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Acad. Pedro Paulo Brito 19.1 Insuficiência Cardíaca Introdução Definição · Condição em que o coração não consegue bombear sangue de acordo com a demanda tecidual · Aumento da pressão de enchimento (P. diastólica final) para compensar a insuficiência · Isso gera sintomas como síndrome congestiva pulmonar (aumento da pressão de enchimento do VE), exaustão e síncope (baixo débito) · Perda de massa cardíaca, com hipertrofia ou dilatação (descompensação) OBS: A ICC (insuficiência cardíaca congestiva) é uma consequência da IC. Uma vez que o coração não bombeia corretamente, gera uma congestão venosa, que aumenta a pressão venocapilar, provocando extravasamento de líquido Fatores de risco · Hipertensão arterial e diabetes · DAC · Etilismo · Infecções virais · Disfunções valvares · Doença de chagas Fisiopatologia IC esquerda · Disfunção cardíaca esquerda (insuficiência ventricular esquerda) · Congestão pulmonar: dispneia, ortopneia, dispneia paroxística noturna · IAM, cardiopatia hipertensiva, doença valvar (estenosa mitral) IC direita · Disfunção cardíaca direita (insuficiência ventricular direita) · Congestão sistêmica: estase de jugular, hepatomegalia, ascite, edema de MMII) · Cor pulmonale (relacionada à DPOC, obesidade, TEP ou hipertensão pulmonar), IAM, miocardiopatia IC biventricular · Disfunção nos 2 ventrículos · Congestão pulmonar e sistêmica · Geralmente acontece um IVE, que repercute no pulmão, que provoca IVD IC sistólica · Perda da capacidade contrátil do miocárdio · Redução na fração de ejeção, dilatação ventricular · Baixo débito cardíaco, aumento do volume de enchimento e da pressão de enchimento (gera congestão pulmonar) IC diastólica · Contração normal, mas existe restrição do enchimento · Aumento da pressão de enchimento (pela redução da complacência) IC de baixo débito · Disfunção sistólica do VE reduz o débito cardíaco, gerando hipoperfusão tecidual IC de alto débito · Condições que exigem um maior trabalho cardíaco para atender a demanda metabólica. · O DC está alto, mas abaixo do desejado · Não é o foco de hoje Mecanismos compensatórios · Lei de frank-starling · Maior o volume diastólico final, maior o débito sistólico e a fração de ejeção · Se tem mais sangue no coração, mais as células se contraem, mais se ejeta sangue · Retenção de sódio e água pelos rins · SRAA (ativado pela hipoperfusão renal) · Estimulação de barorreceptores pela redução do débito e aumento da contração · Hipertrofia ventricular é um mecanismo compensatório inicial, que a longo prazo piora a função diastólica, se torna fator de risco para eventos cardiovasculares Manifestações clínicas · Geralmente permanece assintomático por vários anos (mecanismos adaptativos) · Os sintomas são consequências do baixo débito, e da síndrome congestiva (pensar, que é o que vem depois do problema e antes do problema, respectivamente) Sinais e sintomas · Síndrome congestiva pulmonar · Aumento de líquido intersticial e intra-alveolar · Dispneia aos esforços: aumento do trabalho respiratório durante esforço, (já que a pressão de enchimento aumenta durante esforço) · Ortopneia: redistribuição de líquido para circulação central · Às vezes utiliza mais de um travesseiro para dormir · dispneia paroxística noturna: acorda na madrugada em franca dispneia · Tosse seca: congestão da mucosa brônquica, geralmente noturna · Edema agudo de pulmão · Taquidispneia e ortopneia · Insuficiência respiratória, com cianose central (hipoxemia grave) · Expectoração de líquido rosa espumado, advindo do edema alveolar · Estertores pulmonar, audível acima da metade inferior dos hemitórax. · Síndrome congestiva sistêmica · Hipertensão arterial pulmonar: devido ao aumento da disfunção do VE, levando o VD também à falência · Edema de MMII · Ascite · Derrame pleural · Hepatomegalia congestiva · Turgência jugular · Choque cardiogênico: hipoperfusão generalizada, hipotensão, não responde à volemia Exame físico · Pulso arterial · Baixa amplitude (baixo débito) · Pulso venoso de turgência jugular · A estase de jugular é um sinal precoce de IVD · Pulso venoso: aumento de onda A (alta pressão de enchimento do VD) · Reflexo hepatojugular: pressão no QSD, aumento do pulso jugular. · Precórdio · Ictus de VE difuso (mais de 2 polpas digitais), fraco, deslocado (lateral à linha hemiclavicular, inferior ao 5º EIC) · Ausculta cardíaca · B1 hipofonético (hipocontratilidade do VE) · B2 hiperfonético (hipertensão arterial pulmonar) · B3 pode estar presente · Desaceleração do fluxo de sangue no final da fase de enchimento rápido da diástole. · B4 pode acontecer · Sopro sistólico pode ser audível em foco mitral, por uma insuficiência mitral devido à dilatação do VE (o sopro sistólico ocorre entre B1 e B2, devido à alteração do fluxo cardíaco) · Sopro sistólico em foco tricúspide pela insuficiência tricúspide devido à dilatação do VD, aumenta na inspiração profunda (Rivero-carvalho) · Aparelho respiratório · Estertor pulmonar em terço inferior, pela congestão e edema pulmonar · Anasarca · Fase avançada da ICC · Edema generalizado · Hepatopatia congestiva · Dolorosa (distenção da cápsula de glyson) · Cheynes-stokes · Períodos de apneia, alternando com taquipneia · Geralmente durante o sono Etiologias Causas sistólicas · Cardiopatia dilatada · HAS, doença isquêmica, cardiomiopatia chagásica · Valvopatia · Estenose aórtica · Insuficiência aórtica · Insuficiência mitral Causas diastólicas · HAS, fibrose, miocardiopatia hipertrófica · Envelhecimento é uma causa de IC diastólica Confirmação do diagnóstico · Boa anamnese e exame físico · Critérios de Framingham para diagnóstico de IC · Radiografia de tórax, ECG · Métodos que afastam e aproximam diagnóstico: BNP, eco-doppler, cintilografia, cateterismo Radiografia de tórax · Cardiomegalia (índice cardiotorácico >50%) · Mergulho do coração no diafragma · Aspecto de bota · Sinais de congestão pulmonar · Inversão da trama vascular (edema intersticial nos lobos inferiores dificulta a troca) · Linhas B de kerley: ingurgitamento linfático, edema pulmonar · Infiltrado intersticial e alveolar, geralmente peri-hilar (asa de borboleta) · Derrame pleural, com apagamento do recesso costofrênico Eletrocardiograma · Ecg normal pode excluir disfunção sistólica, tornando o diagnóstico improvável · É bom para avaliar comorbidades (doenças subjacentes, como coronariopatia, HAS, cardiopatias) Ecocardiograma-doppler · Confirmação diagnóstica, avaliação etiológica, perfil hemodinâmico e prognóstico · Divide em sistólica e diastólica (Fração de ejeção < 50%, indica sistólica) BNP · Feito na incapacidade do ECO · Produzido pelo estiramento do miocárdio · Ligado ao aumento das pressões PET e SPECT · SPECT: Avalia perfusão miocárdica e função ventricular · PET: Avalia viabilidade miocárdica, técnica de referência Ressonância magnética · Excelente acurácia e reprodutibilidade na quantificação de massa, volume e função do VE e VD, e a viabilidade miocárdica (realce tardio) Prognóstico · Existem diversos determinantes: NYHA, classificação evolutiva, fração de ejeção, disfunção diastólica, complicações · Vamo falar da NYHA, da evolutiva e complicações Classe funcional NYHA · avalia o grau de comprometimento das atividades diárias Classificação evolutiva · a evolutiva analisa estágios clínicos Complicações · TEP: trombo em veias femorais pela estase venosa · Arritmias Tratamento · dieta · repouso para pacientes descompensados, classe III ou IV · clínica de reabilitação · drogas que aumentam a sobrevida da IC sistólica: drogas como inibidores de ECA, betabloqueadores · aliviadores de sintomas: diuréticos, digitálicos (inotrópico positivo – contração, ação colinérgica – redução da frequencia cardíaca e ação arritmogênica – pode prover extrassístoles) Referências: · Aula (AVA) · Resumo PP semio resp (4º semestre) · Clínica médica dos sinais e sintomas · Material MSD ava · Medcurso pneumo I e II Clínica I: tutoria
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