Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
REBECA KRUSE MED10 Cardiopatias congênitas INTRODUÇÃO: Malformação na embriogênese ocorrendo em 8/1000 RN vivos Suas apresentações ocorrer ao nascimento e são passíveis de cura em sua maioria CAUSAS: Síndromes genéticas Fatores extrínsecos maternos Infecções Drogas (álcool, talidomida, ácido retinóico, IECA) CARDIOPATIAS CONGÊNITAS ACIANÓTICAS: Desvio do fluxo de sangue da esquerda para a direita (a pressão é maior do lado esquerdo) Não causas cianose à primeira vista → se não tratada pode vir a causar Hiperfluxo pulmonar = CIA, CIV, PCA, janela aortopulmonar, canal AV Devido ao desvio sanguíneo, é jogado mais sangue para a artéria pulmonar Lesões obstrutivas nas câmaras esquerdas = EAo, CoAo, EM congênita Lesões obstrutivas nas câmaras direitas = EP COMUNICAÇÃO INTERATRIAL (CIA): Não há mistura de sangue insaturado com saturado Prevalência: 50/100 mil nascimentos 3ª cardiopatia congênita mais frequente na criança e a mais frequente no adulto Mais frequente no sexo feminino Pode ser associada a síndromes genéticas: Holt-Oram – parece um caranguejo Noonan – pode vir associado ... + características fenotípicas Down, etc Classificação anatômica → de acordo com a localização Ostium primum (geralmente associada à síndromes genéticas) Ostium secundum (mais comum) Seio venoso (átrio se comunica com as veias pulmonares) Defeitos do seio coronariano (átrio se comunica com as artérias coronarianas; menos comum) SINTOMATOLOGIA: Direção e magnitude do fluxo → tamanho do defeito e das pressões atriais Fechamento espontâneo no 1º ano → ostium secundum Em situações especiais (mergulhadores, pessoas vivendo em altas altitudes) fecha-se para impedir o fluxo paradoxal pois pode ser causa de AVC Pequenos assintomáticos não se fecha cirurgicamente Maioria assintomática na infância Adultos podem ser assintomáticos ou apresentar dispneia aos esforços, palpitações e tromboembolismo Pode ocorrer hipertensão arterial pulmonar e sinais de IC direita nas grandes CIAs EXAME FÍSICO: Desdobramento amplo e fixo de B2 Fechamento das semilunares (aórtica B1 > pulmonar B2) A manobra de Riviero-carvalho aumenta o tempo entre as duas bulhas, se não aumentar, é um dado para CIA Sopro sistólico ejetivo pulmonar = hiperfluxo pulmonar (vai passar mais sangue pela valva) Ruflar diastólico Impulsão sistólica por dilatação do VD Se hipertensão pulmonar: Diminuição do fluxo esquerdo-direito Desdobramento fixo desaparece P2 hiperfonética Diminuição de SS pulmonar Desaparecimento de SD tricúspide EXAMES COMPLEMENTARES: ECG: Normal Aumento de AD Intervalo PR prolongado Fibrilação atrial ou flutter Distúrbio parcial de condução do ramo direito (DPCRD) em V1 REBECA KRUSE MED10 ECO: geralmente dá o diagnóstico por meio do Doppler Fluxo saindo do AE Análise do fluxo Aumento do AD Pode ser transesofágico: raro RX: Normal Aumento de câmaras direitas, retificação da artéria pulmonar, aumento da trama Cateterismo cardíaco: usado para verificar se há alguma outra malformação e definir tratamento cirúrgico TRATAMENTO: Tratar sobrecarga de VD Embolia paradoxal = anticoagulação x fechar cirurgicamente Tratar hipertensão pulmonar se resistência pulmonar < 2/3 da sistêmica Eletivo: esperar 3-5 anos de idade (pode fechar espontaneamente) Tratamento percutâneo: Ostium secundum < 38mm e bordas de 5mm, exceto para aorta Tratamento cirúrgico Bom prognóstico COMUNICAÇÃO INTERVENTRICULAR (CIV): Cardiopatia congênita mais comum (20%) Pode se tornar cianótica pelo aumento da resistência pulmonar CLASSIFICAÇÃO ANATÔMICA: → Perimembranosa (80%) → Muscular → Subarterial CLÍNICA: Direção e magnitude do fluxo → tamanho do defeito e das pressões (a CIV menor gera um sopro maior) Fechamento espontâneo no 1º ano Sintoma depende do tamanho do defeito Sopro sistólico: sangue não oxigenado vai para aorta → cianose Quanto menor → maior ausculta EXAME FÍSICO: Pequenas comunicações: Sopro cardíaco nas primeiras semanas → crescimento e desenvolvimento normal → fechamento espontâneo Normalmente escuta no dorso também (patológico) Adultos = risco de endocardite infecciosa (turbilhonamento) → mandatório profilaxia Classificação do sopro: +/6 (frêmito a partir de 4 +) Moderadas: Dilatação das câmaras esquerdas Raro aumento da resistência pulmonar Grandes comunicações IC nas primeiras semanas Dificuldade de mamar + taquipneia + taquicardia + baixo peso Pneumonias frequentes (pulmão “molhado”) Aumento da resistência pulmonar REBECA KRUSE MED10 Inversão do fluxo (D → E) Cianose (síndrome de Eisenmenger: quando há a inversão do fluxo) EXAMES COMPLEMENTARES: ECG: Normal Aumento de AE + sobrecarga biventricular HVD RX: variável podendo mostrar aumento da área cardíaca Cateterismo cardíaco: raramente ECO: geralmente fecha o diagnóstico TRATAMENTO: Assintomáticos = observação Cirúrgico Percutâneo (raro) Prognóstico bom PERSISTÊNCIA DO CANAL ARTERIAL (PCA): Canal arterial: conecta a aorta à artéria pulmonar esquerda proximal Sintomas depende da magnitude do fluxo Sopro em locomotiva/contínuo = sopro sistólico e diastólico PA divergente = desvio do sangue para a artéria pulmonar Tratamento percutâneo ou cirúrgico Prognóstico: bom DEFEITO DO SEPTO ATRIOVENTRICULAR (DSAV): Espectro de malformações cardíacas associadas = CIA + CIV Junção atrioventricular comum Mais associado à síndrome de Down Quadro clínico e evolução: defeitos associados Inicialmente é acianótica mas pode se tornar cianótica Tratamento = cirúrgico Prognóstico variável ESTENOSE AÓRTICA CONGÊNITA: Geralmente em nível valvar 3-6% das cardiopatias congênitas Valva aórtica bicúspide (comum) 20% se associa a outras cardiopatias congênitas como PCA, CoAo ou CIV Sopro sistólico ejetivo, rude, audível, crescente; irradia para fúrcula e carótida Tratamento: Seguimento clínico = casos leves Cirúrgico COARCTAÇÃO DA AORTA: Estreitamento abaixo da emergência da artéria subclávia esquerda Associada à valva aórtica bicúspide em 50% e a outras cardiopatias Associado a doenças genéticas - síndrome de Turner Quadro clínico variável: HAS Pulso normal em MMSS e fraco em MMII (pedioso ou femoral) Tratamento: Percutâneo: stent para dilatar Cirúrgico ESTENOSE MITRAL CONGÊNITA: Rara isoladamente Quadro clínico variável Tratamento cirúrgico Causa mais comum: febre reumática Sopro diastólico ESTENOSE PULMONAR: 2% é familiar → 10% das cardiopatias congênitas Mais comum no sexo feminino Pode associar-se à síndromes genéticas (Noonan: dismorfismo, cardiopatia, retardo mental, baixa estatura) Quadro clínico variável Ausculta: Sopro sistólico Tratamento: Percutâneo (bons resultados) Cirúrgico CARDIOPATIAS CONGÊNITAS CIANÓTICAS: Desvio do fluxo da direita para a esquerda → hipoxemia REBECA KRUSE MED10 Pode ser decorrente de obstrução ao fluxo pulmonar Mistura do sangue oxigenado Alteração fisiológica grave na circulação (circulação em paralelo) Mais comuns: → Tetralogia de Fallot e variantes → Transposição de grandes artérias TETRALOGIA DE FALLOT (T4F): Mais comum após o 1º mês de vida (após o período neonatal) → o bebê pode nascer normal ALTERAÇÕES: CIV Cavalgamento aórtico sobre a crista do septo interventricular → pega o sangue dos dois ventrículos Obstrução da via de saída do VD (estenose pulmonar) HVD FISIOPATOLOGIA: Ao cavalgada recebe sangue dos dois ventrículos + estenose pulmonar Hipóxia → estímulo da medula óssea → policitemia, cianose e hiperviscosidade sanguínea (chance de eventos trombóticos) Gravidade se dá pelo grau de estenose pulmonarMANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: depende do grau de estenose pulmonar Leve = 4-6 semanas Grave = cianose neonatal Crises de hipóxia com 2-3 meses de vida Taquipneia Hiperpneia Aumento da cianose Palidez Síncope Fatores precipitantes: despertar, choro, mamada EXAME FÍSICO: Cianose labial e no leito ungueal Baqueteamento digital nas crianças maiores Palpação do VD EXAMES COMPLEMENTARES: ECG: Raramente normal Sobrecarga de VD Desvio de eixo para a direita RX: Área normal ou levemente aumentado → aumenta as custas de VD Sinal da bota (HVD) ou tamanco holândes Tronco pulmonar escavado Hipofluxo pulmonar ECO: dá o diagnóstico e mostra as alterações morfológicas Cateterismo cardíaco TRATAMENTO = CIRÚRGICO Prognóstico bom se tratado precoce TRANSPOSIÇÃO DAS GRANDES ARTÉRIAS (TGA): Mais comum no período neonatal (até 30 dias) Maior incidência se mãe diabética e no sexo masculino Formam dois circuitos fechados Anatomia: situs solitus ou inversus, conexão atrioventricular concordante e ventrículo arterial discordante FISIOPATOLOGIA: REBECA KRUSE MED10 Circulação paralela → sangue proveniente das veias cavas não se oxigena e o sangue proveniente do retorno venoso pulmonar não atinge o corpo e retorna aos pulmões Não morre imediatamente: persistência do canal arterial e forame oval patente Sobrevida: shunt intercirculatório (CIA, CIV ou PCA) MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Cianose 1° dia de vida Cianose precoce; se CIV ampla pode ser discreta EXAME FÍSICO: Cianose + taquipneia Sopro não muito evidente -> não há diferença de pressão 2ª bulha pode ser única Insuficiência cardíaca nos primeiros dias EXAMES COMPLEMENTARES: ECG: Normal SVD RX: Normal incialmente se CIV Cardiomegalia Hiperfluxo pulmonar Ovo em corda ECO: dá o diagnóstico Cateterismo cardíaco: dúvida e para realizar atriosseptostomia por balão (ganha alguns dias até o procedimento cirúrgico) TRATAMENTO: Várias opções (depende das malformações) Operação de Jatene Quanto mais precoce for operado, melhor (prognóstico bom)
Compartilhar