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Apostila-IFCE-2021-2

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Apostila Concurso IFCE 2021 
ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 
1 
www.apostilasmetodo.com.br 
Sumário 
LÍNGUA PORTUGUESA ..................................................................................................... 3 
Compreensão e interpretação de textos literários e/ou informativos; Recursos estilÌsticos 
(ou figuras de linguagem); Coesão e coerência; .................................................................. 4 
Ortografia: uso dos acentos gráficos; Grafia de palavras. ................................................. 49 
Uso do sinal indicativo de crase ........................................................................................ 66 
Morfologia: classes gramaticais e processos de flexão das palavras ................................. 73 
Sintaxe de concordância e regência. ............................................................................... 137 
Uso dos sinais de pontuação; Semântica: sinonímia, antonímia, homonímia, paronímia; 
Polissemia (denotação e conotação)............................................................................... 166 
Redação de correspondÍncias oficiais. ............................................................................. 187 
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA ............................................................................................. 212 
Código de ética do Servidor Público (Decreto Federal nº 1.171, de 22 de junho de 1194)..
 ....................................................................................................................................... 212 
Regime Jurídico Único (Lei n° 8.112, de 11 de dezembro de 1990) ................................... 218 
Processo Administrativo no âmbito da Administração Pública Federal (Lei n° 9.784, de 29 
de janeiro de 1999). ........................................................................................................ 298 
Lei n° 11.892, de 29 de dezembro de 2008: 1. Seção II - Das Finalidades e Características dos 
Institutos Federais; 2. Seção III - Dos Objetivos dos Institutos Federais; 3. Seção IV - Da 
Estrutura Organizacional dos Institutos Federais. ........................................................... 317 
Estruturação do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação (Lei nº 
11.091, de 12 de janeiro de 2005). .................................................................................. 322 
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS ................................................................................... 332 
Raciocínio Lógico: Estruturas lógicas básicas: Proposições e Conectivos; Implição e 
equivalência lógicas; Regras de dedução. ....................................................................... 333 
Aritmética básica e relação de ordem nos inteiros .......................................................... 371 
Noções básicas de conjuntos .......................................................................................... 377 
Análise combinatória ..................................................................................................... 386 
Noçõees de Informática: Conhecimentos básicos de informática (Hardware e software) 401 
Sistema operacional de computadores (Windows) ......................................................... 416 
Linux .............................................................................................................................. 443 
Software livre e proprietários. ........................................................................................ 452 
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2 
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Organização e gerenciamento de informações, arquivos e pastas .................................. 454 
Editores de texto ............................................................................................................ 457 
Planilhas eletrônicas ...................................................................................................... 502 
Editor de apresentação eletrônica de slide ..................................................................... 535 
Gerenciador de banco de dados ...................................................................................... 543 
Internet e intranet .......................................................................................................... 552 
E-mail ............................................................................................................................. 562 
Conhecimentos básicos de segurança da informação ..................................................... 571 
Dispositivos de armazenamento ..................................................................................... 584 
Noções de Administração: Administração: Conceito, Objetivo, Princípios Básicos e Funções
 ....................................................................................................................................... 586 
Tipos de organização. Teoria Geral dos Sistemas ............................................................ 590 
Gestão de Pessoas .......................................................................................................... 595 
Noções de Planejamento estratégico; Administração da Qualidade ............................... 610 
Noções de Arquivo .......................................................................................................... 614 
Ética e Responsabilidade Social. ..................................................................................... 656 
Noções Básicas de Legislação: Normas Constitucionais sobre Administração Pública e 
servidores públicos (Constituição Federal/88, com suas alterações)................................ 658 
Licitações e Contratos (Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e suas alterações) ............. 672 
Noções de Direito Administrativo: Princípios .................................................................. 696 
Atos Administrativos ...................................................................................................... 700 
Servidores públicos ......................................................................................................... 710 
Administração Pública; Ética no serviço público. ............................................................. 730 
 
 
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LÍNGUA PORTUGUESA 
 
 
 
 
 
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Compreensão e interpretação de textos literários e/ou informativos; Recursos estilÌsticos 
(ou figuras de linguagem); Coesão e coerência; 
 
Texto, Contexto e Elementos Paratextuais 
Você já se perguntou o que é, de fato, um texto? Geralmente, entendemos o texto como um conjunto 
de frases, ou seja, algo que foi feito para ser lido. Mas a definição de texto não é tão simples quanto 
parece. 
Imagine, por exemplo, que você está lendo um livro e, de repente, encontra em uma página qualquer 
um papel com a palavra “madeira”. Ora, certamente você ficará intrigado ou simplesmente não dará 
importância a isso. 
Agora, vamos imaginar outra situação: você está no meio de uma floresta e ouve alguém gritar: 
“Madeira!”. Bem, se você pretende preservar sua vida, sua reação imediata é sair correndo. Isso 
acontece porque a situação em que você se encontra levou-o a interpretar o grito como um sinal de 
alerta. 
A partir desses exemplos simples, podemos chegar a algumas conclusões importantes: 
1º - os textos não são apenas escritos, eles também podem ser orais; 
2º - os textos não são simples amontoados de palavras ou frases, ou seja, eles precisam fazer sentido. 
Na segunda situação, uma única palavra foi capaz de transmitir uma mensagem de sentido completo, 
por isso ela pode ser considerada um texto. Mas o que leva um texto a fazer sentido? 
Existem elementos quenos ajudam a interpretar os textos que estão a nossa volta, mas para que se 
possa compreender bem um texto é necessário identificar o contexto (social, cultural, estético, 
político) no qual ele está inserido. 
O contexto pode ser explícito, quando é expresso por palavras (o texto em que se encontra a frase ou 
a frase em que se encontra a palavra), ou implícito, quando está embutido na situação em que o texto 
é produzido. Logo, a simples mudança de contexto faz com que a palavra “madeira” seja interpretada 
de maneiras diferentes. Na primeira situação, embora a palavra esteja dentro de um livro, ela está 
totalmente fora decontexto, por isso não produz sentido algum. 
Para deixar ainda mais claro, numa frase o que seria o contexto e qual importância dele. Observe o 
seguinte enunciado: 
“Que belo dia!” 
Sem se levar em conta o contexto, não se pode explicar o sentido desta frase. Poderia se imaginar que 
ela poderia se referir a um dia agradável, que a rotina flui sem imprevistos, ou poderia ter sido dita por 
alguém que ganhou na loteria. Não se sabe a que contexto se refere, se a um dia de sol após um 
período chuvoso ou se é um dia de chuva após meses de sol escaldante. Como não foi apresentada a 
situação em que esse enunciado foi proferido, há várias possibilidades de sentido nesta frase. 
Observe o texto abaixo retirado de um site de notícias: 
Por Bernardo Caram,G1, Brasília 11/12/2016 
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“Delator da Odebrecht cita doações não declaradas a mais de 30 políticos 
Em informações prestadas ao Ministério Público Federal (MPF) para a assinatura de acordo de delação 
premiada, o ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho apresentou valores 
repassados a políticos com a finalidade de obter vantagens para a empreiteira. 
O depoimento, que veio a público na sextafeira (9), traz nomes, valores, circunstâncias e motivação dos 
repasses. Parte dos recursos foi paga por meio de doações eleitorais oficiais, mas também há registro 
de propina e de caixa 2. 
Em alguns casos, como o dos senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Renan Calheiros (PMDB-AL), o 
dinheiro era entregue a uma pessoa, mas serviria para abastecer um grupo dentro do partido. Em 
outros casos, não é possível identificar se a doação foi oficial. 
Cláudio atuava na relação da Odebrecht com o Congresso Nacional. Segundo ele, alguns pagamentos 
eram feitos para garantir aaprovação de projetos de interesse da empreiteira. ” 
Para compreendermos melhor sobre a informação retratada no texto é necessário que estejamos 
atentos a situação política do nosso país. 
Conhecimento de mundo 
Ao longo de sua vida, o leitor adquire conhecimentos utilizados durante a leitura dos extos. O leitor 
constrói o sentido do texto quando articula diferentes níveis de conhecimento, entre eles o 
conhecimento de mundo. Esse tipo de conhecimento costuma ser adquirido informalmente, através 
de nossas experiências pessoais e convívio em sociedade. Ativar seu conhecimento de mundo no 
momento certo pode ser útil tanto para salvar sua vida no meio da floresta ou para resolver questões 
de concursos. 
Agora observe a seguinte imagem: 
 
O texto é uma propaganda de um adoçante que tem o seguinte mote: “Mude sua embalagem”. A 
propaganda utiliza recursos “verbais” e “não verbais”. Os recursos verbais referem-se à palavra 
“açúcar”, escrita no saco, e ao slogan “mude sua embalagem”. O conteúdo verbal da propaganda é 
reforçado pela parte não verbal, ou seja, a imagem do saco de açúcar semelhante a uma barriga gorda, 
que contrasta com a imagem do adoçante no canto inferior, bem fininho. 
 
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Textos verbais e visuais 
Até aqui, vimos que os textos podem ser orais ou escritos. Mas essa noção precisa ser ampliada, pois 
há textos que não contam com o auxílio da palavra, seja ela escrita ou oral. É o caso, por exemplo, da 
fotografia e da pintura. Dizemos, então, que há textos verbais e visuais. Há ainda textos que utilizam 
os dois recursos, como no exemplo anterior, assim também como os filmes, que usam imagens, 
diálogos e legendas. 
Então, chegamos a conceito de texto mais ampliado e consistente: todo enunciado que faz sentido 
para um determinado grupo em uma determinada situação. No concurso, essa noção mais moderna 
de texto é a que vale. 
Em resumo temos que: 
Texto: Tomando como definição de texto a de Costa Val (1999:3), para quem “texto é uma ocorrência 
linguística, falada ou escrita, de qualquer extensão, dotado de unidades sócio comunicativa semântica 
e formal”. 
Contexto: O contexto situacional é formado por informações que estão fora do texto, sejam elas 
históricas, geográficas, sociológicas, literárias. Ele é essencial para uma leitura mais eficaz, 
aproximando o interlocutor/leitor do sentido que o locutor/escritor quis imprimir ao texto. 
Além do texto e do contexto temos ainda os elementos paratextuais. A sabedoria popular diz que não 
devemos “julgar um livro pela capa”. Isso acontece porque muitas vezes a capa de um livro acaba 
despertando ou não nosso interesse pelo texto. Porém, quando abrimos um livro, podemos nos 
deparar com outros elementos, como contracapa, biografia do autor, prefácio, dedicatória, índice, 
notas de rodapé, citações, posfácio e ilustrações. Esses elementos que margeiam o texto são chamados 
de elementos paratextuais. 
Portanto, paratextos são elementos que estão para além do texto, ou seja, informações que 
acompanham uma obra. Como podem motivar a aquisição e a leitura livros, os elementos paratextuais 
são muito privilegiados pela indústria editorial. 
De todos os elementos paratextuais, o mais importante é o título, pois funciona como uma espécie de 
“slogan” do texto, ou seja, algo que faça com que o leitor “compre” suas ideias. Alguns especialistas já 
chegaram a sugerir que o título não é relevante para a leitura de um texto, mas não é bem assim. Um 
título adequado pode direcionar a compreensão do texto, ajudando o leitor a criar expectativas de 
leitura. 
Em alguns casos, o título fornece pistas importantes para que o leitor levante hipóteses sobre o que 
vai ler. Por exemplo, diante de um título como “Conheça as angiospermas”, o leitor espera ler um texto 
que trará explicações sobre as angiospermas, seus tipos e exemplares na natureza. Com a ajuda de 
outros elementos paratextuais, como a ilustração de uma flor, o leitor poderá imaginar que se trata 
de plantas. 
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A partir do título desses livros é possível especular qual será o enredo da história. Sobre o título “A 
culpa é das estrelas” de John Green, é possível imaginar que se trata de uma história romântica já que 
o título parece fazer alusão a expressão “escrito nas estrelas”, já o segundo título “ Para todos os 
amores errados” de Clarissa Corrêa, podemos interpretar que a história apesar de uma história 
romântica vai tratar mais especificamente de desilusões amorosas. Todos esses apontamentos são 
apenas suposições feitas a partir do título. 
Definições e concepções de leitura: as essências 
O tema Leitura 
Segundo Orlandi (2000:7), o termo leitura é polissêmico, isto é, permiti distinguir vários sentidos. 
Podemos 7ubst.7-lo, em sua acepção mais ampla, como atribuição de sentidos, tanto em relação à 
linguagem escrita como em relação à linguagem oral. 
Qualquer expressão linguística, de qualquer natureza, permite uma leitura. 
Leitura também pode significar concepção, e é nesse sentido que o termo é usado quando falamos em 
leitura de mundo, isto é, quando usamos a palavra leitura para refletir o conhecimento de cada leitor, 
considerando-se ou não sua escolaridade. 
No sentido acadêmico – mais restrito -, leitura pode significar a construção das bases teóricasmetodológicas que permitem chegar a um texto: são várias as leituras de Rubem Alves, ou de um texto 
de Paulo Freire. 
Em um sentido ainda mais específico, o termo leitura pode ser entendido como estrita aprendizagem 
formal, quando se vincula leitura e alfabetização. 
Uma reflexão mais aprofundada sobre leitura nos permite concluir que o leitor precisa recorrer a 
estratégias que lhe permitam alcançar o sentido do texto. Além disso, devemos lembrar que há 
diferentes modos de leitura, em relação direta com a vida intelectual do leitor, isto é, com sua maneira 
de estabelecer os sentidos daquilo que lê. 
 
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Leitura e sentido 
As palavras significam o que o grupo social convencionou que elas devem significar, mas a 
comunicação exige muito mais que apenas usar e aceitar passivamente significados preestabelecidos. 
Ler, então, é mais que decifrar: ler é ser capaz de atribuir um significado ao texto, partindo do próprio 
texto, de modo que cada leitor consiga relacioná-lo a todos outros textos significativos, seja capaz de 
reconhecer o tipo de leitura que o autor pretendia, e possa, depois, dono da própria vontade, entregar-
se à leitura ou rejeitá-la. 
Para que tudo isso aconteça, é preciso que autor e leitor interajam ao longo de um texto. Ao autor 
cabe delinear o caminho percorrido durante a produção do texto, direcionando o efeito de sentido 
desejado e a intenção comunicativa pretendida; ao leitor compete ler, reler, analisar, comparar, fazer 
inferências, ativar conhecimentos. 
Todo leitor, ao ler um texto, deve participar da produção de leitura desse texto. Para isso, deve 
construir, através do que passaremos a chamar de pistas textuais que o próprio texto fornece, um 
sentido para ele (o texto) – mas somente o sentido que o próprio texto autorizar. Procurar essas pistas 
faz parte do processo de leitura, porque é a partir delas que o autor formula e reformula hipóteses, 
aceita ou rejeita conclusões. 
Agora, pedimos que você coloque em ordem, numerando de 1 a 4, as diferentes etapas de participação 
do leitor na produção de leitura de um texto. 
( ) construção de sentido autorizado pelo texto 
( ) identificação de pistas textuais 
( ) aceitação ou rejeição de conclusões 
( ) formulação e reformulação de hipóteses 
Esperamos que Você tenha respondido que o leitor procura, em primeiro lugar, pistas textuais; em 
seguida, constrói, por meio dessas peitas, um sentido autorizado pelo próprio texto; depois, de posse 
dessas pistas, formula e reformula hipóteses, para, finalmente, aceitar ou rejeitar conclusões. 
Informações implícitas 
Muitos candidatos se perguntam como melhorar sua capacidade de interpretação dos textos. 
Primeiramente, é preciso ter em mente que um texto é formado por informações explícitas e 
implícitas. As informações explícitas são aquelas manifestadas pelo autor no próprio texto. As 
informações implícitas não são manifestadas pelo autor no texto, mas podem ser subentendidas. 
Muitas vezes, para efetuarmos uma leitura eficiente, é preciso ir além do que foi dito, ou seja, ler nas 
entrelinhas. 
A partir de elementos presentes no texto, é possível ao leitor recuperar as informações implícitas, para 
que possa, efetivamente, chegar a produção de sentido. Por isso, o leitor precisa estabelecer relações 
dos mais diversos tipos do texto e o contexto, de forma a interpretar adequadamente o enunciado. 
Por exemplo, observe este enunciado: - Patrícia parou de tomar refrigerante. A informação explícita é 
“Patrícia parou de tomar refrigerante”. A informação implícita é “Patrícia tomava refrigerante antes”. 
Agora, veja este outro exemplo: -Felizmente, Patrícia parou de tomar refrigerante. A informação 
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explícita é “Patrícia parou de tomar refrigerante”. A palavra “felizmente” indica que o falante tem uma 
opinião positiva sobre o fato – essa é a informação implícita. Com esses exemplos, mostramos como 
podemos inferir informações a partir de um texto. Fazer uma inferência significa concluir alguma coisa 
a partir de outra já conhecida. Nos vestibulares, fazer inferências é uma habilidade fundamental para 
a interpretação adequada dos textos e dos enunciados. A seguir, veremos dois tipos de informações 
que podem ser inferidas: as pressupostas e as subentendidas. 
Pressupostos. 
Uma informação é considerada pressuposta quando um enunciado depende dela para fazer sentido. 
Considere, por exemplo, a seguinte pergunta: “Quando Patrícia voltará para casa?”. Esse enunciado só 
faz sentido se considerarmos que Patrícia saiu de casa, ao menos temporariamente – essa é a 
informação pressuposta. Caso Patrícia se encontre em casa, o pressuposto não é válido, o que torna o 
enunciado sem sentido. 
Repare que as informações pressupostas estão marcadas através de palavras e expressões presentes 
no próprio enunciado e resultam de um raciocínio lógico. Portanto, no enunciado “Patrícia ainda não 
voltou para casa”, a palavra “ainda” indica que a volta de Patrícia para casa é dada como certa pelo 
falante. 
Subentendidos Ao contrário das informações pressupostas, as informações subentendidas não são 
marcadas no próprio enunciado, são apenas sugeridas, ou seja, podem ser entendidas como 
insinuações. 
O uso de subentendidos faz com que o enunciador se esconda atrás de uma afirmação, pois não quer 
se comprometer com ela. Por isso, dizemos que os subentendidos são de responsabilidade do 
receptor, enquanto os pressupostos são partilhados por enunciadores e receptores. 
Em nosso cotidiano, somos cercados por informações subentendidas. A publicidade, por exemplo, 
parte de hábitos e pensamentos da sociedade para criar subentendidos. Já a piada é um gênero textual 
cuja interpretação depende a quebra de subentendidos. 
Observemos como isso é verdadeiro e deve acontecer em todos os atos de leitura, dos mais simples 
aos mais complexos. Considere a manchete do Caderno de Esporte do jornal O Liberal, de 24.08.2003: 
“PAPÃO PROCURA O CAMINHO DA VITÓRIA” 
Essa manchete esportiva, uma simples e curta frase declarativa, interpretada adequadamente, 
desencadeia uma série de relações entre ela e o leitor, a partir de uma informação explícita de que 
alguém, no caso, um clube de futebol, procura uma forma de vencer. 
Estabelecidas essas relações, o leitor encontra outros sentidos além do que foi explicitado. 
A primeira dessas relações, que se estabelece entre texto e contexto, leva à compreensão de que, para 
vencer, é preciso uma tática de jogo, uma estratégia, sentido latente na metáfora caminho da vitória. 
A segunda, linguística por natureza, requer que o leitor reconheça o valor do artigo definido o: ele 
permite entender que o caminho existe, que é um preciso e determinado caminho, que só ele 
conduzirá à vitória. 
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A segunda, linguística por natureza, requer que o leitor reconheça o valor do artigo definido o: ele 
permite entender que o caminho existe, que é um preciso e determinado caminho, que só ele 
conduzirá à vitória. 
A terceira, ainda no âmbito da linguagem, está centrada no significado de procura. Quem procura é 
porque perdeu ou porque nunca teve. No caso do clube paraense ele conhecia bem o caminho da 
vitória, porém, no dia em que a manchete foi produzida, não conhecia mais. 
A quarta novamente uma relação entre texto e contexto, cumplicidade entre autor e leitor,indica que 
o clube já não vencia há algum tempo. 
Finalmente a quinta relação por meio da qual o autor também busca a adesão do leitor, descortina a 
crítica ao clube que vinha vencendo seguidamente, enchia a sua torcida de orgulho e parara de vencer. 
Uma sutil ironia sem dúvida. 
Um ouvinte/leitor eficiente precisa captar não apenas as informações explícitas(postas, dadas, 
expressas), como também as que estão implícitas, pois, se ele não tiver essa habilidade, passará por 
cima de significados importantes, ou – o que é mais grave – concordará com ideias ou ponto de vista 
que talvez rejeitasse se os percebesse. 
Por que utilizamos sentidos implícitos? 
Em todo grupo social, há um conjunto de tabu linguísticos. Isso não significa apenas a existência de 
palavras que, em certas circunstancias, não podem ou não devem ser pronunciadas (os palavrões, por 
exemplo), mas também a de temas proibidos e protegidos por uma espécie de “lei do silêncio”. Um 
ditado popular traduz plenamente essa restrição: “não se fala em corda em casa de enforcado”. 
Esses tabus linguísticos também se fazem presente em relação a determinada informações que uma 
pessoa não pode ou não deve dar, não porque elas sejam proibidas, mas porque o ato de expressá-las 
constituiria uma atitude repreensível ou comprometedora. 
Além dos tabus linguísticos um outro motivo para o uso de sentidos implícitos é que toda declaração 
explícita pode tornar-se temas de discussões. O que é dito pode ser contradito, de modo que não se 
poderia anunciar uma opinião ou um desejo sem, ao mesmo tempo, expô-lo às eventuais objeções dos 
interlocutores. 
Julgue você mesmo: no dia 01.02.2003, um deputado federal reeleito em resposta ao repórter do 
Jornal Nacional, que referia aos erros desse parlamentar no mandato anterior, respondeu: “a gente 
não comete os mesmos erros, porque há tantos erros novos para serem cometidos...”. Como Você 
observou o parlamentar admite que continuará errando apenas não pretende repetir erros já 
cometidos, o que é muito grave, porque o repórter se referia a erros prejudiciais ao povo que o elegeu. 
Quando se lê, considera-se não apenas o que está dito, mas também o que está implícito, isto é, aquilo 
que não está dito, mas que também significando. E o que não está dito pode ser de várias naturezas: 
a) O que não está dito, mas que de certa forma, sustenta o que está dito; 
b) O que está suposto para que se entenda o que está dito; 
c) O sentido que se opõe àquilo que está dito; 
d) Outras maneiras de se dizer o que se disse. 
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Em época de forte repressão, a livre manifestação do pensamento, o direto de contestar e de se 
denunciar se materializam por meio de sentidos implícitos. Foi o que aconteceu no período da ditadura 
militar no Brasil. 
Atento a isso, leia o excerto abaixo, do poemacanção de Chico Buarque, datado de 1984, para 
aprofundar seu conhecimento sobre sentidos implícitos. 
(...) Num tempo 
Página triste da nossa história 
Passagem desbotada na 
memória 
Das nossas novas gerações 
Dormia 
A nossa pátria-mãe tão 
distraída 
Sem perceber que era 
subtraída 
Em tenebrosas transações. 
(...) 
Esperamos que você tenha percebido que os quatro primeiros versos significam o período da ditadura 
militar, entre 1964 e o limiar da década de 80 do século XX, e que os quatro últimos denunciam a 
intensa corrupção ocorrida no referido período. 
Por isso, tem sido cada vez mais frequente o cuidado de “medirmos as palavras”, para evitarmos os 
perigos que advêm dos sentidos literais ou explícitos da língua. O recurso que se tem mostrado mais 
frequente e eficaz parece ser simplesmente o uso dos sentidos implícitos, que conseguem expressar 
aquilo que queremos dizer, mas sem que corramos o risco de ser responsabilizados por aquilo que 
dizemos. 
Não é por acaso que, muitas vezes, pessoas de destaque no grupo social, ao falarem, o fazem de forma 
tão opaca e incompreensível que seu discurso acarreta lacunas no entendimento de seus 
interlocutores. 
Condições De Textualidade 
Para que uma sequência de enunciados seja reconhecida como texto, é preciso que ela forme um todo 
significativo, nas circunstancias de uso em que os enunciados ocorrem. É sobre as condições de 
textualidade, ou seja, aquelas que permitem que você avalie a qualidade do que lê e do que escreve. 
A primeira dessas condições é alcançada com a coerência, isto é, o fator responsável pela unidade de 
sentido; a segunda é a coesão,que permite a harmoniosa articulação entre os diferentes constituintes 
do texto. 
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Textualidade 
Chama-se textualidade ou tecitura ao conjunto de propriedades que qualquer manifestação 
linguística deve possuir para que não seja apenas uma simples sequência de palavras ou frases. 
Contemplamos dois, dentre os fatores responsável pela textualidade de qualquer discurso, juntamente 
os que envolvem os componentes conceitual e linguístico. 
Componentes conceitual e linguístico 
Um texto deve apresentar um conjunto de propriedades decorrentes da relação entre as partes que o 
compõem, de tal modo que, ao final, essa relação resulte em uma unidade de sentido e estabeleça 
uma ligação – nem sempre aparente – entre essas partes. No primeiro caso, manifesta-se a coerência; 
no segundo a coesão. 
Coerência 
A coerência ou conectividade conceitual é a interdependência semântica entre os elementos 
constituintes de um texto, isto é, a relação entre as partes desse texto e que resulta em unidade de 
sentido. A coerência decorre da continuidade do sentido, do compromisso entre as partes que formam 
a macroestrutura (estrutura semântica global do texto) e está ligada à compreensão, possibilidade de 
Interpretação do que dizemos, escrevemos, ouvimos ou lemos. 
Para que a coerência se realize, há três propriedades fundamentais – continuidade ou repetição, não-
contradição e progressão – que serão desenvolvidas a seguir. 
A relação entre o texto e o contexto, entendido este como a unidade maior em que a unidade menor 
está inserida, é relevante para a depressão das relações do sentido que compõem a globalidade do 
texto. Elas devem obedecer a condições cognitivas gerais, satisfazendo às relações lógico-semânticas 
entre estados e coisas, como por exemplo, relações de ordenação temporal, relações de casualidade 
– entre outras. Essas relações podem se manifestar pelo vocabulário, pela combinação dos tempos 
verbais, pela ordem de apresentação de conteúdo, pela adequação dos campos semânticos. 
No texto abaixo, queremos mostrar-lhe como se constrói o sentido de um texto a partir de uma ideia-
chave. Acompanhe com atenção e, ao final, você constatará que, num texto, tudo significa. 
Dentro do planalto: Fome de reforma 
“João Pedro Stédile está afinado com o governo petista. Na semana passada, o líder do MST andou 
pelos corredores do Planalto como se fosse um velho conhecido do austero prédio. Jotapê tenta 
convencer o governo de que R$ 1 bilhão, previsto no Orçamento para o Incra, é pouco para tocar a 
reforma agrária. 
Quer abocanhar parte do capital internacional destinado ao projeto Fome Zero. Reforma agrária, diz, 
é a maneira mais eficaz de combate à fome.” ( Época – 03.02.2003 – p.8). 
Observe que, nesse texto, há uma idéia-chave: João Pedro Stédile. Essa idéiachave, embora não esteja 
expressa no título nem no subtítulo, é uma espécie de “primeiro ponto” para o ato de “tecer o texto”. 
Ela se repete, quer representar por vocábulos diferentes (João Pedro Stédile / o líder do MST / um 
velho conhecido / jotapê), quer representada pelo apagamento do vocábulo que a poderia expressar. 
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Essa mesma ideia-chave é responsável pelas formas verbais em 3ª pessoa do singular (está afinado/ 
andou/ fosse/ tentar convencer/ quer/ diz). Além disso, o seu conhecimento prévio permite que você 
identifique a relação de afinidade entre João Pedro Stédile e governo petista, assim como entre João 
Pedro Stédile / governo petista e entre corredores do Planalto / austero prédio / o governo / fome 
zero /combate à fome. 
A coerência conceitual– macroestrutura ou estrutura semântica – é um dos requisitos fundamentais 
para construção de qualquer texto, quer ele seja literário, jornalístico, científico, jurídico, acadêmico, 
quer seja uma conversão espontânea. 
Coesão 
A coesão pode ser entendida como o modo pelo qual frases ou partes delas se combinam para 
assegurar o desenvolvimento textual, ou seja, é o modo como as palavras estão ligadas entre si, dentro 
de uma sequência, a fim de criar uma relação semântica entre um elemento do texto e outro elemento 
que é fundamental para sua interpretação. 
A coesão – isto é, a articulação – será eficaz quando estabelecer não apenas a ligação de uma ideia a 
outra, mas também que tipo de relação específica se institui a partir desse recurso. A coesão é marcada 
linguisticamente quando, para isso, empregamos nomes, conjunções, pronomes relativos, 
preposições, advérbios, locuções adverbiais, elementos de transição adequados. 
Não há dúvida de que a coesão marcada por elementos linguísticos contribui para conferir coerência 
ao texto. Tais elementos, no entanto, não são nem suficientes nem imprescindíveis para garantila. É 
perfeitamente possível haver textos coerentes que não apresentam elementos coesivos, como no 
parágrafo a seguir, extraído de uma reportagem sobre Di Cavalcanti. 
“Nas vacas magras, ia de cerveja a cachaça. Nunca bêbado. Tinha um poder enorme sobre o copo. 
Bebia, depois deitava, lia, relaxava..” (Veja – julho/1997). 
As quatro orações do período estão separadas por ponto. Embora não haja conectores gramaticais 
explícitos, é fácil perceber de que modo essas orações se combinam para formar uma sequência, pois 
é fácil recuperar os elementos coesivos que não foram expressos. Nada impediria que o autor da 
matéria tivesse escrito o texto assim: 
Nas vacas magras, ia de cerveja a cachaça, porém nunca ficava bêbado, pois tinha um poder enorme 
sobre o corpo, isto é, bebia, depois deitava, lia e relaxava… 
A coesão pode ser estabelecida por elementos que fazem o texto progredir a partir da conexão por 
eles operacionalizada. Esses conectores estabelecem uma relação semântica de acordo com o sentido 
que expressam. 
É pela coesão que se estabelece o nexo entre as partes de um texto. As relações coesivas realizam-se 
por meio de um léxico da língua e suas marcas são fixadas principalmente por elementos da natureza 
gramatical (pronomes, conjunções, preposições, formas verbais), elementos da natureza lexical 
(sinônimos, antônimos, repetições) e por mecanismos sintáticos (subordinação, coordenação, 
ordenação dos vocábulos, das orações). A coesão, como elemento responsável pela textualidade, diz 
respeito a todos os processos de referenciarão ou segmentação que asseguram ou tornam recuperável 
uma ligação linguística significativa entre os elementos que ocorrem na superfície textual. 
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Intertextualidade 
Assunto comum em provas de concursos, a intertextualidade acontece quando um texto retoma uma 
parte ou a totalidade de outro texto – o texto fonte. Geralmente, os textos fontes são aqueles 
considerados fundamentais em uma determinada cultura. No exemplo dado, compositores brasileiros 
contemporâneos retomam um dos textos mais reverenciados da literatura portuguesa. 
Nos anos 90, Pedro Luis e Fernanda Abreu lançaram a canção “Tudo vale a pena”, cujo refrão diz o 
seguinte: “Tudo vale a pena, sua alma não é pequena”. O mote, na verdade, faz referência ao famoso 
poema “Mar português” (1934), do poeta Fernando Pessoa: 
Valeu a pena? Tudo vale a pena 
Se a alma não é pequena. 
Quem quer passar além do Bojador 
Tem que passar além da dor. 
Deus ao mar o perigo e o abismo deu, 
Mas nele é que espelhou o céu. 
Como podemos ver, temos dois textos que, apesar de distantes no tempo e no espaço, dialogam entre 
si. A intertextualidade é exatamente essa relação, uma forma de diálogo entre dois ou mais textos. 
É importante considerar que a intertextualidade pode ocorrer entre textos de mesma natureza ou de 
naturezas diferentes. Como é um conceito amplo e passível de classificações, a intertextualidade pode 
ser classificada em dois tipos principais: intertextualidade explícita e intertextualidade implícita. 
Na intertextualidade explícita ocorre a citação da fonte do intertexto, encontrada principalmente nas 
citações, nos resumos, resenhas e traduções, além de estar presente também em diversos anúncios 
publicitários. Nesse caso, dizemos que a intertextualidade se localiza na superfície do texto, pois alguns 
elementos nos são fornecidos para que identifiquemos o texto fonte. Observe um exemplo: 
 
A intertextualidade, quando explícita, fornece ao leitor diversos elementos que o remetem ao texto 
fonte. 
No anúncio publicitário utilizado no exemplo, há uma forte referência ao texto fonte, facilmente 
identificada pelo leitor através dos elementos fornecidos pela linguagem verbal e pela linguagem não 
verbal. A composição do anúncio nos transporta imediatamente para o filme “Tropa de Elite”, do 
cineasta José Padilha, e isso só é possível em razão do forte apelo popular da produção, que ganhou 
grande projeção em nossa sociedade. 
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Já a intertextualidade implícita ocorre de maneira diferente, pois não há citação expressa da fonte, 
fazendo com que o leitor busque na memória os sentidos do texto. Geralmente está inserida nos textos 
do tipo paródia ou do tipo paráfrase, ganhando espaço também na publicidade. Observe o exemplo: 
 
No anúncio há um elemento verbal que permite a retomada do texto fonte, mas essa inferência 
depende de um conhecimento prévio do leitor: se ele não souber que há uma referência à música 
“Mania de você”, da cantora Rita Lee, provavelmente o texto não será compreendido em sua 
totalidade. 
Portanto, a intertextualidade é um elemento muito importante para a constituição de sentidos do 
texto, colaborando em muito para a coerência textual ao reforçar a ideia de que a competência 
linguística não depende apenas do conhecimento do código linguístico, mas também do conhecimento 
das relações intertextuais. 
A seguir, veremos vários exemplos de intertextualidade, seja em forma de citação, paródia ou 
paráfrase. 
Citação 
 
Esse procedimento intertextual acontece quando um texto reproduz outro texto ou parte dele. Para 
sinalizar que houve a reprodução de outro texto, são utilizados alguns marcadores, como as aspas. 
Dessa forma, o texto deixa claro que o trecho ou o texto citado foi tirado de outra fonte, como no 
exemplo. 
A compreensão adequada de um intertexto depende, naturalmente, do conhecimento do texto fonte. 
Vejamos o outro exemplo abaixo. 
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No exemplo dado, a propaganda buscou inspiração no texto bíblico “Do pó vieste e ao pó voltarás”, 
marcando sua reprodução por meio de aspas. 
Paródia 
A paródia consiste em uma subversão ao texto fonte, recriando-o de maneira satírica ou crítica. 
Dizendo de outra maneira, a paródia ironiza o texto original e inverte seu sentido. “Canção do exílio” 
(1847) é um dos textos mais parodiados da cultura brasileira, exercendo sua influência por várias 
gerações. 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá; 
As aves, que aqui gorjeiam, 
Não gorjeiam como lá. 
Agora, leia parte da paródia composta pelo humorista e apresentador Jô Soares: 
 
Minha Dinda tem cascatas 
Onde canta o curió 
Não permita Deus que eu tenha 
De voltar pra Maceió. 
Minha Dinda tem coqueiros 
Da Ilha de Marajó 
As aves, aqui, gorjeiam 
Não fazem cocoricó. 
No poema de Gonçalves Dias, do final do século XIX, o eu lírico deseja cantar a saudade que sente de 
sua terra natal, o Brasil, enfatizando seus encantos e belezas naturais. 
O texto de Jô Soares, do final do séculoXX, desconstrói o sentido do texto original, já que o eu lírico 
quer distância da terra natal, pois prefere as mordomias da Casa da Dinda, como ficou conhecida a 
residência oficial do Presidente da República na época, Fernando Collor de Mello. 
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Através da paródia, Jô Soares faz uma crítica aos escândalos de corrupção do governo, que culminaram 
no processo de “impeachment” do presidente. 
Paráfrase 
Fazer uma paráfrase significa reproduzir as ideias de um texto, só que utilizando outras palavras, 
dentro de uma nova montagem. É o recurso intertextual que se faz presente, por exemplo, em 
resumos, atas e relatórios, que fazem parte do nosso cotidiano Veja um exemplo de paráfrase da tão 
parodiada “Canção do exílio”, de Gonçalves Dias: 
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos 
Minha boca procura a “Canção do Exílio”. 
Como era mesmo a “Canção do Exílio”? 
Eu tão esquecido de minha terra... 
Ai terra que palmeiras 
onde canta o sabiá 
Perceba que o poema “Europa, França e Bahia”, de Carlos Drummond de Andrade, estabelece um 
diálogo com o texto de Gonçalves Dias, mas não tem uma intenção satírica – é uma paráfrase. 
Citação do discurso (direto, indireto, modalização em discurso segundo, ilha textual). 
Quando o enunciador precisa citar, em seu discurso, um texto (falado ou escrito) de outrem, pode 
recorrer a alguns mecanismos linguísticos, como a modalização em discurso segundo, o discurso 
direto, o discurso indireto e a ilha textual. 
MODALIZAÇÃO EM DISCURSO SEGUNDO 
É o modo mais simples e mais direto para o enunciador mostrar que não é responsável por um 
determinado discurso: apenas indica que está se apoiando em um texto alheio. Para tanto, o 
enunciador utiliza-se de determinadas marcas linguísticas, como as apresentadas em destaque nos 
exemplos abaixo. Ex.: Para a antropóloga americana Margaret Mead, a monogamia é o mais difícil dos 
arranjos maritais. Ex.: Uma dieta rica em vegetais, segundo dizem, reduz a chance de se ter vários tipos 
de câncer. Ex.: O que falta aos governos latino-americanos é profissionalismo e inteligência política, 
conforme Caetano Veloso. Ex.: A adolescência, de acordo com fontes bem informadas, começa cada 
vez mais cedo e termina cada vez mais tarde. 
DISCURSO DIRETO 
Nesse tipo de citação, o enunciador se exime de qualquer responsabilidade, por isso, ele reproduz 
literalmente as falas citadas, ou seja, o discurso apresenta-se às vezes como a exata reprodução das 
palavras do enunciador citado. 
Ex.: “Um indivíduo faminto tende a salivar muito mais diante de um prato de comida do que alguém 
com menos fome”, afirma a fisiologista Sara Shammah Lagnado, da Universidade de São Paulo (USP). 
Marcas do discurso direto 
a) O discurso direto vem introduzido por um verbo que anuncia a fala citada. Tais verbos são 
denominados de dizer (dizer, responder, retrucar, afirmar, falar, entre outros) e podem ser colocados 
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antes do discurso direto, em oração intercalada, no interior do discurso direto ou no final do discurso 
direto. 
Ex.: O professor esclarece: “Os jovens levam a sério o mundo dos super-heróis, mas não 
completamente”. 
Ex.: – Farei uma farra daquelas – disse o candidato – quando eu passar no vestibular. 
Ex.: – Por que o senhor bebe? – perguntou a repórter. – Eu bebo porque é líquido. Se fosse sólido, eu 
comeria – respondeu malcriado o alcoólatra. 
b) A fala citada aparece nitidamente separada por elementos tipográficos como as aspas, travessões, 
dois-pontos e itálico. 
Ex.: A mulher perguntou ao marido: – Você bebeu? Ex.: A mulher perguntou ao marido: “Você bebeu?” 
Ex.: A mulher perguntou ao marido: Você bebeu? 
A opção pelo discurso direto geralmente está ligada ao gênero do discurso ou às estratégias do 
enunciador de cada texto. Ao escolher esse modo de citação, o enunciador, pode estar, 
particularmente, querendo: 
• Criar imagem de autenticidade do que reproduziu, indicando que as palavras relatadas são 
realmente proferidas; 
• distanciar-se: seja porque o enunciador quer explicitar, por intermédio do discurso direto, sua 
adesão respeitosa ao dito, fazendo ver o desnível entre palavras prestigiosas, irretocáveis e as 
suas próprias palavras (citação de autoridade); seja porque não adere ao que é dito;  
• mostra-se objetivo;  caracterizar a fala relatada, imprimindo-lhe marcas de oralidade 
espontânea, de regionalismos ou até de cacoetes linguísticos (recurso muito utilizado em 
gêneros literários). 3. DISCURSO INDIRETO É o modo de citação do discurso alheio em que o 
enunciador tem uma diversidade de maneiras para traduzir as falas citadas, uma vez que ele 
se utiliza de suas próprias palavras para reproduzir a fala do outro. Ex.: O carnavalesco disse 
que os traficantes não mandam no samba. Marcas do discurso indireto  da mesma forma do 
discurso direto, vem também introduzido por um verbo de dizer;  ao contrário do discurso 
direto, a fala citada é introduzida por meio de uma partícula introdutória: que ou se. A escolha 
do discurso indireto está também ligada ao gênero textual e às estratégias do enunciador em 
cada texto. A imprensa popular, por exemplo, prefere o discurso direto ao indireto. Para um 
público leitor popular, o jornalista privilegia a citação direta. É como se o leitor estivesse 
presente na situação. Para um leitor mais instruído, o jornalista constrói um enunciado que 
fale à inteligência desse público e atrás desse enunciado ele (o jornalista) se apaga. Por isso, 
nesse caso, haverá mais recorrência ao discurso indireto, às ilhas textuais e á modalização em 
discurso segundo. 
ILHA TEXTUAL 
Ilha textual ou ilha enunciativa é uma forma híbrida de citação. Considere os exemplos seguintes: Ex.: 
Vera disse aos prantos que tinha flagrado o marido “papando a empregada”. Ex.: O ladrão confessou 
que tinha roubado para “18ubs as fome dos bruguelo”. Ex.: Segundo o Presidente da República, “é 
necessário que cada posto de gasolina seje fiscalizado”. O enunciador de cada um dos grupos acima 
isolou em itálico e entre aspas um fragmento que, ao mesmo tempo, ele utiliza e menciona, emprega 
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e cita. Apesar de o fragmento possuir a estrutura do discurso indireto ou da modalização em discurso 
segundo, há neles algumas palavras que são atribuídas aos enunciadores citados. Aqui a ilha é indicada 
pelas aspas e pelo itálico. É o procedimento mais frequente na imprensa. Pode-se também encontrar 
somente as aspas ou somente o itálico. Nesse tipo de citação, as marcas tipográficas permitem verificar 
que essa parte do texto não é assumida pelo enunciador. 
Tipologia Textual: Tipos e Gêneros 
Sempre cai nas provas o assunto “Tipologia textual” (Tipos textuais) mas muita gente confunde com 
“Gêneros Textuais” (gêneros discursivos). 
Querem dizer a mesma coisa? Não. 
Estas são duas classificações que recebem os textos que produzimos a longo de nossa vida, seja na 
forma oral ou escrita. 
Sendo que a primeira leva em consideração estruturas específicas de cada tipo, ou seja, seguem regras 
gramaticais, algo mais formal. 
Já a segunda preocupa-se não em classificar um texto por regras, mas sim levando em consideração a 
finalidade do texto; o papel dos interlocutores; a situação de comunicação. São inúmeros os gêneros 
textuais: Piada, conto, romance, texto de opinião, carta do leitor, noticia, biografia, seminário, 
palestras, etc 
O que é tipologia textual? 
Como dito anteriormente, são as classificações recebidas por um texto de acordo com as regras 
gramaticais, dependendo de suas características. 
São as classificações mais clássicas de um texto: 
A narração, a descrição, a dissertação (expositiva e argumentativa), a injunção, a predição ea 
conversacional. 
Narração 
Modalidade em que um narrador, participante ou não, conta um fato, real ou fictício, que ocorreu num 
determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Refere-se a objetos do mundo real. Há 
uma relação de anterioridade e posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado. Estamos 
cercados de narrações desde as que nos contam histórias infantis até às piadas do cotidiano. É o tipo 
predominante nos gêneros: conto, fábula, crônica, romance, novela, depoimento, piada, relato, etc. 
Descrição 
Um texto em que se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. A 
classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela sua função caracterizadora. Numa 
abordagem mais abstrata, pode-se até descrever sensações ou sentimentos. Não há relação de 
anterioridade e posterioridade. Significa “criar” com palavras a imagem do objeto descrito. É fazer uma 
descrição minuciosa do objeto ou da personagem a que o texto se Pega. É um tipo textual que se 
agrega facilmente aos outros tipos em diversos gêneros textuais. Tem predominância em gêneros 
como: cardápio, folheto turístico, anúncio classificado, etc. 
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Dissertação 
Dissertar é o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer sobre ele. Dependendo do 
objetivo do autor, pode ter caráter expositivo ou argumentativo. 
Dissertação-Exposição 
Apresenta um saber já construído e legitimado, ou um saber teórico. Apresenta informações sobre 
assuntos, expõe, reflete, explica e avalia ideias de modo objetivo. O texto expositivo apenas expõe 
ideias sobre um determinado assunto. A intenção é informar, esclarecer. Ex: aula, resumo, textos 
científicos, enciclopédia, textos expositivos de revistas e jornais, etc. 
Dissertação-Argumentação 
Um texto dissertativo-argumentativo faz a defesa de ideias ou um ponto de vista do autor. O texto, 
além de explicar, também persuade o interlocutor, objetivando convencê-lo de algo. Caracteriza-se 
pela progressão lógica de ideias. Geralmente utiliza linguagem denotativa. É tipo predominante em: 
sermão, ensaio, monografia, dissertação, tese, ensaio, manifesto, crítica, editorial de jornais e revistas. 
Injunção / Instrucional 
Indica como realizar uma ação. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria, 
empregados no modo imperativo, porém nota-se também o uso do infinitivo e o uso do futuro do 
presente do modo indicativo. Ex: ordens; pedidos; súplica; desejo; manuais e instruções para 
montagem ou uso de aparelhos e instrumentos; textos com regras de comportamento; textos de 
orientação (ex: recomendações de trânsito); receitas, cartões com votos e desejos (de natal, 
aniversário, etc.). 
OBS1: Muitos estudiosos do assunto listam apenas os tipos acima. Alguns outros consideram que 
existe também o tipo predição. 
Predição 
Caracterizado por predizer algo ou levar o interlocutor a crer em alguma coisa, a qual ainda está por 
ocorrer. É o tipo predominante nos gêneros: previsões astrológicas, previsões meteorológicas, 
previsões escatológicas/apocalípticas. 
OBS2: Alguns estudiosos listam também o tipo Dialogal, ou Conversacional. Entretanto, esse nada mais 
é que o tipo narrativo aplicado em certos contextos, pois toda conversação envolve personagens, um 
momento temporal (não necessariamente explícito), um espaço (real ou virtual), um enredo (assunto 
da conversa) e um narrador, aquele que relata a conversa. 
Dialogal / Conversacional Caracteriza-se pelo diálogo entre os interlocutores. É o tipo predominante 
nos gêneros: entrevista, conversa telefônica, chat, etc. 
Gêneros textuais 
Os Gêneros textuais são as estruturas com que se compõem os textos, sejam eles orais ou escritos. 
Essas estruturas são socialmente reconhecidas, pois se mantêm sempre muito parecidas, com 
características comuns, procuram atingir intenções comunicativas semelhantes e ocorrem em 
situações específicas. Pode-se dizer que se tratam das variadas formas de linguagem que circulam em 
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nossa sociedade, sejam eles formais ou informais. Cada gênero textual tem seu estilo próprio, podendo 
então, ser identificado e diferenciado dos demais através de suas características. Exemplos: 
Carta 
Quando se trata de “carta aberta” ou “carta ao leitor”, tende a ser do tipo dissertativoargumentativo 
com uma linguagem formal, em que se escreve à sociedade ou a leitores. 
Quando se trata de “carta pessoal”, a presença de aspectos narrativos ou descritivos e uma linguagem 
pessoal é mais comum. No caso da “carta denúncia”, em que há o relato de um fato que o autor sente 
necessidade de o expor ao seu público, os tipos narrativos e dissertativoexpositivo são mais utilizados. 
Observe o exemplo de uma carta ao leitor logo abaixo: 
Carta ao leitor 
Nunca te vi, mas sempre te amei 
Por: Martha San Juan França (Diretora de redação) 
De todas as tarefas que fazem parte da rotina de redação de Galileu, a mais prazerosa certamente é 
ler as cartas dos leitores. Os fãs da revista são de fato especiais e suas cartas traduzem isso. São 
criativos, curiosos, observadores e não deixam passar nada. Fazem perguntas tão difíceis quanto 
imprevisíveis. Querem saber de tudo: do monstro do Lago Ness ao Projeto Genoma Humano. E não se 
contentam com respostas pela metade. Ler as dúvidas que aparecem nas cartas, os comentários sobre 
as reportagens passadas e as sugestões de futuras é gratificante para qualquer jornalista. Ainda mais 
para nós, jornalistas de Galileu, que adoramos um bom desafio. 
Felizmente, a revista conta com uma arma secreta para satisfazer tantas pessoas exigentes. Vou 
21ubst.2121s-la agora: Luiz Francisco Senne, nosso secretário de produção, professor de português, 
roqueiro, colecionador de discos de vinil e livros usados, e responsável pelo atendimento aos leitores. 
Kiko, como é muito mais conhecido, sabe também driblar as angústias dos nossos jovens amigos em 
apuros. 
Muitos pedem ajuda a Galileu quando recebem dos professores uma tarefa complicada e não sabem a 
quem recorrer. Kiko responde delicada, mas firmemente: não dá para fazer o trabalho escolar no lugar 
do aluno (é festa agora?). Mas simpatiza com o drama de leitores como este cuja mensagem é 
reproduzida acima: “Vocês não poderiam dar uma dica de como ir bem numa prova de física porque o 
meu cérebro está cansado?” Atendendo ao apelo levado aos repórteres por Kiko, Galileu oferece a seus 
leitores a matéria “Os cientistas alertam: não deveríamos existir”, do editor Marcelo Ferroni. Ela mostra 
que a física pode ser criativa em vez de uma aula chata. Quer ver? 
Propaganda 
É um gênero textual dissertativo expositivo onde há a o intuito de propagar informações sobre algo, 
buscando sempre atingir e influenciar o leitor apresentando, na maioria das vezes, mensagens que 
despertam as emoções e a sensibilidade do mesmo. Observe na imagem abaixo: 
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Bula de remédio 
Trata-se de um gênero textual descritivo, dissertativo expositivo e injuntivo que tem por obrigação 
fornecer as informações necessárias para o correto uso do medicamento, como no exemplo a seguir. 
 
Receita 
É um gênero textual descritivo e injuntivo que tem por objetivo informar a fórmula para preparar tal 
comida, descrevendo os ingredientes e o preparo destes, além disso, com verbos no imperativo, dado 
o sentido de ordem, para que o leitor siga corretamente as instruções. Observe na imagem a seguir: 
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Reportagem 
É um gênero textual jornalístico de caráter dissertativo-expositivo. A reportagem tem, por objetivo, 
informar e levar os fatos ao leitorde uma maneira clara, com linguagem direta. 
“Mercado Central de Macapá poderá reabrir em março, prevê prefeitura” 
Lojistas reclamam de transtornos durante demora nas obras de reformas. Prefeitura informou que 
ponto turístico é ampliado e revitalizado. 
Em obras desde novembro de 2015, o Mercado Central de Macapá deverá reabrir em março, prevê a 
prefeitura. O local é um dos principais pontos turísticos da capital e reúne diversos pontos de vendas 
de comidas típicas e artesanatos. 
Essa é a terceira data reabertura. A primeira foi anunciada para maio de 2016 e a segunda para 
setembro do mesmo ano. A obra foi orçada em aproximadamente R$ 2 milhões. 
O investimento é financiado pelo Programa Calha Norte, do Governo Federal, por meio de emenda 
parlamentar, e terá espaços com acessibilidade para pessoas com deficiência, segundo a prefeitura. 
A Secretaria Municipal de Obras (Semob) informou além da pintura, consertos na rede elétrica e 
hidráulica e substituição do telhado, novos espaços serão implantados no local, como a ampliação da 
área para lanchonetes, banheiros e a montagem de um palco para atrações culturais. A última reforma 
aconteceu em 2013, quando o prédio completou 60 anos de criação. ” 
História em quadrinhos 
É um gênero narrativo que consiste em enredos contados em pequenos quadros através de diálogos 
diretos entre seus personagens, gerando uma espécie de conversação. Observe o exemplo abaixo: 
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Charge 
É um gênero textual narrativo onde se faz uma espécie de ilustração cômica, através de caricaturas, 
com o objetivo de realizar uma sátira, crítica ou comentário sobre algum acontecimento atual, em sua 
grande maioria. 
 
Poema 
Trabalho elaborado e estruturado em versos. Além dos versos, pode ser estruturado em estrofes. 
Rimas e métrica também podem fazer parte de sua composição. Pode ou não ser poético. Dependendo 
de sua estrutura, pode receber classificações específicas, como haicai, soneto, epopeia, poema 
figurado, dramático, etc. Em geral, a presença de aspectos narrativos e descritivos são mais frequentes 
neste gênero. Importante também é a distinção entre poema e poesia. Poesia é o conteúdo capaz de 
transmitir emoções por meio de uma linguagem, ou seja, tudo o que toca e comove pode ser 
considerado como poético. Assim, quando se aplica a poesia ao gênero poema, resulta-se em um 
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poema poético, quando aplicada à prosa, resulta-se na prosa poética (até mesmo uma peça ou um 
filme podem ser assim considerados). 
Veja o exemplo de um poema poético, em Poema da purificação de Carlos Drummond De Andrade: 
Poema da purificação 
Depois de tantos combates 
o anjo bom matou o anjo mau 
e jogou seu corpo no rio 
As água ficaram tintas 
de um sangue que não descorava 
e os peixes todos morreram. 
Mas uma luz que ninguém soube 
dizer de onde tinha vindo 
apareceu para clarear o mundo, 
e outro anjo pensou a ferida 
do anjo batalhador. 
Veja o exemplo de uma prosa poética, em um trecho da obra Iracema de José de Alencar: “O guerreiro 
sem a esposa é como a árvore sem 25ubst. nem 25ubst.: nunca ela verá o fruto; o guerreiro sem amigo 
é como a árvore solitária que o vento açouta no meio do campo: o fruto dela nunca amadurece”. 
Funções da Linguagem 
Para que serve a linguagem? 
Sabemos que a linguagem é uma das formas de apreensão e de comunicação das coisas do mundo. O 
ser humano, ao viver em conjunto, utiliza vários códigos para representar o que pensa, o que sente, o 
que quer, o que faz. 
Sendo assim, o que conseguimos expressar e comunicar através da linguagem? Para que ela funciona? 
O estudo das funções da linguagem depende de seus fatores principais. Destacamos cada um deles em 
particular: 
Emissor – quem fala ou transmite uma mensagem a alguém 
Receptor – (ou interlocutor) – quem recebe a mensagem 
Mensagem – a informação ou o texto transmitido pelo emissor 
Código – o sistema de sinais que permite acompreensão da mensagem 
Referente – o contexto ou o assunto da mensagem 
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Partindo desses elementos, o linguista russo Roman Jakobson elaborou seus estudos acerca das 
funções da linguagem para a análise e produção de textos. Em todo processo de comunicação, a 
linguagem é expressa de acord com a função que se deseja enfatizar. A multiplicidade da linguagem 
pode ser sintetizada em seis funções ou finalidades básicas. Veja a seguir: 
Função emotiva ou expressiva Na função emotiva (ou expressiva), 26ubst.2626sse a linguagem do 
emissor que expressa sentimentos, emoções, avaliações centradas no ”eu” do seu mundo interior. 
Predomina nas cartas pessoais, na poesia confessional, nas resenhas críticas ou nas canções 
sentimentais, assim prevalece o uso da 1ª pessoa. Como no poema a seguir: 
Carlos Drummond de Andrade: Sentimento do mundo 
Tenho apenas duas mãos 
e o sentimento do mundo, 
mas estou cheio de escravos, 
minhas lembranças escorrem 
e o corpo transige 
na confluência do amor. 
 
Quando me levantar, o céu 
estará morto e saqueado, 
eu mesmo estarei morto, 
morto meu desejo, morto 
o pântano sem acordes. 
 
Os camaradas não disseram 
que havia uma guerra 
e era necessário 
trazer fogo e alimento. 
Sinto-me disperso, 
anterior a fronteiras, 
humildemente vos peço 
que me perdoeis. 
Quando os corpos passarem, 
eu ficarei sozinho 
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desfiando a recordação 
do sineiro, da viúva e do microscopista 
que habitavam a barraca 
e não foram encontrados 
ao amanhecer 
esse amanhecer 
mais noite que a noite. 
O poema que você acabou de ler é de autoria de um de nossos maiores poetas, Carlos Drummond de 
Andrade, e ilustra bem a função da linguagem sobre a qual falaremos neste artigo. No poema, que 
integra o livro “Sentimento do mundo”, Drummond posiciona-se em relação ao tema que está 
abordando, expressando seus sentimentos e impressões pessoais. Essas características são próprias 
da função emotiva da linguagem. 
Função Apelativa ou Conativa 
O objetivo da transmissão da mensagem é persuadir ou convencer o receptor. Os textos publicitários 
apresentam essa finalidade: influenciar o comportamento do leitor, 27ubst.27-lo com uma mensagem 
persuasiva. Normalmente, empregam-se verbos no Modo Imperativo, como pronomes e verbos na 2ª 
ou 3ª pessoas. 
 
A publicidade dialoga com seu público-alvo através da linguagem empregada, variando de acordo com 
o tipo de público que pretende atingir. 
Função Poética 
Quando a mensagem é elaborada de forma inovadora, utilizando combinações sonoras ou rítmicas, 
jogos de imagem ou de ideias. Desenvolve o sentido conotativo das palavras. Predomina na poesia, 
mas pode ser encontrada em determinadas formas jornalísticas. Por exemplo: 
Serenata sintética – Cassiano Ricardo 
Rua torta 
Lua morta 
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Tua porta. 
Função Fática 
A intenção é iniciar um contato através de cumprimentos com uma abordagem coloquial – objetiva e 
rápida. Em textos escritos, têm muita importância os recursos gráficos. A função fática tem o objetivo 
de fazer a manutenção do canal de comunicação. Como exemplo: 
 
Função Metalinguística 
Esta função refere-se à metalinguagem, que ocorre quando o emissor explica um código usando o 
próprio código. É a poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta outro 
texto. As gramáticas e os dicionários são exemplos de metalinguagem. Exemplo: 
Vitória 
Substantivo feminino 1. Ato ou efeito de sair-se vencedor, de triunfar sobre um inimigo, competidor 
ou antagonista; triunfo. 2. Êxito, triunfo, sucesso alcançado. 
FunçãoReferencial 
Transmite uma informação objetiva sobre a realidade. Dá prioridade aos dados concretos, fatos e 
circunstâncias. É a linguagem característica das notícias de jornal, do discurso científico e de qualquer 
exposição deconceitos. Coloca em evidência o referente, ou seja, o assunto ao qual a mensagem se 
refere. 
Observe a notícia publicada pelo G1-Amapá: 
“Protesto contra estrutura precária de escola do Amapá viraliza na internet” 
Estudantes publicaram fotos nas redes sociais em pontos críticos do prédio. Escola estadual Tiradentes 
foi selecionada para modelo de ensino integral 
Uniformizados, estudantes da escola estadual Tiradentes publicaram fotos nas redes sociais em pontos 
críticos do prédio, que se encontra em situação precária, segundo eles. O protesto é para chamar a 
atenção sobre a implantação, diante dos problemas, do modelo de ensino em tempo integral, 
confirmado para 2017 no Amapá. 
A Secretaria de Estado da Educação (SEED) destacou que uma equipe de implantação do programa de 
Educação em Tempo Integral (ETI) realizou uma série de visitas às escolas que terão a nova modalidade 
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de ensino e devem receber reformas. A SEED ressaltou que está aberta ao diálogo com a comunidade 
escolar. 
As fotos foram publicadas na página do grêmio estudantil da escola e alcançaram até o momento mais 
de 2 mil compartilhamentos. Nas imagens, os alunos seguram cartazes com dizeres sobre a situação 
do espaço, na visão de cada aluno, e alertas sobre perigos. ” 
Figuras da Linguagem 
Figuras de Linguagem são recursos especiais usados para dar maior ênfase à comunicação. 
Elas são classificadas em: 
Figuras de Palavras 
Figuras de Pensamento 
Figuras de Sintaxe 
Figuras de Som 
Figuras de Palavras 
As Figuras de Palavras são recursos utilizados para produzir maior expressividade à comunicação. Elas 
consistem na substituição de uma palavra por outra, isto é, no emprego figurado, simbólico, seja por 
uma relação muito próxima (contiguidade), seja por uma associação, uma comparação, uma 
similaridade. 
Metáfora 
A metáfora consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão em lugar de outra, sem que haja uma 
relação real, mas em virtude da circunstância de que o nosso espírito as associa e depreende entre 
elas certas semelhanças. 
Obs.: toda metáfora é uma espécie de comparação implícita, em que o elemento comparativo não 
aparece. Exemplo: A vida é uma nuvem que voa. 
Metonímia 
A metonímia consiste em empregar um termo no lugar de outro, havendo entre ambos estreita 
afinidade ou relação de sentido. 
Observe os exemplos abaixo: 
a) Autor pela obra: Gosto de ler Machado de Assis. (Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis.) 
b) Símbolo pelo objeto simbolizado: Não te afastes da cruz. (Não te afastes da religião.) 
Catacrese 
Trata-se de uma metáfora que, dado seu uso contínuo, cristalizou-se. A catacrese costuma ocorrer 
quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, tomase outro “emprestado”. 
Assim, passamos a empregar algumas palavras fora de seu sentido original. 
Exemplos: 
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“asa da xícara” “batata da perna” 
“maçã do rosto” “pé da mesa” 
“braço da cadeira” “coroa do abacaxi” 
Perífrase 
Trata-se de uma expressão que designa um ser através de alguma de suas características ou atributos, 
ou de um fato que o celebrizou. Veja o exemplo: 
A Cidade Maravilhosa ( Rio de Janeiro) continua atraindo visitantes do mundo todo. 
Obs.: quando a perífrase indica uma pessoa, recebe o nome de antonomásia. 
Exemplos: 
a) O Divino Mestre (Jesus Cristo) passou a vida praticando o bem. 
b) O Poeta dos Escravos (Castro Alves) morreu muito jovem. 
c) Poeta da Vila (Noel Rosa) compôs lindas canções. 
Sinestesia 
Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as sensações percebidas por diferentes órgãos do 
sentido. 
Exemplos: 
a) Um grito áspero revelava tudo o que sentia. (Grito = auditivo; áspero = tátil) 
b) No silêncio negro do seu quarto, aguardava os acontecimentos. (Silêncio = auditivo; negro = visual) 
Figuras de Pensamento 
As figuras de pensamento trabalham com a combinação de ideias, pensamentos. Dentre as figuras de 
pensamento, as mais comuns são: 
Antítese 
Consiste na utilização de dois termos que contrastam entre si. Ocorre quando há uma aproximação de 
palavras ou expressões de sentidos opostos. O contraste que se estabelece serve, essencialmente, 
para dar uma ênfase aos conceitos envolvidos que não se conseguiria com a exposição isolada dos 
mesmos. Observe os exemplos: 
a) “O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa) 
b) O corpo é grande e a alma é pequena. 
c) “Quando um muro separa, uma ponte une.” 
d) “Desceu aos pântanos com os tapires; subiu aos Andes com os condores.” (Castro Alves) e) 
Felicidade e tristeza tomaram conta de sua alma. 
 
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Paradoxo 
Consiste numa proposição aparentemente absurda, resultante da união de ideias contraditórias. Veja 
o exemplo: a) Na reunião, o funcionário afirmou que o operário quanto mais trabalha mais tem 
dificuldades econômicas. 
Eufemismo 
Consiste em empregar uma expressão mais suave, mais nobre ou menos agressiva, para comunicar 
alguma coisa áspera, desagradável ou chocante. 
Exemplos: a) Depois de muito sofrimento, entregou a alma ao Senhor. (Morreu) 
b) O prefeito ficou rico por meios ilícitos. (Roubou) 
c) Fernando faltou com a verdade. (Mentiu) 
Ironia 
Consiste em dizer o contrário do que se pretende ou em satirizar, questionar certo tipo de pensamento 
com a intenção de ridicularizá- lo, ou ainda em ressaltar algum aspecto passível de crítica. A ironia deve 
ser muito bem construída para que cumpra a sua finalidade; mal construída, pode passar uma ideia 
exatamente oposta à desejada pelo emissor. Veja os exemplos abaixo: 
a) Como você foi bem na última prova, não tirou nem a nota mínima! 
b) Parece um anjinho aquele menino, briga com todos que estão por perto. 
Hipérbole 
É a expressão intencionalmente exagerada com o intuito de realçar uma ideia. Exemplos: 
a) Faria isso milhões de vezes se fosse preciso. 
b) “Rios te correrão dos olhos, se chorares.” (Olavo Bilac) 
Prosopopeia ou Personificação 
Consiste em atribuir ações ou qualidades de seres animados a seres inanimados, ou características 
humanas a seres não humanos. Observe os exemplos: 
a) As pedras andam vagarosamente. B) O vento fazia promessas suaves a quem o escutasse. 
Apóstrofe 
Consiste na “invocação” de alguém ou de alguma coisa personificada, de acordo com o objetivo do 
discurso que pode ser poético, sagrado ou profano. Caracteriza-se pelo chamamento do receptor da 
mensagem, seja ele imaginário ou não. A introdução da apóstrofe interrompe a linha de pensamento 
do discurso, destacando-se assim a entidade a que se dirige e a ideia que se pretende pôr em evidência 
com tal invocação. Realiza-se por meio do vocativo. Exemplos: 
a) Moça, que fazes aí parada? 
b) “Pai Nosso, que estais no céu...” c) 
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“Liberdade, Liberdade, 
Abre as asas sobre nós, 
Das lutas, na tempestade, 
Dá que ouçamos tua voz...” (Osório Duque Estrada) 
Gradação 
Consiste em dispor as ideias por meio de palavras, sinônimas ou não, em ordem crescente ou 
decrescente. Quando a progressão é ascendente, temos o clímax; quando é descendente, o anticlímax. 
Observe este exemplo: 
Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Joana com seus olhos claros e brincalhões... 
O objetivo do narrador é mostrar a expressividade dos olhos de Joana. Para chegar a esse detalhe, ele 
se refere ao céu, à terra, às pessoas e, finalmente, a Joana e seus olhos. Nota-se que o pensamentofoi 
expresso em ordem decrescente de intensidade. Outros exemplos: 
a) “Vive só para mim, só para a minha vida, só para meu amor”. (Olavo Bilac) 
b) “O trigo... nasceu, cresceu, espigou, amadureceu, colheu-se.” (Padre Antônio Vieira). 
Figuras de Sintaxe 
As Figuras de Sintaxe ou Figuras de Construção são utilizadas para modificar um período, ou seja, 
interferem na estrutura gramatical da frase, com o intuito de oferecer maior expressividade ao texto. 
Assim, as figuras de sintaxe operam de diversas maneiras na frase, seja na inversão, repetição ou na 
omissão dos termos. 
Elipse 
Consiste na omissão de um ou mais termos numa oração que podem ser facilmente identificados, 
tanto por elementos gramaticais presentes na própria oração, quanto pelo contexto. Exemplos: 
a) Regina estava atrasada. Preferiu ir direto para o trabalho. (Ela, Regina, preferiu ir direto para o 
trabalho, pois estava atrasada.) 
b) As rosas florescem em maio, as margaridas em agosto. (As margaridas florescem em agosto.) 
Zeugma 
Zeugma é uma forma de elipse. Ocorre quando é feita a omissão de um termo já mencionado 
anteriormente. Exemplos: 
a) Ele gosta de geografia; eu, de português. B) Na casa dela só havia móveis antigos; na minha, só 
móveis modernos. 
Silepse 
Na silepse há concordância da ideia e não do termo utilizado. São classificadas em: 
Silepse de Gênero, quando ocorre discordância entre os gêneros (feminino e masculino); 
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Silepse de Número, quando ocorre discordância entre o singular e o plural; 
Silepse de Pessoa, quando ocorre discordância entre o sujeito, que aparece na terceira pessoa, e o 
verbo, que surge na primeira pessoa do plural. 
Exemplos: São Paulo é suja. (silepse de gênero) 
Um bando (singular) de mulheres (plural) gritavam assustadas. (silepse de número) 
Todos os atletas (terceira pessoa) estamos (primeira pessoa do plural) preparados para o jogo. (silepse 
de pessoa). 
Hipérbato ou Inversão 
O hipérbato é caraterizado pela inversão da ordem direta dos termos da oração, segundo a construção 
sintática usual da língua (sujeito + predicado + complemento). 
Exemplo: Triste estava Manuela. (Neste caso, o estado do sujeito surge antes do nome “Manuela”, que 
na construção sintática usual seria: Manuela estava triste). 
Assíndeto 
Síndeto corresponde a uma conjunção coordenativa utilizada para unir termos nas orações 
coordenadas. Feita essa observação, a figura de pensamento assíndeto é caracterizada pela ausência 
de conjunções. Exemplo: Daiana comprou uvas para comer, (e) limões para fazer suco. 
Polissíndeto 
Ao contrário do assíndeto, o polissíndeto é caracterizado pela repetição da conjunção coordenativa 
(conectivo). Exemplo: Dolores brigava, e gritava, e falava. 
Anáfora 
A anáfora é a repetição de termos no começo das frases, muito utilizada pelos escritores na construção 
dos versos a fim de dar maior ênfase à ideia. Exemplo: Se eu amasse, se eu chorasse, se eu perdoasse. 
(A repetição do termo “se” enfatiza a condicionalidade que o emissor do discurso quer propor). 
Anacoluto 
O anacoluto altera a sequência lógica da estrutura da frase por meio de uma pausa no discurso. 
Exemplo: Esses políticos de hoje, não se pode confiar. (Numa sequência lógica, teríamos: “Esses 
políticos de hoje não são confiáveis” ou Não se pode confiar nesses políticos de hoje.) 
 
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Pleonasmo 
Repetição enfática ou redundância de um termo que soa “desnecessário” no discurso, o qual pode ser 
utilizado intencionalmente (pleonasmo literário) como figura de linguagem, ou por desconhecimento 
das normas gramaticais (pleonasmo vicioso), nesse caso um vício de linguagem. Exemplo: A noite 
escura da Amazônia. (Note que a noite já pressupõe escuridão.) 
Figuras de Som 
As Figuras de Som ou de Harmonia correspondem a uma categoria das figuras de linguagem associadas 
à sonoridade. Elas valorizam a expressividade do texto, por meio da sonoridade, ou seja, da repetição 
de sons. 
Aliteração 
Consiste na repetição de consoantes como recurso para intensificação do ritmo ou como efeito sonoro 
significativo. Exemplos: a) Três pratos de trigo para três tigres tristes. 
b) O rato roeu a roupa do rei de Roma. 
Assonância 
Consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos. Exemplos: “Sou um mulato nato no 
sentido lato mulato democrático do litoral.” 
Onomatopeia 
Ocorre quando se tentam reproduzir na forma de palavras os sons da realidade. Exemplos: 
a) Os sinos faziam blem, blem, blem, blem. 
b) Miau, miau. (Som emitido pelo gato). 
Variação Linguística 
É um fenômeno que acontece com a língua e pode ser compreendida por intermédio das variações 
históricas e regionais. Em um mesmo país, com um único idioma oficial, a língua pode sofrer diversas 
alterações feitas por seus falantes. Como não é um sistema fechado e imutável, a língua portuguesa 
ganha diferentes nuances. O português que é falado no Nordeste do Brasil pode ser diferente do 
português falado no Sul do país. Claro que um idioma nos une, mas as variações podem ser 
consideráveis e justificadas de acordo com a comunidade na qual se manifesta. Observe a imagem a 
seguir: 
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As variações acontecem porque o princípio fundamental da língua é a comunicação, então é 
compreensível que seus falantes façam rearranjos de acordo com suas necessidades comunicativas. 
Os diferentes falares devem ser considerados como variações, e não como erros. Quando tratamos as 
variações como erro, incorremos no preconceito linguístico que associa, erroneamente, a língua ao 
status. 
No Brasil, por exemplo, todos falam a língua portuguesa, mas existem usos diferentes da língua devido 
a diversos fatores. Dentre eles, destacam-se: 
Fatores regionais 
É possível notar a diferença do português falado por um habitante da região nordeste e outro da região 
sudeste do Brasil. Dentro de uma mesma região, também há variações no uso da língua. No estado do 
Rio Grande do Sul, por exemplo, há diferenças entre a língua utilizada por um cidadão que vive na 
capital e aquela utilizada por um cidadão do interior do estado. 
Fatores culturais 
O grau de escolarização e a formação cultural de um indivíduo também são fatores que colaboram 
para os diferentes usos da língua. 
Uma pessoa escolarizada utiliza a língua de uma maneira diferente da pessoa que não teve acesso à 
escola. 
Fatores contextuais 
Nosso modo de falar varia de acordo com a situação em que nos encontramos: quando conversamos 
com nossos amigos, não usamos os termos que usaríamos se estivéssemos discursando em uma 
solenidade de formatura. 
Fatores profissionais 
O exercício de algumas atividades requer odomínio de certas formas de língua chamadas línguas 
técnicas. Abundantes em termos específicos, essas formas têm uso praticamente restrito ao 
intercâmbio técnico de engenheiros, químicos, profissionais da área de direito e da informática, 
biólogos, médicos, linguistas e outros especialistas. 
 
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Fatores naturais 
O uso da língua pelos falantes sofre influência de fatores naturais, como idade e sexo. Uma criança não 
utiliza a língua da mesma maneira que um adulto, daí falar-se em linguagem infantil e linguagem 
adulta. 
As diferentes variações linguísticas 
De acordo com esses fatores podemos classificar as variações da seguinte forma: 
Variações diafásicas 
São as variações que se dão em função do contexto comunicativo, isto é, a ocasião determina o modo 
como falaremos com o nosso interlocutor, podendo ser formal ou informal. 
Variações históricas 
A língua é dinâmica e sofre transformações ao longo do tempo. Um exemplo

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