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Seminário Interdisciplinar

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Polo: ALENQUER/PÁ 
Curso: LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA 
Seminário Interdisciplinar VIII: Educação e Ética 
Temática :
A Inclusão do surdo na sociedade contemporânea e Globalizada
Esportes
Subtema:
A História do Surdo na Sociedade e a Importância da Inclusão Social do Surdo no Esporte 
Acadêmicos:
Cleuma Picanço, Erianny Carvalho e Mário Magalhães 
Trabalho apresentado no curso de Licenciatura plena em Pedagogia no centro Universitário Inta – UNINTA, NO POLO ALENQUER/CURUÁ, como requisito de obtenção de nota no Seminário Interdisciplinar VIII, tendo como ORIENTADORA a professora Célia Tancredi.
Objetivo Geral 
O presente trabalho tem como objetivo pesquisar e relatar um pouco da história do surdo perante a sociedade a séculos atrás, expor a criminalização e os meios de perversidade que faziam com as pessoas que tinham alguma deficiência de audição. Assim como, relatar as conquistas no esporte, dando ao mundo uma resposta sobre persistência, resistência e sobrevivência, a uma sociedade desumana existente.
SUMÁRIO
1- INTRODUÇÃO.............................................................................................05
2- A História do Surdo na Sociedade.............................................................06
2.1 – Na Idade Antiga..............................................................................08
2.2 – Na Idade Média..............................................................................08
2.3 – Na Idade Moderna..........................................................................10
2.4 – Na Idade Contemporânea...............................................................12
3- A Importância da Inclusão Social do Surdo nos Esportes........................19
3.1- A História do Surdo nos Esportes.....................................................20
3.2- As Conquistas dos Direitos dos Surdo no Esporte ...........................20
3.3- A Alguns Esporte Praticados Pelo Surdo..........................................28
3.4- Alguns Atletas Surdo........................................................................30
3.5- O Papel da Inclusão Social para os Surdos.......................................33
3.6- As Barreiras Vivenciados pelos Surdos na Sociedade.....................37
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Introdução 
O presente trabalho é referente ao Seminário Interdisciplinar VIII, sobre A Inclusão do Surdo na Sociedade Contemporânea e Globalização, pesquisado e elaborado pelos acadêmicos: Cleuma Picanço, Erianny Carvalho e Mário Magalhães, tendo como meio de pesquisa: Internet, vídeos no YouTube e Apostilas. 
O trabalho abordará no seus desenvolvimento A História do Surdo na Sociedade e a Importância da Inclusão Social do Surdo nos Esportes, como a História do Surdo na Sociedade na Idade Antiga, Média, Moderna e na Idade Contemporânea. Assim como, a História dos Surdos no Esporte e suas conquista, lutas e as dificuldades que sofrem por seres portadores da surdez.
Introduction
The present work refers to the Interdisciplinary Seminar VIII, on The Inclusion of the Deaf in Contemporary Society and Globalization, researched and elaborated by academics: Cleuma Picanço, Erianny Carvalho and Mário Magalhães, having as research medium: Internet, YouTube videos and Handouts.
The work will address in its development The History of the Deaf in Society and the Importance of Social Inclusion of the Deaf in Sports, as the History of the Deaf in Society in the Ancient, Middle, Modern and Contemporary Ages. As well as the History of the Deaf in Sports and their achievements, struggles and the occurrences that attend to beings with deafness.
A História dos surdos na Sociedade
A cultura surda
Poucas pessoas conhecem a cultura surda e possuem muitos estigmas com relação aos surdos. Porém, a cultura surda é riquíssima e muito importante para essa comunidade, pois assim como o ouvinte tem sua cultura, os surdos também têm.
Primeiramente, o surdo sempre foi muito marginalizado socialmente e por isso acabou sendo prejudicado em diversos contextos sociais. Entretanto, com o passar do tempo houve um crescimento da comunidade surda e foram necessárias mudanças na sociedade, que antes exigia que o surdo simplesmente se adaptasse a cultura ouvinte.
Por exemplo, você já parou para pensar em como é injusto que não se ensine Libras nas escolas? Pois afinal, a Língua Brasileira de Sinais é uma língua oficial no país, mas poucas pessoas sabem ou tem interesse em aprendê-la, logo, o surdo fica marginalizado socialmente.
Assim, foi através de movimentos sociais que a comunidade surda conquistou seus direitos. Dessa forma, hoje conseguimos perceber uma maior inclusão, pois os surdos passaram a ser incluídos em diversos espaços da sociedade, como escolas, faculdades, escritórios e outros. Mas, com certeza ainda há um longo caminho a ser percorrido. 
A cultura surda é o modo de vida do surdo, como ele vive em sociedade, como ele se percebe dentro dela, se ele se comunica apenas em Libras ou se ele também utiliza o português, enfim, como ele interage com a sociedade.
Por exemplo, você sabia que por meio de campainhas luminosas o surdo sabe quando alguém vai à sua casa? E que ele usa a vibração do celular para saber quando o despertador está tocando? São pequenas coisas, mas que a maioria das pessoas ouvintes não para pra refletir.
Muitas pessoas acreditam que o surdo não sai, não assiste filmes, não dança, enfim, coisas do dia a dia, pois esquecem que o surdo é uma pessoa normal, com gostos e preferências igual a todo mundo! Portanto, a cultura surda engloba diversos elementos de sua vivência, desde os mais corriqueiros do dia a dia, até os do grupo social do qual fazem parte.
A História dos surdos na Idade Antiga
A história dos surdos registra seus acontecimentos históricos como grupo, que possui uma língua, uma identidade e uma cultura.
Gesticulando
Ao longo das eras, os Surdos travaram grandes batalhas pela afirmação da sua identidade, da comunidade surda, da sua língua e da sua cultura, até alcançarem o reconhecimento que têm hoje, na era moderna.
Até à Idade Média
No Egito, os surdos eram adorados, como se fossem deuses, serviam de mediadores entre os deuses e os Faraós, sendo temidos e respeitados pela população.
Na época do povo Hebreu, na Lei Hebraica, aparecem pela primeira vez, referências aos Surdos.
Grécia 
Na Antiguidade os chineses lançavam os surdos ao mar, os gauleses os sacrificavam ao Deus Teutates, em Esparta eram lançados do alto dos rochedos. Na Grécia, os Surdos eram encarados como seres incompetentes. Aristóteles, ensinava que os que nasciam surdos, por não possuírem linguagem, não eram capazes de raciocinar. Essa crença, comum na época, fazia com que, na Grécia, os Surdos não recebessem educação secular, que não tivessem direitos, que fossem marginalizados (juntamente com os deficientes mentais e os doentes) e que muitas vezes fossem condenados à morte. No entanto, em 360 a.C., Sócrates, declarou que era aceitável que os Surdos se comunicassem com as mãos e o corpo. Séneca afirmou:
	“Matam-se cães quando estão com raiva; exterminam-se touros bravios; cortam-se as cabeças das ovelhas enfermas para que as demais não sejam contaminadas; matamos os fetos e os recém-nascidos monstruosos; se nascerem defeituosos e monstruosos, afogamo-los, não devido ao ódio, mas à razão, para distinguirmos as coisas inúteis das saudáveis.”
Os Romanos, influenciados pelo povo grego, tinham ideias semelhantes acerca dos Surdos, vendo-o como ser imperfeito, sem direito a pertencer à sociedade, de acordo com Lucrécio e Plínio. Era comum lançarem as crianças surdas (especialmente as pobres) ao rio Tibre, para serem cuidadas pelas Ninfas. O imperador Justiniano, em 529 a.C., criou uma lei que impossibilitava os surdos de celebrar contratos, elaborar testamentos e até de possuir propriedades ou reclamar heranças (com excepção dos surdos que falavam).
Roma
Em Constantinopla, asregras para os surdos eram basicamente as mesmas. No entanto, lá os Surdos realizavam algumas tarefas, tais como o serviço de corte, como pajens das mulheres, ou como bobos, de entretenimento do sultão.
Mais tarde, Santo Agostinho defendia a ideia de que os pais de filhos Surdos estavam a pagar por algum pecado que haviam cometido. Acreditava que os Surdos podiam comunicar por meio de gestos, que, em equivalência à fala, eram aceites quanto à salvação da alma.
Os cristãos, até à Idade Média, criam que os Surdos, diferente dos ouvintes, não possuíam uma alma imortal, uma vez que eram incapazes de proferir os sacramentos.
John Beverley, em 700 d.C., ensinou um Surdo a falar, pela primeira vez (em que há registo). Por essa razão, ele foi considerado por muitos como o primeiro educador de Surdos.
Foi só no fim da Idade Média e inicio do Renascimento, que saímos da perspectiva religiosa para a perspectiva da razão, em que a deficiência passa a ser analisada sob a óptica médica e científica.
Até à Idade Moderna
Foi na Idade Moderna que se distinguiu, pela primeira vez, surdez de mudez. A expressão surdo-mudo, deixou de ser a designação do Surdo.
Pedro Ponce de León 
Pedro Ponce de León, um monge católico da ordem dos beneditinos, inicia, mundialmente, a história dos Surdos, tal como a conhecemos hoje em dia. Para além de fundar uma escola para Surdos, em Madrid, ele dedicou grande parte da sua vida a ensinar os filhos Surdos, de pessoas nobres, nobres esses que de bom grado lhe encarregavam os filhos, para que pudessem ter privilégios perante a lei (assim, a preocupação geral em educar os Surdos, na época, era tão somente económica). León desenvolveu um alfabeto manual, que ajudava os Surdos a soletrar as palavras (há quem defenda a ideia de que esse alfabeto manual foi baseado nos gestos criados por monges, que comunicavam entre si desta maneira pelo facto de terem feito voto de silêncio).
Nesta época era costume que as crianças que recebiam este tipo de educação e tratamento fossem filhas de pessoas que tinham uma situação económica boa. As demais eram colocadas em asilos com pessoas das mais diversas origens e problemas, pois não se acreditava que pudessem se desenvolver em função da sua "anormalidade".[5]
Juan Pablo Bonet, aproveitando o trabalho iniciado por León, foi estudioso dos Surdos e seu educador. Escreveu sobre as maneiras de ensinar os Surdos a ler e a falar, por meio do alfabeto manual. Bonet proibia o uso da língua gestual, optando o método oral.
John Bulwer, médico inglês, acreditava que a língua gestual deveria possuir um lugar de destaque, na educação para os Surdos; foi o primeiro a desenvolver um método para comunicar com os Surdos. Publicou vários livros, que realçam o uso de gestos.
John Wallis (1616-1703), educador de Surdos e estudioso da surdez, depois de tentar ensinar vários Surdos a falar, desistiu desse método de ensino, dedicando-se mais ao ensino da escrita. Usava gestos, no seu ensino, George Dalgarno desenvolveu um sistema inovador de dactilologia. Konrah Amman, defensor da leitura labial, já que considerava que a fala era uma dádiva de Deus que fazia com que a pessoa fosse humana (não considerava os Surdos que não falavam como humanos). Amman não fazia uso da língua gestual, pois acreditava que os gestos atrofiavam a mente, embora os usasse como método de ensino, para atingir a oralidade.
Charles Michel de L'Épée, nascido em 1712, ensinava, numa primeira fase, os Surdos, por motivos religiosos. Muitos o consideram criador da língua gestual. Embora saibamos que a mesma já existia antes dele, L'Épée reconheceu que essa língua realmente existia e que se desenvolvia (embora a não considerasse uma língua com gramática). Os seus principais contributos foram:
O Abade Charles-Michel de l'Épée,
fundador da primeira escola para surdos.
· criação do Instituto Nacional de Surdos-Mudos, em Paris (primeira escola de Surdos do mundo);
· reconhecimento do Surdo como ser humano, por reconhecer a sua língua;
· adopção do método de educação colectiva;
· reconhecimento de que ensinar o Surdo a falar seria perda de tempo, antes que se devia ensinar-lhe a língua gestual.
Jacob Rodrigues Pereira, educador de Surdos que usava gestos mas sempre defendeu a oralização dos Surdos. Nunca publicou nenhum dos seus estudos. Thomas Braidwood, fundou uma escola de Surdos, em Edimburgo (a primeira escola de correcção da fala da Europa). Samuel Heinicke, ensinou vários Surdos a falar, criando e definindo o método hoje conhecido como Oralismo.
Até à Idade Contemporânea
Depois da Revolução Francesa e durante a Revolução Industrial, entrou-se numa era de disputa entre os métodos oralistas e os baseados na língua gestual. Roch-Ambroise Cucurron Sicard foi um abade francês, famoso pelo seu trabalho como educador de Surdos; Sicard fundou a escola de Surdos de Bordéus, em 1782, posteriormente sucedeu a L'Épée, como director do instituto criado pelo mesmo, também apoiou a criação de vários institutos de surdos em todo o país. Pierre Desloges, francês, tornou-se surdo aos 7 anos, devido à varíola, foi defensor da língua gestual, tendo sido autor do primeiro livro publicado por um surdo, onde revelava a sua indignação contra as ideias do Abade Deschamps, que havia publicado um livro que criticava a língua gestual. Desloges, a esse respeito, declarou o seguinte:
Tal como o francês vê a sua língua desvirtuada por um alemão que apenas conhece algumas palavras da língua francesa, penso que devo defender a minha língua contra as acusações falsas deste autor.
Desloges, em seu livro, defende a ideia de que a língua gestual (Antiga Língua Gestual Francesa) já existia, mesmo antes do aparecimento das primeiras escolas de surdos, como criação dos surdos e sua língua natural.
Jean Itard, primeiro médico a interessar-se pelo estudo da surdez e das deficiências auditivas, usava os seguintes métodos nas suas pesquisas: cargas elétricas, sangramentos, perfuração de tímpanos, entre outras.[6]
Thomas Hopkins Gallaudet
Jean Massieu foi um dos primeiros professores surdos do mundo. Laurent Clerc, surdo francês, educador, acompanhou Thomas Hopkins Gallaudet, educador ouvinte, aos EUA, onde abriram uma escola para surdos, em Abril de 1817, a Escola de Hartford. Gallaudet instituiu nessa escola a Língua Gestual Americana, passou ainda a seu usado o inglês escrito e o alfabeto manual. Em 1830, quando Gallaudet se reformou, já existiam nos Estados Unidos cerca de 30 escolas para surdos.
Edward Miner Gallaudet, filho de Thomas Gallaudet e também educador de surdos, lutou pela elevação do estatuto do Instituto de Colúmbia a colégio. Esse colégio deu origem, em 1857, à Universidade Gallaudet, onde for presidente por 40 anos.
Nesse ínterim, Alexander Graham Bell, cientista estadunidense, trabalhava na oralização dos surdos. Casou com uma surda, Mabel. Bell era grande defensor do Oralismo e opunha-se à língua gestual e às comunidades de surdos, uma vez que as considerava como um perigo contra a sociedade. Assim sendo, Bell defendia que os surdos não deveriam poder casar entre si e deveriam obrigatoriamente frequentar escolas normais, regulares. No entanto, em 1887 Bell, no Congresso de Milão, admitiu que os surdos deveriam ser oralizados durante um ano, mas se isso não resultasse, então poderiam ser expostos à língua gestual.[7] Esta luta entre o Oralismo e a língua gestual continua até aos nossos dias.[8]
Em 1880 nasce Hellen Keller, nos Estados Unidos. Hellen ficou cega e surda aos 19 meses de idade, por causa de uma doença. Aos 7 anos Hellen havia criado cerca de 60 gestos (br: sinais) para se comunicar com os familiares. Anne Sulivan, a professora de Hellen, isolou-a do resto da família, conseguindo assim disciplinar e ensinar Hellen. Sullivan ensina a Hellen usando o método de Tadona, que consiste em tocar os lábios e a garganta da pessoa que fala, sendo isso combinado com dactilologia na palma da mão. Hellen aprendeu a ler inglês, francês, alemão, grego e latim, através do braile. Aos 24 anos formou-se, em Radcliffe. Foi sufragista,pacifista e apoiante do planeamento familiar. Fundou o Hellen Keller Internacional, uma organização para prevenir a cegueira. Publicou muitos livros e foi galardoada por Lydon B. Johnson, com a Presidential Medal od Freedoms.
Hellen Keller
Associativismo
Quando Sicard morreu, o Instituto Nacional de Surdos-Mudos de Paris iniciou um período conturbado. Além de sucessivos diretores que nunca conseguiram estabelecer uma liderança forte, as questões institucionais eram tratadas como questões familiares e o Instituto começou a perder crédito. Como ao longo de toda a história dos surdos, nesta época a luta entre adeptos do Oralismo e do gestualismo continuava, dentro e fora do Instituto.
Bébian fundou uma escola privada para surdos, em Paris, onde usava o seu defendido método oralista, sendo proibido aos alunos do Instituto Nacional que contactassem com Bébian, quer dentro quer fora do Instituto.
Em 1829 o Instituto tinha apenas dois professores Surdos e apenas alunos do sexo masculino usufruíam de suas aulas; não existiam pessoas Surdas no conselho diretivo, no conselho consultivo, na formação vocacional, nem mesmo entre os monitores. Por estarem cientes destes problemas, alguns professores uniram-se na tentativa de mudar o rumo da situação e surgem então duas frentes ideológicas, de um lado os defensores do método oralista, de outro lado os defensores do gestualismo.
No final de 1830 houve um grande movimento de pessoas Surdas, que mexeu com as bases do instituto. Ferdinad Berthier, líder de uma delegação de surdos, escreveu ao Rei Luís Filipe, de França, pedindo a readmissão de Bébian na direção do Instituto - o que chocou de tal modo a administração do Instituto que apenas aumentou as lutas e os desentendimentos de adeptos oralistas e gestualistas, que entraram em ruptura.
Neste época, quase todas as escolas de Surdos em França usavam os métodos de Bébian na educação dos surdos e criticavam as posições do Instituto.
Em 1834, um comité de dez membros Surdos liderados por Berthier organizou um banquete em honra do Abade de L'Épée, banquete esse que se tornou um evento anual, usado pelos Surdos como fórum a fim de publicitar as suas ideias e exigências. Nascia assim o Movimento Surdo, numa época em que pessoas Surdas tomavam conta de suas vidas e tomavam consciência do que os rodeava, lutando por seus direitos e resolvendo seus próprios problemas. Com o tempo, estes banquetes tornaram-se festivais de Língua Gestual.
Em 1838 foi fundada a Sociedade Central de Assistência e Educação de Surdos-Mudos - a primeira associação de Surdos do mundo.
Congresso de Milão
Antes do Congresso, na Europa, durante o século XVIII, surgiam duas tendências distintas na educação dos surdos: o gestualismo (ou método francês) e o Oralismo (ou método alemão). A grande maioria dos surdos defendia o gestualismo enquanto que apenas os ouvintes apoiavam o Oralismo - por exemplo Bell, nos EUA, fazia campanha a favor deste método, entre muitos outros professores, médicos, etc.
Alexander Graham Bell
Em 1872, no Congresso de Veneza, decidiu-se o seguinte:
· O meio humano para a comunicação do pensamento é a língua oral;
· Se orientados, os surdos leem os lábios e falam;
· A língua oral tem vantagens para o desenvolvimento do intelecto, da moral e da linguística
O Congresso de Milão, em 1880, foi um momento obscuro na História dos surdos, uma vez que lá um grupo de ouvintes, tomou a decisão de excluir a língua gestual do ensino de surdos, substituindo-a pelo Oralismo (o comité do congresso era unicamente constituído por ouvintes.). Em consequência disso, o Oralismo foi a técnica preferida na educação dos surdos durante fins do século XIX e grande parte do século XX.
O Congresso durou 3 dias, nos quais foram votadas 8 resoluções, sendo que apenas uma (a terceira) foi aprovada por unanimidade. As resoluções são:
1. O uso da língua falada, no ensino e educação dos surdos, deve preferir-se à língua gestual;
2. O uso da língua gestual em simultâneo com a língua oral, no ensino de surdos, afeta a fala, a leitura labial e a clareza dos conceitos, pelo que a língua articulada pura deve ser preferida;
3. Os governos devem tomar medidas para que todos os surdos recebam educação;
4. O método mais apropriado para os surdos se apropriarem da fala é o método intuitivo (primeiro a fala depois a escrita); a gramática deve ser ensinada através de exemplos práticos, com a maior clareza possível; devem ser facultados aos surdos livros com palavras e formas de linguagem conhecidas pelo surdo;
5. Os educadores de surdos, do método oralista, devem aplicar-se na elaboração de obras específicas desta matéria;
6. Os surdos, depois de terminado o seu ensino oralista, não esqueceram o conhecimento adquirido, devendo, por isso, usar a língua oral na conversação com pessoas falantes, já que a fala se desenvolve com a prática;
7. A idade mais favorável para admitir uma criança surda na escola é entre os 8-10 anos, sendo que a criança deve permanecer na escola um mínimo de 7-8 anos; nenhum educador de surdos deve ter mais de 10 alunos em simultâneo;
8. Com o objetivo de se implementar, com urgência, o método oralista, deviam ser reunidas as crianças surdas recém admitidas nas escolas, onde deveriam ser instruídas através da fala; essas mesmas crianças deveriam estar separadas das crianças mais avançadas, que já haviam recebido educação gestual, a fim de que não fossem contaminadas; os alunos antigos também deveriam ser ensinados segundo este novo sistema oral.
Uma década depois do Congresso de Milão, acreditava-se que o ensino da língua gestual quase tinha desaparecido das escolas em toda a Europa, e o Oralismo espalhava-se para outros continentes.
Durante o século XX
Em resultado da evolução nos campos da tecnologia e da ciência, no século XX, particularmente no campo da surdez, a educação dos surdos passou a ser dominada pelo Oralismo (que encara a surdez como algo que pode ser corrigido). No entanto, sem a cura da surdez os insucessos do Oralismo começaram a ser evidenciados, pois os surdos educados no método não os ajudava a conseguir um emprego, comunicar com ouvintes desconhecidos ou manter uma conversa fluída. 
Ilustração do interior de um implante coclear.
Entretanto, surge o primeiro aparelho auditivo, em 1898. Na Antiguidade, os aparelhos usados eram cornetas, ou tubos acústicos,,[14] mas a ampliação eletrónica começou com Bell, em 1876, quando inventou o telefone com a intenção de amplificar o som para a sua esposa e mãe, ambas surdas.[15] ideia que é concretizada em 1900, em Viena, por Ferdinand Alt. Só em 1948 surgem aparelhos com pilhas incorporadas e em 1953 começou a ser usado o transístor em próteses.
Em 1970 aparecem as primeiras tentativas de implantação coclear. Esse tipo de implante sempre gerou muita controvérsia nas comunidades surdas em todo o mundo. Os argumentos a favor do implante resumem-se ao acesso à língua oral, na idade crítica de aquisição, que a cirurgia é simples e segura e com a possibilidade de proporcionar à criança de ter uma vida social com som, e não com deficiência. No entanto, a comunidade surda, como um todo, é contra a implantação coclear em crianças surdas, antes da aquisição da linguagem.[19][20] Pensa a comunidade que obrigar a criança surda a ser ouvinte, mesmo não sendo, influencia outros a negligenciar necessidades e meios de apoio à deficiência. Muitos médicos recomendam que o implante coclear seja acompanhado com a língua gestual, especialmente nos primeiros anos da criança, a fim de assegurar o pleno desenvolvimento cognitivo da criança. Segundo fontes médicas, os riscos do implante coclear incluem: infeção, vertigem, estimulação retardada, forte exposição a campos magnéticos, necessidade de acompanhamento médico por toda a vida. 
Segunda Guerra Mundial
Em 1920, antes da chegada dos nazistas ao poder, surgiu nos EUA e na Alemanha um movimento da comunidade médica, com apoio das sociedades em questão, em prol da esterilização de doentes mentais e psicopatas criminosos (na Alemanha este movimento ficou conhecidocomo higiene racial). Em 1933, com a chegada dos nazistas ao poder, este movimento teve suporte político. Nesse mesmo ano, na Alemanha, foi aprovada uma lei para esterilizar as pessoas que possuíam doenças genéticas transmissíveis, incluindo a surdez.
Na época, Berlim continha cerca de vinte e cinco comunidades de Surdos.
Em Junho de 1933, o jornal alemão mencionou o primeiro Surdo a pertencer às S.A. e uma unidade militar composta dos Surdos; um ano mais tarde, esta unidade foi dissolvida, sob pretexto de que o grupo não reunia o perfil da imagem do nazismo ideal.
Entretanto, os Surdos começaram a perder os seus direitos:
· os programas recreativos para surdos foram extintos;
· crianças surdas foram expulsas das escolas e denunciadas às autoridades;
· gradualmente, as escolas de Surdos foram encerradas e convertidas em hospitais militares.
Dados comprovam que, em 1937, 95% das crianças surdas pertenciam à juventude hitleriana, tendo a letra G (em alemão, inicial de gehoerlosan) marcada no ombro do casaco.
Posteriormente, assim que começou a guerra, a Alemanha passou da esterilização para a eutanásia, tanto por razões económicas, como por razões ideológicas. Em 1941, era comum o uso de eutanásia nos hospitais, onde eram mortos bebés com deficiência, incluindo surdos, posteriormente, tornou-se comum a prática do aborto, que era aplicada quando se suspeitava que os fetos poderiam ter deficiências congénitas, ou qualquer tipo de doença, como no caso da surdez. Poucos surdos escaparam, sobrevivendo em guetos e nos campos de concentração na Alemanha, Polónia e Hungria.
A Importância da Inclusão Social do Surdo no Esporte
A História dos Surdos no Esporte 
 Historicamente, os surdos têm se utilizado do esporte como meio de inclusão social. Ainda na década de 50 começaram a surgir as associações de surdos, com o objetivo de ser um lugar onde os surdos pudessem se reunir, praticar esportes, lutar por seus direitos. Foram nas associações que muitos surdos descobriram que eram sujeitos de direitos, onde muitos começaram a praticar esportes e a se sentirem valorizados. Muitos começaram a desenvolver suas habilidades esportivas e a se dedicarem à saúde física e mental. Os jogos entre ouvintes e surdos também são importantes momentos de inclusão.
 Oficialmente, a Confederação Brasileira de Desportos dos Surdos representa o esporte dos surdos nas instâncias oficiais. Os surdos não estão ligados ao Comitê Paraolímpico Brasileiro, por terem condições de competirem sem equipamentos específicos ou condições especiais. Entretanto, os surdos também não estão contemplados no Comitê Olímpico Brasileiro, que reúne todas as confederações desportivas, tais como CBF, CBV, etc. Essa situação faz com que o apoio ao esporte dos surdos seja pouco reconhecido pelas instâncias governamentais, e assim, com poucos recursos para se desenvolver Surdos nos esportes precisam de força de vontade para superar desafios devido a falta de visibilidade das competições.
As Conquistas dos Direitos do Surdo no Esporte
No dia 26 de setembro comemora-se o Dia Nacional dos Surdos no Brasil. É um dia que celebra as conquistas da Comunidade Surda e sua luta pela inclusão dos surdos na sociedade.
O que é o dia do surdo?
O Dia Nacional dos Surdos é uma data de reflexão a respeito dos direitos e da inclusão das pessoas surdas na sociedade. A data foi oficializada pelo decreto de lei nº 11.796 em 29 de outubro de 2008.
Muitas conquistas já foram alcançadas, como o reconhecimento da Libras como meio legal de comunicação e expressão, a obrigatoriedade do ensino de Libras na formação de professores, a obrigação do ensino bilíngue para crianças com deficiência auditiva e a obrigatoriedade da presença de um intérprete de Libras nos órgãos públicos. Ainda há muito a se fazer para garantir a total inclusão das pessoas surdas no Brasil, e a data serve para nos lembrar disso e promover o diálogo sobre o assunto.
O dia 26 de setembro foi escolhido para representar a luta da comunidade surda brasileira por ser a data da criação da primeira escola de surdos no Brasil.
Em 26 de setembro de 1857 foi fundado no Rio de Janeiro pelo Imperador Dom Pedro II o Instituto Imperial de Surdos-Mudos. O professor francês Édouard Huet, também surdo, foi convidado a lecionar às crianças surdas como forma de integrar essas pessoas à sociedade. As aulas eram ministradas em Língua de Sinais Francesa, o que resultou em uma forte influência na construção da Língua Brasileira de Sinais.
Hoje em dia o local ainda funciona, mas com um novo nome: Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES). O INES dedica-se até hoje ao ensino bilíngue de pessoas surdas no Brasil.
Neste dia, em 1857, foi criada a primeira escola de surdos no Brasil, no rio de janeiro. Em Jundiaí a ATEAL, Associação Terapêutica de Estimulação auditiva e linguagem, é referência no atendimento para o diagnóstico e reabilitação do deficiente auditivo, para incluí-lo na sociedade.
Entre as principais conquistas, estão as vitórias legais, que contam com três importantes leis dos últimos 13 anos: a lei nº 10.436 (2002), que reconhece a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como forma legal de comunicação; a lei nº 5.626 (2005), que exige o cumprimento da educação bilíngue (Libras e língua portuguesa na modalidade escrita); e a nº 12.319 (2010), que regulamenta a profissão de Tradutor e Intérprete de Libras.
Apesar de, historicamente, serem excluídos da sociedade, despertaram o interesse de alguns educadores que se esforçaram para criar meios educacionais que visavam o desenvolvimento dos surdos.
Um exemplo é o método criado pelo francês Abade Charles Michel de l’Epée, que fundou o primeiro Instituto Nacional de Jovens Surdos de Paris. Nesse instituto, a língua de sinais passou a ser usada como expressão de comunicação e ensino.
A visão sobre as línguas de sinais, entretanto, foi modificada anos depois. No ano de 1880, foi realizado o Congresso de Milão, no qual educadores optaram pelo oralismo. Os surdos deveriam aprender a falar (oralmente) e a fazer leitura labial. Proibia-se, portanto, o uso das línguas de sinais na educação dos surdos.
Essa proibição acarretou grande sofrimento para os surdos, que não somente deixaram de ser ensinados por meio da língua de sinais como também não podiam mais usá-la para se comunicar nos espaços educacionais, sendo forçados a oralizar.
A falta do ensino em língua de sinais nas escolas acarretou grande atraso no desenvolvimento dos surdos. Com o passar do tempo, isso foi percebido, e o oralismo deixou de ser o método utilizado.
A língua de sinais, que, apesar da proibição, continuava sendo utilizada pelos surdos em outros espaços, voltou a ser vista por educadores como um caminho para o ensino.
Inicialmente, era empregada apenas como um meio para ensinar aos surdos e fazê-los aprender a língua oral; mais tarde, reconhecida como língua, com o mesmo status das orais, pois antes era entendida apenas como linguagem. É por meio dela que o surdo se desenvolve cognitivamente, apreende o mundo, se comunica e assimila a língua oral escrita de onde vive.
No Brasil, após anos de lutas, a comunidade surda conseguiu oficializar a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como meio legal de comunicação e expressão da comunidade surda, pela Lei nº 10.436/2002.
Graças a essa lei, regulamentada pelo Decreto nº 5.626/2005, os surdos devem ter garantida a acessibilidade linguística – o direito de se comunicar e de serem atendidos em uma língua visual que lhes é acessível, a Libras.
Esse decreto não só tornou possível a presença da Libras nos espaços educacionais e públicos. Ele reconheceu, por fim, o direito linguístico da comunidade surda, como também permitiu a difusão e o respeito à identidade e cultura dos surdos.
Histórico
Ao longo da história, nem sempre foi permitido aos surdos atuarem como protagonistas. A decisão do banimento da língua de sinais na educação de surdos no Congresso de Milão, por exemplo, foi tomada por professores ouvintes participantes, uma vez queos educadores surdos não foram convidados para decidir acerca de algo tão vital para o povo surdo.
Outro exemplo, bem mais recente, é o da participação dos surdos em entidades representativas do movimento. Nos primeiros anos da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos – Feneis – organização federal não governamental que lidera as demandas das comunidades surdas brasileiras, havia membros ouvintes à frente da diretoria. Anos mais tarde, tornaram-se os protagonistas da federação.
Cada vez mais participativos, os surdos fazem valer o lema da Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência “Nada sobre nós sem nós”, ampliado na Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável, da ONU, “não deixar ninguém para trás”. No entanto, ainda há um longo caminho pela frente.
Esse caminho tem como base que a sociedade veja os surdos como pessoas que têm língua, identidade e cultura próprias e não como pessoas que não têm audição. É imprescindível que a coletividade abandone o viés capacitista e adote a visão da alteridade, da multiplicidade linguística e cultural ao pensar na comunidade surda.
Com o Setembro Surdo, o movimento pretende não apenas mostrar à sociedade todas as lutas e conquistas das pessoas surdas mas também conscientizar todos os sem audição que eles podem – e devem – atuar como protagonistas de sua própria história, assim como alcançar a visibilidade da sociedade ao mostrar sua própria diversidade: quem são os surdos, sua(s) língua(s), sua(s) identidade(s), sua(s) cultura(s).
CBDS: uma história de sucesso
A Confederação Brasileira de Desportos de Surdos (CBDS), foi fundada oficialmente em 17 de novembro de 1984, mas sua história começa bem antes, na década de 50, com o intenso movimento de criação de Associações de Surdos. No início, as Associações funcionavam como espaços de recreação e lazer, mas com o passar do tempo passaram a ser importantes pontos de articulação política e de prática desportiva. Entretanto, nessa época ainda não havia uma organização centralizada e as competições eram em sua maioria de futebol. Em paralelo, o país vivia também um momento político bastante favorável para o setor dos esportes, pois o presidente Getúlio Vargas havia acabado de criar o CND (Conselho Nacional de Desportos) como incentivo ao esporte no País.
A prática desportiva nas associações foi se consolidando e fez com que surgisse a necessidade de se organizar uma entidade apenas de esportes dos surdos. Em 20 de janeiro de 1959 foi fundada então a FCSM (Federação Carioca de Surdos Mudos), no Rio de Janeiro. Liderada por Sentil Delatorre, a entidade foi reconhecida pelo CND e pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Posteriormente, se filiou ao ICSD – International Committee of Sports for the Deaf (Comitê Internacional de Esportes dos Surdos), do qual a CBDS é filiada até hoje.
Entretanto, a FCSM ainda atuava de maneira regionalizada. As associações se espalharam por todo o país e a prática desportiva também, mas ainda não havia uma entidade que centralizasse os campeonatos. Mais uma vez, Sentil Delatorre, importante desportista surdo e ex-presidente de várias instituições, tomou a iniciativa de convocar uma Assembleia Geral em 1979, no auditório do INES (Instituto Nacional de Educação dos Surdos). Participaram surdos de todo o país que se entusiasmaram com as ideais de Sentil. E, assim, nasceu a CBDS. No entanto, a Entidade só foi oficializada após Assembleia Geral realizada em 17 de novembro de 1984, em Santos/SP.
Mário Júlio de Mattos Pimentel foi eleito o primeiro presidente da CBDS e presidiu por vários mandatos com grande dedicação e brilhantismo. Depois dele presidiram a entidade Narciso Emannuel de Paiva, Sentil Delatorre, José Tadeu Raynal Rocha, Marcos Calixto, Rodrigo Rocha Malta e Gustavo de Araujo Perazzolo. Em 2016, foi eleita a primeira presidente, Deborah Dias de Souza, que também é a pessoa mais jovem a assumir o cargo.
A CBDS, ao longo de mais de 32 anos de existência, contribuiu e continuará contribuindo com a inclusão social das pessoas surdas através do esporte. Apesar das imensas dificuldades, desde a sua fundação até os dias atuais, a Entidade sobrevive pelo esforço de voluntários da comunidade surda de todo o Brasil, passando por um grande dinamismo esportivo. Houve um intenso crescimento no número de Associações por todo o País e, consequentemente, no número de competições locais, regionais e nacionais em diversas modalidades esportivas. Além de apoiar e/ou administrar a realização dessas competições, a CBDS esteve presente em vários campeonatos internacionais de surdos com resultados satisfatórios e, sediou dois destes eventos no Brasil: o 5º Jogos Pan-Americano de Surdos em 2012 e, o 1º Jogos Sul-americano em 2014.
A surdez em si não implica em restrições à prática de atividade física e não existem esportes mais ou menos adequados para surdos. Entretanto, as limitações linguísticas e comunicacionais podem dificultar a compreensão e o relacionamento, interferindo na aprendizagem e no comportamento do indivíduo. A prática esportiva é uma forma de melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiência. Através do esporte, surdos podem demonstrar sua capacidade à sociedade, fortalecer sua autoestima, entre outros inúmeros benefícios, contribuindo com a inclusão social.
A CBDS tem registro de, aproximadamente, dois mil surdoatletas desde 2009. As limitações financeiras são a maior dificuldade, as competições e treinamentos acontecem porque a maioria dos surdoatletas pagam as despesas com recursos próprios ou de doações.
Com a melhoria crescente dos resultados nas competições internacionais e maior visibilidade na mídia, têm surgido empresas patrocinadoras, porém, ainda é insuficiente para bom desenvolvimento das práticas desportivas e outras atividades da CBDS.
Melhores condições para a CBDS, consequentemente, beneficia maior número de pessoas de todas as classes sociais, raças/etnias, gerações, orientações sexuais, níveis de escolaridade, etc. contribuindo com a dignidade e inclusão social dos cidadãos surdos e um País mais justo.
 Uma janela para o esporte internacional
 Além dos vários campeonatos regionais e nacionais que acontecem todos os anos, a CBDS faz história nos campeonatos internacionais. As equipes e surdoatletas brasileiros detêm os títulos de: bi-campeão sul-americano de futebol de campo masculino (1989 e 1995), tri-campeão sul-americano de voleibol feminino (1987, 1991 e 1995), bi-campeão sul-americano de tênis de mesa (1988 e 1992) e campeão sul-americano de atletismo (1992). Boa parte dessas vitórias foi conquistada nos mandatos de Mario Júlio Pimentel, um dos grandes responsáveis pela consolidação da entidade no meio desportivo.
Na gestões mais recentes tiveram as seguintes conquistas internacionais:
•	2009: Deaflympics 2009 em Taipei, Taiwan – 1ª Medalha Surdolímpica (bronze de Judô)
•	2011: Campeonato Mundial de Natação em Lisboa, Portugal – 3 medalhas
•	2012: 5º Jogos Pan-Americanos de Surdos em Praia Grande/SP – 26 medalhas – 5º lugar
•	2012: Campeonato Mundial de Artes Marciais em Ilhas de Margarita, Venezuela – 12 medalhas (Judô e Karatê)
•	2013: Deaflympics 2013 em Sofia, Bulgária – 4 medalhas (1 prata e 3 bronze) – Natação e Karatê
•	2013: Campeonato Sul-americano de Futsal (Feminino) em Santiago, Chile – Campeão
•	2014: 1º Jogos Sul-americanos Desportivo de Surdos em Caxias do Sul/RS – 51 medalhas
•	2015: Campeonato Mundial de Natação de Surdos em Texas – EUA – 3 medalhas
•	2015: Copa do Mundo de Futsal de Surdos em Bangkok – Tailândia – Vice-Campeão
•	2016: Campeonato Mundial de Atletismo (maratona) em Sofia – Bulgária – 1 Medalha (prata)
•	2016: Campeonato Pan-Americano de Vôlei de Surdos em Washington – EUA – Medalha de Ouro (masculino) e Prata (feminino)
•	2016: Campeonato Mundial de Artes Marciais em Samsun – Turquia – Medalhas de Ouro e Bronze no Judô
Brasil nos Jogos Surdolímpico
 Através da CBDS, a primeira vez que o Brasil enviou representantes para a Surdolimpíadas foi em 1993, em Sofia, Bulgária. Na ocasião,dois nadadores disputaram 11 provas e chegaram próximo do pódio, em quarto lugar, três vezes. Desde então, a natação brasileira é a modalidade mais presente no evento, tendo ficado de fora apenas da edição de 2005, em Melbourne, Austrália.
Em 2009, em Taipei, Taiwan, houve a participação de 13 surdoatletas e 6 dirigentes. Com isso, saiu a primeira medalha para o Brasil, no judô, com o bronze de Alexandre Soares Fernandes, na categoria até 81kg.
Em 2013, em Sófia, Bulgária, houve a maior participação da Delegação Surdolímpica Brasileira em relação a todas as edições anteriores, foram 19 surdoatletas e 14 dirigentes. Nessa edição, o Brasil voltou para casa trazendo quatro medalhas, sendo três na natação, conquistadas pelo surdoatleta santista Guilherme Maia (uma prata nos 100m livre e dois bronzes nos 200m livre e 200m borboleta), e uma medalha de bronze no Karatê, conquistada pelo surdoatleta Heron Rodrigues, na categoria acima de 84kg.
 I Olimpíada de Surdos do Brasil
 Um importante marco da CBDS foi a realização da I Olimpíada de Surdos do Brasil, em maio de 2002, no mandato de José Tadeu Rocha. A cidade de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, foi a anfitriã da competição, que contou com a participação de cerca de 1.500 surdoatletas, de nove Estados brasileiros.
Momento importante para o esporte dos surdos, a surdolimpíadas nacional emocionou muitas pessoas presentes. Desfile das delegações, hasteamento das bandeiras e Hino Nacional em Língua de Sinais marcaram a abertura dos jogos. As competições contaram com esportes individuais nas modalidades de atletismo, ciclismo, natação, tênis de mesa e quadra, xadrez e halterofilismo. Nos esportes coletivos a olimpíada contou com competições de basquete, futebol de salão, handebol, vôlei de quadra e praia, todas elas disputadas tanto pela categoria feminina quanto masculina.
 Eventos Internacionais
A CBDS promoveu no Brasil dois eventos esportivos internacionais importantes, o 5º Jogos Pan-Americanos de Surdos e o 1º Jogos Desportivos de Sul-Americano de Surdos.
5º Jogos Pan-Americanos de Surdos – Praia Grande – São Paulo
A quinta edição dos Jogos Pan-Americanos de Surdos foi realizada em Praia Grande, no litoral sul de São Paulo, nos dias 12 a 24 de junho de 2012. A competição reuniu esportistas surdos de 10 países de toda a América e foram disputadas sete modalidades: futebol de campo, futsal, basquete, vôlei, atletismo, natação e ciclismo. O Brasil conquistou 27 medalhas, sendo 7 ouros, 8 pratas e 12 bronzes, ocupando a 5ª colocação no quadro de medalhas. Os campeões de cada esporte garantiram vaga para a Surdolimpíadas realizada em 2013, na capital da Bulgária, Sofia. Os surdoatletas brasileiros que subiram ao pódio neste evento, posteriormente receberam a Bolsa Atleta do Ministério de Esporte.
A campanha já é a melhor da história do Brasil na competição. Por ser sede, o País deve a delegação com 120 atletas. Além de Brasil, também tiveram delegações da Argentina, Canadá, Costa Rica, Cuba, Estados Unidos, Guatemala, México, Peru e Venezuela. No total, foram mais de 500 atletas competindo. 
1° Jogos Desportivos Sul-Americano de Surdos – Caxias do Sul – Rio Grande do Sul
O Brasil sediou a primeira edição de Jogos Desportivos Sul-Americano de Surdos, ou seja, nunca foi realizada nenhuma edição em nível sul-americano antes. Esse evento foi realizado em Caxias do Sul, RS, nos dias 15 a 23 de novembro de 2014.
A competição reuniu esportistas surdos de 7 países sul americanos, além do Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Venezuela e Uruguai. E, foram disputadas com sete modalidades: futebol de campo, futsal, basquete, vôlei, handebol, atletismo, ciclismo, badminton, natação, tênis, tênis de mesa, vôlei de praia, judô, karatê e xadrez. No total, foram quase de 700 atletas competindo. Foram 170 pessoas na delegação brasileira. O Brasil conquistou 51 medalhas, sendo 24 ouros, 11 pratas e 16 bronzes, ocupando a 1ª colocação no quadro de medalhas.
Alguns Esportes Praticados pelo Surdo
As regras da maioria dos esportes para deficientes auditivos não alteram. Grande parte das atividades físicas que já conhecemos podem ser praticadas por eles, apenas são incluídos alguns traços próprios, como o árbitro, que deve usar sinais, apitos e bandeiras específicas para sinalizar situações da jogada como ponto, falta e impedimento, por exemplo.
Em todas as práticas esportivas é fundamental respeitar as limitações individuais e adequar as modalidades.
É importante contar com o acompanhamento de um profissional especializado e respeitar todas as regras de segurança para evitar acidentes e estimular o desenvolvimento de cada indivíduo.
Futebol para Surdoatletas:
Você já assistiu a uma partida de futebol para pessoas portadoras de deficiências auditivas? Não? Pois bem, o jogo segue as regras da Confederação Brasileira de Desportos dos Surdos (CBDS). Atualmente existem campeonatos Nacionais e Mundiais de Futebol para Surdos, e só podem participar pessoas surdas com comprovação por exame médico de audiometria. É a modalidade mais semelhante ao jogo profissional de futebol, uma vez que a única alteração são nas sinalizações, que trocam apitos por bandeiras
Dentro de campo os juízes não utilizam somente apito, e sim bandeiras para sinalizar as jogadas.
Os juízes procuram ficar de frente para os jogadores em vez de acompanharem de lado como nos jogos comuns.
As únicas adaptações são as substituições de sinalização auditiva por visuais.
Para competir nos Jogos de Surdos a única exigência é que o atleta tenha perda auditiva de pelo menos 55 decibéis no melhor ouvido.
No Brasil há várias associações de surdos, na maioria das vezes cada uma têm a sua própria equipe de futebol. Desta forma, cada Estado tem várias equipes, consequentemente cada campeonato tem vários times participando.
Vôlei de Surdos
Historicamente, os surdos têm se utilizado do esporte como meio de inclusão social. Ainda na década de 50 começaram a surgir as associações de surdos, com o objetivo de ser um lugar onde os surdos pudessem se reunir, praticar esportes e lutar por seus direitos.
Atualmente, o movimento desportivo de surdos vem crescendo muito, temos atletas de alto nível técnico, sendo que as seleções de Voleibol de Quadra estão entre as melhores do mundo
Natação para Surdo
A natação para surdos tem apenas uma diferença para a dos ouvintes: ao lado do bloco de saída, há um equipamento luminoso que indica aos atletas o momento da largada. O aparelho sempre é colocado ao lado esquerdo dos atletas e acende uma luz verde no momento da largada. Na cerimônia de premiação há o hasteamento de bandeiras, mas não há execução sonora dos hinos.
Alguns atletas Surdos Profissionais Surdos
Os atletas surdos de diferentes países do mundo são inspiradores exemplos de superação. A história de vida deles demonstra como é possível vencer grandes desafios e realizar sonhos. Quer saber quem são esses esportivas e qual a trajetória deles?
Atletas surdos norte-americanos
É bastante comum que muitos dos atletas surdos de maior destaque sejam dos Estados Unidos. Um dos motivos é que este país tradicionalmente investe bastante nos seus atletas.
Com isso, consequentemente os esportistas surdos norte-americanos são mais beneficiados se comparados aos atletas de outros países.
Tamika Catchings
A atleta surda Tamika Catchings foi medalhista nos seguintes eventos esportivos:
– Medalha de ouro nas Olimpíadas de Atenas de 2004;
– Medalha de ouro nas Olimpíadas de Pequim de 2008;
– Medalha de ouro nas Olimpíadas de Londres de 2012;
– Medalha de ouro nas Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016;
– Medalha de ouro no Campeonato Mundial de Basquetebol Feminino da China em 2002;
– Medalha de ouro no Campeonato Mundial de Basquetebol Feminino da República Checa em 2010.
Atualmente, Tamika Catchings joga no Indiana Fever e é considerada uma das atletas mais admiradas nos Estados Unidos.
A história de Tamika
Dos atletas surdos mais conhecidos no mundo, o nome de Tamika não aparece por acaso. Muito antes de ser uma grande medalhista do basquetebolfeminino, essa atleta passou por grandes desafios relacionados à surdez.
Ela nasceu no dia 21 de julho de 1979 e já apresentava deficiência auditiva em ambos ouvidos. Além dessa situação, Tamika possuía um significativo comprometimento da fala.
Com o passar do tempo, à medida que Tamika começou a ir para a escola, ela era constantemente humilhada por seus colegas devido à surdez.
Em um momento de muita raiva, ela atirou o aparelho auditivo longe. Para castigá-la, os pais resolveram não comprar um outro aparelho.
No período em que Tamika entrou para a faculdade, ela começou a jogar basquete e conheceu uma treinadora chamada Pat Summit. Ela exerceu um papel determinante na vida da atleta ao convencê-la sobre a importância de utilizar o aparelho auditivo.
Além disso, a treinadora orientou Tamika a receber ajuda de fonoaudiólogos para que ela pudesse tratar os problemas relacionados à fala.
A dedicação e esforço de Tamika, assim como as orientações de sua treinadora fizeram toda diferença, permitindo que o sonho de ser uma grande jogadora se realizasse.
David Smith
Entre os atletas surdos norte-americanos de maior destaque, também está o jogador de voleibol David Smith. Nascido em 15 de maio de 1985, ele já apresentava quase que 90% de perda auditiva.
Devido a isso, Smith passou a utilizar aparelhos auditivos quando tinha apenas 3 anos de idade. Nesse período, ele também começou a se comunicar utilizando a leitura labial.
David Smith é medalhista nos seguintes eventos esportivos:
– Medalha de bronze nas Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016;
– Medalha de bronze no Campeonato Mundial de Voleibol Masculino na Itália e Bulgária em 2018;
– Medalha de ouro na Copa do Mundo de Voleibol Masculino do Japão em 2015.
Outro destaque de David Smith é que ele se tornou o primeiro atleta surdo a ser capitão de uma seleção.
Com relação aos atletas surdos de outros países, além dos Estados Unidos, uma das que mais chamam a atenção é a ciclista paraolímpica Amanda Cameron. Essa esportista já nasceu com deficiência auditiva grave em ambos ouvidos.
Com o passar do tempo, ela foi diagnosticada com uma doença chamada Síndrome de Usher tipo 1. Além da surdez, Cameron também sofre de um comprometimento da visão e atualmente consegue enxergar apenas 20 graus e com baixíssima visão periférica.
Mesmo com duas limitações significativas, essa atleta faz parte da equipe paraolímpica de Ciclismo da Nova Zelândia e integra a categoria dos deficientes visuais que pedalam em duplas.
 Lucas Bonalume Vieira
Jogador de vôlei com cerca de 70% de perda auditiva. Participou de várias competições defendendo o Brasil na seleção, dentre elas, o Pan Americano, disputado nos Estados Unidos, em julho de 2016, quando o Brasil foi campeão e ele, premiado como melhor saque e maior pontuador.
 Tiago Marçal
O handebol é o esporte do surdoatleta,Tiago Marçal. Aos dois anos de idade o atleta foi diagnosticado com surdez. Em 2017, ele foi eleito artilheiro do Campeonato Brasileiro de Surdos, com 40 gols, competição na qual também foi campeão com o seu time.
 Guilherme Maia
Considerado um dos melhores nadadores surdos do mundo, Guilherme Maia conquistou apenas durante o evento Open Pan Americano de Atletismo, Natação e Tênis de Mesa, no Equador, cinco medalhas de ouro e uma de prata.
O Papel da Inclusão Social para os Surdos no Esporte
Esporte é o termo utilizado para designar os exercícios físicos realizados individual ou coletivamente que obedecem a regras e não tem fim utilitarista. Proni e Lucena (2002) e Duarte (2003) narram que esportes são praticados desde as mais remotas épocas da humanidade, quando, em registros muito antigos, os homens primitivos competiam com a caça e com lutas. Tempos depois, os homens concorriam para adquirir status e poder diante da sociedade, ou ainda para produzir fronteiras culturais, como no caso do Futebol Americano, criado para produzir uma “americanização” da cultura inglesa e, então, fazer o caminho inverso da colonização e implantar-se comercialmente na Inglaterra a partir dos Estados Unidos.
Nessa época, os atletas começaram a prática de exercícios físicos com o intuito de preparar os corpos para as competições, os primeiros treinamentos físicos. Quando chegaram os períodos de guerras, os povos cujos militares participavam de competições tinham melhores performances nos campos de batalha. Assim, instituíram-se as escolas de ginástica nos países com maior participação nas guerras ou com mais disputas de interesses ocorrendo em fronts, assim afirmam Sigoli e Rose Junior (2004). 
Sigoli e Rose Júnior ainda comentam que as Escolas de Ginásticas tinham o objetivo principal de preparar os homens para as guerras, pois acabavam por mostrar que são os mais bem preparados e além de terem mais resistência para os confrontos, recuperavam-se mais rapidamente de ferimentos e doenças adquiridas durante as batalhas. Essa descoberta chamou a atenção para a validade da prática de exercícios físicos como promoção de saúde. Até então, várias modalidades esportivas haviam sido criadas e eram praticadas por pessoas das mais diversas classes sociais com fins de socialização e entretenimento de plebeus e de nobres.
Após o término das guerras mundiais, o esporte é praticado com finalidades múltiplas, e não é por acaso que está inserido nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) através da Educação Física escolar. As diversas modalidades hoje existentes e as inúmeras transfigurações possíveis realizadas por grupos (escolas, vizinhanças, grupos culturais, entre outros) fazem dos eventos esportivos acontecimentos comuns em ambientes dos mais variados tipos, assegura Betti (2002). Variam, também, as funções dadas aos exercícios esportivos, mas pode-se, seguramente, afirmar que o esporte é um forte incentivador social na atualidade, conforme Betti e Zulani (2002) e Sigoli e Rose Júnior (2004).
O esporte está ligado às competições, principalmente aos jogos Olímpicos, que congregam a maioria das modalidades praticadas desde 776 a.C.. O esporte, em geral, nem sempre foi para “todos”, inclusive servia para determinar quem era mais forte e condecorar com poder os vencedores das provas. Assim, desde sempre, sobre as pessoas com deficiência, ainda que não conste registros de sua exclusão, fica provado pelo não-registro de sua inclusão em competições esportivas antigas, de acordo com Duarte (2003).
O primeiro grupo de pessoas com deficiência a promover competições esportivas adaptadas foram os surdos a partir de 1924, quando realizaram os primeiros Jogos Olímpicos para Surdos na França. Os jogos seguintes aconteceram de quatro em quatro anos, da mesma forma como os Jogos Olímpicos Internacionais, mas sem qualquer vínculo ou relação entre eles, a não ser a inspiração dos primeiros nos segundos, dessa forma descreve Cardoso (2010).
O esporte adaptado, de maneira geral, procura oferecer condições igualitárias de participação para os deficientes. Isto implica em modificações, por exemplo, de altura de rede para a prática do Voleibol para deficientes de membros inferiores; de uso de bola com guizos para produzir som para os cegos praticarem Futebol; de participação de corredor-guia para cegos competirem no Atletismo; de prática do Golbol para cegos (similar ao handball, mas sentados em quadra); da existência de natação para deficientes de membros superiores; de uso de cadeira de rodas esportiva para possibilitar que deficientes de membros inferiores pratiquem Basquetebol, Hóquei, Curling, Boxe, Tênis, corridas de velocidade, entre outros. Todavia, essas adaptações exigem poucas mudanças nas regras, e a forma de proceder da arbitragem ocorre quase sem alterações, pensa Sousa e Costa (2004).
Diferente é o caso dos esportes surdos, que não exigem os mesmos ajustes. As modalidades praticadas por eles precisam sofrer adequações de arbitragem, já que o uso de apitos, sirenes e demais sinais sonoros não cabe para os surdos. Dessa forma, faz-se necessário o uso de sinalizadores visuais, por meio de implementos coloridos usados com movimentos vigorosos ou desinais luminosos. Inspire-se com a Natação, que requer lâmpadas instaladas no fundo da piscina para que os surdos percebam o momento da autorização da largada para a prova; com a necessidade de domínio de Língua de Sinais pelos árbitros ou da presença de intérpretes durante as provas e partidas em geral; com o uso de bandeiras coloridas em lugar dos apitos.
No Brasil, a fundação da Confederação Brasileira de Desportos de Surdos (CBDS) garantiu o direito de os surdos terem espaço no universo esportivo, mas num nicho cultural peculiar, marcado pela comunicação majoritariamente em LIBRAS e com adaptações pertinentes de sinalizações de arbitragem e afins, é exemplo prático da vivência da Ecologia Social, sugerida por Guattari (2001). Na década de 50, os surdos viviam um período de articulações sociais e políticas, fundando associações que serviam de sedes para encontros e práticas esportivas, que acompanhavam o momento nacional de fomento a essas práticas, uma vez que o presidente Getúlio Vargas havia recém-criado o Conselho Nacional de Desportos (CND). Estas ocasiões tornaram-se mais frequentes nas associações e multiplicavam-se as competições que, inicialmente, eram focadas na modalidade Futebol, conforme consta na CBDS (2013).
No dia 20 de janeiro de 1959, SentilDelatorre liderava a fundação de uma entidade que organizasse exclusivamente esportes dos surdos. Era a “Federação Carioca de Surdos-Mudos” (FCSM), que atuava regionalmente e fora reconhecida pela CND, pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e, posteriormente, filiada ao Comitê Internacional de Esportes Surdos (CISS) e permanece ligada ao CISS, de acordo com o registro na CBDS (2013). Com a boa atuação da FCSM em sua região, os surdos de todo o país desejaram que a instituição fosse atuante em toda a nação. Então, em 17 de novembro de 1984, no auditório do INES, Delatorre convocou uma assembleia, na qual fundaram a CBDS, que foi presidida inicialmente por Mário Júlio de Mattos Pimentel e durante seu mandato adquiriu-se a sede da confederação em São Paulo. Posteriormente, SentilDelatorre também presidiu a CBDS, assim como outros presidentes, informa a CBDS (2013).
A CBDS promoveu e acompanhou competições nacionais e internacionais em diversas modalidades, nas quais as seleções brasileiras de futebol de campo masculino, voleibol feminino, de tênis de mesa e de atletismo se sagraram campeãs, consta em CBDS (2013). Um fato importante é a realização da I Olimpíada dos Surdos no Ladd (2011) comenta que, de maneira geral, quando ocorrem campeonatos entre diferentes Associações de Surdos, não é apenas a equipe que joga e viaja, pelo contrário, muitos surdos participam das excursões, acompanhando seus times. Entretanto, o objetivo central não é acompanhar os jogos, mas sim, garantir a oportunidade de criar redes com outras pessoas surdas nas localidades onde ocorrem os jogos, para trocar informações, para procurar companheiros afetivos, para encontrar-se com amigos ou, ainda para consolidar suas redes sociais.
Deste modo, pode-se considerar o esporte como um elo fundamental entre os surdos, incentivando-os a adquirir sua própria língua no contato com seus semelhantes, pois a participação vai além do desenvolvimento físico; as relações vão permitir a comunicação e uma gama de informações fundamentais para a consolidação de sua identidade como surdo. Para Castells (1999) entende-se por identidade a fonte de significado e experiência de um povo. Além disso, ao falar de autores sociais, entende por identidade “o processo de construção de significado com base em um atributo cultural, ou ainda um conjunto de atributos culturais inter-relacionados o(s) qual(ais) prevalece(m) sobre outras fontes de significado” (CASTELLS, 1999, p. 85) Pode-se compreender a surdez, portanto, como um marcador cultural que posiciona e diferencia indivíduos, estabelecendo redes de reconhecimento e pertencimento constituídos pela experiência visual materializada em uma língua, em traços e lutas compartilhadas.
Esta identidade é o trunfo para que os surdos reconheçam-se com seus pares e fortaleçam, assim, suas comunidades e sua subjetividade, consolidem sua organização e sua participação política na sociedade em geral, que já mostra evidentes modificações quanto ao reconhecimento e valorização da surdalidade ou DeafGain. Martins e Klein (2012) explicam que as conquistas, a importância, o benefício e a contribuição que os surdos adquiriram até o presente por serem surdos podem ser considerados sinais de mudanças ambientais, bem propícias a intervenções de educação ambiental.
As Barreiras Vivenciados pelos Surdos na Sociedade 
Você já pensou nas dificuldades dos surdos ao longo da vida? São muitas as dificuldades que enfrentam, são vários os obstáculos a serem superados.
A maioria de nós, os que escutamos, não temos a dimensão das barreiras a que estão submetidos aqueles que vivem num mundo silencioso, tendo de interagir (e competir) em uma sociedade de ouvintes. Neste post listaremos apenas 05 das áreas onde os surdos enfrentam dificuldades, para que entendamos as questões que precisam ser repensadas, a fim de que haja equidade, uma adaptação coerente das regras que tratam da inclusão social do sujeito surdo na sociedade.
1. Dificuldades na formação acadêmica
Sejam surdos usuários de Libras, sejam surdos oralizados, a rotina de um deficiente auditivo é marcada por lutas constantes para lidar com as barreiras comunicativas na escola. A superação de tais barreiras faz parte do processo de desenvolvimento do surdo, não apenas como uma obrigatoriedade ou imposição, mas como uma necessidade para alcançar autonomia. Mas é preciso refletir: Será que o surdo supera e aprende ou apenas contorna as barreiras comunicativas para avançar na formação?
2. Dificuldades dos surdos no mercado de trabalho
Outra questão, uma outra dificuldade bastante grave, é no momento de entrar no mercado de trabalho. Apesar de existir uma lei que trata de cotas reservadas para pessoas com deficiência, os surdos se veem numa situação complicada. Mesmo para aqueles que conseguiram uma formação acadêmica, entrar no mercado de trabalho e ter sua capacidade laboral reconhecida é uma batalha. Para eles normalmente está reservado o subemprego.  Até em concursos públicos o surdo enfrenta dificuldade, porque concorre nas vagas especiais com outras deficiências que não são limitadoras com relação ao acesso ao conhecimento e às informações.
3. No mercado de consumo.
As dificuldades se repetem no mercado de consumo. Se um surdo necessita comprar uma roupa, um sapato ou qualquer outro item e precisa que o atendente passe informações básicas, como a existência de outras cores e tamanhos, política de trocas ou qualquer outra informação relevante? Só quem é surdo sabe como é difícil lidar com situações que parecem tão simples para os ouvintes. No momento de pagar, se o caixa pergunta como será o pagamento, em quantas vezes vai querer parcelar, se deseja digitar o CPF, como o surdo usuário de Libras vai entender? Muitas vezes, até nessas atividades tão corriqueiras, o surdo é obrigado a solicitar o acompanhamento de um parente ou amigo.
4. O atendimento na justiça, num banco, num consultório médico.
Como é notório, há dificuldades, há falta acessibilidade comunicativa em todas essas esferas. Novamente o surdo opta por levar um acompanhante, perdendo sua liberdade, privacidade e autonomia. Quanto aos bancos, não existe no nosso país uma única dessas instituições que possa afirmar que é verdadeiramente acessível aos seus clientes surdos. Na justiça, fazer um simples boletim de ocorrência pode se tornar impossível. Num consultório médico o sujeito surdo pode sair com um diagnóstico e prescrição de tratamento errados. Sem ter conseguido se comunicar de forma fluente e eficiente, o médico pode ter entendido errado o que está acontecendo e involuntariamente colocar em risco a vida do surdo.
5. Turismos e lazer.
Até no momento de lazer, para ver um filme, uma peça teatral, ter acesso às informações de segurança num parque temático,ser alertado quanto aos perigos de incêndio… Se um surdo precisa comprar uma passagem, seja rodoviária ou aérea, normalmente precisa estar acompanhado de um ouvinte. Se as informações durante a viagem foram oralizadas, o surdo não teve acesso. Em hotéis o acolhimento ao surdo é igualmente feito de forma limitada. Tudo isso dificulta o livre acesso ao turismo e ao lazer.
6. Educação
No campo da educação estão diversas dificuldades dos surdos na sociedade. Ainda que muitos avanços tenham ocorrido nos últimos anos, especialmente no ensino de Libras, há muito o que ser feito.
É fundamental que as escolas públicas e particulares desenvolvam maior quantidade de projetos inclusivos, capaz de proporcionar melhores condições de aprendizado aos surdos.
A educação também deve abranger a formação profissional por meio de cursos técnicos/profissionalizantes e também a inclusão de surdos nas universidades públicas e particulares.
7. Atendimento na área da saúde
Outra das maiores dificuldades dos surdos na sociedade está relacionada à área da saúde.
Grande parte dos hospitais (públicos e particulares), laboratórios, clínicas, postos de saúde etc. ainda não oferecem o padrão necessário para atender pessoas com deficiência auditiva.
O maior empecilho para um atendimento de qualidade é a impossibilidade de comunicação em Libras.
Exatamente por isso, para tornar esse atendimento mais eficaz, é preciso que um ou mais membros das equipes de atendimento tenham a formação em Libras.
Outra possibilidade é que os estabelecimentos da área da saúde disponibilizem um tradutor/intérprete de Libras para que seja realizado o atendimento aos surdos.
Esses cuidados se estendem nos casos de atendimentos feitos por psiquiatras, psicólogos, fonoaudiólogos etc.
8. Emprego e renda
Uma das maiores dificuldades dos surdos na sociedade é com relação às oportunidades no mercado de trabalho.
Nos últimos anos, ainda que a Lei de Cotas para Deficientes tenha proporcionado excelentes resultados em todo Brasil quanto à empregabilidade dos surdos, esse cenário precisa melhorar.
Ainda que de forma gradativa, é preciso que as empresas invistam mais no oferecimento dessas vagas e no desenvolvimento das habilidades das pessoas que apresentam algum tipo de deficiência.
No Brasil, grandes empresas como Grupo Pão de Açúcar, Natura e Serasa Experian, já desenvolvem projetos de grande relevância para atender aos colaboradores com necessidades especiais.
Cada ação inclusiva, seja ela realizada pelo governo ou empresas, tem efeitos altamente positivos na autonomia e independência financeira das pessoas com surdez.
9. Acesso à informação
Muitas das dificuldades dos surdos na sociedade estão relacionadas à falta de informação.
Essa dificuldade para acessar informação está associada às dificuldades de comunicação enfrentadas pelos surdos.
Uma dessas dificuldades é o uso ainda tímido da Língua Brasileira de Sinais pelos meios de comunicação e também na internet.
Dessa forma, uma das ações inclusivas mais necessárias é que todos os meios de comunicação, sobretudo os canais de TV, adotem a Libras na maioria da programação.
10. O papel do governo brasileiro
Para que as dificuldades dos surdos na sociedade sejam menores ou até mesmo eliminadas, a legislação tem um papel essencial.
Na maioria das vezes, as conquistas com relação à inclusão social ocorrem principalmente por meio das leis, que tornam obrigatórias determinadas ações.
As leis que favorecem melhores condições de vida para pessoas com deficiência auditiva podem ser elaboradas em várias esferas de poder: municipal, estadual e federal.
Cada uma delas exerce grande importância para que os surdos tenham acesso a melhores oportunidades e até mesmo a direitos básicos. No Brasil, embora existam muitas leis para surdos, é preciso que elas sejam ampliadas.
Essa ampliação envolve desenvolver projetos ainda mais amplos, que incluem o ensino e uso de Libras, oportunidades de desenvolvimento profissional para pessoas surdas, disponibilização de aparelhos auditivos e implante coclear etc.
Considerações finais 
O referente trabalho nos proporciona analisar e refletir sobre a História do Surdo na Sociedade e a Importância da Inclusão Social do Surdo no Esporte. 
Podemos perceber desde os desafios e as conquistas pelos surdos dentro do esporte, por exemplo, uma das barreiras que enfrentaram foi a inclusão na sociedade e os seus direitos na modalidade esportiva. Apesar desses desafios conseguiram conquistar seu espaço na sociedade aonde podem mostrar todo seu potencial, não só como pessoas, mas sim como atletas.
Referência:
https://ensino.digital/blog/a-importancia-da-cultura-surda
https://www.libras.com.br/dia-nacional-dos-surdos
https://sonsdavida.com.br/o-que-voce-sabe-sobre-o-futebol-para-surdos-e-cegos/
https://www.bb.com.br/pbb/pagina-inicial/sobre-nos/bb-nos-esportes/volei-de-surdos#/
https://agenciabrasil.ebc.com.br/esportes/noticia/2019-08/surdos-de-29-paises-participam-de-mundial-de-natacao-em-sao-paulo
https://periodicos.ufsm.br/educacaoespecial/article/view/14964
https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_dos_surdos
https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao-fisica/os-surdos-e-o-esporte/31978#:~:text=Historicamente%2C%20os%20surdos%20t%C3%AAm%20se,esportes%2C%20lutar%20por%20seus%20direitos.
https://attenti.com.br/artigo/historia-dos-surdos-nos-esportes
https://agencia.ac.gov.br/conquistas-sao-comemoradas-no-dia-nacional-do-surdo/
https://www.metropoles.com/ponto-de-vista/setembro-surdo-data-marca-decadas-de-conquistas-retrocessos-e-avancos
https://site.cbds.org.br/institucional/historia/
https://www.atletis.com.br/esportes-para-deficientes
https://academiadelibras.com/blog/dificuldades-dos-surdos-na-sociedade/
https://blog.signumweb.com.br/curiosidades/quais-dificuldades-dos-surdos/
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Curuá/PÁ
2021

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