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CAPS CASO CLINICO 01 LF

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA 
CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE GRAJAÚ - CESGRA 
ENFERMAGEM BACHARELADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO DE CASO I 
CID 10 F71 - RETARDO MENTAL MODERADO. 
CID 10 F29 - PSICOSE NÃO-ORGÂNICA NÃO ESPECIFICADA. 
CID 10 F32 - EPISÓDIOS DEPRESSIVOS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GRAJAÚ - MA 
2021 
LUZIA FERNANDA GOMES DE ARAUJO 
Matrícula: 201706530 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO DE CASO I 
CID 10 F71 - RETARDO MENTAL MODERADO. 
CID 10 F29 - PSICOSE NÃO-ORGÂNICA NÃO ESPECIFICADA. 
CID 10 F32 - EPISÓDIOS DEPRESSIVOS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GRAJAÚ - MA 
2021 
Estudo de Caso apresentado à preceptora de Estágio 
Supervisionado I da disciplina de Enfermagem em 
Saúde Mental e Psiquiatria do curso de Enfermagem, do 
Centro de Estudos Superiores de Grajaú – CESGRA, 
para obtenção parcial de nota. 
Enfª. Preceptora: Elizângela de Castro Cruz. 
Coordenadora de estágio: Tailana Santana Alves Leite. 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 4 
2. CID 10 F71 - RETARDO MENTAL MODERADO. ................................................................ 5 
3. CID 10 F29 - PSICOSE NÃO-ORGÂNICA NÃO ESPECIFICADA ............................................ 6 
4. CID 10 F32 - EPISÓDIOS DEPRESSIVOS ........................................................................... 7 
5. DESCRIÇÃO DO CASO .................................................................................................. 10 
5.1 Anamnese.................................................................................................................... 10 
5.2 Motivo da consulta ou Motivo da internação ................................................................ 10 
5.3 Queixa Principal ........................................................................................................... 11 
5.4 História Pessoal ........................................................................................................... 11 
5.5 História Familiar ........................................................................................................... 11 
5.6 EXAME PSÍQUICO ......................................................................................................... 11 
5.7 Exame Físico ................................................................................................................ 13 
5.8 Diagnóstico Sindrômico ................................................................................................ 13 
5.8.1 Diagnóstico Nosológico ............................................................................................. 13 
5.8.2 Psicofarmacologia ..................................................................................................... 14 
5.9 Projeto Terapêutico Individualizado ............................................................................. 14 
6. CONCLUSÃO ............................................................................................................... 16 
7. REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
As novas propostas de assistência às pessoas portadoras de doença mental 
sugerem que os enfermeiros e a equipe de enfermagem possam assumir uma prática com 
caráter terapêutico, superando o modelo anterior (COSTA, 2018). 
O advento da reforma psiquiátrica favoreceu as transformações no contexto da 
assistência psiquiátrica nos últimos anos e têm trazido importantes contribuições para 
repensar o cuidado psiquiátrico no contexto brasileiro. Com a reforma psiquiátrica, 
procura-se desconcentrar o olhar sobre a doença, para dar ênfase ao sujeito, suas 
expectativas, seus projetos de vida, suas relações sociais e sua comunidade. Nesse 
sentido, nasce um movimento que visa à desconstrução de saberes e práticas cristalizadas 
no manicômio, e a construção de uma nova forma de cuidado em saúde (PINHO, 
HERNÁNDEZ & KANTORSKI; 2015). 
Assim observa-se que, ao longo dos séculos, o modo de tratar as pessoas com 
doença mental é determinado pelas crenças e conhecimentos dominantes nas sociedades, 
em relação à natureza da doença mental. 
A demanda de cuidado em saúde mental não se restringe apenas a minimizar 
riscos de internação ou controlar sintomas. Atualmente, o cuidado envolve também 
questões pessoais, sociais, emocionais e financeiras, relacionadas à convivência com o 
adoecimento mental. Tal cuidado é cotidiano e envolve uma demanda de atenção nem 
sempre prontamente assistida devido a inúmeras dificuldades vivenciadas tanto pelos 
pacientes e seus familiares, quanto pelos profissionais e a sociedade em geral, tais como: 
escassez de recursos, inadequação da assistência profissional, estigmatização, violação 
de direitos dos doentes, dificuldade de acesso a programas profissionalizantes 
(CARDOSO, 2018). 
Sendo portando, o cuidado em saúde mental decorrente de uma intrínseca relação 
entre os serviços de saúde, seus profissionais, o paciente e sua família, considerando as 
particularidades de cada contexto cultural, social e econômico (GUERRA, 2014). 
Esse estudo relata o caso clínico de um paciente diagnosticado com CID 10 F71 - 
Retardo mental moderado; CID 10 F29 - Psicose Não-orgânica Não Especificada; CID 
10 F32 - Episódios depressivos onde é acompanhado pela equipe do Centro de Atenção 
Psicossocial (CAPS) do município de Grajaú - MA. 
 
 
5 
 
2. CID 10 F71 - RETARDO MENTAL MODERADO. 
O retardo mental (RM) é um dos transtornos neuropsiquiátricos mais comuns em 
crianças e adolescentes. A taxa de prevalência tradicionalmente citada é de 1% da 
população jovem, porém alguns autores mencionam taxas de 2 a 3%, e há estimativas de 
até 10%. Há um consenso geral de que o RM é mais comum no sexo masculino, um 
achado atribuído às numerosas mutações dos genes encontrados no cromossomo X 
(LOSAPIO, 2011). 
 Manifestações Clínicas 
Pessoas afetadas com Retardo mental Moderado apresentam uma maior lentidão 
para aprender a falar ou sentar, mas se receberem o tratamento e apoio adequados, 
conseguem viver com alguma independência. No entanto, a intensidade e o tipo de apoio 
devem ser estabelecidos de forma individual, porque algumas vezes pode ser preciso 
apenas uma pequena ajuda, para que consiga estar integrado e ser independente nas suas 
atividades diárias básicas, como conseguir se comunicar, por exemplo (VALENÇA, 
2011). 
 Etiologia 
Uma avaliação clínica criteriosa atualmente é capaz de identificar a etiologia do 
RM em até 50 a 70% dos casos1,12, um percentual bem maior do que aquele relatado em 
séries de casos mais antigas. Por exemplo, em 715 casos investigados no período 1985-
19872, encontrou-se uma causa para o RM em apenas 22% das crianças; em ordem 
decrescente de frequência, as causas mais prevalentes foram asfixia perinatal, síndrome 
de Down, infecção do SNC neonatal ou pós-neonatal e síndrome do álcool fetal 
(VASCONCELOS, 2014). 
A etiologia do RM permanece desconhecida em 30 a 50% dos casos. Utilizam-se 
diferentes classificações com a finalidade de facilitar a investigação clínica do RM. Pode-
se classificá-lo quanto à época do evento causal em pré-natal, perinatal ou pós-neonatal2. 
Classicamente, correlaciona-se a intensidade do RM com o escore do QI. Assim, as 
crianças com QI de 50-55 a 70 têm RM leve; as com QI de 35-40 a 50-55, RM moderado; 
aquelas com QI de 20-25 a 35-40, RM grave; e as com QI inferior a 20-25, RM profundo 
(IBDEM). 
 Diagnóstico 
O diagnóstico de RM é definido com base em três critérios: início do quadro 
clínico antes de 18 anos de idade; função intelectual significativamente abaixo da média, 
demonstrada por um quociente de inteligência (QI) igual ou menor que 70; e deficiência 
6nas habilidades adaptativas em pelo menos duas das seguintes áreas: comunicação, 
autocuidados, habilidades sociais/interpessoais, auto-orientação, rendimento escolar, 
trabalho, lazer, saúde e segurança. O QI normal é considerado acima de 85, e os 
indivíduos com um escore de 71 a 84 são descritos como tendo função intelectual 
limítrofe. Os testes do QI são mais válidos e confiáveis em crianças maiores de 5 anos9, 
e por isso muitos autores preferem termos alternativos ao RM, tais como atraso do 
desenvolvimento, dificuldade do aprendizado, transtorno do desenvolvimento ou 
deficiência do desenvolvimento (LOSAPIO, 2011). 
 Tratamento 
O principal tratamento consiste em medidas socioeducativas. A farmacoterapia 
pode ser necessária para reduzir sintomas e comportamentos específicos em pacientes 
com transtornos mais graves, para os quais as abordagens psicoeducativas habituais são 
ineficientes (LOSAPIO, 2011). 
 
3. CID 10 F29 - PSICOSE NÃO-ORGÂNICA NÃO ESPECIFICADA 
Psicose conceitua-se como um estado mental patológico descrito pela perda de 
contato com o indivíduo e a realidade, que passa a mostrar comportamentos anti-sociais. 
Relacionado a isso, os transtornos psicóticos não-orgânicos não especificados, também 
conhecido como F29, são transtornos alucinatórios ou delirantes, assim como 
modificações de pensamento, passando a ser mais desorganizado e, de personalidade, que 
não se incluem dentro da psicose funcional e psicose orgânica e, também não alegam os 
diagnósticos da esquizofrenia, mesmo com sintomas e características semelhantes. 
Identifica-se que esses tipos de transtornos pouco são encontrados em bases literárias que 
categorizem as características fidedignas da doença (Silva et al., 2018). 
 Manifestações Clínicas 
As pessoas com transtornos psicóticos apresentam perda da noção da realidade e, 
embora, não seja o tempo todo, há mudança significativa em relação ao normal, fazendo 
com que o sujeito apresente manifestações diferentes do habitual e sua capacidade em dar 
conta das demandas da vida cotidiana fica prejudicada. (LOUZÃ NETO, 1995) Segundo 
esse autor as psicoses são caracterizadas por alterações em várias funções psíquicas, 
incluindo o pensamento, a afetividade, o humor, a memória, a atenção, a senso-percepção, 
a inteligência, o juízo crítico, a vontade, a capacidade de prospecção (planejamento de 
coisas futuras), e a orientação em relação a si mesmo, ao tempo e ao espaço. 
 
7 
 
 Diagnóstico 
O diagnóstico dos transtornos mentais apresenta diversos fatores, entre eles os 
aspectos biológicos, ambientais e psicológicos. O diagnóstico estabelecido durante a 
primeira ocorrência da psicose tem importantes consequências tanto no tratamento quanto 
na prognose, e a partir disso é que são levantadas deliberação para a terapêutica 
(ARAUJO, GODOY & BOTTI, 2017). 
Faz-se importante saber que, o diagnóstico e a intervenção inicial fornecem 
possibilidades para a implantação de medidas de prevenção de eventuais perdas e 
complicações relacionada à patologia, auxiliando na promoção da recuperação e redução 
da morbidade posterior. Programas específicos para terapêutica do episódio inicial 
psicótico estabelecem como suposições básicas a identificação precoce, a prevenção de 
recaídas e o tratamento intensivo. Estas ações possibilitam a diminuição do tempo da 
psicose não tratada e possibilitam a inclusão do tratamento intensivo do paciente e de seus 
familiares (ARAUJO, et al., 2017). 
 Tratamento 
O tratamento para psicose envolve o uso de uma combinação de: 
Medicação antipsicótica – que pode ajudar a aliviar os sintomas da psicose; 
Acompanhamento psicológico – a terapia cognitivo comportamental provou ter 
sucesso no tratamento clínico de pessoas com psicose; Terapia familiar – um 
formato de terapia que pode envolver parceiros, familiares e amigos íntimos. 
Alguns estudos indicam que ela é capaz de reduzir a necessidade de tratamento 
hospitalar em pessoas com psicose. Apoio psicossocial – apoio a necessidades 
sociais, como educação, emprego ou acomodação (DE LIMA MARTINS, 2021). 
Depois de um episódio psicótico, a maioria das pessoas que melhora com 
a medicação precisa continuar administrando a medicação por pelo menos um 
ano. Cerca de 50% das pessoas precisam tomar medicação a longo prazo para 
evitar que os sintomas se repitam. Se os episódios psicóticos de uma pessoa 
são graves, eles podem precisar ser internados em um hospital psiquiátrico para 
tratamento (IBDEM). 
 
4. CID 10 F32 - EPISÓDIOS DEPRESSIVOS 
Os episódios depressivos se caracterizam, principalmente, por uma perda 
generalizada de interesse e prazer, além de humor triste. Podem ser leves, moderados ou 
graves, a depender da intensidade dos sintomas e de quão debilitante o transtorno se 
https://www.vittude.com/blog/terapia-cognitivo-comportamental/
https://www.vittude.com/blog/5-razoes-para-fazer-terapia-familiar/
8 
 
mostra. Quando graves, podem ser ou não acompanhados de sintomas psicóticos, como 
estupor, alucinações e/ou delírios. Episódios moderados ou graves frequentemente 
tornam-se árduas barreiras, ou até mesmo impeditivos, à realização das atividades 
cotidianas e de trabalho (CAMARGO, 2016). 
 Manifestações clínicas 
Os principais sintomas dos episódios depressivos são a perda de interesse e o 
humor triste, que podem vir acompanhados de: fadiga / perda de energia; redução da 
concentração, capacidade de pensar e/ou tomar decisões; mudanças significativas na 
alimentação e sono; ansiedade; lentificação ou agitação dos movimentos; pensamentos 
recorrentes de morte e/ou ideações suicidas (XAVIER, 2011). 
O processo de adoecimento mental é sempre complexo e diversos fatores podem 
estar envolvidos na ocorrência desses episódios, como, por exemplo, conflitos e 
adoecimentos na família, decepções amorosas, lutos extensos e sofrimentos relacionados 
ao trabalho. Frequentemente, porém, o trabalho é esquecido como elemento que pode ter 
papel de destaque no surgimento de uma depressão (MORENO, 2015). 
 Etiologia 
A causa exata dos transtornos depressivos é desconhecida, mas fatores genéticos 
e ambientais contribuem. 
A hereditariedade explica cerca de metade da etiologia (menos na depressão de 
início tardio). Dessa forma, a depressão é mais comum entre parentes de 1º grau de 
pacientes deprimidos, e a concordância entre gêmeos idênticos é alta. Além disso, os 
fatores genéticos provavelmente influenciam o desenvolvimento de respostas depressivas 
a eventos adversos (GHASEMI, 2017). 
Outras teorias se concentram nas alterações dos níveis dos neurotransmissores, 
como desregulação dos neurotransmissores colinérgicos, catecolaminérgicos 
(noradrenérgicos e dopaminérgicos) glutamatérgicos e serotoninérgicos (5-
hidroxitriptamina). A desregulação neuroendócrina pode ser um fator, com ênfase 
particular em 3 eixos: hipotálamo-hipófise-adrenal, hipotálamo-hipófise-tireoide e 
hormônio do crescimento (IBDEM). 
Fatores psicossociais também parecem estar envolvidos. Estressores vitais 
importantes, em especial separações e perdas, comumente precedem episódios de 
depressão maior; entretanto, tais eventos não causam, em geral, depressão grave e 
duradoura, exceto em pessoas predispostas a um transtorno do humor (MACELLARO, 
2018). 
9 
 
 Diagnóstico 
Para o diagnóstico do transtorno depressivo persistente, os pacientes devem ter 
tido humor deprimido na maior parte do dia por um número maior de dias do que os dias 
sem sintomas durante ≥ 2 anos, e ≥ 2 dos seguintes: 
o Baixo apetite ou comer em excesso 
o Insônia ou hipersonia 
o Baixa energia ou fadiga 
o Baixa autoestima 
o Falta de concentração ou dificuldade em tomar decisões 
o Sentimentos de desespero 
 
 Tratamento 
O tratamento de um episódio depressivo depende da gravidade da depressão e das 
circunstâncias da pessoa afetada. Opções comuns para o tratamento consistem em 
aconselhamento, medicamentos antidepressivose psicoterapia. O uso de psicofármacos 
faz parte de um contexto de tratamento mais abrangente. O ideal, como rotina de um 
serviço de saúde, seria contar com várias abordagens que funcionassem 
concomitantemente à prescrição do remédio (OMS, 2010). 
Os psicoanalépticos do tipo estimulante do humor podem ser utilizados nos episódios 
depressivos moderados e graves. Porém, em sintomas depressivos avulsos, em depressões 
subliminares ou leves tais fármacos não demonstraram ter um efeito maior do que os 
placebos. Portanto, nos episódios depressivos leves não se deve utilizar medicamentos 
Geralmente tais condições evoluem bem, por si mesmas ou por intervenções da equipe 
de saúde que propiciem catarse e apoio, aconselhamento, redimensionamento das 
relações interpessoais em família e em outro grupo de convívio (NHS, 2010). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
5. DESCRIÇÃO DO CASO 
 
5.1 Anamnese 
 Identificação do Paciente 
 
Nome: R.S.L 
Sexo: Masculino. 
Cor: Preto. 
Idade: 27 anos. 
Data de nascimento: 05/02/1994 
Lugar do nascimento (naturalidade): Grajaú – MA. 
Nacionalidade: Brasileiro. 
Estado civil: Solteiro. 
Profissão: Sem profissão específica. 
Religião: Católico 
Endereço da residência: Rua Isaac Gomes, nº 328 Bairro: Rodoviário. 
Data da internação (caso seja internado): Não internado. 
Data da entrevista: 20/10/2021 
 
5.2 Motivo da consulta ou Motivo da internação 
R.S.L, sexo masculino, 27 anos, solteiro, natural de Grajaú – MA, sem profissão 
especifica, ensino médio completo. Adentrou ao Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), 
no dia 24 de Outubro de 2012, acompanhado por sua mãe, onde relatava que o mesmo 
aos 17 anos teve seus primeiros episódios de alucinações. O paciente relatava que estava 
confuso, conta que fala com Deus e que o escuta falar. O paciente apesentava 
comportamento estranho, distante e vago. 
Aos 18 anos diante dos seus episódios houve a realização de uma consulta 
psiquiátrica com o Dr. Tarso Maziviero, e com isso foi obtido o diagnóstico de CID 10 – 
F71 (Transtorno mental moderado), CID 10 F29 (Psicose não orgânica, não específica) e 
CID 10 F32 (Episodio depressivo leve). Neste momento foi receitado uso de medicações 
psicotrópicas: Neozine 25mg, Carbomazepina 200mg, Riss 3mg e Rivotril 2mg. 
 
 
 
11 
 
5.3 Queixa Principal 
Conforme informações descritas pela mãe do paciente, o mesmo apresentou 
episódios de Alucinações, onde dizia que uma voz lhe mandava sair para a rua sem 
destino. 
 
5.4 História Pessoal 
R.S.L relata ter sido coroinha na igreja durante a infância e só interrompeu isso 
por conta da idade, expõe também ir à igreja assistir à missa todos os dias a noite com um 
amigo. O mesmo afirma que frequentou regularmente o ambiente escolar, e no momento 
já conseguiu concluir o Ensino Médio Regular. 
Declara ainda que no início “era confuso e ouvia umas vozes”, e quando não fazia 
uso dos medicamentos ficava estranho. O mesmo hoje mora com sua mãe e afirma que 
gosta de participar das atividades do CAPS pois distrai e que tem uma namorada há 1 ano 
e 11 meses e pretende casar em pouco tempo e ter filhos. 
 
5.5 História Familiar 
R.S.L têm 6 irmãos, 4 (quatro) homens e 2 (duas) mulheres. Seus pais são vivos, 
atualmente são separados e residem em ambientes diferentes, possuem renda estável. 
R.S.L possuem um ambiente familiar regular, mora atualmente com a mãe, porém 
frequenta regularmente a casa do pai, tem um bom relacionamento com ambos. Há muito 
tempo já chegou a trabalhar, porém atualmente não possui emprego, apenas concluiu o 
ensino médio. A renda do mesmo provem de um benefício de aposentadoria social de 1 
(um) salário mínimo no qual é administrado pela sua mãe. O mesmo relata não fazer uso 
de drogas, álcool ou outras substâncias. 
 
5.6 EXAME PSÍQUICO 
5.6.1 Súmula Psicopatológica 
 Apresentação 
Paciente encontra-se vestido adequadamente e com boas condições de higiene 
pessoal, cabelos penteados. Apresenta-se em bom estado nutricional e autocuidado 
preservados. 
 Fala 
Sem alterações / preservada. 
12 
 
 Pensamento 
Pensamento lógico / sem alterações de forma. 
 Forma 
Apresenta e expõe informações em sentido regular, mantém coerência na 
formação de ideias e dos seus pensamentos. 
 Conteúdo 
Preservada / sem alterações. 
 Consciência do eu 
Autopsíquico, identidade preservada. 
 Consciência 
Consciente e orientada quanto ao tempo e espaço. 
 Atenção 
Normovigil (atenção normal). 
 Memória 
Memória preservada. 
 Inteligência 
Inteligência mantida (capacidade de compreender, resolver problemas, se 
adaptar). 
 Sensopercepção 
Sem alterações ou não apresenta experiências ilusórias ou alucinatórias visíveis. 
 Humor 
Normotímico (normal). 
 Afetividade 
Nexos afetivos mantidos. 
 Vontade e Pragmatismo 
Apresenta-se regular, estável e ativo. O mesmo relata gostar de participar das 
oficinas, principalmente a de gesso e jogos. 
 Psicomotricidade 
Apresenta-se com estrutura corpórea normal, demonstra-se calmo. 
 Consciência do estado mórbido 
Consciente e orientado em relação ao seu quadro diagnóstico atual. Sabe a 
necessidade de realizar o tratamento adequado e relata que as terapias pode auxiliam seus 
conflitos internos e externos; 
13 
 
 Planos para o futuro 
Paciente relata que pretende se casar em breve com sua namorada e expõe o desejo 
ter 4 (quatro) filhos, assim também como construir sua casa. 
 
5.7 Exame Físico 
Paciente em bom estado geral e nutricional, idade aparente compatível com 
atípica, normolíneo, ativo, lúcido e orientado no tempo e de consciência, comunicativo e 
bem humorado. 
Mucosas normocrômicas e hidratadas; Pele e Fâneros: ausência de alterações de 
coloração, turgor preservados. Coordenação motoras preservadas. Expansibilidade 
torácica preservada bilateralmente e uniformemente palpável de acordo com as 
possibilidades. Abertura palpebral e da cavidade bucal normal. Mucosa lingual, gengival 
e nasal preservada. Cabelos bem distribuídos, sem alterações relativa ausência de áreas 
de alopecia. Pelos sem alteração de quantidade. Movimentos oculares, movimentos dos 
membros superiores e inferiores preservados. Tônus preservado sem alterações avaliadas 
com manobras de extensão, flexão e rolamento. 
 
5.8 Diagnóstico Sindrômico 
CID 10 F71 - Retardo mental moderado. 
CID 10 F29 - Psicose Não-orgânica Não Especificada. 
CID 10 F32 - Episódios depressivos. 
 
5.8.1 Diagnóstico Nosológico 
CID 10 F71 - Retardo mental moderado: Indivíduos com lento desenvolvimento 
d compreensão e uso da linguagem e suas eventuais realizações nessa área são limitadas. 
CID 10 F29 - Psicose Não-orgânica Não Especificada: São transtornos 
alucinatórios ou delirantes, assim como modificações de pensamento, passando a ser mais 
desorganizado e de personalidade 
CID 10 F32 - Episódios depressivos: Normalmente sofre de humor deprimido, 
perda de interesse e prazer e energia reduzida levando há uma fatigabilidade aumentada 
e atividade diminuída. 
 
 
14 
 
5.8.2 Psicofarmacologia 
 Neozine 25mg (Maleato de levomepromazina) – Uso Oral. 
Apresentação: 1 caixa, 20 comprimidos. 
Indicação: é um medicamento cuja ação esperada é a sedação e melhora de quadros 
mentais, como por exemplo, a ansiedade em pacientes psicóticos e na terapia adjuvante 
para o alívio do delírio, agitação, inquietação, confusão, associados com a dor em 
pacientes terminais. 
 Carbamazepina 200mg – Uso oral. 
Apresentação: 1 caixa, 30 comprimidos. 
Indicação: É um anticonvulsivante, antipsicótico e antiepilético. 
 Riss 3mg (Risperidona) – Uso Oral. 
Apresentação: 1 caixa, 30 comprimidos. 
Indicação: é um medicamento usado para tratar as assim chamadas psicoses, Confusão, 
alucinações, distúrbios da percepção (por exemplo, ouvir vozes de alguém que não está 
presente), desconfiança incomum, isolamento da sociedade, ser excessivamente 
introvertido etc. 
 Rivotril 2mg– Uso oral. 
Apresentação: 1 caixa, 30 comprimidos. 
Indicação: Transtornos de ansiedade; Distúrbio do pânico com ou sem medo de espaços 
abertos; Fobia social (medo de situações como falar em público). Transtornos do humor; 
Transtorno afetivo bipolar (fases de depressão e mania): tratamento da mania; Depressão 
maior: associado a antidepressivos na depressão ansiosa e início do tratamento. 
Síndromes psicóticas. 
 Haldol (Haloperidol) 1 ml, injetável; 
Indicações: Alívio de transtornos do pensamento, de afeto e do comportamento como: - 
acreditar em ideias que não correspondem à realidade (delírios); ouvir ou ver ou sentir 
coisa que não está presente (alucinações); confusão. 
 
5.9 Projeto Terapêutico Individualizado 
O enfermeiro deve desenvolver um vínculo de confiança, aceitar o paciente, 
estimular que o mesmo expresse seus sentimentos, utilizar técnicas de comunicação 
terapêutica, oferecer apoio, saber ouvir, estabelecer limites e incentivar o autocuidado. 
As ações de enfermagem a serem realizadas de acordo com as manifestações de 
comportamento de cada paciente são: 
15 
 
 
Intervenções de Enfermagem – Retardo Mental Moderado 
 Estimular a participação em grupos e oficinas terapêuticas. 
 Estimular que o paciente cuide de sua higiene, aparência. 
 Realizar avaliações biopsicossociais da saúde; 
 Controlar e coordenar os sistemas de cuidados; 
 
Intervenções de Enfermagem - Psicose não-orgânica não especificada 
 Oferecer apoio. 
 Proteger o paciente e aos demais quando este apresentar agressividade. 
 Evitar situações de conflito que gerem ansiedade no paciente. 
 Evitar fuga, suicídio e automutilação. 
 Estimular que o paciente cuide de sua higiene, aparência. 
 Observar funções fisiológicas e condições físicas. 
 Verificar alimentação e hidratação. 
 Observar sono. 
 Orientar sobre a internação e tratamento. 
 Estabelecer limites, socializá-lo gradativamente. 
 Ajudar o paciente a se comunicar. 
 Analisar planos para o futuro. 
 Anotar os cuidados prestados e lidar seus próprios sentimentos. 
 
Intervenções de Enfermagem – Episódios Depressivos 
 Elogiar o progresso da paciente na direção de metas. 
 Monitorar a frequência de verbalizações autonegativas. 
 Encorajar a participação em interações com familiares, amigos e outros. 
 Estimular a participação em grupos de apoio. 
 Encorajar atividades sociais e comunitárias. 
 
 
 
 
16 
 
6. CONCLUSÃO 
Com base no exposto, foi possível observar que a assistência de enfermagem 
dentro do processo patológico do paciente é de suma importância, principalmente no 
quesito de estímulo a sua melhora gradativa. A identificação e o tratamento precoce dos 
sintomas podem proporcionar melhor qualidade de vida e integralidade no tratamento 
destes pacientes. 
Por fim, cabe ao enfermeiro, promover transformações no seu modelo assistencial, 
utilizando-se da visita domiciliar e da criação de vínculo no âmbito familiar do doente 
mental como ferramentas significativas para uma assistência de qualidade, visando a 
reabilitação do paciente, sua socialização e melhora da autoestima, na perspectiva da 
promoção da saúde. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
7. REFERÊNCIAS 
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