Buscar

Relatório de estágio I Locimar - Serviço Social

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ACADÊMICO: LOCIMAR MASSALAI 
SUPERVISORA DE ESTÁGIO: DULCE TERESINHA HEINECK 
SUPERVISORA DE CAMPO: CLÁUDIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO EM SERVIÇO SOCIAL I 
(OBSERVAÇÃO) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ji-Paraná/2009 
 
LOCIMAR MASSALAI 
 
 
 
 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO EM SERVIÇO SOCIAL I 
(OBSERVAÇÃO) 
 
 
 
 
 
Relatório apresentado ao Centro Universitário 
Luterano de Ji-Paraná – CEULJI/ULBRA, como 
requisito avaliativo da disciplina de Estágio 
Supervisionado em Serviço Social I, sob a 
orientação acadêmica da Prof.(a). Dulce 
Teresinha Heineck 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ji-Paraná/2009 
 
 
 
 
 3 
SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................... 4 
2. ELEMENTOS QUE INCIDEM E CONFIGURAM A DINÂMICA ORGANIZACIONAL ............................. 5 
2.1 A ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DE RONDÔNIA E SUAS DIVISÕES JUDICIÁRIA ESTADUAL. ........... 5 
2.2 A CRIAÇÃO DA COMARCA DE JI-PARANÁ ......................................................................................................... 6 
3. ELEMENTOS QUE COMPÕEM O PROCESSO DE TRABALHO DO SERVIÇO SOCIAL NA 
ORGANIZAÇÃO .................................................................................................................................................... 7 
4. TEMATIZAÇÃO DO OBJETO ORGANIZACIONAL E PROFISSIONAL NAS SUAS RELAÇÕES COM A 
QUESTÂO SOCIAL ............................................................................................................................................... 9 
5. NECESSIDADES DE INTERVENÇÃO PROFISSIONAL E APROXIMAÇÃO DO OBJETO 
IDENTIFICADAS PELO ACADÊMICO NO CAMPO DE ESTÁGIO ............................................................... 11 
6. CATEGORIA CENTRAL A SER TRABALHADA NO TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO (TCC)
 ............................................................................................................................................................................... 16 
7 . CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................... 16 
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................... 17 
ANEXO ................................................................................................ ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4 
 INTRODUÇÃO 
 
 
Grande expectativa. O estágio é possibilidade e provocação. Confirmações ou 
desconfirmações. É um convite a ressignificar visão acerca da práxis profissional, no caso, 
deste, a das assistentes sociais que atuam no setor social do fórum, juntamente com suas 
colegas de trabalho, as psicólogas. Assumo a nomenclatura no feminino, porque são todas 
mulheres. Leitura de contextos. A assistente social “C” assinalou positivamente que sim, seria 
possível estagiar no Fórum, local desejado deste o momento que buscamos um lócus para tal. 
Aqui vale lembrar uma fala de Buriolla ( 2008:44)que afirma que “embora a supervisão seja 
uma das atribuições do assistente social, este, em grande parte, parece recusá-la, não a 
incorporando ao exercício profissional como algo inerente à profissão”. 
Desde o início, nas disciplinas teóricas que introduziram noções, conceitos e história 
do Serviço Social desde uma visão interdisciplinar, pensamos desenvolver o estágio no Fórum 
ou qualquer outro espaço de atuação do assistente social, que fosse público e que tivesse 
como foco o trabalho com crianças, adolescente e família. 
Organizar relatório de uma prática de estágio é sempre um desafio. O relato que segue 
tem o objetivo de registrar a experiência de convivência e acompanhamento às Assistentes 
Sociais que atuam no Fórum Desembargador Hugo Auller – Comarca de Ji-Paraná. 
 Como cada observador, ao relatar, o faz a partir de sua idiossincrasia, e sempre 
privilegia, mesmo que tenha que seguir alguns passos obrigatórios, àquilo que lhe foi mais 
caro. Então, faremos acento nos aspectos como: a dinâmica organizacional, o processo de 
trabalho do Serviço Social na instituição, observações realizadas no campo de estágio, 
atuação das assistentes sociais em equipe multidisciplinar e suas dinâmicas e relações de 
poder outras. Para analisar a dinâmica organizacional foram utilizados documentos 
disponibilizados pelo próprio Poder Judiciário de Rondônia, observando as divisões e 
organização desse poder. Quanto ao processo de trabalho das assistentes sociais, observou-se, 
principalmente, os instrumentais da supervisora e as atividades cotidianas no fórum. 
 Procuramos observar e acompanhar o fazer cotidiano das assistentes sociais para 
entender como acontece a dinâmica de relações entre assistentes sociais e as psicólogas que 
trabalham no setor psicossocial do Fórum de Jí-Paraná. 
O Estágio Supervisionado I constitui-se desafio porque provoca uma aproximação 
entre teoria e pratica, através da observação, com vistas a compreender a prática profissional 
da Assistente Social no Judiciário, bem como todo seu aparato teórico-metodológico. 
 5 
Queremos esclarecer que todos os discursos ao longo deste relatório serão feitos a 
partir de dados colhidos tanto nas observações quanto na fala dos profissionais que trabalho 
no setor social do Fórum Desembargador Hugo Auller, assistentes sociais e psicólogas. A 
partir dos registros feitos no estágio é que caracterizamos as partes que constitui o todo do 
relatório final do Estágio em Serviço Social I. 
 
 
2. ELEMENTOS QUE INCIDEM E CONFIGURAM A DINÂMICA ORGANIZACIONAL 
 
Importante caracterizar os Tribunais de Justiças, com todas as suas particularidades e 
hierarquia como um local onde acontecem intermediações entre o Estado e a população 
usuária, transversalizado por forças e interesses próprios de sociedade que o engendram. 
O poder judiciário no Brasil e mais particularmente, os Tribunais de Justiça, 
administradores da justiça em nível estadual, é uma instituição de vocação essencialmente 
pública e que tem objetivos explícitos que a caracterizam 
“como uma das instituições básicas do Estado constitucional moderno e que 
exerce uma função instrumental (dirimir conflitos), uma função política 
(promover o controle social) e uma função simbólica (promover a 
socialização das expectativas à interpretação das normas legais). (Faria, apud, 
FÁVERO, MELÃO, JORGE, 2005, p. 31). 
 
 
 
2.1 A Organização Judiciária do Estado de Rondônia e sua Divisão Judiciária Estadual 
 
O Tribunal de Justiça é o órgão máximo do Poder Judiciário do Estado de Rondônia 
que é composto por treze desembargadores que organizam e respondem pelo funcionamento 
da Justiça do Estado. Assim, de acordo com o Art. 2°. do COJE – Código de Organização e 
Divisão Judiciária do Estado de Rondônia - são Órgãos do Poder Judiciário do Estado: o 
tribunal de justiça, os Juízes de Direito e Juízes Substitutos, a Auditoria e Conselhos de 
Justiça Militar, os Tribunais do Júri, os Juizados Especiais, os Juízes de Paz. 
De acordo com o mesmo documento, o Território do Estado de Rondônia constitui 
circunscrição judiciária única, dividido, para efeito da administração da Justiça, em seções, 
Comarcas e Distritos Judiciários. Onde, cada Seção Judiciária constituir-se-á de uma ou mais 
Comarcas, em área contínua e terá como sede a Comarca principal. Cada Comarca constituiu-
se de um ou mais Municípios, formando área contínua, compreendendo uma ou mais Varas e 
a sede da Comarca será a do Município que lhe der o nome. A cada Vara, Juizado e Comarca 
 6 
de Primeira Entrância (Vara Única) correspondem um cargo de Juiz de Direito Titular e 
respectivos serviços auxiliares.A criação dos distritos judiciários far-se-á mediante Resolução 
do Tribunal de Justiça. 
A criação de Distrito Judiciário dar-se-á por resolução do Tribunal de Justiça, que 
independerá da existência de distrito administrativo. Cada Comarca terá tantos distritos 
quantos necessários ao serviço Judiciário, cuja atividade será exercida em caráter privado, 
integrando o foro extrajudicial. É obrigatoriamente Distrito Judiciário todo Município que não 
for sede de Comarca, e possuirá Juiz de Paz e oficial do registro civil das pessoas naturais, 
que acumulará as funções de oficial de casamento e tabelião de notas. A instalação do Distrito 
Judiciário será feita pelo Juiz de Direito em exercício na direção do Fórum da Comarca a que 
pertencer ou pelo seu substituto legal. O Juiz Diretor do Fórum da Comarca poderá nomear o 
Juiz de Paz e o Oficial do Cartório de Distrito, em caráter provisório, pelo prazo de até seis 
(6) meses, devendo o primeiro ser funcionário público de conduta ilibada e o segundo, se 
possível, servidor da Justiça. 
As Seções Judiciárias, que terão como sede a Comarca indicada em primeiro lugar, 
são as seguintes: I - Primeira seção: Porto Velho; II - Segunda seção: Ariquemes, Jaru, 
Machadinho D’Oeste e Buritis; III - Terceira seção: Ji-Paraná, Ouro Preto do Oeste, Alvorada 
D’Oeste, Costa Marques, Mirante da Serra, Presidente Médici, São Francisco do Guaporé e 
São Miguel do Guaporé; IV - Quarta seção: Cacoal, Pimenta Bueno e Espigão D’Oeste; V - 
Quinta seção: Vilhena, Colorado do Oeste e Cerejeiras; VI - Sexta seção: Guajará-Mirim e 
Nova-Mamoré; VII - Sétima seção: Rolim de Moura, Santa Luzia D’Oeste, Alta Floresta 
D’Oeste e Nova Brasilândia D’Oeste. 
 
2.2. A criação da Comarca de Jí-Paraná 
 
Em Ji-Paraná, o Tribunal de Justiça chega em julho de 1981 e, em 1982, foi criada a 
lei para que se realizasse o 1º concurso público para juiz de direito. Em 1983 houve 
novamente concurso público no Tribunal de Justiça, mas agora para diversos cargos. Em 
1993, o Tribunal muda-se para a sede, que permanece em obras por quase 10 anos. 
A comarca de Ji-Paraná abrange os municípios de Nova Londrina e Nova Colina, e é 
composta por 03 (três) Varas Criminais, 05 (cinco) Cíveis, Juizado Especial Cível e Criminal, 
Colégio recursal, Distribuidor, protocolo e Comissão de informática. Está localizada à 
Avenida Ji-Paraná, 615, bairro Urupá, fica a uma distancia de 390 Km da capital, a população 
do município está estimada em 112.439, conforme estatística do IBGE (2006), os números de 
 7 
servidores na instituição é de 130 (cento e trinta) trabalhadores. Os nomes dos juízes atuais 
são: Dr. Marcos Alberto Oldakowski, Drª Maria Abadia de Castro Mariano S. Lima, Dª 
Sandra Martins Lopes, Dr. Valdecir Ramos de Souza, Drª Ana Valéria de Queiroz Santiago, 
Dr. Edewaldo Fantini Junior, Dr. Edson Yukishigue Sassamoto, Dr. Silvio Viana, Dr. Oscar 
Francisco Alves Junior. Sendo o diretor o Dr. Edson Yukishigue Sassamoto e a 
administradora Maria Aparecida Silva Gomes. 
 
3. ELEMENTOS QUE COMPÕEM O PROCESSO DE TRABALHO DO SERVIÇO 
SOCIAL NA ORGANIZAÇÃO 
 
O trabalho das assistentes sociais no Fórum é marcado pelo atendimento aos 
processos, que são encaminhados pelo juiz ou promotor. Os laudos e relatórios são 
importantes para entender melhor a situação de cada realidade. Esta situação pode ser 
corroborada com a fala da assistente social do Fórum de Ji-Paraná por ocasião do inicio da 
prática do estágio: “as assistentes sociais aqui no Fórum trabalham nas varas cíveis, 
atendendo casos de violência contra a criança e o adolescente, adoção, adolescentes infratores. 
Explicou que é feito o estudo social, a partir de visitas domiciliares e visitas institucionais. 
Aqui vale lembrar Lewgoy (2009:30) quando afirma que: 
O processo de supervisão de estágio, ao se vincular à formação em 
Serviço Social, não pode ser reduzido à mera preparação de tarefas, 
ação atrelada à burocracia, aos ditames mecânicos, rotineiros e 
essencialmente técnicos. (...) A construção de uma profissão não pode 
ser confundida com a preparação para o emprego, uma vez que o 
trabalho do assistente social não se limita à realização de um leque de 
tarefas – as mais diversas – no cumprimento de atividades 
preestabelecidas; antes, supõe um sólido suporte teórico-metodológico 
e técnico-político para propor, executar e negociar projetos, para 
defender o seu campo de trabalho, suas qualificações e funções 
profissionais. 
 
 
Em tese, o objetivo do profissional no fórum é atender às demandas sociais nas 
questões sociojuridicas; Assegurar o exercício de direitos à população usuária trazidos pela 
política de proteção à família, criança e do adolescente, idoso, pessoas com deficiência, 
direitos humanos e as novas concepções da política de punibilidade. 
O Assistente Social tem a competência de Assessorar a autoridade judiciária em 
matéria condizente com a sua formação profissional, respeitados o Código de Ética e a 
Legislação que regulamenta o exercício da profissão, garantindo o embasamento teórico nas 
decisões judiciais asseguradas a livre manifestação do ponto de vista técnico. 
 8 
O profissional em Serviço Social tem o papel de contribuir para com uma decisão mais 
justa e adequada priorizando direitos e condições da população usuária a garantia de acesso 
aos serviços e políticas sociais, na perspectiva da efetivação dos ordenamentos jurídico-
político contidos, com vistas à eficácia da legislação aplicada. As atividades do Assistente 
Social no campo sócio-jurídico têm o objetivo de subsidiar a autoridade judiciária em suas 
decisões e são sedimentados na Lei de Regulamentação da Profissão (Lei 8662/93), em 
especial os artigos 4º e 5º, os quais se referem às competências e atribuições da categoria e no 
Código de Ética do Assistente Social (1993). 
A entrevista é o instrumento mais utilizado pelos profissionais de Serviço Social. A 
escolha do tipo de entrevistas está dentro de cada situação atendida, podendo ser semi-
estruturada, ou não estruturada, segundo Magalhães (2006:48), “A entrevista implica 
relacionamento profissional em todos os sentidos: na postura atenta e compreensiva, sem 
paternalismos; na delicadeza do trato com o usuário do serviço, ouvindo-o, compreendendo-
o e, principalmente, enxergando-o como sujeito de direitos”. 
A visita domiciliar no âmbito do Judiciário é sugerida pelos juízes e promotores, mas 
cabe ao profissional que realiza a intervenção definir os instrumentos necessários para os 
objetivos do trabalho. Tem como objetivo clarificar situações e complementar dados e 
observar como se dá as relações sociais no ambiente do usuário. Magalhães (2006:55) 
caracteriza ainda um elemento importante sobre a visita “ como instrumento de avaliação, 
(...)traz em si juízos de valor. É preciso que o profissional esteja atento à conotação que está 
dando à visita domiciliar, em especial aquele que atua numa instituição forense”. 
A observação geralmente é utilizada na visita domiciliar, realizando o estudo social, 
elaborando relatório, emitindo laudo, parecer técnico à autoridade judiciária; Investigando e 
diagnosticando a realidade social das partes envolvidas; 
 
A realização de estudo social enquanto competência do assistente social, 
ressaltada nas respostas apresentadas, é prevista na Lei nº. 8.662/93, como 
sendo a realização de estudos “sócio-econômicos com os usuários para fins 
de benefícios e serviços sociais junto a órgãos da administração publica 
direta e indireta”. (FÁVERO, 2005) 
 
Partindo da Lei 8662/93 observamos que a categoria profissional enfrenta novos 
desafios na medida em que o serviço social tem como princípios éticos fundamentais a defesa 
da liberdade, da democracia e a democratização do acesso aos direitos sociais. 
O poder judiciário é um espaço de operação do direito que se manifesta como um 
aparelho de instituições e órgãos destinadosa definir, de acordo com suas regras, o que é 
 9 
correto ou não. Neste espaço é visto como um local de luta de poderes e um complexo 
processo de relações nem sempre abertas e democráticas. E dentro deste contexto, FÁVERO 
(2007:1-2) faz um alerta quando afirma que: 
A busca de respostas coloca como fundamental a clareza de que o projeto 
profissional do Serviço Social não prevê um serviço social sócio-jurídico (...), 
isto por que o projeto hegemônico do Serviço Social na contemporaneidade 
pressupõe uma formação generalista, com base nos seus núcleos de 
fundamentação. (...) As maneiras que a profissão organiza em relação às 
necessidades de uma determinada organização cuja função social determina 
uma forma ou formas de ações especificas, é que vão caracterizar uma 
maneira particular de intervenção, que exige sempre conhecimentos 
específicos, relacionados à natureza do trabalho da organização e às 
características do seu foco ou objeto central de trabalho. 
 
Entende-se que a instituição judiciária chega aos tempos modernos como básica ao 
Estado, uma instituição que tem de enfrentar desafios de alargar os limites de sua jurisdição. E 
que se tem então, não um Serviço 
 
 
4. TEMATIZAÇÃO DO OBJETO ORGANIZACIONAL E PROFISSIONAL NAS SUAS 
RELAÇÕES COM A QUESTÂO SOCIAL 
 
O Serviço Social aplicado ao contexto jurídico configura-se como uma área de 
trabalho especializado que atua com as manifestações da questão social em sua interseção 
com o direito e a justiça na sociedade. Portanto, o judiciário é tido enquanto uma expressão da 
questão social que demanda a ação do profissional de Serviço Social. Conforme Iamamoto 
(2003), “a questão social não é focada aqui somente como desigualdade social entre ricos e 
pobres, mas, principalmente, em decifrar o princípio da desigualdade social num contexto 
capitalista para garantir a igualdade aos seus usuários”. 
O Assistente Social através de uma abordagem direta com o usuário em seu contexto 
psicossocial garante um atendimento que responde as suas necessidades e o oriente a respeito 
de seus direitos e responsabilidades como cidadãos garantindo o exercício da cidadania. 
Trata-se, portanto de um trabalho voltado ao exercício da cidadania buscando a redução das 
desigualdades sociais nas questões de direito da criança e do adolescente, dos idosos, das 
pessoas com deficiência em todas as áreas de atuação das Varas de família, Varas Cíveis, 
Varas de Execuções Criminais e etc. 
Trata-se de um local destinado a garantir os direitos das pessoas, viabilizando o acesso 
ao direito social e resolver seus problemas através dos serviços prestados profissionalmente 
 10 
na solução de suas necessidades por intermédio do poder judiciário, facilitando os serviços e 
recursos prestados aos indivíduos envolvidos. 
O judiciário é uma instituição que detém a posse do objeto de trabalho do assistente 
social no processo constitutivo da ação profissional que se caracteriza na relação profissional 
entre instituição e sujeitos. O que leva a uma nova reflexão sobre a questão social como 
objeto de trabalho do assistente social no interior das instituições, conforme ressalta Faleiros 
(2002), é que esta não é vista como uma relação de classe contra classe, mas se articulam a ela 
na análise das relações de poder, hegemonia e contra-hegemonia. 
 As leis que amparam o Serviço Social no campo sócio jurídico e sua ação do poder 
judiciário estão previstas na Constituição Federal de 1988, em especial o Estatuto da Criança 
e Adolescente, Novo Código Civil, Código Penal, Código de ética, Lei Orgânica de 
Assistência Social (LOAS), Sistema Único de Saúde (SUAS). 
Os objetivos profissionais no âmbito do Judiciário e as atividades que os Assistentes 
Sociais programam se põem estreitamente vinculados aos direitos dos cidadãos envolvidos, 
em especial, em ações judiciais. 
As principais contribuições do profissional de Serviço Social no âmbito judiciário 
brasileiro estiveram historicamente relacionadas às expressões da questão social que 
influenciam direta ou indiretamente a crianças e adolescentes, sendo que ainda hoje essa 
categoria social ainda representa para os diversos profissionais, demanda consideravelmente 
intensa. Dentro deste contexto, é significativo a fala de FÁVERO (2008:20) quando relata a 
experiência dos assistentes sociais no TJSP: 
O assistente social atua a partir de necessidades sociais, traduzidas nas 
dimensões coletivas da “questão social” tais como se expressam na vida dos 
indivíduos singulares e suas famílias. Dentre as que se encontram na base do 
trabalho dos assistentes sociais no TJSP destacam-se: pobreza, desemprego e 
trabalho precário, baixo nível de escolarização, precariedade da saúde física e 
mental, violência familiar; vitimização de crianças e adolescentes; o abandono 
e negligência de parte dos familiares; adolescentes em conflito com a lei que 
requerem medidas socioeducativas. 
 
A relação da dialética na prática do Assistente Social é ponto chave diante das 
condições expostas pela instituição Judiciária, no sentido de facilitar o planejamento das ações 
e estratégias do profissional, ao enfatizar as contradições e as mudanças, constituindo uma 
interpretação da realidade para viabilizar os conflitos e as relações existentes. 
 
 
 11 
5. NECESSIDADES DE INTERVENÇÃO PROFISSIONAL E APROXIMAÇÃO DO 
OBJETO IDENTIFICADO PELO ACADÊMICO NO CAMPO DE ESTÁGIO. 
 
 Desde os primeiros dias de estágio na instituição notou-se que o trabalho das 
assistentes sociais no Fórum Desembargador Hugo Auller era caracterizado pelo excesso de 
atividades em meio a processos cada um mais urgente do que o outro. Dentro deste contexto 
Magalhães (2006:17) pondera que: 
 
Via de regra, profissionais das áreas de serviço social e psicologia, por 
exemplo, interagem profissionalmente com pessoas que lhes contam seus 
sonhos, suas dificuldades, seus conflitos e até mesmo intimidades. Então, 
apesar da vivência de um cotidiano profissional muitas vezes massificante, seu 
trabalho é desenvolvido tendo como tônica o ser humano, seja no âmbito 
individual ou social. Sendo assim, deverão dispor de um tempo, ou dar-se um 
tempo, para que a cotidianidade do exercício de sua profissão não termine por 
se caracterizar pelo mecanicismo. Afinal, o cotidiano (...) é a esfera da 
sociedade que mais possibilita alienação. 
 
 
Podemos nos certificar do significado do pensamento acima, pontuando alguns 
elementos colhidos no processo de observação do trabalho das assistentes sociais no Fórum a 
partir de visitas feitas ou mesmo de convivência no setor psicossocial onde atendem as 
assistentes sociais e as psicólogas. 
 Ao chegar ao Fórum, (dia 17/08) ficamos aguardando uns minutos na frente do 
mesmo. Eram 13h15min. Havíamos combinado com a assistente social que às 14h30min 
estaríamos lá para trabalhar com alguns relatórios. Ajudar. Chegamos antes e a psicóloga “M” 
nos acomodou na sala e com uma mesa, logo em seguida a assistente social, supervisora de 
campo chegou. Neste ínterim chegou também a psicóloga e conversando conosco 
argumentou: “Eu fico olhando estes relatórios e fico pensando: quantos destes meninos já 
estão no Agenor de Carvalho?” “É muito frustrante para o técnico porque se sugere tanta 
coisa que não é levado em conta”. Vale referendar este momento com uma fala de Fávero 
(2005: 08) quando afirma que a intervenção dos assistentes sociais no espaço do judiciário 
(...) na maioria dos atendimentos, cessa nesses pareceres, o que contribui para 
que perca o vínculo com a seqüência e o resultado de sua ação. Lidando 
freqüentemente com situações emergenciais que exigem a prontidão da ação, 
contando com escassos recursos alternativos à intervenção legal e coercitiva, 
com poucos espaços para reflexões críticas sobre suas ações, o assistente 
social tem sua prática muitas vezes rotinizada, impregnada de espontaneismo, 
levando-oa um ativismo esgotante, que impede a percepção clara dos 
objetivos e estratégias que se perseguem e dos resultados que se obtém. 
 
 12 
 No dia 20/08/2009 estivemos novamente, período da tarde para ajudar na confecção de 
relatórios das visitas. Ouvimos a seguinte conversa entre a assistente social e a psicóloga: “A 
gente vem aqui e faz os relatórios”. “Ainda bem que eu não estou com meus relatórios 
atrasados”. “Aquele monte ali, chegou ontem”, falou a assistente social apontando para uma 
pilha de processos. “Aquele monte ali é meu é da ‘X”, argumentou a psicóloga, pois é 
costume as profissionais trabalharem em dupla. A assistente social pegou um relatório, olhou-
nos e exclamou: “esse não é nosso não”. Ao receber outro processo disse: “Aqui tudo é 
urgente, urgentíssimo. Este processo aqui vai para a fila. (fala de outra assistente social ao se 
referir a mais um processo chegou. “Processos aqui chegam a toda hora”. 
 
 No dia 27/08/2009 estivemos no fórum para elaboração de relatório. Fomos atendidos 
pela psicóloga que estava esperando uma pessoa para ser atendida. É o caso de uma senhora 
que pegou um menino, recolheu-o da rua e levou-o para casa. O adolescente tem 12 anos e 
agora, segundo senhora, ele está bem. A psicóloga quer saber mais sobre as intenções da 
senhora e se ela deseja a guarda definitiva. Participamos da entrevista, juntamente com a 
assistente social e a psicóloga. Durante a entrevista, houve coerência entre as duas 
profissionais. É uma das duplas que trabalham juntas. Ambas demonstraram conhecimento da 
situação. A entrevista durou mais ou menos 01 hora e 30 minutos. A assistente social 
reclamou que se sente perdida: “esses processos que batem e voltam é que acabam com a 
gente”. Não consigo me organizar. “Não sei o que fazer”. Por três vezes percebemos que ela 
havia chorado. Olhando para nós disse: Você vê essa mulher calma assim, mas não sabe o que 
se passa aqui por dentro”, apontando para si mesma. “A gente pode reservar uma tarde para 
estudos”, ponderou. “Todos juntos, nós e as psicólogas. Assim a gente se anima mais, você 
participa? Perguntou-nos. O restante do tempo lemos processos e anotamos informações 
pertinentes para as visitas. Percebemos que cada profissional, psicóloga ou assistente social 
tem um determinado número de processos que acompanha. Disseram-nos, brincando que 
poderíamos ser um “amigo do fórum”, fazendo uma alusão ao Projeto Amigos da Escola, da 
Rede Globo. Que poderíamos ser um voluntário. 
 02/09/2009 – atividade no fórum. Uma das assistentes sociais, fazendo um desabafo 
em relação ao grande número de processos sentenciou: “Tenho vontade de juntar todos estes 
processos e jogar na rua. Peguem quem quiser.” “Estou cansada, precisamos sentar juntas”. E 
segue a conversa nesta linha: “Estamos vendo um trabalho que começamos no ano passado, 
temos que ver o que fazem as outras instituições em prol dos menores. Nós acabamos não 
conhecendo o que as outras fazem. Precisamos saber, mesmo que a gente sabe que não fazem 
 13 
muita coisa”. A assistente social supervisora de campo assim se referiu à sua colega 
psicóloga, aquela que faz dupla com ela: “A X. pode ajudar bastante, ela dialoga e troca.” 
Vale acentuar aqui aquilo que Severino (1989:19) poderá sobre a importância de uma atitude 
interdisciplinar na prática social: 
 
(...) chega-se à conclusão de que, no concernente às práticas de intervenção, 
também se faz presente a necessidade de uma postura interdisciplinar. Se o 
trabalho prático visando tornar as condições concretas da existência dos 
homens mais adequadas, de todos os pontos de vista, está fundamentado numa 
concepção articulada, construída mediante a contribuição de conhecimentos 
empíricos e teóricos, não se reduzindo a puro ativismo espontaneísta, então é 
óbvio que esse trabalho tem de levar em conta a complementaridade de todos 
os elementos envolvidos. 
 
 Quando de uma visita a assistente social encaminhou a seguinte solução: “Aos olhos 
humanos não têm solução, só por Deus mesmo, fazendo referência à situação da família de S. 
12 anos com necessidade educativa especial e que mora em um barraco em situação de 
pobreza e miséria extremas. Foi nossa primeira visita do dia. Mãe comprometida com 
deficiência mental, pai, idoso e alcoólatra, dois filhos menores. O pai agrediu fisicamente a 
criança em nossa frente. A assistente social não tem claro como encaminhar nesta 
situação. Em relação aos dois menores: adoção? Abrigo? Retirada provisória? E “S”, 
como fica? O que fazer com ela? Em seguida, visitamos outra situação: duas mães que são 
usuárias cujos filhos estão abrigados. 
Interessante assinalar aqui o que Fávero (2005:28/29) pontua sobre a visão de mundo e 
postura que o assistente social tem ao realizar seu trabalho e de como este fica marcado por 
ela: 
O estudo, a pesquisa que o assistente social realiza a respeito de determinados 
fatos ou situação não são, porém, conduzidos com neutralidade, e sim 
condicionados por sua consciência, por sua visão de mundo, pela maneira 
como pensa, com age, como identifica os acontecimentos com que se depara. 
O seu saber, que se transforma em ações concretas envolvendo a vida de 
crianças e adolescentes, está em relação intrínseca com o poder e, dependendo 
dos critérios que utiliza para estudar e avaliar determinadas situações 
direciona seu parecer, influindo de forma determinante sobre a decisão a ser 
tomada com relação à trajetória, ao destino da criança ou adolescente sujeito 
ou objeto da investigação. 
 
Conversamos sobre a situação da adolescente “K” que foi abusada sexualmente pelo 
companheiro da mãe biológica e que atualmente mora com um tio avô. O programa de 
enfrentamento contra a violência da criança e do adolescente já vinha acompanhando o caso 
há três meses. É nítida a falta de intercâmbio entre os órgãos públicos que trabalham com 
 14 
estas situações. Segundo a assistente social, o trabalho é feito em ilhas isoladas, fragmentando 
o processo. Há uma descontinuidade. A psicóloga que também estava na roda de conversa 
“informal” explica que acontece a fragilização dos sujeitos. Tomou como exemplo a 
adolescente violentada sexualmente: a adolescente fica repetindo constantemente sua história 
de violência e abuso, o que acaba criando uma situação de violência sobre violência. Explica 
que isto cristaliza a violência. Esta fala, que foi uma reflexão espontânea, mas que deveria ser 
sistematizada através de momentos de estudo revela a necessidade de momentos de parada 
para se pensar sobre o trabalho de cada dia. Segundo Baptista (2001:116) dentro das situações 
do trabalho cotidiano é importante: 
 
(...) ter claro que, muito embora a ação profissional se efetive por 
aproximações, desvios, soluções precárias para resolver dificuldades 
imediatas, isto não significa que o saber construído pelo serviço social seja 
necessariamente utilitarista ou imediatista; significa sim que, seja qual for seu 
objeto, mediata ou imediatamente, o profissional deverá procurar superar estas 
limitações, encaminhando suas reflexões e seus resultados em um sentido 
histórico, social, político e técnico de produção de conhecimentos, tendo em 
vista um saber e uma prática mais conseqüentes. 
 
A assistente social supervisora de campo, parece desanimada com o excesso de 
trabalho e com o acúmulo de caso que retorna sem solução, casos que retornam sem resultado 
positivo. Relatou-nos em seguida o caso de um adolescente que foi acolhido em casa por uma 
família e que estava indo tudo bem, mas que de repente o adolescente fugiu de casa, foi para a 
rua e agora está novamente com a mãe biológica que fica o tempo todo “arrumando” um local 
para que ele fique. Nesta situação, a família que o havia acolhido já não o quer mais. 
 Neste dia fomos acolhidos pela psicóloga “C”. Perguntou-nos: “amanhã é quinta-feira, 
né?” em seguida leu para nós a parábola da semanaque é enviada de Porto Velho para os 
servidores do TJRO. Para a semana do dia 09/09 a parábola se chamava “o sonho” que tem 
como lição final a seguinte situação: “Podemos sempre dizer a mesma coisa de forma 
diferente. Tudo é a maneira de falar”. A assistente social supervisora de campo chega. A 
psicóloga “C” pegou um processo nas mãos, respirou fundo e argumentou: “preciso pedir 
prorrogação deste caso, pois tenho que pesquisar mais e isto aqui já vem rolando desde 2000 e 
tarará! (expressão que significa um longo tempo). “Isto aqui vai para o tribunal e que estar 
bem escrito para a gente não passar vergonha. “Não se pode fazer nas coxas”. 
 Próximo dia fomos acolhidos pela psicóloga “C” que estava sozinha na sala 
organizando seus relatórios. Pediu que aguardássemos um pouco porque “C”, nossa 
supervisora de campo foi participar de um devocional e iria voltar em breve. A psicóloga 
 15 
chama atenção das colegas sobre o atendimento demorado. “aquele senhor ali fora já está 
esperando um tempão”. “Vamos acabar o relatório para despachar?”. Uma das duplas de 
trabalho senta junta para terminar o relatório de um determinado processo. Outra dupla 
encaminha um usuário para os alcoólicos anônimos. 
Processos chegam aos montes. Sala pequena, muitas pessoas na sala para serem 
atendidas. Como a sala de atendimento particular já estava sendo ocupada somos “evacuados” 
da sala maior para que uma das assistentes sociais atenda uma família que não queria mais a 
guarda da criança. “Sentamo-nos do lado de fora da sala, em um banco, juntamente com uma 
das psicólogas que diante da confusão assim se expressou referindo-se ao fórum: isso aqui é 
um faz de conta; uma fantasia”. 
Percebemos que os verbos utilizados em relação aos processos são: “eliminar”, 
“acabar”, “dar conta”, “despachar”. Neste momento, chegam mais pessoas para serem 
atendidas. Uma das duplas: uma assistente social e uma psicóloga discutem a fundamentação 
teórica de um relatório que segundo a psicóloga tem as seguintes partes: introdução, relato, 
parecer e sugestões com fundamentação teórica. Esta dupla é católica, a outra é evangélica. 
“C”, assistente social canta: “Senhor, eu sei que tu me sondas” 
Enquanto uma psicóloga atente na sala ao lado, a outra demonstra impaciência pois 
também precisa da sala. Vai até a porta e pergunta se ela vai demorar, porque tem um 
relatório para terminar e já pediu prorrogação. “C”, assistente social para e fala: “isso aqui é 
um atentado violento ao pudor, será que já está sendo atendido por alguma de nós?” 
A outra assistente social reclama das cartas precatórias que nunca tem o endereço 
correto e sempre não dão em nada. Vai se fazer a visita e não se encontra casa e ninguém. 
“Gente, tem três endereços nesta carta precatória”. “C”, psicóloga diz: “puta merda, a “X” ta 
sacaneando!”. Demonstra mais impaciência, porque precisa atender uma pessoa e a outra 
psicóloga estava demorando. Houve choque de horário no atendimento. Bate mais uma vez na 
porta. Alguns minutos depois “X” sai com a garota que estava atendendo. “C”, assistente 
social quer encontrar um endereço para consultar processos. Esqueceu sua senha. Pede ajuda 
de outra colega e pergunta: “será que na minha página aparecem os mesmos processos?”. Ao 
que a colega respondeu: “Claro que sim, porque os processos não vêm separados para cá”. 
Fomos fazer visitas. Percebe-se muito na fala da assistente social desânimo em relação a esses 
casos sem solução. 
Gostaríamos de relatar mais uma situação vivenciada no Fórum e delineia a temática 
da intervenção e do TCC: chegamos no fórum do dia 17/09/2009 às 14 horas e nos deparamos 
com a presença da psicóloga que nos falou o seguinte ao elaborar relatórios seus: “é das 
 16 
políticas de rede que não funcionam. Estou cansada emocionalmente. É frustrante pois 
cobram da gente coisa que não podemos dar. Estou me questionando muito”. 
 
5.1. CATEGORIA CENTRAL A SER TRABALHAR NO PROJETO DE INTERVENÇAO 
 
A categoria central a ser trabalhada no processo de intervenção é referente ao trabalho 
das assistentes sociais e psicólogas do Setor Psicossocial do Fórum sob a perspectiva da 
interdisciplinaridade. Constatou-se a partir das observações que o excesso de atividades e a 
mecanicidade das mesmas não permitem que as profissionais do setor, sentem, aprofundem e 
reflexionem sua prática. 
 
5.1.1. Proposta geral 
 
 
 
6. CATEGORIA CENTRAL A SER TRABALHADA NO TRABALHO DE CONCLUSÃO 
DO CURSO (TCC) 
6.1 Tema 
 O fazer dos assistentes sociais que atuam no Fórum Desembargador Hugo Auller de Ji-
Paraná sob a perspectiva da multidisciplinaridade. 
6. 2. Objetivo Geral 
Analisar como acontecem as relações entre assistentes sociais e psicólogas dentro do setor 
social do Fórum Desembargador Hugo Auller no atendimento aos usuários sob o viés da 
interdisciplinaridade. 
 
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Contudo a pesquisa de observação e leitura de processos e material bibliográfico nos 
proporcionou a conhecer um pouco mais da instituição, e o contato com o Serviço Social, nas 
atividades desenvolvidas e o seu dia a dia na instituição. 
 17 
Observa-se que a abordagem individual, em especial as etapas metodológico-
operativas de investigação e diagnóstico contempladas pelo estudo social, direciona o trabalho 
do assistente social na instituição judiciária ao longo de sua história, aos dias atuais. 
Geralmente o assistente social estuda a situação, realiza uma avaliação, emite um 
parecer, por meio do qual muitas vezes aponta medidas sociais e legais que poderão ser 
tomadas, por meio de observações, entrevistas, pesquisas documentais e bibliográficas, ela 
constrói o estudo social, ou seja, constrói um saber a respeito da população usuária dos 
serviços judiciários. As pessoas são examinadas, avaliadas, suas vidas e condutas 
interpretadas e registradas, construindo-se, assim, uma verdade a respeito delas. 
 
REFERÊNCIAS 
 
COLMÁN, Sílvia Alapanian. O Poder Judiciário e as Demandas Sociais. Serviço Social em Revista. vol. 8 nº. 
2(jan./jun. 2006). Londrina. Universidade Estadual de Londrina. Departamento de Serviço Social. 
BRASIL. Código de Ética Profissional do Assistente Social. Resolução CFES N° 273/1193 de 
13/03/1993. 
BRASIL, Presidência da República. Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei Federal 8.069, 
de 13 de julho de 1990. 
BRASIL, Presidência da República. Lei Orgânica da Assistência Social, Lei Federal 8.742, 
de 7 de dezembro de 1993. 
BRASIL. Lei n° 8.662. Lei de Regulamentação Profissional do Assistente Social – 1993. 
CFESS – O Estudo Social em perícias, laudos e pareceres técnicos - Cortez, São Paulo, 2005. 
 
BRUM, Daniele. FERREIRA, Débora Spotorno M. M. SANTOS, Elisângela. OLIVEIRA, 
Lígia Aparecida. OLIVEIRA, Wanessa. Filhos do coração: mitos e verdades sobre a adoção. 
Artigo elaborado para a apresentação no 12º Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais e IV 
Encontro Nacional de Serviço Social e Seguridade. Foz do Iguaçu, 2007. 
 
FALEIROS, Vicente de Paula. Estratégias em Serviço Social. 4. ed. São Paulo: Cortez, 
2002. 
 
FÁVERO, Eunice Teresinha (Orgs). O Serviço Social e a Psicologia no Judiciário: 
construindo saberes, conquistando direitos. São Paulo: Cortez, 2005. 
 
FARIA, José Eduardo. “Introdução: o modelo liberal de direito e Estado. Ordem 
legalXmudança social’. In: Faria, José Eduardo (org). Direito e justiça – a função social do 
judiciário. São Paulo: Ática, 1989. 
 
FÁVERO, Teresinha Eunice. Serviço social, práticas judiciárias, poder: implantação e 
implementação do serviço social no juizado da infância e da juventude de São Paulo. 2 ed. 
São Paulo: Veras Editora, 2005. (série núcleo de pesquisa; 3). 
 
 18 
O Estudo social em perícias, laudos e pareceres técnicos: contribuição ao debate no judiciário, 
no penitenciário e na previdência social/Conselho Federal de Serviço Social, (org.). São 
Paulo: Cortez, 2003.SOUZA, Shalimar Alcântara de. Limites e possibilidades da atuação profissional do 
Assistente Social no âmbito do Judiciário de Ji-Paraná. Trabalho de graduação do Curso de 
Serviço Social – CEULJI/ULBRA, 2006. 
 
 
http://www.tj.ro.gov.br/institu/coj/coje.pdf 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 19

Outros materiais