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Giardíase Etiologia Giardia lamblia, Giardia intestinalis e Giardia duodenalis. Formas de vida A giárdia pode ser encontrada em forma de trofozoíto e cisto. Trofozoíto É a forma ativa, que se alimenta e reproduz muito rapidamente, instalando a infecção em pouco tempo. Tem aspecto piriforme, simetria bilateral, 20 µm de comprimento e 10 µm de largura. Ele apresenta dois núcleos envolvidos por disco suctorial, que funcionam como uma “ventosa” realizando a fixação do parasita à mucosa intestinal do hospedeiro. Também apresentam quatro pares de flagelos que permitem a movimentação do parasita. Cisto É a forma de resistência, que é eliminada para o meio pelas fezes. Tem aspecto oval ou elipsoide, 12 µm de comprimento, 8 µm de largura, 2 ou 4 núcleos e uma delicada membrana destacada do citoplasma. Ele apresenta axonema que é uma estrutura proteica que caracteriza o cisto. Transmissão A transmissão é feita por meio de: Ingestão de água e alimentos contaminados com cistos; Colocar na boca objetos e mãos contaminados com cistos; Contaminação por manipuladores de alimentos; Disseminados por insetos; Locais de aglomeração humana; Entre membros familiares. Habitat do parasita O parasita habita o intestino delgado nas porções mais altas, duodeno e jejuno e raramente habita o intestino grosso. Ciclo biológico Os cistos maduros são ingeridos através de água e alimentos contaminados ou outro meio de transmissão. No intestino delgado os cistos se desenvolvem por meio de desencistamento, levando a uma colonização de trofozoítos na mucosa do intestino delgado(duodeno). Ocorre a divisão binária dos trofozoítos e o desenvolvimento por meio de encistamento para que seja possível a eliminação de cistos nas fezes. Patogenia A Giardia provoca diarreia e má absorção de nutrientes através dos seguintes mecanismos: Trofozoítos aderem microvilosidades intestinais através do seu disco suctorial, formando o atapetamento dos trofozoítos e impedindo a absorção de nutrientes. Proteases da Giardia, que agem com glicoproteínas da superfície das células epiteliais, causando atrofia e lesões nas microvilosidades, levando a diarreia e má absorção. Processos inflamatórios gerando respostas imunológicas (IgA e IgE) e através da ação de mastócitos que liberam histamina, levando ao edema e à contração da musculatura lisa do trato intestinal e, consequentemente, aumento de sua motilidade, levando a diarreia e má absorção. Sintomas Fase aguda Crianças: Diarreia aquosa com esteatorreia Irritabilidade, insônia e náusea Vômitos e perda de apetite Dor abdominal Adultos: Diarreia, cólica intestinal e constipação. Náuseas, dor epigástrica sugerindo ulcera duodenal Azia, sensação de plenitude gástrica Fase crônica Pode durara meses se não tratada: Má absorção Estetorreia Perda de peso Primo-infecção Diarreia aquosa, explosiva, odor fétido e gases Distensão e dores abdominais Raramente muco e sangue nas fezes Diarreia crônica Complicações Má absorção de gorduras Vitaminas lipossolúveis: A, D, E, K. Vitamina B12. Ferro e xilose. Fezes abundante e de cor clara Diagnóstico laboratorial Parasitológico de fezes (PPF) Métodos: FAUST: para identificar a presença de cistos, quando as fezes forem pastosas; Hematoxilina férrica: para identificar a presença de trofozoítos, quando as fezes forem diarreicas; Método direto a fresco ou corado com lugol para identificar a presença de trofozoítos, quando as fezes forem diarreicas. Fezes formadas, deve-se procurar por cistos, solicitando FAUST e fezes diarreicas, deve-se buscar por trofozoítos, solicitando HF. É necessário solicitar três amostras de fezes em dias alternados para evitar o período negativo. Sensibilidade do exame: 1 amostra: 50 – 70% 3 amostras: 90% Enterotest É o último recurso. Consiste em uma análise do sulco duodenal e requer paciente internado em jejum há 4 horas. O paciente engole uma cápsula gelatinosa presa a um fio de nylon que deve permanecer no TGI por pelo menos 5 horas, após, é retirado e encaminhado para análise laboratorial. Tratamento O tratamento é realizado com derivados de nitroimidazólicos, como Metronidazol, Tinidazol e/ou Ornidazol. Epidemiologia A giárdia tem distribuição mundial – 1 milhão de casos por ano. Ocorre principalmente em crianças de 8 meses a 10- 12 anos de idade. Diarreia dos viajantes. A eliminação dos cistos pelo indivíduo infectado não é constante. O cisto resiste até 3 meses na água. Profilaxia A profilaxia consiste em: Higiene pessoal. Proteção dos alimentos. Tratamento da água. Tratamento precoce dos pacientes (babás, manipuladores de alimentos).
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