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FICHAMENTO IDEOLOGIA de Pedrinho A

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FICHAMENTO: “IDEOLOGIA” de Pedrinho A. Guareschi
Ideologia: domando um conceito amplo e complexo
É a partir dos séculos XV e XVI o assunto começa a ser mais aprofundado por meio de estudos, no entanto o nome ainda não era empregado. Podendo ser observados nos pensamentos de Machiavelli e Bacon.
Sendo assim, “A crescente importância da ideologia deve-se hoje, certamente, ao fato da nossa sociedade e nosso mundo tornarem-se, a cada dia, mais ‘imateriais’, sempre mais sustentados numa comunicação verbal e simbólica.”. Não se pode perder de vista que é um assunto complexo de ser trabalho devido às variadas significações e sentidos existentes.
Guareschi irá fazer uma divisão horizontal e vertical para os conceitos envolvidos nesse tópico se tornarem mais claros. De forma horizontal ele destaca os pontos da ideologia como algo positivo ou algo negativo.
“Ideologia no sentido positivo, ou neutro, é entendida como sendo uma cosmovisão, isto é, um conjunto de valores, ideias, ideais, filosofias de uma pessoa ou grupo. Nesse sentido, todas as pessoas, ou grupos sociais, possuem sua ideologia, pois é impossível alguém não ter suas ideias, ideais ou valores próprios.”
“Já ideologia no sentido negativo, ou crítico (alguns falam até em sentido “pejorativo”), seria
constituída pelas ideias distorcidas, enganadoras, mistificadoras; seriam as meias-mentiras, algo que ajuda a obscurecer a realidade e a enganar as pessoas. Ela se apresenta como algo abstrato ou impraticável; como algo ilusório ou errôneo, expressando interesses dominantes e como que sustentando relações de dominação.”
“Destutt De Tracy (1803): ideologia é o estudo das ideias, que por sua vez são uma emanação do cérebro; de Lenin (1969), e Lukács (1971), como as ideias de um grupo revolucionário; e a formulação geral da concepção total de Mannheim (1954), que afirma que tudo o que nós pensamos é ideológico, pois é impossível não se deixar contaminar pela situação social em que alguém nasce e vive; em outras palavras, Mannheim identifica aqui ideologia com conhecimento: como todo conhecimento é condicionado, assim toda ideologia é condicionada. Mas nisso não há nada de errado.” (POSITIVA)
“crítico-negativas poderiam ser colocadas as três concepções de Marx (cf. THOMPSON, 1995): ideias puras como autônomas e eficazes, conforme defendiam os hegelianos, sem ligação com a realidade (1989); as ideias da classe dominante (1989); e um sistema de representações que serve para sustentar relações de dominação (1968). Também estaria aqui a
concepção restrita de ideologia de Mannheim (1954), isto é, as ideias dominantes de um grupo sobre outro (dominação de classe).”
Na vertical, Guareschi destaca a ideologia como algo materializado, corporificado, ou
como prática.
“ideologias como sendo algo materializado, onde a ideologia está corporificada na própria ideia, na forma simbólica, ou mesmo concretizada numa instituição, como a escola ou a família”
“ideologia como modo e estratégia, onde a ideologia é vista como uma prática, uma maneira como as formas simbólicas servem para criar e manter as relações sociais entre pessoas.”
MATERIAL -> “concepção descrita por Marx (1989), onde ideologia é definida como sendo “as ideias da classe dominante”. Isto é, as ideias da classe dominante, pelo simples fato de serem da classe dominante, já seriam ideologia. A ideologia se concretiza nessas ideias. Outro exemplo desse tipo de ideologia é a acepção empregada por Althusser (1972), onde ele define ideologia como sendo “aparelhos ideológicos de estado”. Esses aparelhos são as instituições que são criadas no desenrolar da história, e que são frutos de tensões que se dão nas relações entre os homens, como por exemplo a escola, a família, as igrejas, os meios de comunicação social, as entidades assistenciais, etc. Para Althusser a ideologia está materializada nessas instituições, elas constituem a ideologia.”
PRÁTICA -> “Na sua dimensão dinâmica, porém, a ideologia é vista como uma determinada
prática, um modo de agir, uma maneira de se criar, produzir ou manter determinadas relações sociais. A função da ideologia seria também a produção, reprodução e transformação das experiências vitais, na construção de subjetividades. Therborn, ao definir ideologia, diz que ‘a operação da ideologia na vida humana envolve, fundamentalmente, a constituição e a padronização de como os seres humanos vivem suas vidas como iniciadores conscientes e reflexivos de ações num universo de significados... Nesse sentido, ideologia constitui os seres
humanos como sujeitos” (1980, p. 2). E, logo após, ele afirma que estudar o aspecto ideológico duma prática é “deter-se na maneira pela qual ela opera na formação e transformação da subjetividade humana”.
Juntando as linhas 
“Assim, no quadrante 1, há autores que definem ideologia no sentido positivo e como algo material. É o caso, por exemplo, de Mannheim (1954), para quem a ideologia é algo positivo e concreto, como as cosmovisões das pessoas. Já no quadrante 2, temos ideologia como algo positivo, mas como uma prática: é a visão de Therborn (1980), e muitos outros, que veem a ideologia como uma maneira de se criar e manter as relações sociais, sejam elas de que tipo forem. No quadrante 3 ideologia passa a ser algo negativo, mas algo concreto, como, por exemplo, “as ideias da classe dominante”, de Marx (1989). No caso de Althusser (1972), ideologia abrangeria tanto o 1 como o 3, pois uma escola, por exemplo, materializa a ideologia, mas pode ser tanto positiva, como negativa. Finalmente, no quadrante 4 teríamos ideologia como uma prática, mas não uma prática qualquer; deve ser uma prática que serve para criar, ou manter, relações assimétricas, desiguais, injustas. É essa exatamente a definição de John B. Thompson (1995), que, no nosso modo de ver, é o autor que melhor trata a problemática da ideologia. Vamos nos deter especificamente nesse autor e nesse quadrante, daqui para a frente.”
(importância das distinções) 
“Isso é fundamental para podermos estabelecer uma comunicação honesta e correta. Ao mesmo tempo sempre que formos ler, ou escutar, alguém empregando esse termo, devemos ver de imediato qual o sentido que esse autor ou locutor está dando à palavra. Somente assim é possível progredir no diálogo e na investigação.
“a partir dessas distinções, vermos qual é o melhor enfoque para podermos fazer uma boa pesquisa e podermos realizar um trabalho que seja prático e útil à ciência e à sociedade. É nosso entendimento, por exemplo, que tomar ideologia no sentido negativo é bem mais interessante que simplesmente empregá-lo como sendo um conjunto de ideias. Ideias, cosmovisões, todos nós temos, e não há como ser diferente. O importante, porém, é saber se essas ideias são falsas, enganadoras, se elas podem trazer prejuízos aos nossos colegas.”
“Finalmente, é sempre mais honesto, diríamos, empregar ideologia como uma prática, pois se a tomamos como materializada em alguma instituição, ou ideia, é arriscado, cremos, afirmar que ela é automaticamente negativa. O que vai mostrar se uma ideia, ou uma instituição, possui uma dimensão negativa é a maneira como é empregada, isto é, sua função, se ela serve, ou não, para criar ou reproduzir relações que chamaremos, daqui para a frente, de relações de dominação. Nenhuma ideia, mesmo que seja da classe dominante, é, por definição, mistificadora ou falsa. Precisamos ver, caso a caso, se ela está enganando ou não. Se ela de fato ilude e esconde a realidade, então diz-se que é uma ideologia. Do mesmo modo com as instituições. Uma instituição, por si mesma, como a escola, por exemplo, não se constitui numa ideologia negativa. Só é negativa quando se consegue mostrar que ela ajuda a criar, ou reproduzir, relações de dominação, assimétricas, desiguais. Apesar disso, contudo, é
importante deixar claro que não há critérios intrínsecos que forcem a adoção de uma, ou outra, dessas dimensões.”
Um modo prático de se tratar a ideologia
“Em anos bem recentes, principalmente a partir dos estudos de Thompson (1995), umanova aproximação ao estudo da ideologia começou a ser desenvolvido, como vimos, em parte, no item anterior. A grande diferença nesse estudo é que se começa a deixar de lado a preocupação com a verdade ou falsidade de um conceito (p. ex. o entendimento da ideologia como as ideias da classe dominante); ou a preocupação com a constituição específica de uma
instituição que seja ideológica (p. ex. os “aparelhos ideológicos de estado” de Althusser); ou a preocupação com a concepção de uma ideologia reificada (p. ex., ideologia como um “ismo”, por exemplo, socialismo, comunismo). Ideologia assume a dimensão de uma prática, de um modo de operação, de uma estratégia de ação.”
“Essa concepção já pode ser visualizada em Marx, não de maneira clara, mas implícita, quando ele emprega ideologia como sendo um sistema de representações que servem para sustentar relações existentes de dominação através da orientação das pessoas para o passado, ou para imagens ou ideias que desviam da busca de mudança social.”
“Essa nova concepção de ideologia afasta nossa atenção de ideias abstratas de doutrinas filosóficas e teóricas, concentrando, em vez disso, nossa atenção nas maneiras como as formas simbólicas são usadas e transformadas em contextos sociais específicos. É uma concepção que nos obriga a examinar as maneiras como as relações sociais são criadas e sustentadas por formas simbólicas que circulam na vida social, aprisionando as pessoas e orientando-as para certas direções”
“De acordo com esse enfoque, ‘estudar a ideologia é estudar as maneiras como o sentido serve para estabelecer e sustentar relações de dominação’ (THOMPSON, 1996). Assim, um fenômeno ideológico só é ideológico se ele serve, em circunstâncias específicas, para estabelecer e sustentar relações de dominação. Isso quer dizer que os fenômenos não são ideológicos em si mesmos; não se pode retirar o caráter ideológico dos próprios fenômenos como tais, mas somente quando os situamos em contextos sócio-históricos onde eles passam a estabelecer e sustentar relações de dominação. E a questão de se dizer se essas relações estabelecem ou sustentam relações de dominação só pode ser respondida quando se examina a interação entre sentido e poder em circunstâncias particulares.”
a) ideologia como uma concepção crítica
“Concepção crítica contrapõe-se aqui a concepção neutra. Concepção neutra é a que caracteriza fenômenos como ideológicos, sem implicar que esses fenômenos sejam necessariamente enganadores, ilusórios ou ligados a interesses de algum grupo particular. Ideologia seria um aspecto da vida social, entre outros. Pode servir para a revolução, restauração, reforma ou perpetuação de qualquer ordem social. Exemplos de concepções neutras de ideologia seriam concepções que veem ideologia como puro e simples estudo das ideias; a como um conhecimento que é socialmente condicionado; ou mesmo a concepção de ideologia como uma plataforma de análise e de luta do proletariado.”
“Já a concepção crítica possui um sentido negativo, ou até certo ponto pejorativo. Implica que o fenômeno caracterizado como ideológico é enganador, ilusório ou parcial e a própria caracterização do fenômeno como ideologia carrega consigo a própria condenação desses fenômenos.”
b) sentidos e formas simbólicas
“Vimos acima que, dentro de uma perspectiva crítica, estudar ideologia é a maneira pela qual o sentido se serve para sustentar relações de dominação. O ‘sentido’ de que se fala aqui é o sentido das formas simbólicas. E por ‘formas simbólicas’ se entende o amplo espectro de ações e falas, imagens e textos, que são produzidos por pessoas e reconhecidos por elas como contendo um significado. Essas formas são principalmente as falas e expressões linguísticas, faladas ou não, mas podem ser também formas não linguísticas, ou quase linguísticas, como uma imagem visual ou um construto que combine imagens e palavras.”
“(...) pode ser analisado através de quatro dimensões específicas, que são: a dimensão intencional – as formas simbólicas são expressões de um sujeito e para um sujeito; a dimensão convencional – a produção, construção, emprego e interpretação das formas
simbólicas são processos que envolvem a aplicação de regras ou convenções de vários tipos; a dimensão estrutural – as formas simbólicas são construções que exibem uma estrutura articulada; a dimensão referencial – são construções que representam algo de modo específico, referem-se a algo, dizem algo sobre alguma coisa; finalmente, a mais importante, a dimensão contextual, isto é, as formas simbólicas estão sempre inseridas em processos e contextos sócio históricos determinados, dentro dos quais e por meio dos quais elas são produzidas, transmitidas e recebidas.”
c) o conceito de dominação
“Poder é definido aqui como sendo uma capacidade de produzir algo, capacidade essa específica de cada prática (GUARESCHI, 1992). Todo tipo de prática envolve, assim, certa quantidade de poder. Além disso, toda pessoa situada dentro de um contexto socialmente estruturado tem, em virtude de sua localização, diferentes quantidades e diferentes graus de acesso a recursos disponíveis. Isso significa que tal localização e as qualificações associadas a essas posições, nas instituições e na sociedade, fornecem a esses indivíduos diferentes graus de ‘poder’.”
“Já a dominação é uma relação, e se dá quando determinada pessoa expropria poder (capacidades) de outro, ou quando relações estabelecidas de poder são sistematicamente assimétricas, fazendo com que determinados agentes, ou grupos de agentes, não possam participar de determinados benefícios, sendo assim injustamente deles privados, independentemente da base sobre a qual tal exclusão é levada a efeito.”
d) modos e estratégias como o sentido pode servir para estabelecer e sustentar relações de dominação
EXEMPLOS
“Suponhamos um político pronunciando um discurso em que afirma que a competição em âmbito mundial e o processo de globalização são condições indispensáveis que vêm favorecer o progresso e o desenvolvimento de todas as nações. Que está afirmado, ou suposto, aqui? Estamos diante de uma estratégia ideológica que poderíamos chamar de universalização. Esses processos irão, de fato, favorecer, e são indispensáveis a todos os países, ou só a alguns? Na verdade, eles vêm favorecer apenas aos mais desenvolvidos, pois como mostrou muito bem Nelson W. Sodré (1995) globalização é simplesmente um novo nome para colonização. O que os países colonizadores faziam com os colonizados é o que fazem hoje os países com mais tecnologia e recursos com respeito aos menos desenvolvidos.”
“A atitude de uma mãe solícita ao descobrir que sua filha está namorando vários rapazes. A reação imediata é: “Minha filha, isso não é natural! Isso nunca foi assim!” Mal sabe essa santa mãe que as tibetanas possuem muitos maridos. (...). A estratégia da naturalização, ou da eternalização, que consiste em tirar dos fenômenos seu caráter histórico, relativo e transformá-los em eternos, imutáveis, naturais.”
“Ou senão escutemos a fala daquela empregada que ao ser perguntada por que há pessoas ricas, responde absolutamente convicta: “Rico é quem poupa!” Que se esconde por detrás dessa fala? Uma enorme legitimação e justificação de uma situação desigual e muitas vezes injusta. (...). Quando digo, por isso, que rico é quem poupa, estou mistificando a realidade, propiciando uma explicação distorcida do fenômeno, legitimando a riqueza de uns, por um lado, e explicando por que alguns (no caso, a empregada) são pobres, por outro lado. Eles explicam a si mesmos que são pobres porque não pouparam, quando, na grande maioria das vezes, são pobres porque foram explorados.”
“(...) rotulação ou estigmatização, onde se ligam determinados estereótipos a um sujeito ou instituição, propiciando, com isso, que relações de dominação se criem ou se perpetuem; a
sacralização, ou divinização, através das quais características sobrenaturais são referendadas a acontecimentos ou pessoas, criando-se com isso situações onde relações assimétricas de poder são instituídas,com o prejuízo de diversas pessoas ou grupos; e ainda outras possibilidades (GUARESCHI, 1996)”
e) a valorização das formas simbólicas
“(...). Como vimos, as formas simbólicas possuem diversas características. Elas têm um caráter intencional, convencional, estrutural, referencial e contextual. O caráter contextual significa que elas estão sempre inseridas num contexto sociocultural específico. São produzidas por sujeitos historicamente situados que possuem recursos e capacidades específicas. Ao mesmo tempo, elas são recebidas por sujeitos que estão inseridos em contextos sócio-históricos particulares. Esses fatos fazem com que as formas simbólicas carreguem consigo diferentes particularidades a partir desses sujeitos. São essas especificidades que Bourdieu (1977) discute ao analisar os diferentes campos de interação. E a esses recursos e capacidades Bourdieu chama de “capital”; e um desses tipos é o capital simbólico.”
“Quando se conectam as posições que determinada pessoa ocupa dentro de certo campo de interação a diversos processos de valorização simbólica, podemos identificar diferentes graus de “poder” que passam a ser atribuídos a diferentes atores. “Poder” é entendido aqui como a capacidade de agir para conseguir diferentes objetivos: poder de fazer algo, ou de agir de determinada maneira. Ao agir, a pessoa emprega recursos disponíveis (capital). Ora, o fato de uma pessoa ocupar determinada posição, num campo de interação (como nas instituições, por exemplo), “possibilita”, “capacita” a essa pessoa a conseguir determinados fins, realizar seus objetivos, tomar tais decisões. E, pelo fato de possuir graus diferentes de “poder”, relaciona-se diferentemente com os outros. Surgem assim, dessas interações, diferentes “relações”, que, ao se constituírem como sistematicamente assimétricas (desiguais), transformam-se em relações de dominação. Retornamos, então, ao campo da ideologia, entendida como maneira de criar e manter relações de dominação. A “dominação” dentro de tais situações é uma dominação mais estável, que não depende de circunstâncias que podem ser facilmente mudadas e transformadas, mas que por se situarem em instituições (e até mesmo na estrutura social) possuem caraterísticas mais estáveis e cristalizadas.”

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