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Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Estomatologia – 2021.1 Semiologia e Exame Clínico A semiologia é a ciência de estuda os sinais e sintomas das doenças, e é através dela que conseguimos chegar ao diagnóstico clinico, ou à hipótese diagnóstica. A estomatologia é a ciência que estuda as doenças que acometem a cavidade oral, manifestações bucais de doenças sistêmicas, dermatológicas e infecciosas, além de lesões malignas de tecidos moles de boca e outras doenças de tecidos moles de boca. A semiologia se divide em: • Semiotécnica: técnica de pesquisa dos sinais e sintomas, e se resolve na arte de explorar (tem-se a coleta de dados básicos para identificação da patologia); • Propedêutica: demanda o grupamento dos dados recolhidos pela semiotécnica, que serve para explicar o diagnóstico e presumir o prognóstico. Classificação dos sintomas: O diagnóstico é uma atividade unitemporal realizada em determinado instante do processo clinico e representa o nome ou a identificação do processo mórbido presente. OBS.: é unitemporal, visto que o diagnóstico de hoje pode não ser o mesmo diagnóstico de amanhã. • Diagnóstico direto: é dado quanto se tem um sinal ou sintoma patognomônico • Diagnóstico presuntivo: quando se tem hipóteses de diagnóstico, e serão confirmados frente a exames complementares. • Diagnóstico diferencial: é o comparativo de lesões que possuem características clinicas semelhantes, corroborando pra definir hipóteses que serão solucionadas através dos exames laboratoriais, etc. O prognóstico é multitemporal, devendo ao clinico vaticinar, com base dos dados obtidos, a evolução do caso ao longo do tempo. Segundo Genovese, é o estudo da marcha, duração e término da doença. É, portanto, a antecipação teórica do desenrolar e do finalizar de um estado mórbido. • Prognóstico ótimo: quando não há danos e existe medidas terapêuticas efetivas. • Prognóstico bom: quando não há danos e existe medidas terapêuticas efetivas. • Prognóstico regular: há cura, mas podem deixar sequelas • Prognóstico ruim: relacionado a sequelas e risco de morte, relacionado as neoplasias malignas. • Prognóstico péssimo: relacionado a sequelas e risco de morte, relacionado as neoplasias malignas. • Prognóstico sombrio: relacionado a sequelas e risco de morte, relacionado as neoplasias malignas. O prognóstico depende do tipo da doença, dano funcional causado, efetividade na terapêutica e das condições gerais e psíquicas do paciente. O plano de tratamento obedece, segundo Gregori, os critérios de: • Necessidade: precisa de haver uma doença instalada. • Oportunidade: precisa haver os recursos para oferecer a terapia ao paciente. E o paciente precisa ter condições sistêmicas e psicológicas para ser submetido ao tratamento. Sintoma Comum •Sintoma comum a todas as doenças, ex: dor e aumento de volume. Sintoma Patognomônico •Sinal caracteristico da doença, por si só pode levar ao fechamento do diagnóstico. Ex. vesiculas e bolhas do Herpes Labial. Sintoma Anatômico •Quando há uma modificação do normal anatomico. Ex. algumas lesões de lingua que atingem o nervo. Sintoma/sinal Prodrômico •Ocorre antes da eclosão clinica da doença. Ex. dormencia nos labios antes da eclosão do Herpes Labial. Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Estomatologia – 2021.1 A terapêutica: • Efetiva: quando se sabe qual é o agente causal e retira ele. • Sintomática: quando não se sabe o agente causal, ou não se pode retirá-lo; assim, trata- se os sintomas. • De suporte: quando o paciente não tem condições de receber a terapêutica preconizada; e é estipulada uma terapêutica de suporte. A proservação, é o acompanhamento clinico e eventualmente laboratorial, periódico do paciente ao longo do tempo. O resultado final da proservação poderá ser a cura completa da doença, com ou sem sequelas. Pode determinar o controle clinico do doente ou a permanência do mesmo sob terapia de manutenção. Etapas da metodologia clinica ➢ Coletas de dados básicos: o Subjetivos: anamnese o Objetivos: exames físicos ➢ Acolhimento: chegar com humanidade, respeito e atenção; ➢ Abordagem do paciente: o Estabelecer a comunicação de maneira cuidadosa e honesta; o Relação de confiança: paciente cooperador. ➢ Exame clínico o Anamnese ampla (executada na estomatologia) e a direcionada; ➢ Exame físico o Intra e extra oral ➢ Métodos de interrogação o Questionário completo – possui a desvantagem de ser longo e demorado o Questionário orientado – voltado para a área desejada, porém há perdas de informações, que apenas o completo poderia fornecer. Anamnese É composta por: • Identificação do paciente; • Queixa principal; • História da doença atual; • História médica e odontológica; • Revisão dos sistemas Exame físico Segue o seguinte fluxo: • Sinais vitais o Respiração, pulso, PA e temperatura corporal; • Pele da face; • Glândulas salivares maiores; • Linfonodos; • Tecidos moles da boca; • Dentes; • Exame periodontal; • ATM As manobras semiotécnicas usadas são: • Inspeção; • Palpação; • Percussão; • Olfação; • Auscultação. A inspeção interna é feita nas seguintes estruturas: • Lábios; • Língua (2/3 anteriores – dorso, ventre e bordas laterais); • Mucosa jugal; • Assoalho da boca; • Gengiva/rebordo inferior; • Gengiva/rebordo superior; • Área retromolar • Palato duro. Exame extraoral No exame extraoral, é imprescindível a palpação dos linfonodos da cabeça e do pescoço, que são do tamanho de uma ervilha/caroço de feijão, é móvel e indolor. A palpação é feita com os dedos indicadores e médios, de maneira bilateral, e digitalmente. Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Estomatologia – 2021.1 OBS.: o linfonodo jugulo-digástrico é considerado um linfonodo sentinela, quando tem doença maligna na cavidade oral, muitas vezes a metástase loco-regional, acontece nesse linfonodo, é importante estar atento a palpação dele. Exame intraoral O exame é feito nos lábios, mucosa jugal, língua, palato, gengiva e assoalho de boca. • Língua: • Lábios • Mucosa Jugal: OBS.: é sempre importante observar as áreas lubrificadas por saliva, o paciente pode expressar hipossalivação ou hipersalivação. OBS.: o uso de anti-hipertensivos, hipoglicemiantes e antidepressivos podem causar diminuição da salivação. • Gengiva • Palato duro • Palato mole O que devemos encontrar? •gengiva inserida (aspecto de casca de laranja); •gengiva marginal; •papila gengival; O que devemos encontrar? •gengivite (gengiva marginal vermelha e edemaciada) •hiperplasia gengival (drogas - fenitoína e bloqueadores de cálcio, puberdade, gestação, discrasias sanguineas e leucemia); •periodontite (gengivite associada com perda óssea e mobilidade dentária) •GUN ( inversão papilar, pseudomembrana e odor fétido) O que devemos encontrar? •mucosa revestindo osso, com superfície lisa e brilhante, de coloração rosa pálido; • Impressões palatinas O que podemos encontrar? • torus palatino; •estomatite nicotínica; • candidíase eritematosa Como o que devemos nos preocupar? •hiperplasia papilar; • fibroses; •hiperplasia fibrosa; •ulcerações; • leucoplasias; •eritroplasias Como devemos proceder durante o exame? •não palpar; •observar a simetria O que devemos observar? • lesões brancas persistentes; • lesões vermelhas Indicações de biópsia • lesões que duram mais que duas semanas com história de tabagismo e/ou etilismo. Preparação para o exame? •usar gaze no ápice da lingua, e puxarpara fora gentilmente, virando-a para a direita e para a esquerda, finalmlente apalpe a superficie lingual à procura das massas ou nódulos. O que devemos examinar? •dorso da lingua; • ventre da lingua; •bordas laterais direita e esquerda O que podemos observar? •Fissuras dorsais (lingua escrotal); •Glossite migratória benigna (lingua geográfica) •Glossite romboidal mediana; •Varicosidades; •Margens laterais com edemas Com o que devemos nos preocupar? •Macroglossia; •Microglossia; •Carcinoma lingual; •Leucoplasia pilosa; •Leucoplasia •Paralisia do 12º par de nervos cranianos O que devemos encontrar? • superficie rósea e brilhante, lubrificada pela saliva e em direção ao vermelhão do lábio, superficie mais firme e avermelhada. O que devemos observar? •Simetria; •Modificação de coloração; •Áreas de atrofia; •Ceratoses Como o que devemos nos preocupar? •Ulcerações: suspeitas de malignidade; •Fissuras: queilite angular; •Vesículas e bolhas: herpes simples e mucocele; •Alterações de pigmentação: sindrome de Peutz Jeghres; •Tumefações: angioedema O que devemos encontrar? •mucosa de coloração rósea, superficie lisa e brilhante, lubrificada pela saliva O que devemos encontrar? •Grânulos de Fordyce; •Leucodema; •Linha Alba; •Papila de ducto excretor da glândula parótida Como o que devemos nos preocupar? •Leucoplasia; •Línquen plano Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Estomatologia – 2021.1 • Assoalho da boca Lesões fundamentais • Mácula Área localizada com alteração de cor, que não se encontra elevada nem deprimida em relação aos tecidos circunjacentes. • Pápula Lesão solida, elevada com menos de 5mm de diâmetro. • Nódulo Lesão sólida, elevada, com mais de 5mm de diâmetro. • Úlcera Lesão caracterizada pela perda de superfície do epitélio e frequentemente de parte do tecido conjuntivo adjacente. Na maioria das vezes apresenta-se deprimida ou escavada. • Erosão Lesão superficial, originando-se, muitas vezes, secundariamente à ruptura de uma vesícula ou de uma bolha, sendo caracterizada pela perda parcial ou total da superfície epitelial. • Séssil Descreve um crescimento ou tumor em que a base á porção mais larga da lesão. • Pedunculado Descreve um crescimento ou tumor no qual a base é mais estreita que o restante da lesão. • Papilar Descreve um crescimento ou tumor exibindo numerosas projeções na superfície. • Verrucoso Descreve um crescimento ou tumor apresentando uma superfície áspera, verrucóide. • Vesícula Bola superficial com 5mm ou menos de diâmetro, preenchida frequentemente com liquido claro. • Bolha Vesícula grande, com mais de 5mm de diâmetro; quando preenchida por exsudato purulento, chama-se pústula. • Fissura Ulceração estreita, semelhante a uma fenda ou sulco. • Placa Lesão ligeiramente elevada e com superfície plana. • Petéqueia Área de hemorragia puntiforme e circular; quando é mais larga que uma petéquia, chama-se equimose. • Cisto Cavidade patológica revestida por epitélio, preenchida, muitas vezes, por um conteúdo líquido semissólido. Pode ser uni (lesão radio transparente, com único compartimento) ou multilocular (lesão radio transparente, com diversos compartimento). Referências: NEVILLE, B. W.; ALLEN, C. M.; DAMM, D. D.; et al. Patologia: Oral & Maxilofacial. 4ª Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. Imagens do Google Imagens. O que devemos encontrar? •Mucosa de coloração rósea lubrificada pela saliva, com área de transparência de vasos sanguineos O que podemos observar? •Varicosidades Como o que devemos nos preocupar? •Ulcerações profundas e de bordos elevados •Edemas e tumefações •Obstrução dos ductos excretores de glândulas salivares maiores (submandibulares e submentonianas) e menores
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