • Tratamento: cirurgia para tratamento da peritonite e confecção de jejunostomia ➢ Drenagem pleural: • Drenagem torácica ou toracostomia com drenagem em selo d´água, consiste na colocação de um dreno na cavidade pleural. É realizado no pneumotórax (grande/ instável), hemotórax (independente da quantidade de sangue), efusões pleurais ou empiemas • Entra no 5º- espaço intercostal, na 5ª- costela do lado acometida, linha axilar média; entre 4ª e 5ª- costela, em cima da 5ª- costela, pois embaixo passa veia/ artéria/ nervo • Hemotórax: sangue não é reabsorvido rapidamente – meio de cultura para bactérias • Punção diagnóstica: não é pus; exsusato – indicação de drenagem pois está infectado • Complicações: o Analgesia e sedação inadequada; ideal sedar paciente e fazer anestesia local o Penetração incompleta da pleura (insere só no subcutâneo = ar no subcutâneo, que incha); o Laceração pulmão ou diafragma; o Deslizamento do dreno fora da posição: o Problemas mecânicos relacionados com a drenagem • Tratamento: prevenção, revisão diária do sistema de drenagem, radiografia de controle (sempre pedir para verificar se está no local certo, se não invadiu subcutâneo, ver se derrame pleura/ pneumotórax estão diminuindo) • Ex: Dreno pode parar dentro da cavidade abdominal, perfurar fígado – necessário realizar lavagem, retirar dreno, suturar fígado ➢ Lavagem peritoneal diagnóstica • Procedimento realizado em um trauma onde o paciente encontra-se hemodinamicamente instável com danos neurológicos e uma etiologia incerta para perda sanguínea, quando a ultrassonografia é incerta ou duvidosa • Suspeita de sangramento dentro da cavidade abdominal – faz-se pequena incisão para verificar • Não tem como fazer TC no momento • Paciente instável hemodinamicamente com sinais de choque hemorrágico – pode levardireto para centro cirúrgico e abrir o paciente ou pode fazer lavagem peritoneal • Insere-se agulha entre umbigo e região suprapúbica; pode abrir/fazer pequena incisão na região infraumbilical (3 dedos acima da sínfise púbica), abrir pele/ aponeurose, e chegando no peritônio e inserir sonda nasogástrica, estilar soro dentro do abdome, e depois aspirar o soro de volta – sangue claro (diagnóstico de abodome hemorrágico) – se não for sangue claro mandar para análise para ver se tem perfuração de vísceras (níveis aumentados de amilase/ fibras alimentares) • Complicações: punção do estomago/ bexiga; punção dos intestinos e ou vasos • Entre umbigo e região suprapubica, ou inserir sonda nasogástrica – sangue claro • Cuidados prévios aos procedimentos: cateterismo nasogástrico e vesical o Nasogástrica – não adianta muito • Tratamento: lesões intestinais e vasculares, requerem abordagem cirúrgica • Ideal é levantar aponeurose do paciente na hora de introduzir/ fazer lavado peritoneal – o melhor é inserir a sonda nasogástrica e não a agulha • Perfurou – tratamento é cirúrgico Complicações das biópsias: ➢ Biópsias de linfonodos • Complicações: sangramento; infecção; extravasamento linfático; seroma • Extravasamento linfático em caso de biópsia de linfonodo: sempre clampear, pois vaso linfático fica drenando • Biópsias de lipomas, linfonodos – pode deixar espaço morto grande – passível de acumular líquido/ exsudato/ transudato – dar seroma • Lipoma/ lesões grandes – dar ponto, aproximando subcutâneo e caso não de para aproximar deixar dreno de Penrose durante 2/3 dias e pedir para paciente voltar em 7 dias para retirar o dreno/ Complicações do sistema respiratório ➢ Atelectasia pulmonar • Principal causa de febre pós operatória (em 2º- vem infecção urinária) • Perda da capacidade residual funcional do pulmão • Normalmente ocorre em paciente com controle insatisfatório da dor no período pós operatório, cirurgias em abdome superior, contribui ao baixo esforço inspiratório (respiração de peixe fora d´água) e colapso dos lobos pulmonares inferiores • Predisposto a pneumonia no pós operatório • Tratamento: elevação da cabeceira 40 a 45 graus; Retirar paciente do leito; fisioterapia motoro-respiratória ➢ Aspiração pulmonar • Pneumonite e pneumonia o Pneumonite química – paciente sedado que broncoaspira secreções do esôfago/ estômago • Suporte de O2 e ventilação com pressão positiva • Broncoscopia com aspiração de conteúdo aspirado – sem broncoscopia de emergência, pode evoluir com pneumonite química e precisar de fazer uso de antibiótico de amplo espectro ➢ Pneumonia • Segunda infecção nosocomial mais comum e a mais comum em pacientes em ventilação mecânica – a primeira é ITU • Pacientes com quadro de febre, tosse com escarro purulento e radiografia de tórax normal • Tratamento: antibiótico de amplo espectro; avaliar escalonamento do antibiótico após cultura – subir de classe o antibótico • Prevenção para pneumonia pós operatória: analgesia epidural; pois pneumonia pós operatória se relaciona muito com hipoinsuflação decorrente da dor ➢ Pneumotórax/ hemotórax ➢ Lesão pulmonar aguda ➢ Síndrome da dificuldade respiratória aguda (SRDA) • Pulmão com piora do padrão respiratório; a FIO2 precisa ser aumentada no respirador artificial ou cateter nasal com mais O2; PaO2 piorando; evolui com febre, taquinpneia; padrão infiltrativo difuso do raio x • Tratamento: fisioterapia respiratória; pressão positiva; intubação + antibiótico quando fisioterapia nãõ adianta ➢ Embolia pulmonar: • Tratamento: anticoagulante; embolectomia • Prevenção – tratamento com anticoagulante prévio até 24 horas antes em pacientes que vão passar por grandes cirurgias, e 24 depois da cirurgia retoma anticoagulante, pois no pós operatório imediato tem risco de sangramento • Paciente obeso: compressão com meia elástica antes e durante cirurgia para que não ocorra trombose venosa profunda de membro inferior – pode levar a embolia pulmonar Complicações do Sistema cardíaco ➢ Arritmias cardíacas • Fibrilação atrial o Pré e pós operatória - principal o Controle da FA: beta bloqueadores e/ou bloqueador dos canais de cálcio; beta bloqueador pode dar hipotensão o Cardioversão (química/ elétrica – desfibrilador), instabilidade hemodinâmica • Arritmias ventriculares e outras taquiarritmias o FV - fibrilação ventricular – iniciar massagem cardíaca • Infarto agudo do miocárdio o Apresentação insidiosa ou clássica com falta de ar, angina grave e choque cardiogênico repentino. o ECG e dosagem de enzimas cardíacas o Terapêutica para IAM – morfina, O2, nitrato, AS, heparina.... • Hipertensão no pós operatório imediato – tratamento com anti-hipertensivo normal, e se paciente não melhorar usa-se vasodilatadores Complicações Sistema musculoesquelético • Síndrome compartimental das extremidades – principal complicação pós operatória; o Edema dos membros/ músculos que comprimem artéria/ veia o Impede fluxo de O2 através do sangue e membro começa a ficar inchado e doer; o Movimentação passiva – paciente sente dor; o Tratamento – fasciotomia – abrir fáscia para que edema diminua e para parar compressão de artéria/ veia • Úlceras de decúbito – formadas por paciente que não muda decúbito por mais de 2 horas; tem diversos graus Sistema hematológico • Reações transfusionais – transfusão de sangue errado; bolsa com problema o Febre, prurido, calafrios, rigidez muscular e insuficiência renal por mioglobinúria secundária a hemólise; sangue na urina; hipotensão o Tratamento com anti histamínico, analgésico o Não fazer transfusão quando paciente estiver com reação • Complicações infecciosas na transfusão • Sangramento incontrolável em razão de coagulopatia intravascular disseminada Síndrome compartimental abdominal • Manifesta-se por distensão abdominal progressiva seguida pelo aumento do pico de pressões nas vias aéreas, oligúria seguida por anúria e um desenvolvimento insidioso de hipertensão craniana • Instabilidade hemodinâmica, faz ilio (intestino não funcionar com motilidade de maneira adequada), acúmulo de fezes/ gases – aumenta pressão do abdome – alças sofrem – isquemia, insuficiência renal • Aumento da pressão intrabdominal – diminui retorno venoso/ debito cardíaco/ afluxo de sangue para rins – evoluem para insuficiência renal • Ex: pancreatite aguda – paciente começa a ter distensão abdominal • Mensuração da pressão intra abdominal (PIA) o PIA> 20mmHg – hipertensão intra abdominal; sem indicação absoluta de intervir o PIA entre 25 e 30 + sintoma = síndrome do compartimento abdominal – intervenção cirúrgica o Insere cateter vesical no paciente, insufla 100ml de água e abre o equipo do circuito, e através de régua mede-se quanto sobe soro, e converte isso para pressão em mercúrio • Laparotomia descompressiva para tratamento de síndrome do compartimento abdominal – deixa paciente em bolsa de Bogotá; 24-48 horas tenta-se fechar barriga do paciente; reavalia paciente; deixa em peritoniostomia; se depois de 72 horas não conseguir fechar paciente, evolui com hérnia Feridas, drenos e infecção ➢ Infecção da ferida (sítio cirúrgico) • Avaliação de antibiótico • Cuidados com a ferida operatória • Pus, hiperemia da região • Ferida contaminada X ferida infectada: o Contaminada – sem sintomas sistêmicos; só cuidados locais - antisséptico; sinais flogísticos, pus o Infectada – antibiótico; pus; sinais sistêmicos; febre, calafrio; maioria das vezes está infectada • Diagnóstico: cultura + sinais clínicos • Tratamento: lavar ferida e entrar com antibiótico ➢ Controle por drenagem cirúrgica: ✓ Indicações para drenagem cirúrgica: • Colapso do espaço morto em áreas de tecido redundante • Fornecer drenagem concentradade um abscesso ou sítio cirúrgico totalmente infectado • Fornecer aviso de alerta de vazamento de conteúdo da cavidade o Ex: enterectomia, paciente com diverticulite aguda que perfurou o intestino, e ressecou parte doente – resolve fazer colo colo nanastomose – mas cavidade havia extravasado fezes – pode deixar dreno sentinela, se começar a sair fezes/ secreção fétida teve problema na sutura • Controlar fístula estabelecida – deixar dreno para controlar fístula; verificar se ela fecha de acordo com o débito • Ex: abdome agudo inflamatório/ apendicite com sintoma há 10 dias, 7 dias de evolução, de maneira insidiosa e piorou, cheio de pus – drena, lava bem cavidade, e deixa um dreno se é por pus • Ex: deixar dreno em região axilar que se disseca linfonodo/ que fez dissecção grande do subcutâneo – para secreção diminuir e ter retração da cicatrização da ferida ✓ Drenos abertos • É aquele que possui interação com o meio, ou seja, necessária entrada de ar para o bom funcionamento do sistema • Dreno de penrose o Pode drenar transudato para colapsar espaço morto pós ressecção de linfonodo grande ✓ Drenos fechados • Não requer elementos externos adicionais para seu perfeito funcionamento, utiliza-se um sistema vedado, estéril conectado a extremidade do dreno, pode ser um frasco ou uma bolsa • Dreno de Blake – drenagem a vácuo • Dreno portovac - drenagem por sucção • Tem poros que aspiram continuamente, que podem aspirar alça de intestino e causar fístula – colocar no subcutâneo é mais seguros • Drenagem de abscesso hepático piogênico guiado por cateter pigtail: drenagem guiada por US/TC; ➢ Cateter urinário ✓ Indicações para cateterismo urinário: diagnósticas/ terapêuticas ✓ Complicações: o Formação de falso trajeto – pode perfurar uretra; não forçar quando houver resistência na passagem da sonda o Sangramentos uretrais – pode ser por insistência; o Infecção urinaria – caso não seja feito técnica antisséptica adequada o Bacteremia; o Edema e hematoma peniano e escrotal caso tenha perfuração da uretra e extravasamento de sangue • Sondagem vesical • Principais complicações ocorre no homem – uretra do pênis é maior ✓ Opções para realizar o cateterismo • Cateter de coudé • Guia para sonda de Foley • Cateterismo vesical endoscópico • Se penetrar de maneira errada, pode perfurar próstata ➢ Infecção urinária: • Segunda infecção mais comum nos pacientes em pós operatório, primeira causa nas infecções hospitalares em pacientes não cirúrgicos • ITU complicada e ITU não complicada o ITU não complicada: cistite; sintomas baixos somente; não precisa pedir exame de urina – sem sinal sistêmico; tratamento para casa; polaciúria, tenesmo vesical, estranguria o ITU complicada: sinais sistêmicos – febre, calafrio, leucocitose; acomete trato urinário superior • Diagnóstico: exame de imagem • Tratamento: abscesso renal – drenar; pielonefrite sem abscesso – antibiótico, internado ➢ Empiema • Empiema pleural corresponde ao acúmulo de pus na cavidade pleural • Surgem a partir de uma pneumonia, hemotórax retido, perfuração esofágica, tuberculose • Tratamento: drenar o Toracostomia por drenagem fechada em selo d´água o Caso paciente não melhore – toracoscopia videolaparoscopia – lavar, aspirar e deixar dreno ➢ Abscessos abdominais • Abscessos intra abdominais pós cirúrgicos X abscessos primários • Apresentam clínica de dor abdominal intermitente, febre, leucocitose e mudança de hábitos intestinais • Diagnóstico: sinais e sintomas o Avaliar necessidade de tomografia • Febre baixa vespertina – normalmente se relaciona com abscesso abdominal no pós operatório • Abscesso pequeno – não precisa necessariamente drenar; pode tratar com antibiótico • Grande – laparotomia • Tratamento: o Antibiótico o Drenagem percutânea guiada por TC o Cirurgia – drenagem de abscesso por laparotomia • Ex: paciente pós operatório de apendicectomia/ colectomia – tava com pus/ lavou bem e optou por não drenar - pode não drenar caso não queira logo após cirurgia; caso não tenha lavado de maneira eficiente, pode ficar um pouco de pus dentro da cavidade – febre baixa vespertina – pede-se tomografia de abdome para verificar abscesso ➢ Fascite necrotizante • Rara • Punção inadequada; lesão com antissepsia inadequada que evoluiu com infecção do local • Infecção pós operatória que evoluem com infecção fulminante do tecido mole • Apresentam nos casos mais graves: hipotensão, insuficiência renal, coagulopatia, insuficiência hepática, SDRA, necrose tecidual e erupções eritematosas • Tratamento: desbridamento cirúrgico agressivo; antibiótico de amplo espectro – pois bactéria se difunde pela fáscia –
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