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Odontogênese: Formação dos Dentes

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Odontogênese 
 
 
Os dentes são estruturas que compõem a 
parte oral do Sistema Digestório, auxiliando o 
processo de mastigação do alimento. O ser 
humano possui duas dentições ao longo de 
sua vida. No adulto, são 32 dentes 
permanentes, dispostos em dois arcos 
bilateralmente simétricos nos ossos maxilar e 
mandibular, com oito dentes em cada 
quadrante. Esses dentes são precedidos por 
20 dentes decíduos/”de leite” que, com o 
decorrer da idade, vão sendo substituídos 
pelos permanentes. Assim, percebe-se que, 
entre os 32 permanentes, 20 são sucessores e 
os outros 12 são adicionais (3 molares em cada 
quadrante), ou seja, não apresentam 
precursores decíduos. 
Cada dente, seja decíduo ou permanente, 
possui coroa (porção do dente acima da 
gengiva), raiz (abaixo da gengiva) e colo (entre 
a coroa e a raiz). Externamente, os dentes 
estão envoltos por um tecido mineralizado 
chamado esmalte dentário. Mais 
internamente, encontra-se a dentina, a polpa 
e, associada às raízes, o cemento. 
 
 
 
Esmalte 
 
Ele recobre a dentina da coroa. É a estrutura 
mais dura do corpo, composta por cristais de 
hidroxiapatita de cálcio (96%) recobertos por 
matriz orgânica. Ele é produzido pelos 
ameloblastos. Em cortes histológicos, é 
possível observar franjas claras e escuras (as 
estrias de Retzius). 
 
Dentina 
 
Também formada por hidroxiapatita de cálcio 
(~65%), a maioria da sua parte orgânica é 
composta por colágeno tipo I, que confere 
uma certa elasticidade. É formada por células 
periféricas à polpa conhecidas como 
odontoblastos. 
 
Polpa 
 
TCPD frouxo muito vascularizado e inervado, 
ela é cercada pela dentina e comunica-se com 
o ligamento periodontal. Junto com a dentina, 
constituí o complexo dentino-pulpar. 
 
Cemento 
 
Tecido mineralizado que recobre a dentina das 
raízes, o cemento, assim como a dentina, 
possui a maior parte da matriz orgânica 
formada por colágeno tipo I. Os 
cementoblastos são os responsáveis pela 
formação do cemento. Um fato curioso é que 
na troca de dentição, células semelhantes a 
osteoclastos (odontoclastos) são capazes de 
reabsorverem o cemento e a dentina da raiz, 
permitindo a substituição dos dentes decíduos 
pelos seus equivalentes permanentes. 
 
Formação das Lâminas Dentária e 
Vestibular 
 
A odontogênese começa entre 6ª e 7ª 
semanas do desenvolvimento embrionário, 
quando a membrana bucofaríngea se rompe e 
surge a cavidade oral primitiva. Por indução e 
sinalização celular, células da crista neural – 
portanto, de origem ectodérmica – migram 
para o local e passam a se comportarem como 
mesênquima (ectomesênquima). 
À medida que isso ocorre, o epitélio oral 
primitivo começa a se proliferar por intensas 
mitoses, invadindo o ectomesênquima 
subjacente, formando uma banda epitelial 
primária – posteriormente, ela se subdivide 
nas lâminas dentária (a partir dessa, surgem os 
dentes) e vestibular (a partir dessa, forma-se a 
sulco vestibular, região entre os lábios e os 
dentes). 
A partir disso, a lâmina dentária sofre vários 
processos e se desenvolve em quatro fases: 
fase de botão, fase de capuz, fase de 
campânula, fase de coroa e fase de raiz. 
 
Fase de Botão 
 
Diferenciadas mitoses em direção ao 
ectomesênquima propiciam a formação de 
dez pequenos botões ou esférulas (primórdios 
dos 10 dentes decíduos) por cada arcada. 
Histologicamente, nessa fase, é notável uma 
estrutura em forma de botão. 
 
Fase de Capuz 
 
Nesse estágio, o crescimento das células dá-se 
de maneira desigual – suas bordas se projetam 
para o ectomesênquima - originando um 
germe dentário em forma de capuz, cuja 
centro apresenta uma concavidade. A porção 
epitelial que, a partir dessa fase, apresenta 
várias regiões distintas, denomina-se órgão do 
esmalte, já que origina o esmalte. Entre o 
epitélio dentário externo (porção convexa) e o 
interno (porção côncava) existe uma camada 
de células com numerosos prolongamentos 
distribuídas num grande volume, o retículo 
estrelado. As células que circundam todo o 
germe dentário sofrem uma discreta 
condensação formando uma cápsula ao redor, 
isolando-o do restante do ectomesênquima. 
Essa região é denominada folículo dentário, 
que originará os tecidos de suporte (cemento 
e osso alveolar) e suas células além de formar 
o ligamento periodontal de inserção. Ainda, 
capilares sanguíneos adentram o folículo, cuja 
função é nutrir as células epiteliais do germe. 
 
Fase de Campânula 
 
As divisões celulares que ora foram intensas 
na fase de capuz, agora vão sendo diminuídas. 
Pelo fato de as mitoses ocorrem mais 
lentamente nessa etapa da odontogênese, 
isso permite que ocorra a diferenciação das 
células. Uma característica ímpar, portanto, 
dessa fase de campânula é a presença dos 
processos de morfogênese e 
histodiferenciação celular. Conforme as 
células do retículo estrelado crescem e 
desenvolvem a região, as células do epitélio 
dentário externo tornam-se pavimentosas e as 
do epitélio interno, cilíndricas baixas. Desse 
modo, o germe dentário apresenta a forma de 
um sino, com um interior côncavo e margens 
afiladas e projetadas – a região angular na 
juntura dos epitélios dentários passa a se 
chamar alça cervical. Ademais, surge um 
espaço entre o epitélio interno e o retículo 
estrelado que logo é ocupado por células do 
estrato intermediário. Logo, na fase de 
campânula, o germe dentário apresenta 
quatro camadas: epitélios externo e interno, 
retículo estrelado e estrato intermediário. 
Ainda nesse estágio, a lâmina dentária se 
desintegra, o que leva a separação do germe 
dentário do epitélio oral. Contudo, algumas 
células da lâmina permanecem na região, 
formando o canal gubernacular – importante 
para a erupção. O processo alveolar tanto da 
mandíbula (para dentes inferiores) quanto 
que da maxila (para dentes superiores) rodeia 
quase que completamente o folículo dentário, 
constituindo a cripta óssea, e pode-se notar a 
formação das trabéculas ósseas. O fluido 
dentro do órgão dentário é reabsorvido, 
levando ao colapso do epitélio dentário 
externo sobre o espaço intermediário. Isso 
traz o folículo, já vascularizado desde a fase 
anterior, para perto dessa nova camada. A 
partir daí, as células do epitélio interno que 
antes eram cilíndricas baixas, ficam colunares 
e, após inverterem a localidade do núcleo para 
o lado oposto à papila dentária (inversão da 
polaridade), essas células diferenciam-se em 
pré-ameloblastos. Células ectomesenquimais 
da papila dentária, sob influência dos pré-
ameloblastos, tornam-se odontoblastos – 
produtoras de dentina. 
A interação entre os pré-ameloblastos e os 
recém-formados odontoblastos leva à 
maturação celular e a origem dos 
ameloblastos – produtoras de esmalte. A todo 
o processo de diferenciação dos 
odontoblastos e dos ameloblastos denomina-
se indução recíproca. 
 
Fase de Coroa 
 
Etapa fundamental na odontogênese, pois é 
nela acontece a formação e o depósito de 
dentina (dentinogênese) e de esmalte 
dentário (amelogênese). Essas deposições 
ocorrem em sentidos contrários: enquanto 
que a dentina é sintetizada de fora para dentro 
(centrípeta), o esmalte é colocado de dentro 
para fora (centrífuga). Além disso, pela 
espacialização tanto dos odontoblastos 
quanto dos ameloblastos, a origem dos 
respectivos tecidos dentários acontece das 
cúspides (=ponta ou extremidade) dos dentes 
em formação à região distal das alças cervicais. 
Dessa maneira, nas alças ainda podem ser 
encontrados pré-ameloblastos ou mesmo 
células do epitélio dentário interno não 
despolarizadas. 
Fase de Raiz 
 
Quando todo o esmalte e a dentina coronal 
(=da coroa) estão totalmente formados e já 
alcançaram as alças cervicais, tem início a 
rizogênese. As células dos epitélios interno e 
externo do órgão do esmalte, localizados nas 
alças, se proliferam e se alongam. Ao 
atingirem oosso alveolar, dobram-se no 
sentido mediano da polpa dentária, 
constituindo o diafragma epitelial. A partir 
dessa dobra, as células continuam a 
proliferação, dando origem a uma estrutura 
semelhante a um manguito, chamada de 
bainha epitelial radicular de Hertwig. Células 
ectomesenquimais da papila dentária na 
região radicular se diferenciam em 
odontoblastos e, assim, começam a elaborar a 
dentina radicular. Enquanto as células da 
bainha epitelial de Hertwig próximas ao 
diafragma epitelial se multiplicam – levando 
ao crescimento da raiz -, aquelas distais e que 
sofreram o processo de diferenciação celular 
em odontoblastos, não mais proliferam. Isso 
gera perfurações na bainha, os restos 
epiteliais de Malassez. Os restos epiteliais de 
Malassez são totipotentes, isto é, capazes de 
diferenciarem em outras células – portanto, 
são fonte de células-tronco. Entre algumas 
funções recentemente descobertas, estão: 
mantém o periodonto íntegro evitando 
anquilose alveolodentária; e participam da 
movimentação dentária mediante aparelhos 
ortodônticos. 
Os espaços na bainha epitelial de Hertwig 
permitem a migração das células 
ectomesenquimais do folículo dental para a 
dentina radicular. Assim, elas se modificam em 
cementoblastos e secretam a matriz orgânica 
do cemento. Ao mesmo tempo que isso 
acontece, as células externas do folículo ainda 
originam osteoblastos que formam o osso 
alveolar e as centrais, o ligamento periodontal.

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