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17
CENTRO UNIVERSITÁRIO NOSSA SENHORA DO PATROCÍNIO
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
PEDAGOGIA
ADRIANA APARECIDA DE ARAÚJO FONSECA
NATÁLIA STEFANI DE SOUZA
EDUCAÇÃO INFANTIL: Fase de adaptação para pais e filhos nos anos iniciais de escolaridade. 
ITU
2014
ADRIANA APARECIDA DE ARAÚJO FONSECA
NATÁLIA STEFANI DE SOUZA
EDUCAÇÃO INFANTIL: Fase de adaptação para pais e filhos nos anos iniciais de escolaridade.
Trabalho de Conclusão de Curso–TCC apresentado como exigência parcial para obtenção do grau de licenciatura em Pedagogia pela Faculdade de Educação do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio
ITU
2014
ADRIANA APARECIDA DE ARAÚJO FONSECA
NATÁLIA STEFANI DE SOUZA
EDUCAÇÃO INFANTIL: Fase de adaptação para pais e filhos nos anos iniciais de escolaridade. 
Trabalho de Conclusão de Curso–TCC apresentado como exigência parcial para obtenção do grau de licenciatura em Pedagogia pela Faculdade de Educação do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio.
Nome do Orientador: Prof. Mª. Jeanne Marcia Rodrigues Manteiga.
A banca examinadora dos Trabalhos de Conclusão de Curso em sessão pública realizada em__/__/____, considerou o(a) candidato(a):....................................
Orientador (a)______________________________
Examinador (a)_____________________________
Examinador (a)_____________________________
O Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio não se responsabiliza pelas informações contidas neste Trabalho de Conclusão de Curso. Essas informações são de responsabilidade exclusiva do(s) autor(es).
Dedicamos esse trabalho de conclusão de curso a todas as crianças, pais e educadores que, assim como nós presenciaram ou sentiram na pele o quanto é difícil o processo de adaptação quando não planejada e não dada devida atenção e importância. Aqueles que se preocupam com os pequenos e buscam respostas a fim de procurar diminuir as frustações e conflitos que esses passam.
AGRADECIMENTO
Agradeço primeiramente a Deus, pois Ele me confiou para essa missão de ser educadora, e se hoje estou aqui é também por vontade d’Ele. Aos meus pais que sempre me apoiaram e se dedicaram tanto para me ver realizada, e ao meu amado noivo pela parceria e compreensão dedicadas a mim durante esses três anos do combate do bem.	
Natália Stefani de Souza
AGRADECIMENTO
 	Agradeço aos meus pais que sempre me apoiaram, ao meu querido irmão que se sempre dispôs a me ajudar nessa jornada, e ao meu esposo que sempre acreditou em mim, aos amigos que acompanharam essa caminhada e aos professores que se esforçaram para transmitir toda informação e embasamento necessário para o meu crescimento, conhecimento e desenvolvimento do meu sucesso profissional.	
Adriana Aparecida de Araújo Fonseca
A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria.
 (Paulo Freire)
RESUMO
A adaptação é um processo inevitável na vida das pessoas, sejam elas crianças, adultas ou idosas, seja na escola, no trabalho e na sociedade como um todo, é contínuo de mudanças, crescimento, desenvolvimento e amadurecimento. Essa pesquisa trata-se da fase de adaptação dos pais, filhos e educadores na educação infantil rumo a uma integração saudável, sem ocasionar traumas futuros na vida dessa criança prejudicando o seu desenvolvimento. A criança pode apresentar inúmeras reações a essa fase, como o choro e a insegurança, sentimento compartilhado também pelos pais. Todavia, isso dependerá de como essa adaptação foi planejada, como essa criança e esses pais foram recebidos, tanto pela equipe escolar quanto pela professora titular da sala. Sendo assim, esta pesquisa apresenta a conceituação sobre a fase de adaptação de pais e suas crianças na escolaridade inicial, buscando uma integração positiva entre escola e família a partir da ideia de que o ambiente escolar é muito importante porque ajuda no desenvolvimento integral da criança pequena. 
Palavras-chave: Fase adaptação. Desenvolvimento infantil. Integração escola-família.
ABSTRACT
 	Adaptation is an inevitable process in the lives of people, whether children, adults or old, whether at school, at work and in society as a whole is continuing to change, growth, development and maturation. This research comes from the stage adaptation of parents, children and educators in early childhood education towards a healthy integration without causing further traumas in life that child hurting his development. The child may have numerous reactions to this phase, such as crying and insecurity, feeling shared by parents. However, this will depend on how this adaptation was planned, as this child and these parents were welcomed by both the school staff as the head professor of the room. Therefore, this survey presents the conceptualization phase of adaptation of parents and their children in initial education, seeking a positive integration between school and family from the idea that the school environment is very important because it helps in the integral development of the young child. 
Key-words: The Phasedaptation. Child development. School-family Integration.
SUMÁRIO
1	INTRODUÇÃO	11
2.	O PROCESSO DE ADAPTAÇÃO DA CRIANÇA NA ESCOLA	13
2.1.	A criança na escola: adaptar ao novo é difícil, não impossível.	13
2.2.	Por que Ingressar na Educação Infantil?	15
2.3.	A Socialização na Ed. Infantil e as Experiências Significativas.	16
3.	O QUE É NECESSÁRIO PARA UMA INTEGRAÇÃO SAUDÁVEL?	19
3.1.	Os primeiros dias na escola	19
3.2.	Atividades Lúdicas	24
4.	CONSIDERAÇÕES FINAIS	28
REFERÊNCIAS	30
INTRODUÇÃO
 	 Essa pesquisa tem como tema propulsor da teorização a Educação Infantil priorizando a fase de adaptação para pais e filhos considerando a iniciação da escolaridade. Portanto, a preocupação recai sobre o período de adaptação de bebês na Educação Infantil, processo que tem gerado situações de conflito envolvendo também os pais das crianças e os educadores. 
O tema de pesquisa deve-se a observação realizada em estágios do curso de Pedagogia, quando detectamos que o processo de adaptação e o conflito entre bebês, seus pais e educadores nesse período, merece um olhar especial. De forma que o interesse em abordar essa temática visa trazer novas possibilidades para compreendermos esse processo de adaptação; e, ainda, revelar indicativos de organização e efetivação de práticas educativas e parcerias que possibilitem experiências mais positivas não só para a criança como também para seus pais e, educadores diretamente ligados a essa adaptação. 
O objetivo geral dessa pesquisa foi compreender o processo de conflito e de mudança que pode acontecer no período de adaptação de bebês e seus pais no início da escolaridade na Educação Infantil. E, os objetivos específicos identificar as renovações (emocionais, fisiológicas e comportamentais, dentre outras) que acontecem na vida da criança e seus pais no início da escolaridade na Educação Infantil; também verificar quais procedimentos pode ser negativo e quais seriam positivos e importantes para minimizar certas frustrações e angustias que surgem no processo de adaptação da criança e seus pais; e, ainda, apontar possibilidades para uma integração saudável para pais, educadores e, em especial a criança em início da escolaridade.
O estudo partiu das obras de Zilma de Oliveira, Andrea Rapoport e Rossetti Ferreira, basicamente, porque abordam temáticas envolvendo a Educação Infantil e, mais especificamente por defenderem ideias, conceitos e concepções sobre o processo de adaptação da criança no início da escolarização. Destacamos em especial as ideias de Zilma de Moraes Ramos de Oliveira, que além de ter um currículo indiscutível, ainda é autora e co-autora de livros na área de psicologia da educação, educação infantil, práticas pedagógicas, dentre outros; quando a autoradefende a importância da experiência da criança no ambiente coletivo proporcionado na creche. Nossa pesquisa se pautou na proposta conceitual da autora quando defende que o ambiente escolar da creche ajuda no desenvolvimento da criança pequena em termos de sua oralidade e, também porque ao interagir com os outros bebês, tornar-se mais ativa fisicamente, menos agressiva e, ainda, em condições de relacionar-se melhor com os adultos da escola. 
Acreditamos, então, que a preparação para adaptação de todos para essa fase é muito importante tanto para os profissionais de educação quanto para pais e comunidade escolar e; especialmente a criança que sai do lar para a coletividade escolar. Por isso buscamos referenciais conceituais que vieram contribuir e subsidiar nossa compreensão sobre o contexto de adaptação de bebês na Educação Infantil e os conflitos entre pais e educadores nesse processo. 
Ao considerar que a pesquisa em educação, é de significativa importância para compreendermos o funcionamento interno da escola e do sistema escolar a partir da busca de soluções mais adequadas aos problemas educacionais; propomos trazer novas compreensões e resultados para o problema que serviu de norte ao estudo. O que exigiu de nós a adoção de técnicas de estudo e metodologia de pesquisa, adequados ao universo do problema proposto. 
Decidimos, então, que o trabalho seria desenvolvido com base na revisão bibliográfica que tem pôr o objetivo circunscrever o problema de pesquisa dentro de um quadro teórico de referências conceituais. Através desse quadro teórico analisamos, explicamos e apontamos novas possibilidades de ação no processo de adaptação de bebês na Educação Infantil e os conflitos entre pais e educadores. 
	Este caminho pode ser percebido na organização da pesquisa em dois capítulos. No primeiro capítulo abordamos a questão do processo de adaptação da criança na escola, discutindo conceitos tais como a importância da Educação Infantil no desenvolvimento da criança; o porquê ingressar na educação infantil, o papel da Educação Infantil na socialização da criança a partir de experiências significativas. No segundo capítulo sondamos a questão da integração da criança no universo escolar, destacando a possibilidade de uma integração saudável, para isto discutimos aspectos tais como, os primeiros dias na escola e as contribuições das atividades lúdicas neste processo. 
2. O PROCESSO DE ADAPTAÇÃO DA CRIANÇA NA ESCOLA
 	Este capítulo tem como objetivo iniciar a discussão sobre a adaptação das crianças no ambiente escolar, resgatando reflexões, conceitos e propostas que possam colaborar no entendimento sobre esse processo tão vital na sociedade atual, tendo como perspectiva apontar possibilidades de ações que favoreçam processos com menos sofrimento para a criança, pais e educadores. 
2.1. A criança na escola: adaptar ao novo é difícil, não impossível. 
 Hoje o perfil das famílias tem passado por muitas mudanças de paradigmas; as famílias atuais estão bem preocupadas com qualidade de vida e status. As mulheres, hoje inseridas no mercado de trabalho, ocupam cada vez mais cargos importantes na área profissional, emergindo, assim, a necessidade da separação da criança e seus pais cada vez mais cedo. Exigindo opções para os cuidados dos seus filhos enquanto trabalham. 
	[...] esses cuidados podem se dar em creche e pré-escolas; em creches familiares ou lares vicinais; por um parente ou na casa da criança, dispensados por uma babá/empregada. Em qualquer um desses casos, a criança passa por um processo de adaptação até que esteja vivenciando a nova situação de forma que revele menor sofrimento pelo afastamento materno. (RAPOPORT, 2005, p.9)
	Esse processo de adaptação ao novo tem se mostrado muito difícil e doloroso, não só para as crianças, mas para seus pais e todos os que diretamente estarão envolvidos, como os educadores. Além disso, esse processo é a etapa mais difícil da vida da criança, pois de repente, têm que aceitar uma realidade bem diferente: ficar um determinado período por dia num outro ambiente, com outras pessoas até então desconhecidas; com, normas, regras, rotinas e disciplinas bem definidas. Com todas essas “novidades” repentinas as crianças acabam ficando “doentinhas” (fazem febre, apresentam diarreia, vômitos, etc.); outros apresentam comportamentos mais “agressivos” (começam a morder, bater, empurrar, chutar, etc.). Todas essas reações são respostas à dificuldade em enfrentar o medo do novo e a separação dos pais, às vezes também dos irmãos. Vale ressaltar que, cada criança reage de um jeito, portanto há crianças que enfrentam o novo ambiente, as novas relações e situações com muita tranquilidade. 
De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998) – também conhecido como RCNEI - entre o bebê e as pessoas que cuidam, interagem e brincam com eles se estabelece uma forte relação afetiva; a qual envolve sentimentos complexos e contraditórios como amor, carinho, encantamento, frustração, raiva, culpa, dentre outros. Essas pessoas não apenas cuidam da criança, mas também vão mediar seus contatos com o mundo, atuando com ela, organizando e interpretando para ela e com ela, esse mundo. É nessas intenções, em que ela é significada e/ou interpretada como menino, como menina, como chorão ou tranquilo, como inteligente ou não, que se constroem suas características pessoais. 
As pessoas com quem a criança construiu vínculos afetivos estáveis são seus mediadores principais nas experiências cotidianas, sinalizando e criando condições para que elas adotem condutas, valores, atitudes e hábitos necessários à sua inserção naquele determinado grupo (seja ele familiar ou escolar) ou cultura específica. A adaptação, portanto, não é tão fácil, não só para a criança, mas também para a sua família e, até a educadora que a assiste, pois implica reorganizações e transformações para todos. 
A forma como esse processo é vivenciado pelas pessoas envolvidas influencia e é influenciada pelas razões da criança. Desse modo, é altamente desejável que, no período de adaptação, a mãe, o pai ou outro familiar fique junto da criança para auxiliar na exploração desse ambiente estranho com pessoas também estranhas até então; favorecendo o estabelecimento de novos relacionamentos com as educadoras, com outras crianças e demais adultos que fazem parte da comunidade escolar.
Os pais, por vezes, muito inseguros, nem sempre chegam a ver esse processo de “independência” das crianças de forma positiva. Às vezes mais apreensivos do que os próprios filhos, espiam pela janela, questionam alguma inadequação que acreditam desfavorecer o filho. Geralmente esses pais se mostram insatisfeitos ou temerosos quanto aos educadores, a escola e as outras crianças; trazem o filho no colo numa atitude de suprema proteção e, assim, não passam a segurança que o filho precisa para se adequar à nova e inusitada situação: o coletivo da escola. Nesse sentido, os educadores também acabam ficando inseguro, e muitas vezes não conseguem fazer essa adaptação acontecer como haviam planejado; causando mais transtornos para a criança e seus temerosos pais. 
2.2. Por que Ingressar na Educação Infantil?
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN/96 - a finalidade da Educação Infantil contempla o desenvolvimento integral da criança até os cinco anos de idade, considerando a nova estrutura da Educação Básica e do Ensino Fundamental com o ingresso da criança aos seis anos. De modo que é papel da Educação Infantil contribuir na consolidação do desenvolvimento integral da criança, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, completando a ação da família e da comunidade. 
	Portanto, a experiência escolar desde a Educação Infantil parece bastante necessária para o desenvolvimento global da criança. Primeiramente a criança estará aos cuidados de profissionais especificamente preparados, capacitados para lidar com ela. Com a referida LDBEN/96 todo educador deve ter como formação mínima a graduação no EnsinoSuperior, considerando os educadores da Educação Infantil essa capacitação inicial é realizada no curso de Pedagogia; uma licenciatura plena que prepara os educadores para atuar pedagogicamente a partir de concepções, conceitos, práticas, filosofias e finalidades educativas compatíveis com a faixa etária, o nível de ensino e as peculiaridades dos alunos, dentre outros. 
De modo que, diferentemente dos pais que não recebem formação específica para lidar com a prole, os educadores são preparados para criar condições estimuladoras e desafiadoras para as aprendizagens, colaborando, assim, com o desenvolvimento da criança pequena. 
A atividade pedagógica, ou escolar, é sempre formadora; porque intencional; porque acredita no potencial da criança; porque busca a estimulação desses potenciais; porque preocupada com suas necessidades básicas, suas peculiaridades infantis... Tendo em vista a formação de pessoas livres e responsáveis. 
O que se espera é que na escola os profissionais que vão lidar com o desenvolvimento da criança estejam preparados para uma ação educativa capaz de favorecer a troca ampla e aberta de experiências através das várias linguagens do ser humano; colaborando, assim, para a consolidação de um desenvolvimento integral da criança. A prática educativa é, portanto, intencional para lidar com a criança enquanto ser essencialmente ativo e que precisa desfrutar de oportunidades para manusear, explorar, observar, identificar, enumerar, comparar, classificar e analisar objetos e situações do mundo a sua volta. Essas atividades contribuirão para que, gradativamente, a criança vá se situando no mundo da natureza e da cultura seguindo seu próprio ritmo, características e necessidades. 
Por tudo isso, acreditamos ser de máxima importância o ingresso da criança na Educação Infantil, como complementação intencional à ação desenvolvida pela família, privilegiando os aspectos intelectual, afetivo-sensorial, psicomotor, cultural e de sociabilidade, dentre outros infinitamente importantes para o desenvolvimento integral da criança. 
2.3. A Socialização na Ed. Infantil e as Experiências Significativas. 
Ao ingressar na Educação Infantil as crianças passam a vivenciar experiências importantes de socialização e representação de consciência da realidade. As experiências vividas anteriormente com pessoas próximas e familiares que compunham seu mundo ganham contribuições para que compreendam e exerçam a cidadania, é preciso desenvolver na criança oportunidades de desenvolver habilidades que as tornem capazes de fazer suas próprias escolhas e também avaliem suas atitudes, de forma autônoma e consciente de seus deveres, ainda que pequeninos.
A bagagem de experiências que a criança traz de fora da escola deve ser valorizada e enriquecida no processo de socialização, permitindo que junto com as outras crianças troquem experiências de forma natural e espontânea, assim como sugere o RCNEI (1998): 
Compreender, conhecer e reconhecer o jeito particular das crianças serem e estarem no mundo é o grande desafio da educação infantil e de seus profissionais. Embora os conhecimentos derivados da psicologia, antropologia, sociologia, medicina etc. possam ser de grande valia para desvelar o universo infantil apontando algumas características comuns de ser das crianças, elas permanecem únicas em suas individualidades e diferenças. (RCNEI, 1998, p.22) 
O processo de educar não é somente o ensinar e transmitir conhecimentos, mas está para além de formar adultos críticos e socializados e formar indivíduos com consciência plena e humanizada. É preciso considerar também as realizações pessoais, os projetos pessoais de vida. Enquanto crescem as crianças descobrem novas formas de se relacionar com o outro e o mundo, portanto é importante oferecer novas oportunidades para que elas possam desvendar e viver suas próprias experiências. 
A Educação Infantil constitui, assim, um espaço saudável e seguro para que as crianças contemplem suas vivencias de socialização e acreditem em suas potencialidades. A estimulação de crianças em atividades grupais pode gerar clima de alegria que incita a curiosidade e finalmente a aproximação natural da criança com o grupo, conforme explicitado por Oliveira (2001)
À medida que o bebê se adapta ao ambiente da creche, ele tende a apresentar melhor desenvolvimento em termos de sua oralidade, passa interagir melhor com os outros bebês, a tornar-se mais ativo fisicamente, menos agressivo e a relacionar-se melhor com os adultos da escola. (OLIVEIRA, 2001, p.12).
	Segundo Nicolau (s/d) a Educação Infantil tem como papel social criar condições para satisfazer as necessidades básicas da criança, oferecendo-lhe um clima de bem-estar físico, afetivo-social e intelectual, mediante atividades lúdicas, desafiadoras e culturais; capazes de promover a curiosidade e a espontaneidade; além de estimular novas descobertas e o estabelecimento de novas relações a partir do que se sabe. Deve, ainda, promover a sociabilidade da criança, sabendo que as crianças se socializam através das atividades diárias; por isso é preciso organizar atividades integradoras e ajudarão positivamente no desenvolvimento da personalidade da criança. 
Portanto, os educadores da Educação Infantil não podem perder de vista que o desenvolvimento das relações interpessoais é muito importante para a formação e a integração da personalidade da criança. Mas, essa é uma reflexão para o próximo capítulo. 
3. O QUE É NECESSÁRIO PARA UMA INTEGRAÇÃO SAUDÁVEL?
Nossa preocupação neste capítulo é discutir a integração da família na escola visando a promoção de uma adaptação saudável para a criança, de forma a contribuir com o bem-estar físico, afetivo-social e intelectual dela, ajudar na consolidação de relações interpessoais importante para a formação e a integração da sociabilidade da criança. 
3.1. Os primeiros dias na escola
Evitar cenas de sofrimento por parte das crianças em início de escolarização, em especial as da creche, e de seus pais é possível quando os profissionais prepararam uma boa recepção para todos, no sentido de possibilitar uma adaptação integradora, apaziguadora e saudável às partes. Como o ingresso na escola infantil é, geralmente, a primeira vivência da criança em espaço coletivo fora de casa, é importante fazer desse momento uma grande experiência e boa referência para as próximas relações. 
Para os pais a adaptação começa com a escolha da escola, depois disso a família passa por entrevista onde irá disponibilizar todas as informações necessárias referentes à criança. Além disso, é importante que haja um planejamento de rotina e atividades diferenciadas. 
Portanto, antes de receber a criança, é fundamental a preparação da entrevista a ser realizada com a família e, esta deverá responder atentamente a ficha de anamnese e esclarecer dúvidas dos profissionais da escola; vale também fazer perguntas relacionadas a hábitos de casa, como o que a criança gosta de brincar e de comer e se possui objetos de apego. 
De acordo com Oliveira (2001), um relacionamento positivo entre educadores e famílias é algo a ser constantemente conquistado, sendo que nos primeiros contatos das famílias e das crianças com a escola, aqueles que trabalham nela devem procurar propiciar um clima favorável e tranquilo. As próprias crianças sentem-se mais seguras quando há este vínculo positivo entre os pais e a instituição escolar. 
Diz um ditado bem popular “A primeira impressão é a que fica” – isto significa que alguns cuidados para o primeiro contato da criança e seus pais com a escola são de estrema importância. Os pais e a criança ao chegarem à escola devem ser bem recebidos para que se sintam acolhidos; portanto, os pais devem ser convidados a conhecer o ambiente e os espaços que irão fazer parte das primeiras vivências da criança fora de casa. É importante conhecer a sala de aula, outras salas educativas que fazem parte da proposta pedagógica da escola, tais como salas de jogos, sala de arte etc; também a turma e a educadora titular que irá acompanhartodo processo de adaptação e formação dessa criança. Nesse sentido vale ressaltar um importante depoimento de Cisele Ortis, psicóloga e coordenadora de projetos de capacitação: 
A qualidade do acolhimento é que garantirá a qualidade da adaptação, portanto não se trata de uma opção pessoal, mas de compreender que há um interjogo de movimentos tanto da criança como da instituição dentro de um mesmo processo. (Cisele Ortis, 1999)
Estudiosos apontam a necessidade dos profissionais da educação entenderem que no primeiro dia da criança na escola é importante que a mãe possa acompanhar a criança dentro da sala, permanecendo o tempo suficiente para que a criança sinta-se segura. Mas isto deve ser trabalhado de forma dialógica tanto com a mãe quanto com a criança, mesmo aquelas bem pequenas; elas devem saber que a mãe poderá ficar por um curto período. Mas, que após o “combinado”, ela vai permanecer na escola com os coleguinhas e educadores, enquanto a mãe via atender seus compromissos externos à escola. Nos dias seguintes a mãe poderá se afastar mais brevemente, ficando em outro ambiente da escola, de maneira que a criança não se assuste com sua ausência; sabendo que, se ficar ansiosa a mãe está por perto para tranquiliza-la, até que essa criança possa novamente voltar mais confiante e tranquila para a sala e o grupo. 
Conforme Rapaport (2005) e outros autores a mãe ou o pai permanecendo dentro da sala nos primeiros dias, ou um local próximo à sala de aula e visível a criança é importante para que ela construa referenciais de confiança e desprendimento. Aos poucos, é importante também que eles se afastem gradativamente da criança até que sua permanência não seja mais necessária. Outra sugestão é que nunca devem sair escondidos, sem se despedir e explicar o por que da partida; visto que o enganar a criança poderá gerar nela um sentimento de quebra de confiança e, de se sentirem abandonadas. Entretanto, é preciso considerar que cada caso é único, há situações em que a criança chega à escola muito bem estimulada, facilitando a integração e o desapego da presença dos pais. 
No decorrer dos dias que se seguem ao primeiro contato com a escola, nas situações em que impera ações demonstrativas de insegurança, em especial por parte da criança (ou de seus pais), os educadores não poderão esquecer que ela precisará de um olhar especial. Portanto, é válido que uma pessoa sempre esteja disponível para atender a criança recém-chegada que vai exigir atenção individual e cuidados. Vale lembrar, também que a criança sempre estabelecerá maior afinidade por aquela pessoa à qual se identificar e se sentir mais acolhida e segura; pode ser o educador titular ou o educador auxiliar no processo de escolarização. 
Conforme Aranha (2002) dentro dessa relação é muito importante não criar dependências. A criança tende a se sentir única para a educadora, assim como a educadora é única para ela; isto também gera sofrimento para a criança, que chora cada vez que aquela educadora se afasta dela. Pode gerar também uma sensação de orgulho para a educadora, que se sentirá insubstituível e imprescindível para a segurança da criança na escola, superprotegendo aquela determinada criança em detrimento das demais. 
É importante atender e entender alguns sinais que a criança transmite, os cuidados dependem em grande parte das habilidades dos profissionais da educação que devem estar atentos em cada criança que se manifestam de maneira particulares quando estão precisando de algo. Outro aspecto importante na adaptação da criança nos primeiros contatos com o ambiente escolar é cuidar para que elas encontrem objetos pessoais na escola, para dar a sensação de extensão de casa, as chupetas (que serão abolidas aos poucos e só depois de garantida a adaptação da criança na escola), bichinhos de brinquedos, paninhos (os famosos “cheirinho”), dentre outros hábitos pessoais que devem ser garantidos às crianças nos momentos em que se angustiam com a ausência dos pais ou do ambiente doméstico. Esses recursos não devem ser mal visto pelos educadores; se a criança habitualmente possui algum hábito que o educador observe que é possível diminuir ele o fará de forma gentil, respeitosa e acolhedora, reduzindo gradativamente a frequência. 
Segundo Balaban (1988), a criança que é capaz de dominar seus sentimentos de separação dos familiares ligadas com a entrada na escola, está dando um grande passo ao seu amadurecimento. Portanto, ao invés de encarar como um problema, pais e educadores precisam analisar e reconhecer a situação como oportunidade de crescimento pessoal da criança. Pode ser um processo difícil para algumas crianças e alguns pais, mas não é impossível de ser superado por processos e ações que visem a integração de todos. 
Trabalhar com crianças pequenas e bebês pode ser difícil e complexo, então, faz-se necessário para amenizar os conflitos de percurso e adaptação de todos os envolvidos, muito mais do que gostar da criança ou da prática educativa escolarizada; é preciso garantir cuidados e ações que atendam não somente as necessidades básicas dos bebês, mas propostas pedagógicas que contemplem todas as potencialidades da criança pequena a fim de promover um desenvolvimento sadio para ela e, gerar segurança nos pais quanto à permanência do filho na escola. 
A este respeito vale discutir as condições de desenvolvimento da criança e as ações pedagógicas que poderão contribuir para esse desenvolvimento se realizar de modo mais efetivo e produtivo para o decorrer de suas experiências pessoais e sociais ao longo de sua existência. 
Segundo Oliveira (2001), a aprendizagem na criança se faz pela mediação com o outro, que pode ser um adulto ou crianças de diferentes faixas etárias que ela convive; que possibilitam que as ações de conhecer deixem de ser diretas para tornarem-se mediadas; o que pressupõe a utilização de outros conceitos; constituindo-se em novas ferramentas auxiliares da atividade humana de aprendizagens sobre o mundo que a cerca. 
Para a autora, o processo de conhecimento das crianças inicia-se sempre com a exploração direta de objetos, entretanto, à medida que ela começa a estabelecer capacidade de comunicação através do uso da linguagem, passará a fazer operações mentais não-visíveis utilizando a linguagem como instrumento do pensamento, isto é, utiliza-se de signos já internalizados na experiência cotidiana. 
	Isto significa que as condições de compreensão e comunicação da criança acontecem de forma partilhada, desde o nascimento e na relação adulto-criança; visto que as formas de funcionamento do pensamento infantil são diferentes das do adulto tanto em sua composição, estrutura e modo de operação. Para Vygotsky (apud OLIVEIRA, 2001, p. 109) não falta coerência no pensamento da criança, ela apenas tem ausência de um “certo” distanciamento da experiência imediata, ou seja, seu pensamento ainda não precisa de experiências que exijam a necessidade de outros conceitos. 
	Os educadores precisam ter claro que o pensamento infantil se distingue do pensamento adulto; visto que sua capacidade de abstração, de raciocínio conceitual, é diferente da capacidade do adulto. Segundo Vygotsky (apud OLIVEIRA, 2001, p. 109) a capacidade de pensamento da criança é sincrética, porque visível, porque parte da fusão de elementos diversos: o que ela vê, sente, ouve, seu imaginário e, o real...; também é subjetiva, porque próprio de seu “espírito” infantil, suas peculiaridades e potencialidades próprias da faixa etária; é emergencial, com pouca durabilidade, logo ela se dispersa em outros interesses. 
	Todas estas informações nos levam a perceber que a criança é um ser histórico-social, capaz de construir o seu próprio conhecimento. A criança é pessoa em processo de desenvolvimento, inserida num contexto em que estão presentes relações de classe, de etnia, de gênero; é alguém que participa da construção da história, da sociedade e da cultura de seu tempo, modificando-as e sendo modificado por elas (OLIVEIRA, 2001). 
	A criança é existência concreta e deve ser percebidadentro da totalidade social de sua existência. Isto é, ser reconhecida e compreendida a partir do meio cultural da família onde ela nasce; das condições objetivas da classe social em que ela vive, da forma como vive a sua infância. Todas essas informações são bem importantes na preparação do trabalho pedagógico na Educação Infantil e, em especial, na dimensão creche, objeto de análise deste estudo. 
	A criança é um ser histórico-social, afirma Oliveira (2001) e também propõe Vygotsky (apud OLIVEIRA 2001, p. 109), é, portanto, capaz de construir o seu próprio conhecimento; é pessoa em processo de desenvolvimento, inserida num contexto em que estão presentes relações de classe, de etnia, de gênero. A criança é alguém que participa da construção da história, da sociedade e da cultura de seu tempo, modificando-as e sendo modificado por elas, potencialidades que não podem ser esquecidas no trabalho pedagógico nem na interação família-escola. 
A criança é uma pessoa séria; um trabalhador terrível, pertinaz, incansável, atento, lúcido, preciso – que desde que chegou ao mundo é insaciável, temerário, curiosíssimo explorador que usa tanto os sentidos quanto o intelecto, como um cientista procurando com todas as suas energias o SABER. (OLIVEIRA, 2001, p. 109) 
	Esta citação resume bem as expectativas quanto à necessidade de uma saudável integração família-escola para a adaptação das crianças na escola de Educação Infantil. Acreditamos como os autores estudados, que a criança a partir das muitas experiências relacionadas com as situações de vida cotidiana, tanto no conhecimento social construído na família, nos grupos sociais a que tem acesso, como a escola e, nos meios de comunicação; vai estabelecendo referências em relação às normas de conduta, hábitos e expectativas para si e para os demais a sua volta; com isso vai construindo também sua concepção sobre as instituições sociais a que tem acesso, como a creche e pré-escola. 
	De forma que, compartilhamos com a ideia de Oliveira (2001) quando afirma que a criança é um ser pertinaz, incansável, atento, lúcido... Nossa proposta pedagógica como possibilidade de sucesso para a criança, a prática pedagógica e a segurança de seus pais em relação à escolarização; é pelo trabalho a partir das atividades lúdicas. 
3.2. Atividades Lúdicas
Partimos do pressuposto que um bom projeto pedagógico para educação infantil deve proporcionar atividades lúdicas adequadas ao desenvolvimento da criança, contemplando aspectos de potencialidades humanas, físico, motor e social. Uma dessas possibilidades rege sobre o brincar considerando que: 
Brincar desenvolve as habilidades da criança de forma natural, pois brincando aprende a socializar-se com outras crianças, desenvolve a motricidade, a mente, a criatividade, sem cobrança ou medo, mas sim com prazer (Cunha 2001, p.14).
Para Schaefer (1994), as atividades lúdicas promovem ou restabelecem o bem estar psicológico da criança. No contexto de desenvolvimento social da criança é parte do repertório infantil e integra dimensões da interação humana necessária na análise psicológica (regras, cadeias comportamentais, simulações ou faz-de-conta aprendizagem observacional e modelagem). Toda a atividade lúdica pode ser aplicada em diversas faixas etárias, mas pode sofrer intervenção em sua metodologia de aplicação, na organização e no prover de suas estratégias, de acordo com as necessidades peculiares das faixas etárias. As atividades lúdicas têm capacidade sobre a criança de gerar desenvolvimento de várias habilidades, proporcionando a criança divertimento, prazer, convívio profícuo, estímulo intelectivo, desenvolvimento harmonioso, autocontrole, e auto realização. 
As atividades que propiciam a experiência completa da criança, associando o ato, o pensamento e sentimento. A criança se expressa, assimila conhecimentos e constrói a sua própria realidade quando está praticando alguma atividade lúdica. Ela também espelha a sua experiência, modificando a realidade de acordo com seus gostos e interesses.
Segundo Maluf (2003), na educação Infantil podemos comprovar a influência positiva das atividades lúdicas em um ambiente aconchegante, desafiador, rico em oportunidades e experiências para o crescimento sadio das crianças. Os primeiros anos de vida são decisivos na formação da criança, pois se trata de um período em que a criança está construindo sua identidade e grande parte de sua estrutura física, sócio-afetiva e intelectual. É, sobretudo, nesta fase que se deve adotar várias estratégias, entre elas as atividades lúdicas, que são capazes de intervir positivamente no desenvolvimento da criança, suprindo suas necessidades, assegurando-lhe condições adequadas para o desenvolvimento de suas habilidades, conforme apresenta Oliveira(2002):
O educador deve conhecer não só as teorias sobre como cada criança reage e modifica sua forma de sentir, pensar, falar, e construir coisas, mas também o potencial de aprendizagem presente em cada atividade realizada na instituição de educação infantil. Deve também refletir sobre valor dessa experiência enquanto recurso necessário para o domínio de competências consideradas básicas para todas as crianças terem sucesso em sua inserção em uma sociedade concreta (OLIVEIRA, 2002, p.124).
As crianças precisam receber nas instituições de educação infantil, ações que visem oferecer experiências construtivas através de vivências em atividades lúdicas contribuindo para assimilação de valores, aquisição de comportamentos, desenvolvimento de diversas áreas do conhecimento, aprimoramento das habilidades e socialização:
A brincadeira é uma atividade espiritual mais pura do homem neste estágio e, ao mesmo tempo, típica da vida humana enquanto um todo-da vida natural interna no homem e de todas as coisas. Ela dá alegria, liberdade, contentamento, descanso externo e interno, paz com o mundo... A criança que brinca sempre, com determinação auto-ativa, perseverança, esquecendo sua fadiga física, pode certamente torna-se um homem determinado, capaz de autosacrifício para a promoção do seu bem e de outros... Como sempre indicamos o brincar em qualquer tempo não é trivial, é altamente sério e de profunda significação (FROEBEL, 1912c, p.55).
Em seu artigo A importância das atividades lúdicas na educação infantil publicado em 14/07/2008, Maluf (2008) ressalta que essas atividades lúdicas são inúmeras e diversificadas, podem ser uma brincadeira, um jogo ou qualquer outra atividade que permita tentar uma situação de interação. Porém, mais importante do que o tipo de atividade lúdica é a forma como é dirigida e como é vivenciada, e o porquê de estar sendo realizada. Toda criança que participa de atividades lúdicas, adquire novos conhecimentos e desenvolve habilidades de forma natural e agradável, que gera um forte interesse em aprender e garante o prazer. As atividades lúdicas, juntamente com a boa pretensão dos educadores, são caminhos que contribuem para o bem-estar, entretenimento das crianças, garantindo-lhes uma agradável estadia na creche ou escola.
	O educador deve refletir sobre a construção desse planejamento, pois, de acordo com Proença (2004, p.13): A rotina estruturante é como uma âncora do dia a dia, capaz de estruturar o cotidiano por representar para a criança e para os professores uma fonte de segurança e de previsão do que vai acontecer. 
Ela norteia, organiza e orienta o grupo no espaço escolar, diminuindo a ansiedade a respeito do que é imprevisível ou desconhecido e otimizando o tempo disponível do grupo. Trata-se, então, de um exercício disciplinar positivamente, a construção da rotina do grupo, por envolver prioridades, opções, adequações às necessidades e dosagem das atividades. A associação da palavra âncora ao conceito de rotina pretende representar a base sobre a qual o educador se alicerça para poder prosseguir com o trabalho pedagógico. 
Consideramos, então, que um trabalho pedagógico a ser desenvolvido com a criança pequena no ambiente escolar, quando bem planejado e subsidiado em conceitos, concepçõese teorias favoráveis ao bom desenvolvimento da criança; poderá trazer algumas condições básicas para a integração favorável da criança naquele ambiente externo ao lar e, ao mesmo tempo, gerar maior probabilidade de segurança nos pais, facilitando a relação família-escola e promover, assim, a adaptação da criança de forma mais prazerosa e menos sofrida. 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com a pesquisa realizada o processo de adaptação de pais e filhos nos anos iniciais de escolaridade na educação infantil é difícil, pois junto dela florescem inúmeros sentimentos, reações, sofrimentos e outras emoções associadas a chegada da criança à escola. Essas reações devem-se ao novo, à mudança que todos precisam passar, e devido as renovações de ações, atitudes e sentimentos que essas mudanças vão trazer a todos: criança, seus pais e educadores.
O estudo mostrou que o sofrimento é um aspecto negativo no processo de adaptação da criança na escola, consequência do mal ou nenhum planejamento por parte dos pais e também da instituição escolar. Contam também aspectos ligados a interrupção abrupta de atendimento durante o processo e, ausência de parceria e confiança entre pais e dos educadores. 
Por tudo isso se faz importante um planejamento especialmente pensado e elaborado especialmente para essa fase de adaptação, onde as rotinas e as atividades visem diminuir qualquer possibilidade de frustação e angústia e, façam com que a criança goste dos educadores, dos colegas e do ambiente escolar. E, com base nessa empatia, a criança deseje estar naquele ambiente externo ao lar. Para que os pais se sintam seguros e tranquilos para confiar seus filhos àquela instituição e aquelas pessoas. 
Vale ressaltar que o mais importante é sempre primar pelo bem estar da criança; cabe, então, aos envolvidos no processo (pais e educadores) criar estratégias para juntos garantir a qualidade de vida e desenvolvimento à criança. 
Esses fatores deverão contribuir para uma integração saudável para todos os envolvidos, ou seja, não deixar marcas, traumas e qualquer outro aspecto negativo na vida de pais, criança e educadores. Ao contrário, deve contribuir para o desenvolvimento integral da criança, a conquista de autonomia para as interações sociais e, menor resistência ao desapego dos pais. 
Por isso será de muita importância que pais e educadores entendam esse processo de adaptação, conflito e de mudança nas relações internas e externas ao seio familiar. Visto que, conforme evidencia o nosso estudo, sabendo como acontece o processo mais fácil e possível parece ser a possibilidade de se organizar ações que venham a garantir um agir sobre a situação de forma mais coesa com as propostas de desenvolvimento infantil mais positiva para a criança e todos os envolvidos. De forma que acreditamos que a adaptação da criança e seus pais na escola, será difícil porém, não mais impossível. 
Mas para que isto aconteça, a fase de adaptação na escolaridade inicial (de pais e filhos) deverá buscar, como propósito premente, uma integração positiva, efetiva e harmoniosa entre família-escola; partindo do princípio que o ambiente escolar é profícuo ao desenvolvimento integral da criança pequena. 
Faz-se necessário, então, um planejamento tanto pedagógico quanto de acolhimento aos pais e crianças, subsidiado em conceitos, concepções e teorias favoráveis ao bom desenvolvimento da criança. 
Pais e educadores, nesta fase de adaptação e no decorrer de todo o processo de formação da criança na escola de Educação Infantil não podem esquecer que a criança tem direito a um ambiente aconchegante, seguro e estimulante. É preciso, então, preparar os ambientes da escola para as peculiaridades, necessidades e potencialidades das crianças. Os educadores, mais especificamente, não poderão esquecer que a criança também tem direito à atenção individual; a fim de ajudar na construção de uma identidade positiva e de consolidação de uma autoimagem também positiva. Um atendimento mais cuidadoso na observância das peculiaridades de cada criança poderá auxiliar que elas, no processo de escolarização, venham a reconhecer suas individualidades, potencialidades e limitações. 
Espera-se, com a organização destas informações, contribuir com a compreensão sobre o desenvolvimento infantil e, em especial, com a fase de adaptação da criança que chega à escola de Educação Infantil pela primeira vez. Facilitando a relação família-escola e promover a adaptação da criança de forma menos sofrida e mais prazerosa. 
REFERÊNCIAS
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MALUF, Ângela Cristina Munhoz - Brincar Prazer e Aprendizado. Petrópolis, Rio de Janeiro, Vozes 2003
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