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Fernanda F. Ferreira - TXI ICTERÍCIA NEONATAL Principal causa: icterícia fisiológica – começa no 2-3° dia no bebê a termo Metabolismo da bilirrubina: A BI, que é neurotóxica, é um produto da degradação do grupamento heme, que deriva da hemoglobina (75%) e de outras proteínas. O heme é convertido no sistema reticuloendotelial em basicamente duas reações químicas: a primeira mediada pela hemeoxigenase que transforma a hemoglobina em biliverdina; e a segunda é catalisada pela biliverdina redutase, produzindo a bilirrubina. O ferro liberado desta reação é reaproveitado pelo organismo e armazenado no baço e fígado. A BI (lipossolúvel) deixa o sistema reticuloendotelial, liga-se à albumina plasmática para ser carreada até o fígado. Chegando próximo à membrana dos hepatócitos, difunde-se através do meio lipídico e vai até o retículo endoplasmático liso; dentro desta organela a BI é convertida à bilirrubina conjugada, ou Bilirrubina Direta (BD), com auxílio da enzima glicuroniltransferase. Esses novos pigmentos são hidrossolúveis e suficientemente polares para serem excretados pela bile ou filtrados pelos rins. Com a bile, a BD chega ao intestino delgado onde, no adulto e na criança maior, será reduzida a estercobilina pela presença de bactérias da flora local e uma pequena quantidade será desconjugada pela enzima betaglicuronidase. Neste caso, forma-se novamente BI, que pode ser reabsorvida pela circulação êntero-hepática. Este processo de captação e conjugação não está plenamente desenvolvido nos primeiros dias de vida. diariamente produzimos bilirrubina indireta (BI – neurotóxica), proveniente da degradação do Heme da moléc. De hemoglobina da parte heme dela fígado capta, pois a BI é carreada até lá pela albumina, conjuga no hepatócito ao ác. Glicurônico, enzima responsável pela conjugação = glicuroniltransferase - e é lipossolúvel e por isso precisa ser conjugada bilirrubina conjugada (BD), que é hidrossolúvel Porém na vida fetal quem elimina BI é a placenta, por isso tem pouca captação e conjugação hepáticas, já eu não é necessário converter BI em BD na vida fetal. Mas, no RN temos prod. Exagerada de BI pelo hematócrito alto (já que o útero é um ambiente “meio hipóxico”)e as hemácias tem meia vida curta, porém o fígado do RN é imaturo, além da circ. Êntero-hepática da bilirrubina ser maior no RN POR ISSO É COMUM A ICTERÍCIA FISIOLÓGICA E TEM APENAS BI! Na vida fetal: · BI é eliminada pela placenta · Pouca captação e conjugação hepáticas No RN: · Prod. Exagerada de BI – HCT alto pois o útero era um ambiente de hipóxia, meia vida curta · Fígado “imaturo” · Aumento circ. Êntero-hepática – bilirrubina é reabs. – glicuronidase · Ai surge a icterícia fisiológica apenas aumento de BI Principais fatores de risco para desenvolvimento de hiperbilirrubinemia em RN termo: · Incompatibilidade sanguínea · Irmão tratado com fototerapia · Céfalo-hematoma ou equimoses · Etnia – Asiático, Bolívia, por ex. · Prematuridade · AME · Def. de G6PD Icterícia fisiológica: - início 2-3dias de vida, logo, não é fisiológico se inicia com <24h de vida - aumento <5mg/dl/dia - máx. de 12mg/dl - dura pouco - APENAS BI Aval. clínica o aumento de BI é craniocaudal e pode ser aval. pela zona de Kramer e se alcançou zona 3 provavelmente a BI alcançou 12 Outras causas de icterícia: · Anemias hemolíticas BI Provável icterícia NÃO fisiológica: · Início <24/36h · Aumento >5mg/dl/dia · Nível elevado de BI (>12mg/dl) – alcança zona 3 – lembrar que tem progressão craniocaudal – alcançou essa zona não é mais fisiológica, pois se está nessa zona a BI é superior a 12, essa zona começa na umbigo, então atenção · Outra alt. clínica · Icterícia persistente – porque o fígado tem que amadurecer – se 7 ou 10d no a termo e no pré termo 10-14d. · Colestase Icterícia precoce – anemia hemolítica: · Incompatibilidade materno-fetal ac passam e se ligam a antígenos eritrocitários do feto hemácias destruída · Incompatibilidade Rh (mais grave): mãe Rh – e RN Rh + então a mãe nunca produziu anti-D, pois nunca teve contato com Rh + isso é aval. Pelo CI · Coombs indireto + indica sensibilização · Coombs direto + indica Acs nas hemácias · Incompatibilidade ABO: Mãe O (tem anti A e B) e RN A ou B CD + ou – · Esferocitose Coombs direto - · Def. de G6PD Coombs direto – Aval. complementar: · BT e frações + Hto + reticulócitos · TS, fator Rh e CD no RN · Hematoscopia: esferócitos (esferocitose, inc. ABO) Icterícia do aleitamento: · 1ª semana de vida (2-3 dias, mas mais que 12)para hiperbilirrubinemia · Baixa ingestão, perda ponderal excessiva (>10%) – está em AME · Aumento da circ. Enterro-hepática pelo transito intestinal mais lento pela baixa ingestão · Trat.: aleitamento e fototerapia se necessário Icterícia persistente ou tardia: sempre aval. BT e BTF · Aumento de BI Icterícia do leite materno: subst. No leite que interfere no metabolismo da bilirrubina, em alguns casos suspendemos temporariamente o LM, não confundir com icterícia do aleitamento que é nos primeiros dias de vida, mas está sendo mal alimentado · Aumento de BD (>2 mg/dl) : atresia de vias biliares, mais freq. nos primeiros dias de via ocorre fibrose progressiva da arvore biliar icterícia + sinais de colestase (colúria e acolia)= trat. Cx. De KASAI (portoenterostomia), mas pode ser congênita também Níveis muito elevados de BI – doravante denominada BI – podem cruzar a barreira hematoencefálica, levando ao desenvolvimento de um quadro de encefalopatia bilirrubínica. O termo kernicterus é reservado à forma crônica da doença, quando há sequelas clínicas permanentes resultantes da toxicidade da bilirrubina. Trat.: Exsanguineotransfusão mais feita em casos de incompatibilidade Rh que é a forma de incomp. Mais grave FOTOTERAPIA – moléc. De bilirrubina quando está na pele e está exposta a essa luz, passa por um processo físico e se transf. Em uma subst. Hidrossolúvel, a lumirrubina, e existem parâmetros para iniciar esse trat. Como horas de vida, peso e fatores de risco como o gráfico de Bhutani e de acordo com o percentil 90 – sem fator de risco, 75 – com fator de risco ou 40 – mais de um fator de risco Técnica · A luz mais efetiva é aquela com comprimento de 425-475 nm, predominantemente no espectro da luz azul · Irradiância, basicamente rel. a distância do RN e a fonte de luz a mais eficaz é em torno de 4uW/cm2/nm · Manter o RN despido, exceto por uma proteção ocular, e trocá-lo de decúbito a cada 2 horas. Se o RN estiver em incubadora, a fototerapia deve ser mantida a uma distância de 5-8 cm para prevenir superaquecimento. Monitorar a temperatura corporal do RN. · Fototerapia de alta intensidade: 16 lâmpadas azuis que podem emitir irradiância superiores a 100uW/cm2/nm · 1h de fototerapia = queda de 0,5mg/dL · O uso de múltiplos focos classifica a fototerapia como dupla, tripla A fototerapia dupla não foi mais eficaz do que a fototerapia simples no tratamento da hiperbilirrubinemia não-hemolítica em recém-nascidos a termo. Entretanto, nossos resultados sugerem que a fototerapia dupla possa ser mais eficaz em recém-nascidos a termo com níveis de bilirrubina mais altos no momento da internação. Principais efeitos adversos da fototerapia · Aumento das perdas insensíveis · Diarreia e aumento das perdas insensíveis fecais · Hipocalcemia · Dano à retina · Aumento da pigmentação cutânea em RNs negros, bem como eritema cutâneo por aumento do fluxo sanguíneo (icterícia nas primeiras 24h ou bilirrubina >17 inicia fototerapia) 4
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