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Segurança do paciente

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Fundamentos de cirurgia 
Objetivos: 
• Cultivar a segurança do paciente e a consciência do 
impacto do erro humano sobre o fornecimento de 
serviços de saúde 
o Ex: cirurgia anorretal – paciente em posição 
ginecológica, com pernas para cima; pode 
causar praxia no nervo fibular da perna 
dependendo da posição do paciente durante a 
cirurgia; paciente fica com o pé caído - teria 
que fazer fisioterapia 
• Reconhecer as complicações associadas a pequenos 
procedimentos e nos pacientes em pós operatórios 
• Como conduzir o tratamento na presença das 
complicações 
Segurança do paciente 
• Dano ao paciente, em razão de erros médicos pode ser 
catastrófico e, em alguns casos, resultar em importantes 
consequências, não somente para o paciente, como 
também para o cirurgião e a instituição: 
o Pode ser que médico/ instituição tenham que 
pagar indenizações; erro médico pode conduzir 
a processo – sanção/ advertência no CRM; 
pode perder direito de exercer a profissão 
• A segurança do paciente é uma ciência que promove o 
uso da medicina com base em evidencias e do bom 
senso na tentativa de minimizar o impacto do erro 
humano sobre o fornecimento de serviços de rotina 
• Criaram-se protocolos, cargas horárias semanais – 
diminuíram carga horária com o intuito de diminuir erros, 
pois o cansaço interfere na conduta 
• Residente trabalha 60 horas semanais 
 
• Área da saúde é um sistema de alto risco 
o Potencial de catástrofe 
o Complexa e acoplada 
• Organização de alta confiabilidade 
o Pessoas se apoiam e confiam 
o Relações amigáveis e francas 
o Ambiente alegre/ leve/ respeitoso 
o Criatividade e objetos 
• Baixa taxa de ERROS 
• Potencial de risco para esquecer corpo estranho dentro 
do paciente na cirurgia – pacientes obesos, grandes 
cirurgias, cirurgias de emergência, troca de equipes 
(enfermagem/ cirurgiões), cirurgias longas: a 
comunicação entre equipe é primordial para diminuir 
erros 
 
Tipos de erros médicos 
• Episódio adverso – episódio que não deveria ocorrer; 
paciente de classificação asa 1 (sem comorbidade), que 
passa por procedimento pequeno e morre 
o Ex: cirurgia de pequeno/ médio porte, sem 
comorbidade morre após broncoaspiração – 
não teve devida atenção na recuperação pós 
anestésica 
• Negligência 
• Quase erro – durante cirurgia de colecistectomia por 
ex, disseca-se colédoco ao invés do cístico e quase 
causa uma lesão de via biliar, que pode ser catastrófico 
• Evento sentinela: 
o Quando ocorre algo com qualquer paciente, 
que deveria dar certo mas da errado 
o Ato inesperado que causa a morte ou lesão 
física ou psicológica grave 
o Lesão inclui perda de uma extremidade ou da 
função: ex – amputar a perna errada 
o Reações transfusionais 
o Local cirúrgico errado 
o Corpo estranho deixado 
▪ Ex: conferir contagem de compressas 
no abdome durante cirurgia; todas as 
compressas tem linha azul radiopaca – 
para ser percebida no raio x/TC 
▪ Ocibipoma – termo técnico para 
corpo estranho deixado em abdome 
Trabalho em equipe e comunicação 
• A importância de uma boa comunicação na prevenção 
do erro médico é inegável, entretanto, é difícil de 
conseguir. A hierarquia cirúrgica tradicional pode impedir 
que a pessoa da sala cirúrgica compartilhe informação 
importante em relação ao paciente 
• A hierarquia é importante, mas deve haver maleabilidade 
para que comunicação seja melhor e erros sejam 
amenizados 
Ferramentas de comunicação 
• Cirurgia segura salva vidas 
• Time out: antes da indução anestésica 
• Toda cirurgia teria que ter checklist antes idealmente 
 
Complicações: 
➢ Introdução 
• Apesar do maior foco em melhorar a segurança do 
paciente e minimizar os erros médicos, é impossível 
eliminar completamente o erro humano. Esses erros 
resultam em complicações cirúrgicas que prolongam o 
curso da enfermidade, a internação e taxas de 
morbimortalidade 
 
➢ Complicações em pequenos procedimentos 
• 1 – cateteres para acesso venoso central: todo médico 
deve saber fazer; aplicação de medicação de 
emergência, passar cateter para diálise - Chalin, 
Perniquete 
o Define-se por acesso venoso central o 
posicionamento de um dispositivo apropriado 
de acesso vascular cuja extremidade atinja a 
veia cava superior (pela subclávia ou jugular) ou 
inferior (pela femoral). A punção constitui uma 
prática importante nos pacientes traumatizados, 
em emergências cirúrgicas e doentes críticos 
que necessitam cuidados intensivos de 
ressuscitação 
 
o Etapas para reduzir as complicações incluem: 
▪ Avaliar a indicação do acesso venoso 
profundo 
• Ex: drogas vasoconstritoras 
em eventos pressóricos/ 
cardíacos precisam ser 
administradas por acesso 
central – noradrenalina/ 
adrenalina na veia periférica 
podem causar 
vasoconstrição/ flebite/ 
necrose 
• Drogas vasodilatadoras – não 
precisa de veia central; pode 
ser feita na veia periférica 
▪ Inserção do cateter deve ser feito por 
profissional experiente ou 
supervisionado por um 
▪ Utilizar posição adequada e técnica 
estéril 
▪ Realizar troca de cateter com 
indicação, não realização de troca 
como rotina 
• Só se tiver indícios/ sinais 
flogísticos/ sistêmicos – 
hiperemia, febre/ saída de 
secreção purulenta- troca 
sítio, pede hemocultura 
(normalmente é 
estefilococos), da antibiótico 
Complicações comuns do acesso venoso central 
➢ Pneumotórax 
• Taxas de ocorrência de pneumotórax por punção da 
veia subclávia e jugular interna alcançam de 1 a 6% - por 
isso é preferível jugular/ femoral que subclávia 
• Quando paciente tem infecção local, pescoço curto, etc 
opta-se pela subclávia 
• Tratamento: 
o Pacientes estáveis com pneumotórax pequeno 
(<15% do volume total) – observação; 
▪ Se no RX/TC há menos de 2 cm 
medido de pneumotórax; 
▪ Paciente não intubado, com pressão 
positiva, não taquicárdico/ hipotenso, 
sem sinais de instabilidade 
hemodinâmica 
▪ Não precisa drenar tórax 
▪ Deixa paciente internado; faz raio x de 
controle nas próximas 24 horas; 
▪ Organismo reabsorve pneumotórax 
com cicatrização da perfuração na 
pleura 
o Pacientes estáveis com pneumotórax 
moderados a volumosos; 
▪ Drenar tórax 
o Pacientes instáveis 
▪ Drenar tórax 
• Toracostomia com drenagem fechada em selo d´água 
 
• COMO PREVENIR o pneumotórax na punção do acesos 
venoso central 
o Posicionamento do paciente e técnica correta 
o Posição de Tredelemburg: membros em céfalo 
declive (para cima); torax do paciente inclinado 
para baixo (em torno de 30 graus), que ajuda 
no retorno venoso 
o Agulha inserida a 30 graus em em direção ao 
mamilo ipsilateral e vai aspirando – caso aspire 
sague arterial, tira-se, comprime o local por 3 
minutos e tenta o acesso denovo 
o Carótida é medial e fica do lado da veia jugular, 
que é lateral – risco de puncioná-la por engano 
o Sangue da artéria – vermelho mais intenso que 
venoso; mais claro que venoso 
o Ao inserir demais o fio guia (metálico; guia 
cateter) pode causar fibrilação atrial 
o Prestar atenção aos batimentos cardíacos no 
monitor ao pegar o acesso 
o Se orientar pela respiração do paciente ao 
puncionar subclávia – pode perfurar pulmão e 
fazer pneumotórax 
o Para puncionar espera paciente expirar para ir 
inserindo – evita perfuração do pulmão 
o Subclávia – inserir agulha debaixo da clavícula; 
raspar osso por baixo, em direção a fúrcula 
esternal; inserir agulha entre terço médio e 
proximal da clavícula; 
o Femoral – sempre medial; artéria é lateral; ao 
puncionar, palpa pulso na região inguinal (artéria 
femoral); puncionar com agulha a 30 graus 
medialmente 
o Pegar subclávia/ tronco braquiocefalico – não 
consegue comprimir em caso de acidente de 
punção 
o Sempre pedir rx de controle após punção 
venosa profunda de subclávia/ jugular – 
verificar se não fez pneumotórax 
 
➢ Arritmias 
• Tratamento: 
o Retirada fio guia do coração 
• Prevenção 
o Monitorização com ECG durante o 
procedimento• Punção arterial - Tratamento: 
o Compressão direta sobre ou próximo ao sítio 
de lesão arterial 
o Radiografia de tórax 
o Observação 
• Obs.: Buscar pelo sangue mais vinhoso – venoso 
 
➢ Fio guia perdido 
• Tratamento: 
o Radiografia de tórax; 
o Observação rigorosa; 
o Retirada do cateter ou da guia por técnicas 
angiográficas - arteriografia 
• Sempre segurar ponta do fio guia do lado de fora para 
não introduzir inteiro no paciente – ele tem marcas para 
informar o quanto foi penetrado 
• Se fio entrar todo pode acabar dentro do coração, veia 
cava; pela femoral, pode ficar no abdome 
 
➢ Ruptura da artéria pulmonar 
• Monitorização da pressão da artéria pulmonar – passa 
cateter de Swan Ganz – sufla balonete, que pode 
causar ruptura 
• Tratamento: 
o Reinsuflação do balonete; 
o Intubação orotraqueal + ventilação mecânica 
o Radiografia de Tórax 
o Avaliar toracotomia de urgência caso 
sangramento persista e seja abundante 
 
➢ Embolia aérea 
• Raro 
• Ao terminar de introduzir cateter no lúmen, deixa 
fechado, e ao abri-lo aspirar sangue com seringa, não 
deixando entrar ar no sistema 
• O ar pode entrar na veia diretamente pela agulha de 
punção, durante a permanência do cateter na veia 
central, por desconexão ou fratura do cateter, e 
durante a sua retirada, pelo trajeto no subcutâneo 
• Paciente começa com arritmia cardíaca quando isso 
ocorre 
• Complicação dramática e fatal 
• Deve-se suspeitar nos pacientes com cateter venoso 
central que subitamente desenvolve hipoxemia 
inexplicável ou colapso cardiocirculatório. Ausculta 
cardíaca de som “triturante” 
• Tratamento: 
o Radiografia de tórax 
o Paciente colocado em posição de 
Tredelemburg, decúbito lateral esquerdo 
o Aspiração do ar no coração, ventrículo direito, 
através de cateter 
o Retirada por procedimento cirúrgico ou 
angiográfico 
 
➢ Infecção relacionada ao cateter venoso central 
• A infecção local do cateter pode evoluir e se tornar 
sistêmica (sepse) 
• Tratamento: 
o Troca de cateter central na presença de sinais 
de infecção 
o Administra antibiótico; faz hemocultura 
o Faz cateter novo em outro lugar 
 
➢ Cateteres arteriais 
• Monitoramento preciso da pressão sanguínea em 
anestesia ou medicina interna, coleta de gasometria 
arterial 
• Faz para PAI – pressão arterial invasiva; comum em 
UTIs; monitorizar pressão; insuflar braço do paciente 
com esfigmomanômetro pode causar edema/ lesão no 
paciente 
• Normalmente é colocado na artéria radial: PAI aparece 
no monitor 
• Complicações: trombose, hemorragia, espasmo arterial e 
infecção 
o Trombose ou embolização de áreas de 
extremidade – perda de um dígito, mão ou pé 
– normalmente periférico 
• Tratamento: 
o Trombose com isquemia é tratada com 
anticoagulante 
o Alguns pacientes há a necessidade de refazer 
o fluxo cirurgicamente 
 
➢ Endoscopia e broncoscopia 
• Complicações da endoscopia: perfuração gastrointestinal 
✓ Pacientes queixam de dor e desconforto 
abdominal já durante o exame, com 
intensificação de quadro após o término do 
mesmo – pode demorar 24/48 horas 
o Realizar radiografia de rotina de abdome agudo 
– pneumoperitônio/ pneumotórax (mais raro; 
ocorre através de punção no esôfago e 
perfuração do pulmão através disso) 
o Cirurgia aberta ou laparoscópica – drenar tórax 
o Obs.: no caso de perfurar esôfago, deixar 
paciente em dieta 0 – passar sonda 
nasogástrica de aspiração e drenar tórax pois 
pode complicar com mediastinite (grave) 
✓ Pacientes que tem preparo adequado para o 
exame, e ocorre perfuração, permanecem 
com poucos sintomáticos e sem sinais de 
infecção – monitorização rigorosa; jejum; 
antibiótico de amplo espectro 
✓ Obs.: não é incomum broncoscopia causar 
pneumotórax 
 
✓ Complicações da broncoscopia: tamponamento 
brônquico, hipoxemia, pneumotórax, colapso 
local e sangramento 
• Pacientes com sangramento: resolução espontânea; 
endoscopia repetida para termocoagulação ou cola de 
fibrina 
• Paciente com pneumotórax: toracostomia com 
drenagem em selo d´água 
• Tamponamento ou colapso lobar: limpeza por 
broncoscopia 
• Obs.: tamponamento brônquico – durante broncoscopia 
profissional pode deslocar secreção para local do 
brônquio fonte/ bronquíolo terminal – vai ter que 
aspirar; paciente pode evoluir com dispneia, taquipneia, 
queda da saturação caso não se perceba de imediato 
 
➢ Traqueostomia: 
• Auxilia o desmame do ventilador (pois acessa de 
maneira mais eficaz as vias aéreas; menos possibilidade 
de evoluir com pulmão de SARA), reduz tempo de 
internação na UTI e melhora a limpeza pulmonar 
• Complicação: fístula traqueoinominada no tronco 
braquioencefálico – fístula entre artéria inominada e essa 
artéria - sangramento para dentro da traqueia – sangue 
na arvore brônquica, mediastinite 
o Ocorre quando se faz acesso para 
traqueostomia muito baixo 
o Cirurgia torácica – controle da hemorragia 
• A partir do 10º dia intubado: quanto mais fica no 
ventilador, há acréscimo de risco de pneumonia 
associada a ventilação respiratória mecânica – faz-se 
traqueostomia 
• Se paciente vai ficar mais de 10 dias com o tubo – faz 
traqueostomia precoce 
• A partir de 13/14 dias – aumento do risco de 
complicações além da pneumonia, como estenose de 
traqueia (mais de 10/20 dias intubado) 
 
➢ Gastrostomia endoscópica percutânea: 
• Endoscopista introduz endoscópio até estomago do 
paciente e por transiluminação ilumina estomago do 
paciente para a parede abdominal, e auxiliar faz incisão 
em cima do ponto luminoso para introduzir fio, e 
endoscopista puxa fio para dentro do estomago, e la 
dentro insufla o balonete da sonda de gastrostomia 
• Se a incisão for feita erroneamente – ex perfurar cólon 
– pode ocasionar extravasamento de fezes para dentro 
da cavidade abdominal do paciente 
• Complicações: peritonite e sepse abdominal; infecção da 
parede abdominal podendo evoluir com fascite 
necrotizante (sonda de gastrostomia pode causar 
infecção da pele do paciente e pegar fáscia – 
necrosectomia – retirar fáscia necrosada) 
• Tratamento: cirurgia para tratamento da peritonite e 
confecção de jejunostomia 
 
➢ Drenagem pleural: 
• Drenagem torácica ou toracostomia com drenagem em 
selo d´água, consiste na colocação de um dreno na 
cavidade pleural. É realizado no pneumotórax (grande/ 
instável), hemotórax (independente da quantidade de 
sangue), efusões pleurais ou empiemas 
• Entra no 5º- espaço intercostal, na 5ª- costela do lado 
acometida, linha axilar média; entre 4ª e 5ª- costela, em 
cima da 5ª- costela, pois embaixo passa veia/ artéria/ 
nervo 
• Hemotórax: sangue não é reabsorvido rapidamente – 
meio de cultura para bactérias 
• Punção diagnóstica: não é pus; exsusato – indicação de 
drenagem pois está infectado 
• Complicações: 
o Analgesia e sedação inadequada; ideal sedar 
paciente e fazer anestesia local 
o Penetração incompleta da pleura (insere só no 
subcutâneo = ar no subcutâneo, que incha); 
o Laceração pulmão ou diafragma; 
o Deslizamento do dreno fora da posição: 
o Problemas mecânicos relacionados com a 
drenagem 
• Tratamento: prevenção, revisão diária do sistema de 
drenagem, radiografia de controle (sempre pedir para 
verificar se está no local certo, se não invadiu 
subcutâneo, ver se derrame pleura/ pneumotórax estão 
diminuindo) 
• Ex: Dreno pode parar dentro da cavidade abdominal, 
perfurar fígado – necessário realizar lavagem, retirar 
dreno, suturar fígado 
 
➢ Lavagem peritoneal diagnóstica 
• Procedimento realizado em um trauma onde o paciente 
encontra-se hemodinamicamente instável com danos 
neurológicos e uma etiologia incerta para perda 
sanguínea, quando a ultrassonografia é incerta ou 
duvidosa 
• Suspeita de sangramento dentro da cavidade abdominal 
– faz-se pequena incisão para verificar 
• Não tem como fazer TC no momento 
• Paciente instável hemodinamicamente com sinais de 
choque hemorrágico – pode levardireto para centro 
cirúrgico e abrir o paciente ou pode fazer lavagem 
peritoneal 
• Insere-se agulha entre umbigo e região suprapúbica; 
pode abrir/fazer pequena incisão na região infraumbilical 
(3 dedos acima da sínfise púbica), abrir pele/ 
aponeurose, e chegando no peritônio e inserir sonda 
nasogástrica, estilar soro dentro do abdome, e depois 
aspirar o soro de volta – sangue claro (diagnóstico de 
abodome hemorrágico) – se não for sangue claro 
mandar para análise para ver se tem perfuração de 
vísceras (níveis aumentados de amilase/ fibras 
alimentares) 
• Complicações: punção do estomago/ bexiga; punção 
dos intestinos e ou vasos 
• Entre umbigo e região suprapubica, ou inserir sonda 
nasogástrica – sangue claro 
• Cuidados prévios aos procedimentos: cateterismo 
nasogástrico e vesical 
o Nasogástrica – não adianta muito 
• Tratamento: lesões intestinais e vasculares, requerem 
abordagem cirúrgica 
• Ideal é levantar aponeurose do paciente na hora de 
introduzir/ fazer lavado peritoneal – o melhor é inserir a 
sonda nasogástrica e não a agulha 
• Perfurou – tratamento é cirúrgico 
Complicações das biópsias: 
➢ Biópsias de linfonodos 
• Complicações: sangramento; infecção; extravasamento 
linfático; seroma 
• Extravasamento linfático em caso de biópsia de 
linfonodo: sempre clampear, pois vaso linfático fica 
drenando 
• Biópsias de lipomas, linfonodos – pode deixar espaço 
morto grande – passível de acumular líquido/ exsudato/ 
transudato – dar seroma 
• Lipoma/ lesões grandes – dar ponto, aproximando 
subcutâneo e caso não de para aproximar deixar dreno 
de Penrose durante 2/3 dias e pedir para paciente voltar 
em 7 dias para retirar o dreno/ 
Complicações do sistema respiratório 
➢ Atelectasia pulmonar 
• Principal causa de febre pós operatória (em 2º- vem 
infecção urinária) 
• Perda da capacidade residual funcional do pulmão 
• Normalmente ocorre em paciente com controle 
insatisfatório da dor no período pós operatório, cirurgias 
em abdome superior, contribui ao baixo esforço 
inspiratório (respiração de peixe fora d´água) e colapso 
dos lobos pulmonares inferiores 
• Predisposto a pneumonia no pós operatório 
• Tratamento: elevação da cabeceira 40 a 45 graus; 
Retirar paciente do leito; fisioterapia motoro-respiratória 
 
➢ Aspiração pulmonar 
• Pneumonite e pneumonia 
o Pneumonite química – paciente sedado que 
broncoaspira secreções do esôfago/ estômago 
• Suporte de O2 e ventilação com pressão positiva 
• Broncoscopia com aspiração de conteúdo aspirado – 
sem broncoscopia de emergência, pode evoluir com 
pneumonite química e precisar de fazer uso de 
antibiótico de amplo espectro 
 
➢ Pneumonia 
• Segunda infecção nosocomial mais comum e a mais 
comum em pacientes em ventilação mecânica – a 
primeira é ITU 
• Pacientes com quadro de febre, tosse com escarro 
purulento e radiografia de tórax normal 
• Tratamento: antibiótico de amplo espectro; avaliar 
escalonamento do antibiótico após cultura – subir de 
classe o antibótico 
• Prevenção para pneumonia pós operatória: analgesia 
epidural; pois pneumonia pós operatória se relaciona 
muito com hipoinsuflação decorrente da dor 
 
➢ Pneumotórax/ hemotórax 
➢ Lesão pulmonar aguda 
➢ Síndrome da dificuldade respiratória aguda 
(SRDA) 
• Pulmão com piora do padrão respiratório; a 
FIO2 precisa ser aumentada no respirador 
artificial ou cateter nasal com mais O2; PaO2 
piorando; evolui com febre, taquinpneia; padrão 
infiltrativo difuso do raio x 
• Tratamento: fisioterapia respiratória; pressão 
positiva; intubação + antibiótico quando 
fisioterapia nãõ adianta 
➢ Embolia pulmonar: 
• Tratamento: anticoagulante; embolectomia 
• Prevenção – tratamento com anticoagulante 
prévio até 24 horas antes em pacientes que 
vão passar por grandes cirurgias, e 24 depois 
da cirurgia retoma anticoagulante, pois no pós 
operatório imediato tem risco de sangramento 
• Paciente obeso: compressão com meia elástica 
antes e durante cirurgia para que não ocorra 
trombose venosa profunda de membro inferior 
– pode levar a embolia pulmonar 
Complicações do Sistema cardíaco 
➢ Arritmias cardíacas 
• Fibrilação atrial 
o Pré e pós operatória - principal 
o Controle da FA: beta bloqueadores e/ou 
bloqueador dos canais de cálcio; beta 
bloqueador pode dar hipotensão 
o Cardioversão (química/ elétrica – desfibrilador), 
instabilidade hemodinâmica 
• Arritmias ventriculares e outras taquiarritmias 
o FV - fibrilação ventricular – iniciar massagem 
cardíaca 
• Infarto agudo do miocárdio 
o Apresentação insidiosa ou clássica com falta de 
ar, angina grave e choque cardiogênico 
repentino. 
o ECG e dosagem de enzimas cardíacas 
o Terapêutica para IAM – morfina, O2, nitrato, 
AS, heparina.... 
• Hipertensão no pós operatório imediato – tratamento 
com anti-hipertensivo normal, e se paciente não 
melhorar usa-se vasodilatadores 
Complicações Sistema musculoesquelético 
• Síndrome compartimental das extremidades – principal 
complicação pós operatória; 
o Edema dos membros/ músculos que 
comprimem artéria/ veia 
o Impede fluxo de O2 através do sangue e 
membro começa a ficar inchado e doer; 
o Movimentação passiva – paciente sente dor; 
o Tratamento – fasciotomia – abrir fáscia para 
que edema diminua e para parar compressão 
de artéria/ veia 
• Úlceras de decúbito – formadas por paciente que não 
muda decúbito por mais de 2 horas; tem diversos graus 
Sistema hematológico 
• Reações transfusionais – transfusão de sangue errado; 
bolsa com problema 
o Febre, prurido, calafrios, rigidez muscular e 
insuficiência renal por mioglobinúria secundária 
a hemólise; sangue na urina; hipotensão 
o Tratamento com anti histamínico, analgésico 
o Não fazer transfusão quando paciente estiver 
com reação 
• Complicações infecciosas na transfusão 
• Sangramento incontrolável em razão de coagulopatia 
intravascular disseminada 
Síndrome compartimental abdominal 
• Manifesta-se por distensão abdominal progressiva 
seguida pelo aumento do pico de pressões nas vias 
aéreas, oligúria seguida por anúria e um 
desenvolvimento insidioso de hipertensão craniana 
• Instabilidade hemodinâmica, faz ilio (intestino não 
funcionar com motilidade de maneira adequada), 
acúmulo de fezes/ gases – aumenta pressão do 
abdome – alças sofrem – isquemia, insuficiência renal 
• Aumento da pressão intrabdominal – diminui retorno 
venoso/ debito cardíaco/ afluxo de sangue para rins – 
evoluem para insuficiência renal 
• Ex: pancreatite aguda – paciente começa a ter 
distensão abdominal 
• Mensuração da pressão intra abdominal (PIA) 
o PIA> 20mmHg – hipertensão intra abdominal; 
sem indicação absoluta de intervir 
o PIA entre 25 e 30 + sintoma = síndrome do 
compartimento abdominal – intervenção 
cirúrgica 
o Insere cateter vesical no paciente, insufla 100ml 
de água e abre o equipo do circuito, e através 
de régua mede-se quanto sobe soro, e 
converte isso para pressão em mercúrio 
 
• Laparotomia descompressiva para tratamento de 
síndrome do compartimento abdominal – deixa paciente 
em bolsa de Bogotá; 24-48 horas tenta-se fechar 
barriga do paciente; reavalia paciente; deixa em 
peritoniostomia; se depois de 72 horas não conseguir 
fechar paciente, evolui com hérnia 
Feridas, drenos e infecção 
➢ Infecção da ferida (sítio cirúrgico) 
• Avaliação de antibiótico 
• Cuidados com a ferida operatória 
• Pus, hiperemia da região 
• Ferida contaminada X ferida infectada: 
o Contaminada – sem sintomas sistêmicos; só 
cuidados locais - antisséptico; sinais flogísticos, 
pus 
o Infectada – antibiótico; pus; sinais sistêmicos; 
febre, calafrio; maioria das vezes está infectada 
• Diagnóstico: cultura + sinais clínicos 
• Tratamento: lavar ferida e entrar com antibiótico 
 
➢ Controle por drenagem cirúrgica: 
✓ Indicações para drenagem cirúrgica: 
• Colapso do espaço morto em áreas de tecido 
redundante 
• Fornecer drenagem concentradade um abscesso ou 
sítio cirúrgico totalmente infectado 
• Fornecer aviso de alerta de vazamento de conteúdo da 
cavidade 
o Ex: enterectomia, paciente com diverticulite 
aguda que perfurou o intestino, e ressecou 
parte doente – resolve fazer colo colo 
nanastomose – mas cavidade havia extravasado 
fezes – pode deixar dreno sentinela, se 
começar a sair fezes/ secreção fétida teve 
problema na sutura 
• Controlar fístula estabelecida – deixar dreno para 
controlar fístula; verificar se ela fecha de acordo com o 
débito 
• Ex: abdome agudo inflamatório/ apendicite com sintoma 
há 10 dias, 7 dias de evolução, de maneira insidiosa e 
piorou, cheio de pus – drena, lava bem cavidade, e 
deixa um dreno se é por pus 
• Ex: deixar dreno em região axilar que se disseca 
linfonodo/ que fez dissecção grande do subcutâneo – 
para secreção diminuir e ter retração da cicatrização da 
ferida 
 
✓ Drenos abertos 
• É aquele que possui interação com o meio, ou seja, 
necessária entrada de ar para o bom funcionamento do 
sistema 
• Dreno de penrose 
o Pode drenar transudato para colapsar espaço 
morto pós ressecção de linfonodo grande 
 
✓ Drenos fechados 
• Não requer elementos externos adicionais para seu 
perfeito funcionamento, utiliza-se um sistema vedado, 
estéril conectado a extremidade do dreno, pode ser um 
frasco ou uma bolsa 
• Dreno de Blake – drenagem a vácuo 
• Dreno portovac - drenagem por sucção 
• Tem poros que aspiram continuamente, que podem 
aspirar alça de intestino e causar fístula – colocar no 
subcutâneo é mais seguros 
• Drenagem de abscesso hepático piogênico guiado por 
cateter pigtail: drenagem guiada por US/TC; 
 
➢ Cateter urinário 
✓ Indicações para cateterismo urinário: diagnósticas/ 
terapêuticas 
✓ Complicações: 
o Formação de falso trajeto – pode perfurar 
uretra; não forçar quando houver resistência 
na passagem da sonda 
o Sangramentos uretrais – pode ser por 
insistência; 
o Infecção urinaria – caso não seja feito técnica 
antisséptica adequada 
o Bacteremia; 
o Edema e hematoma peniano e escrotal caso 
tenha perfuração da uretra e extravasamento 
de sangue 
• Sondagem vesical 
• Principais complicações ocorre no homem – uretra do 
pênis é maior 
 
✓ Opções para realizar o cateterismo 
• Cateter de coudé 
• Guia para sonda de Foley 
• Cateterismo vesical endoscópico 
• Se penetrar de maneira errada, pode perfurar próstata 
 
➢ Infecção urinária: 
• Segunda infecção mais comum nos pacientes em pós 
operatório, primeira causa nas infecções hospitalares em 
pacientes não cirúrgicos 
• ITU complicada e ITU não complicada 
o ITU não complicada: cistite; sintomas baixos 
somente; não precisa pedir exame de urina – 
sem sinal sistêmico; tratamento para casa; 
polaciúria, tenesmo vesical, estranguria 
o ITU complicada: sinais sistêmicos – febre, 
calafrio, leucocitose; acomete trato urinário 
superior 
• Diagnóstico: exame de imagem 
• Tratamento: abscesso renal – drenar; pielonefrite sem 
abscesso – antibiótico, internado 
 
➢ Empiema 
• Empiema pleural corresponde ao acúmulo de pus na 
cavidade pleural 
• Surgem a partir de uma pneumonia, hemotórax retido, 
perfuração esofágica, tuberculose 
• Tratamento: drenar 
o Toracostomia por drenagem fechada em selo 
d´água 
o Caso paciente não melhore – toracoscopia 
videolaparoscopia – lavar, aspirar e deixar 
dreno 
 
➢ Abscessos abdominais 
• Abscessos intra abdominais pós cirúrgicos X abscessos 
primários 
• Apresentam clínica de dor abdominal intermitente, febre, 
leucocitose e mudança de hábitos intestinais 
• Diagnóstico: sinais e sintomas 
o Avaliar necessidade de tomografia 
• Febre baixa vespertina – normalmente se relaciona com 
abscesso abdominal no pós operatório 
• Abscesso pequeno – não precisa necessariamente 
drenar; pode tratar com antibiótico 
• Grande – laparotomia 
• Tratamento: 
o Antibiótico 
o Drenagem percutânea guiada por TC 
o Cirurgia – drenagem de abscesso por 
laparotomia 
• Ex: paciente pós operatório de apendicectomia/ 
colectomia – tava com pus/ lavou bem e optou por não 
drenar - pode não drenar caso não queira logo após 
cirurgia; caso não tenha lavado de maneira eficiente, 
pode ficar um pouco de pus dentro da cavidade – febre 
baixa vespertina – pede-se tomografia de abdome para 
verificar abscesso 
 
➢ Fascite necrotizante 
• Rara 
• Punção inadequada; lesão com antissepsia inadequada 
que evoluiu com infecção do local 
• Infecção pós operatória que evoluem com infecção 
fulminante do tecido mole 
• Apresentam nos casos mais graves: hipotensão, 
insuficiência renal, coagulopatia, insuficiência hepática, 
SDRA, necrose tecidual e erupções eritematosas 
• Tratamento: desbridamento cirúrgico agressivo; 
antibiótico de amplo espectro – pois bactéria se difunde 
pela fáscia 
–

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