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Apostila de Patologia Especial Veterinária - Versão Demonstrativa | Entre em contato no Instagram @vettati 1 Apostila de Patologia Especial Veterinária - Versão Demonstrativa | Entre em contato no Instagram @vettati 2 Introdução a Necropsia ............................................................................................... 4 Alterações Cadavéricas ...............................................................................................5 Sistema Cardiovascular .............................................................................................. 9 Sistema Respiratório ................................................................................................. 20 Sistema Digestório ..................................................................................................... 35 Sistema Urinário ......................................................................................................... 61 Sistema Nervoso ........................................................................................................ 70 Sistema Endócrino ...................................................................................................... 79 Sistema Genital Feminino .......................................................................................... 86 Sistema Genital Masculino ................................................................................................... 97 Sistema Hematocitopoiético .................................................................................... 104 Sistema Tegumentar ............................................................................................................ 110 Apostila de Patologia Especial Veterinária - Versão Demonstrativa | Entre em contato no Instagram @vettati 3 • Necrópsia: é uma técnica que visa identificar qual foi a causa da morte do animal. É o termo utilizado na Medicina Veterinária por ser feita através de carcaças de diferentes espécies. o Antes da necrópsia: analisar o histórico clínico do animal e o do rebanho; o Após a necrópsia: são feitos os exames complementares chamados tanatológicos: ▪ Histopatológico: feito com fragmentos teciduais; ▪ Microbiológica: serve para identificar o agente etiológico – maior relevância em rebanhos; ▪ Toxicológico: análise de conteúdos intestinais, estomacais, do fígado e renal. • Autópsia: visão de si mesmo, quando é feita em mortes humanas consideradas suspeitas. • Na Medicina Veterinária, não há impedimentos sociais e religiosos e os donos do animal podem solicitar. POR QUE REALIZAR A NECRÓPSIA ? • Instrumento de autoavaliação; • Elevar o conceito do profissional; • Medicina Veterinária Legal: situações de maus tratos, envenenamentos; • Permite adotar condutas profiláticas. PRINCÍPIOS DA NECRÓPSIA • Realizar o mais rápido possível após a morte para que não haja alterações cadavéricas que podem mascarar e confundir o diagnóstico; o Refrigerar retarda o aparecimento dessas alterações! • Deve ser realizada com equipamentos de proteção: jaleco ou macacão, luvas e botas - para evitar contaminação por possíveis agentes zoonóticos; • Deve ser realizada em local adequado: não realizar em salas cirúrgicas e o local precisa ser bem iluminado. Apostila de Patologia Especial Veterinária - Versão Demonstrativa | Entre em contato no Instagram @vettati 4 • São as alterações post-mortem. • Não dependem do quadro clínico do animal. • Autólise: é o processo de autodigestão dos tecidos após a morte e sua ocorrência pode mascarar as alterações. • As alterações imediatas e naturais não são importantes para o diagnóstico, dentre essas temos: o Insensibilidade; o Parada cardíaca e respiratória; o Imobilidade; o Perda do tônus muscular. • Fatores que interferem: o Temperatura: quanto maior, maior é a velocidade de ocorrência; o Tamanho do animal: quanto maior, mais difícil de ocorrer o resfriamento e maior vai ser a velocidade de instalação; o Cobertura tegumentar: a presença de pelos, penas, lã e camada de gordura aceleram as alterações; o Estado nutricional: altos níveis de glicogênio mantém a temperatura por mais tempo e retarda a ocorrência de alterações; o Causa da morte: septicemias e convulsões aceleram. HIPOSTASE CADAVÉRICA | LIVOR MORTIS • Quando? Inicia-se em 3 horas pós morte e é mais intensa em 12 horas. • Presença de manchas azuladas/enegrecidas/azul-avermelhadas que aparecem nas regiões de decúbito do animal – estão mais próximas do solo. o Por ação da gravidade, após cessar os batimentos cardíacos, o sangue ainda fluido segue para as partes inferiores do corpo ou para aquelas que estão mais próximas ao solo. • É uma alteração bem importante e comumente vista na necrópsia. • As manchas desaparecem por compressão digital – testar para ver se realmente é post mortem. • Pode ocorrer em órgãos. o EX: rins mais escuros do que outros. • Diferente da hiperemia, não há edema pois não há alteração na pressão hidrostática. • Congestão hipostática: devido a doença, o animal pode ter ficado em posição de decúbito ou imobilizado e isso pode resultar em um quadro parecido e em pneumonia hipostática. Normalmente encontra-se o edema associado e o animal encontra-se vivo. Hipostase cadavérica em suíno PARADA CIRCULAÇÃO PARADA DO TÔNUS VASCULAR ACÚMULO DE SANGUE POR GRAVIDADE Fonte: Bases da Patologia em Veterinária – Zachary, James F.; McGavin, Donald M. Apostila de Patologia Especial Veterinária - Versão Demonstrativa | Entre em contato no Instagram @vettati 5 RIGIDEZ CADAVÉRICA | RIGOR MORTIS • Quando? Inicia-se de 2-4 horas pós morte e dura entre 12-24 horas, mas depende de alguns fatores: o Frio: acelera; o Estado nutricional: mais rápido em animais magros; o Se morre em movimento, é quase imediata. • Com a parada da circulação e da respiração, não há O2 disponível para as células e consequente ausência de produção de ATP que é necessário para o relaxamento muscular. Desse modo, os músculos ficam em posição de rigidez permanente. • Ordem de ocorrência: tende a iniciar nos músculos involuntários e seguir pros voluntários o Coração → músculos respiratórios → músculos mastigatórios → músculos perioculares → músculos do pescoço → músculos dos membros torácicos → músculos do tronco → músculos dos membros pélvicos. • Dividido em três fases: 1. Pré rigor: relaxamento muscular; 2. De rigor: contração muscular; 3. Pós-rigor: relaxamento muscular e das articulações. COAGULAÇÃO DO SANGUE • Quando? Inicia-se de 2-3 horas pós morte e dura entre 6-8 horas. • Os coágulos são sempre úmidos, brilhantes, homogêneos, elásticos e não aderem a paredes dos vasos e do coração (diferente dos trombos). Podem ser: o Cruórico: coloração vermelha mais escuro; o Lardáceo: coloração amarelada. Ocorre quando há menor concentração de hemácias ou anemia e são mais frequentes em equinos devido ao índice de sedimentação do sangue ser diferente. o Mistos • Não são esperados no ventrículo esquerdo, pois o rigor mortis teria expulso o sangue. A: coágulo lardáceo B: coágulo cruórico EMBEBIÇÃO | IMPREGNAÇÃO PELA HEMOGLOBINA • Quando? Inicia-se 8 horas pós morte. • Ocorre manchas superficiais mais avermelhadas no interior do endocárdio ou da parede de vasos devido a hemólise e consequente liberação de hemoglobina que cora as regiões adjacentes. Fonte: https://pt.slideshare.net/josiebonel/cardio- 1-3806947 HEMÓLISE DISSOLUÇÃO COÁGULO LIBERAÇÃO HEMOGLOBINA IMPREGNAÇÃO A B Fonte: Bases da Patologia em Veterinária – Zachary, James F.; McGavin, Donald M. Embebição por hemoglobina em suíno Apostila de Patologia Especial Veterinária - Versão Demonstrativa | Entre em contato no Instagram@vettati 6 EMBEBIÇÃO | IMPREGNAÇÃO PELA BILE • Quando? Inicia-se de 6-8 horas pós morte, • Com o rompimento da vesícula biliar, a bile começa a se difundir pela parede da mesma corando os tecidos adjacentes – fígado, intestino - numa coloração amarelo-esverdeada. PUTREFAÇÃO | HETERÓLISE | DECOMPOSIÇÃO • A ação de bactérias que produzem gases e enzimas proteolíticas que potencializam a autólise e, juntas, liquefazem os tecidos. • Pode ser dividida em fases: 1. Fase de coloração: após a impregnação por bile e hemoglobina. É a formação de manchas cinza- esverdeadas na parede abdominal. 2. Fase gasosa: liberação de gás sulfídrico (H2S) determinando odor característico em 24 horas; 3. Fase coliquativa: há desintegração dos tecidos moles em 7 dias; 4. Fase de esqueletização: resta somente o esqueleto após 3-4 semanas. • Esse excesso de gases pode levar a outras alterações como: o Enfisema post mortem: ▪ Crepitação no tecido subcutâneo, musculatura e órgãos parenquimatosos; ▪ Ocorre devido a presença de bolhas de gás em órgãos abdominais, sobretudo em fígado e baço. Enfisema hepático em cão o Timpanismo post mortem: inicia-se de 6-8 horas ▪ É a distensão abdominal causada por gases formados no trato gastrointestinal; ▪ Mais comum em ruminantes e em cadáveres com muito alimento no estômago e intestino; ▪ O ante-mortem cursa com alterações circulatórias. FERMENTAÇÃO E PUTREFAÇÃO DO CONTEÚDO GASTRO-INTESTINAL PRODUÇÃO DE GÁS DISTENSÃO DE VÍSCERAS ABDOMINAIS OCAS PROLIFERAÇÃO BACTERIANA DECOMPÕE OS TECIDOS FORMAÇÃO DE BOLHAS DE GÁS AUMENTO PRESSÃO INTRA-ABDOMINAL Fonte: Patologia Veterinária – Santos, Renato de Lima; Alessi, Antonio Carlos Fonte: Patologia Veterinária – Santos, Renato de Lima; Alessi, Antonio Carlos Impregnação por bile em fígado bovino Apostila de Patologia Especial Veterinária - Versão Demonstrativa | Entre em contato no Instagram @vettati 7 o Pseudoprolapso retal: ▪ É a exteriorização da ampola retal sem alterações circulatórias; ▪ Pode ser consequência do timpanismo post mortem devido ao aumento da pressão intra- abdominal. o Deslocamento de vísceras | torção | ruptura: ▪ Modificação da posição das vísceras que pode estar associada com torção ou mesmo ruptura; ▪ Diferenciar das alterações ante-mortem que cursam com alterações circulatórias. o Pseudomelanose: ▪ A presença de H2S em associação ao ferro forma sulfureto de ferro e leva ao aparecimento de manchas azuladas irregulares na pele da região abdominal e em órgãos próximos ao intestino. o Maceração da mucosa digestiva: ▪ Quando? Em 24 horas. ▪ É o desprendimento da mucosa do tubo digestivo, principalmente em pré-estômagos. EXERCÍCIOS – ALTERAÇÕES CADAVÉRICAS 1. Alterações cadavéricas são entendidas como conjunto de alterações ocorridas num indivíduo após sua morte e que não podem ser observadas enquanto este indivíduo estava vivo. Sabe-se que em um cadáver cada órgão apresenta diferentes aspectos morfológicos após a morte. No fígado, a pseudomelanose é descrita como sendo: a. Manchas leitosas na cápsula hepática; b. Acentuação do padrão lobular hepático. c. Faixas amareladas na superfície hepática. d. Áreas escuras na face visceral do fígado. 2. A alteração post mortem que está relacionada ao acúmulo de sangue nas partes do cadáver animal que ficaram voltadas para o solo, devido à ação da gravidade, é o/a: a. Pseudomelanose. b. Hipostase cadavérica. c. Algor mortis d. Embebição biliar e. Coliquação Fonte:https://pt.slideshare.net/josiebonel/patologia-geral-aula-04-2009- alteraes-cadavricas Fonte: Patologia Veterinária – Santos, Renato de Lima; Alessi, Antonio Carlos Gabarito: 1-d | 2-b
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