Julia, mãe de Maria, não tem legitimidade ad causam, mas tem legitimidade ad processum, pois pode representar Maria. 4.2.2. Legitimidade Ad Processum (para o processo – para estar em juízo): É a capacidade de qualquer pessoa natural/jurídica ou formal para atuar em juízo desde que não haja necessidade de ser assistida ou representada. OBS: Ocorre que nem todos que tem capacidade/legitimidade para ser parte necessariamente terá capacidade para exercê-la sozinha em um processo, como é o caso dos Absolutamente Incapazes (Art. 3º, CC) e dos Relativamente Incapazes (Art. 4º, CC). CPC, Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para estar em juízo. Art. 71. O incapaz será representado ou assistido por seus pais, por tutor ou por curador, na forma da lei. Art. 72. O juiz nomeará curador especial ao: I - incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste colidirem com os daquele, enquanto durar a incapacidade; II - réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora certa, enquanto não for constituído advogado. Parágrafo único. A curatela especial será exercida pela Defensoria Pública, nos termos da lei. (PROVA) Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens. (OUTORGA UXÓRIA ou VÊNIA CONJUGAL) § 1o Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação: I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens; II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por eles; www.estudodireito.com 31 Leonardo Ervatti Coach de Concursos III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família; IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges. § 2o Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado. § 3o Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos autos. Art. 74. O consentimento previsto no art. 73 pode ser suprido judicialmente quando for negado por um dos cônjuges sem justo motivo, ou quando lhe seja impossível concedê-lo. Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente: Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício. 4.3. Capacidade Postulatória: Capacidade técnico-formal conferida para prática de atos processuais em juízo sob pena de nulidade do processo. Capacidade determinada Quem tem Capacidade Postulatória? Advogados Defensor Público Ministério Público EXCEÇÃO: A própria pessoa em Juizados Especiais e nos HC. Art. 103. A parte será representada em juízo por advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil. Parágrafo único. É lícito à parte postular em causa própria quando tiver habilitação legal. Art. 105. A procuração geral para o foro, outorgada por instrumento público ou particular assinado pela parte, habilita o advogado a praticar todos os atos do processo, exceto receber citação, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica, que devem constar de cláusula específica. 4.4 Legitimidade ORDINÁRIA É a regra, ou seja, alguém em nome próprio defende interesse ou direito próprio. 4.5 Legitimidade EXTRAORDINÁRIA: É aquela que excepcionalmente alguém em nome próprio defende interesse ou direito alheio. Essa autorização é concedida pelo ordenamento jurídico. CPC, Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial. Ex: Ministério Público nas ações sobre direito do consumidor 4.6 Dos deveres das Partes e dos Procuradores: www.estudodireito.com 32 Leonardo Ervatti Coach de Concursos (PROVA)CPC, Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveres das partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma participem do processo: I - expor os fatos em juízo conforme a verdade; II - não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que são destituídas de fundamento; III - não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou à defesa do direito; IV - cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final, e não criar embaraços à sua efetivação; V - declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o endereço residencial ou profissional onde receberão intimações, atualizando essa informação sempre que ocorrer qualquer modificação temporária ou definitiva; VI - não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso. Art. 79. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como autor, réu ou interveniente. (PROVA)Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que: I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso; II - alterar a verdade dos fatos; III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal; IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo; V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo; VI - provocar incidente manifestamente infundado; VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório. 4.7. Da sucessão das partes e dos procuradores: O Advogado poderá sair do processo das seguintes formas; 1) Revoga a Procuração (111, CPC) 2) Renunciam a Procuração (112, CPC) 3) Morte do advogado 4) Substabelecimento - se divide em 2: a. COM reserva de poderes – O advogado original se mantém no processo. Não precisa comunicar ao autor. Ex: Autor contrata advogado A e assina procuração. No dia da audiência o Advogado A não poderá comparecer. Ele faz um substabelecimento com reserva de poderes para o Advogado B, que o representa na Audiência. www.estudodireito.com 33 Leonardo Ervatti Coach de Concursos b. SEM reserva de poderes – O advogado original sai do processo ficando só o substabelecido. NECESSÁRIA comunicação ao autor. CPC, Art. 108. No curso do processo, somente é lícita a sucessão voluntária das partes nos casos expressos em lei. Art. 109. A alienação da coisa ou do direito litigioso por ato entre vivos, a título particular, não altera a legitimidade das partes. § 1o O adquirente ou cessionário não poderá ingressar em juízo, sucedendo o alienante ou cedente, sem que o consinta a parte contrária. § 2o O adquirente ou cessionário poderá intervir no processo como assistente litisconsorcial do alienante ou cedente. § 3o Estendem-se os efeitos da sentença proferida entre as partes originárias ao adquirente ou cessionário. Art. 110. Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a sucessão pelo seu espólio ou pelos seus sucessores, observado o disposto no art. 313, §§ 1o e 2o. Art. 111. A parte que revogar o mandato outorgado a seu advogado constituirá, no mesmo ato, outro que assuma o patrocínio da causa. Art. 112. O advogado poderá renunciar ao mandato a qualquer tempo, provando, na forma prevista neste Código, que comunicou a renúncia ao mandante, a fim de que este nomeie sucessor. Parágrafo único. Não sendo constituído novo procurador no prazo de 15 (quinze) dias, observar-se-á o disposto no art. 76. CC, Art. 655. Ainda quando se outorgue mandato por instrumento público, pode substabelecer-se mediante instrumento particular. 4.8. Da Habilitação