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Aula 21 – Anticoagulantes e antiplaquetários · Hemostasia - Processo responsável por manter a fluidez do sangue, visando o reparo da lesão vascular e a limitação da perda de sangue. - quando tem falhas no processo hemostático: hemorragias ou trombose. Processo de hemostasia: Primaria: formação do tampão de plaquetas – vasoconstrição com intuito de reduzir fluxo sanguíneo e sangramento – agregação plaquetária – coagulo - colágeno – um dos fatores que geram agragação plaquetária – elas mesmo vao liberando serotonina, adp, tromboxano A2 que ativam outras plaquetas – cascata plaquetária ANTIPLAQUETÁRIOS •Diminuem a formação do coágulo ou diminuem a ação dos sinais químicos promotores da aglutinação plaquetária •Mecanismos de ação: - Inibição da adesão e/ou agregação das plaquetas – pode ser obtido através de: - Inibição da liberação de mediadores (5-HT, TXA2, ADP) - Antagonismo de receptores (TP, GPIIb/IIIa presente na superfície das plaquetas, PAR) - Ativação de receptores (IP) •Aplicações clínicas: - Trombose arterial - Infarto agudo do miocárdio e prevenção secundaria - Síndromes coronarianas instáveis - Acidente vascular cerebral trombótico agudo · Ácido acetilsalicílico – ASPIRINA - ao gerar inibição COX 1 plaquetario inibe Tromboxano 2 responsavel por aglutinar as plaquetas - Em dose baixa (75mg) e uso crônico inibe profundamente(> 95%) a síntese de TXA2 plaquetária - Acetilação irreversível da COX-I – acetilação COX1 - nossas plaquetas não possuem núcleo e não produzem novas COX – duram em torno de 7 dias nossas plaquetas por isso o efeito de longa duração, pois não tem produção de novas COX - Inibição de longa duração (7-10 dias) · Antagonistas de receptores para ADP - Clopidogrel, prasugrel e ticagrelor (Pró-fármaco) - Receptores P2Y12: inibição irreversível (menos ticagrelor) – receptor de ADP P2Y12 bloqueado não ocorre ativação plaquetaria - Efeitos aditivos com AAS - Efeitos adversos: rash, neutropenia e púrpura trombocitopênica trombótica (PTT) · Antagonistas do receptor GP (glicoproteína) IIb/IIIa - nossas plaquetas naturalmente expressam na superfície expressam receptor GP IIb IIIa – mas ele não ta ativo se a plaqueta não ta ativada – plaqueta sofre ativação devido estimulação do ADP no seu receptor P2Y12 – receptor se ativa e permite ligação do fibrinogênio – fibrinogênio não se liga a um so receptor GP IIb IIIa mas tbm em receptor expresso em outra plaqueta – isso promove agregação plaquetária - conforme plaqueta expressa receptor e ele se liga ao fibrinogênio – temos cascata – coagulo – quando utilizamos um antagonista não ocorre ligação desse fibrinogênio e não forma coagulo - Glicoproteína IIb/IIIa: Glicoproteína dimérica - receptor para fibrinogênio - Antagonistas inibem agregação plaquetária - Abciximabe, tirofibana, eptifibatida - Adm via IV, junto com heparina e AAS · Dipiridamol: - Inibidor: Tromboxano sintase (inibe síntese do TXA2) – isso gera redução da síntese do tromboxano A2 Adenosina deaminase (reduz ADP) –( IDP é transformado em ADP por meio da ADA – então se bloqueia Adenosina deaminase reduz ADP e inibe ativação plaquetária) Fosfodiesterase (vasodilatação via GMPc) - Associação com AAS para profilaxia de AVE, efeitos aditivos - Efeitos adversos: tontura, cefaleia e distúrbios gastrintestinais; ele não aumenta o risco de sangramento. Eventos envolvidos na adesão e agregação de plaquetas e os locais de ação de fármacos - Cascata de coagulação: - hemostasia secundária: coagulação propriamente dita (na primaria é um tampão de plaqueta, o coagulo de fato ocorre na cascata de coagulação) - via intrínseca – lesão vascular – faz com que colágeno presente no endotélio seja exposto – gera ativação plaquetária e ativação do fator 7 .... - via extrínseca – quando o meio interno vascular é exposto ao fator tecidual e ativa fator 7 As duas levam a uma via comum Transformar fibrinogênio em fibrina e formar uma rede de fibrina - Cascata de coagulação: Fibrinólise - deu tudo certo? Precisa tirar o coagulo de la - dentro do emaranhado de fibrina/coagulo tem plasminogênio – sofre ativação e via plasmina por meio da trombina + ativador plasminogênio tecidual – ativa plasmiongenio – plasmina encontra polímero de fibrina e o coagulo se desfaz tPA: ativador de plasminogênio tecidual ANTICOAGULANTES - Os anticoagulantes inibem a ação dos fatores de coagulação (p. ex., heparina) ou - Interferem com a síntese dos fatores de coagulação (p. ex., antagonistas da vitamina K, como a varfarina). · Heparinas – pcte internou, pode começar a dar heparina - Família de glicosaminoglicanos sulfatados (mucopolissacarídeos) Presente, junto com a histamina, nos grânulos dos mastócitos Dependendo do tanto de carboidrato podem ser divididas: - Heparina não fracionada (HNF): PM ± 15 kDA - Heparinas de baixo peso molecular (HBPM): PM ± 5 kDa · Mecanismos de ação •Ligam-se à antitrombina III (molécula produzida naturalmente no nosso corpo com efeito anticoagulante), alterando sua conformação e acelerando sua velocidade de ação. •A antitrombina III inibe a trombina e outras serino-proteases por ligação ao local ativo. - não fracionada atua em mais componentes da cascata de coagulação •A HNF age imediatamente após a adm IV (em casos de emergência – não fracionada) -Início de ação em 60 min quando adm SC -Útil em situações de emergência -Extensão da anticoagulação variável – controle do tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA): 1,5-2,5X o do controle normal. •HBPM: enoxaparina (tempo de meia vida maior, mas não tem extensão de anticoagulação variável, é padrão, então não precisa fazer exame de TTPA, o pcte pode ir para casa), dalteparina e fondaparinux -T1/2 maior que a HNF, administradas 1 a 2x/dia adm SC -Não prolongam o TTPA -Efeito previsível não precisa monitoramento de rotina -Eliminadas por via renal, são contraindicadas para pacientes com IR (prolongamento do T1/2) – vai ser utilizada uma HNF Heparina é produzida nos mastócitos – o que a indústria faz é gerar uma piscina de heparinas e testa cada lote p identificar a atividade de cada lote - por isso pode ter diferença no volume das ampolas, dependendo do lote, a atividade é diferente, variando o volume · Usos clínicos: • Usada na prevenção (tratamentos agudos e/ou prolongados): -Trombose venosa (perioperatória, fibrilação atrial, próteses) -Embolia pulmonar -Infarto do miocárdio -Coagulação extracorpórea • A heparina NF e as HBPMs são os anticoagulantes de escolha para o tratamento da gestante, pois não atravessam a placenta, devido ao grande tamanho e à carga negativa. · Efeitos adversos: • Hemorragia – principalmente quando não se faz acompanhamento com TTPA – SE FICAR EM EXCESSO = SANGRAMENTO -Interromper o tratamento -Reversão da hemorragia: sulfato de protamina, como se fosse um antidoto (proteína básica que forma complexo com HNF) adm IV • Trombose -Anticorpos contra heparina/fator plaquetário 4, causam lesão na parede vascular e gera coagulação IV disseminada -Substituição da heparina por um inibidor direto da trombina (ex.: lepirudina) • São contraindicadas em pacientes que têm hipersensibilidade à heparina, distúrbios de coagulação, alcoolismo ou que foram recentemente operados no cérebro, nos olhos ou na medula espinal, pelo risco de hemorragia. · Inibidores diretos da trombina •Hirudina: peptídeo anticoagulante da sanguessuga, inibidor direto da trombina (fator IIa – consequentemente não ativa fibrina e não tem formação da rede de fibrina/coagulo) -Bivalirudina e Desirudina: anticoagulantes parenterais análogos à hirudina. -Uso clínico: angina instável (com angioplastia) e para prevenção daTV profunda, respectivamente. •Dabigatrana: inibidor direto de trombina de uso oral - aprovado para a prevenção de AVE e embolismo sistêmico em pacientes com fibrilação atrial não valvar. · Inibidores diretos do fator Xa (10 A rsrsrs) - Rivaroxabana (Xarelto) e apixabana: são inibidores do fator Xa, de uso oral. -Ligam-seao fator Xa, impedindo a conversão da protrombina em trombina. – não forma rede de fibrinas/coagulo -Usos clínicos: tratamento e prevenção da TVP, do EP e do AVE na fibrilação atrial não valvar. •Efeitos adversos: sangramento, anemia; função renal insuficiente prolonga o efeito desses fármacos (aumenta o risco de hemorragia) · Varfarina – derivado cumarinico •Meliloto estragado (planta forrageira -1920) gerava hemorragia nos animais e foi descoberto que nessa planta existia: bis-hidroxicumarina •Derivados cumarínicos (1940): 4-hidroxi-cumarina → varfarina e fenindiona •Varfarina: único anticoagulante cumarínico terapeuticamente relevante. •Inicialmente usada como raticida, a varfarina hoje é largamente usada clinicamente como anticoagulante oral •Inibidor da vitamina K redutase – porque a varfarina tem semelhança estrutural a vitK que é substrato original dessa enzima (muito dos fatores da cascata necessitam de vitK) – a gama carboxilase que ativa os cofatores precisa da vitK na forma reduzida e quem transforma a vitK quinona em forma reduzida é a vit K redutase – se inibe essa enzima não ocorre a cascata pq precisa da vit k na forma reduzida para ativar cofatores •Inibição é competitiva •Atua apenas in vivo •Usada na prevenção e tratamento: - Trombose venosa (perioperatória, fibrilação atrial, próteses) - Embolia pulmonar - Infarto do miocárdio •Varfarina possui baixo IT -ajuste da dose: tempo de protrombina (TP ou INR) -objetivo é um INR de 2-3 para a maioria das indicações – quando chega nesse nível é a dose necessária para o paciente pois INR>4: hemorragia e INR<0,5: trombo •Polimorfismos que interferem no efeito anticoagulante da varfarina -CYP2C9: 10% variação interpessoal -VKORC1: 30% da variação interpessoal •Reversão do efeito: suspensão do uso e vit K para reverter hemorragia promovida por varfarina; plasma fresco •Contraindicada na gestação (efeitos teratogênicos) •As heparinas e os inibidores da trombina têm ação imediata, enquanto a varfarina não, pois leva 3 a 4 dias para exercer seu efeito (tempo necessário para a degradação dos fatores de coagulação pré-formados) • Interações da Varfarina – tanto fármacos que elevam ou reduzem o efeito anticoagulante TROMBOSE •Formação patológica de um tampão “hemostático” dentro da vasculatura na ausência de sangramento. •Fatores predisponentes = “Tríade de Virchow”: *alteração do fluxo arterial: ateroesclerose *coagulabilidade anromal do sangue: gravidez •Trombo arterial -Plaquetas + leucócitos + fibrina (“trombo branco”) -Associado à aterosclerose -Resulta em isquemia do tecido suprido pela artéria -Antiplaquetários e/ou fibrinolíticos •Trombo venoso -Hemáceas + fibrina (“trombo vermelho”) -Associado com estase sanguínea (êmbolo) -Os tecidos drenados pela veia ficam edematosos -Anticoagulantes orais e injetáveis FIBRINÓLISE (ultimo passo da hemostasia) - Processo de degradação dos trombos (trombólise) - Digestão da fibrina por ação da plasmina · Agentes fibrionolíticos (trombolíticos) - Fármacos que ativam a conversão de plasminogênio em plasmina, uma serino-protease que hidrolisa fibrina e, assim, dissolve coágulos. •Usos clínicos: -Infarto agudo do miocárdio (até 12 horas após) -Acidente vascular cerebral trombótico (até 3 horas após) -Trombose venosa profunda -Reabertura de derivações e cânulas trombosadas •O principal risco de todos os agentes fibrinolíticos é o sangramento, inclusive hemorragia gastrintestinal e AVE hemorrágico •Reversão: ácido tranexâmico, plasma fresco e fatores da coagulação · Estreptoquinase •Proteína de 47 kDa extraída de Streptococcus spp. •Ativador direto do Plasminogênio; •Adm IV ou intra-arterial •Perdeu espaço pq exite muitos pacientes refratários: produzem anticorpos anti-estreptocócicos pré-existentes ou induzidos - •Administrada por infusão intravenosa, reduz a mortalidade no IAM e esse efeito benéfico é aditivo ao do ácido acetilsalicílico · tPA recombinantes – fármacos caros •Alteplase (é o que o hospital geralmente oferece), Duteplase e Reteplase -Tecnologia de DNA recombinante -Adm IV - tem que ter muito muito cuidado porque o que era isquêmico pode vir a se tornar hemorrágico (ex da prof: chegar paciente com AVE isquêmico, ser adm uma alteplase e o pcte morre de AVE hemorrágico) •São mais ativas sobre o plasminogênio ligado à fibrina do que sobre o plasminogênio plasmático – “seletivas para o coágulo”. •Não são antigênicos – úteis para pacientes que desenvolvem anticorpos contra a estreptoquinase. ANTI-HEMORRÁGICOS - Os problemas de sangramentos podem ter sua origem em condições patológicas de ocorrência natural, como a hemofilia, ou resultar de estados fibrinolíticos que aparecem depois de cirurgia GI ou prostatectomia. - O uso de anticoagulantes também pode originar hemorragias. - Fármacos coagulantes: fatores de coagulação, vitamina K - Fatores de coagulação: •Defeitos na coagulação: - Hemofilia clássica (não produz fatorVIII) - Hemofilia B ( deficiência fator IX) - Insuficiência hepática - Deficiência de vitamina K - Terapia anticoagulante excessiva - deficiência vit K - Reposição dos fatores de coagulação: •Transfusão plasma fresco ou concentrados de fator VIII ou IX •Fatores purificados: tecnologia transgênica (tecnologia do DNA recombinante) · Vitamina K – obtemos através da dieta (folhas verdes – couve, espinafre) •Vitamina lipossolúvel (Koagulation) - K1: fitomenadiona, encontrada nas verduras - K2: menadiona, sintetizada por bactérias no intestino •Cofator da ɣ-glutamil carboxilase, essencial para síntese* dos fatores II,VII, IX e X *Modificação pós-traducional •Tratamento e/ou prevenção de sangramento: -por tratamento excessivo com anticoagulante oral (p. ex., pela varfarina) -em bebês: para prevenir a doença hemorrágica do recém-nascido – precisam da vit K exógena •Para deficiências de vitamina K em adultos: -Espru, doença celíaca, esteatorreia -Ausência de bile (p. ex., na icterícia obstrutiva) FÁRMACOS ANTIFIBRINOLÍTICOS •Os estados fibrinolíticos podem ser controlados pela administração de fármacos antifibrinolíticos •Inibem a ativação do plasminogênio, inibindo a fibrinólise: ácido tranexâmico e ácido aminocaproico •Ácido tranexâmico admVO ou IV •Usos clínicos: -Tratamento de diversas condições em que ocorre sangramento (ou risco de): hemorragia excessiva após cirurgia ou extração dentária, na menorragia, e nos sangramentos potencialmente fatais após administração de trombolíticos.
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