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Processos inflamatórios da mama

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1 Louyse Morais – Medicina – 108 
Processos inflamatórios da mama 
O processo inflamatório que acomete a glândula 
mamária pode ou não ser acompanhado de infecção. 
Dessa forma, nem toda mastite é infecciosa, podendo 
também ser autoimune, por exemplo. 
Doenças inflamatórias e infecciosas da mama 
Há uma maior incidência relacionada à pior 
assistência básica de saúde. O acometimento durante o 
período gravídico-puerperal ocasiona repercussões 
socioeconômicas e culturais, pois a amamentação é 
importante na construção do vínculo entre mãe e filho, 
assim como no próprio processo nutricional do recém-
nascido. Deve-se fazer o diagnóstico diferencial com 
neoplasias malignas. Qualquer infecção pode acometer a 
mama. 
Classificação 
• Quanto ao tempo de evolução: aguda ou crônica; 
• Quanto ao período de ocorrência: ciclo gravídico-
puerperal ou fora do ciclo gravídico-puerperal. 
Anatomia 
O mamilo fica na parte central da aréola, em seu 
ápice abrem-se 15 a 20 ductos, por meio dos orifícios. O 
epitélio que reveste a parte externa do mamilo é 
pavimentoso estratificado, enquanto que o que reveste o 
ducto é o epitélio colunar. Entre esses dois epitélios há 
uma zona de transição. 
 
 
Os ductos principais se bifurcam formando uma 
verdadeira rede. No período lactacional, na unidade 
funcional da mama, há secreção e armazenamento de 
leite. 
Mastites agudas 
• Mastite lactacional ou puerperal 
• Mastite e abscesso não-lactacional 
• Mastite neonatorum 
Esta última acomete o recém-nascido, que é 
extremamente rara, mas pode acontecer. 
Mastite lactacional ou puerperal 
• Incidência: 3-33% das lactantes; 
• Manifesta-se entre a segunda e terceira semana 
pós-parto (86%) ou no desmame; 
• Mais frequente em primíparas (61,5%); 
• Relacionada à inexperiência, fadiga, estresse, 
higiene inadequada, fissuras, mamilos planos e 
estase láctea; 
• Etiologia: Staphylococcus aureus (95%) 
o Formas mistas: E. Coli, Pseudomonas, 
Haemophilus Serratia, Streptococcus; 
• A forma epidêmica é rara. 
A frequência da mastite está relacionada a pior 
nível socioeconômico. Existem duas fases críticas com 
maior probabilidade de desenvolver: no pós-parto, por 
inexperiência e amamentação inadequada, e no desmame 
(desequilíbrio entre oferta e demanda). 
Um fator de risco é a inexperiência, por isso é mais 
comum em primíparas. Forma-se uma fissura, que é a 
porta de entrada para a infecção. 
Na grande maioria das vezes, o agente é o S. 
aureus, pois ele está presente na pele da mulher e na 
orofaringe do recém-nascido. As formas mistas são 
situações mais raras. A forma de tratar geralmente é um 
antibiótico mais direcionado (devido à grande prevalência 
do envolvimento da S. aureus). 
A forma epidêmica é rara, pois nos dias atuais se 
tem um controle melhor de cuidado nas maternidades. 
 
Nas imagens acima, observam-se diferentes tipos 
de mamilo. Um mamilo mais plano pode dificultar a pega 
do recém-nascido, o qual muitas vezes faz uma pega 
inadequada e faz uma fissura, a qual é uma porta de 
 
2 Louyse Morais – Medicina – 108 
entrada – terceira imagem. Mulheres com mamilos 
retraídos ou invertidos (quarta imagem) vão ter problema 
da pega – faz exercícios para tentar reverter. 
 
A mastite pode evoluir para abscesso, necrose e 
fístulas. Uma outra forma de entrada, além da formação 
de fissuras, seriam os orifícios ductais, pois algumas 
mulheres têm esses orifícios dilatados, o que pode 
predispor e facilitar a entrada das bactérias, nesse caso a 
disseminação é mais através dos ductos. A infecção por via 
extra mamária é uma situação mais rara, em paciente em 
situação de sepse. 
Quadro clínico 
• História de gravidez ou parto recente, com 
dificuldade de esvaziamento; 
• Mal-estar, febre, cefaleia, calafrios, taquicardia, 
inapetência; 
• Mama com sinais flogísticos localizados ou 
difusos; 
• Mama com edema de pele, retração mamilar; 
• Modificação da coloração da secreção mamilar; 
• Fase avançada: abscessos (11%), fístulas, 
ulcerações. 
Obs.: Nem sempre tem modificação da coloração 
do leite, mas às vezes pode ficar mais amarelo. 
 
A imagem anterior mostra uma mama com 
mastite puerperal. Observa-se uma mama edemaciada e 
com hiperemia, a pele fica mais brilhante. 
Diagnóstico 
• Clínico: anamnese e exame físico; 
• Hemograma: leucocitose; 
• Cultura e antibiograma: justificável nos casos de 
mastites epidêmicas; 
• Ultrassonografia: localização dos abscessos 
profundos; 
• Diagnóstico diferencial: carcinoma inflamatório, 
ingurgitamento. 
• Em situações especiais, faz mamografia. 
Não é necessário pedir USG de rotina, só faz esse 
pedido quando há suspeita de abscesso para saber melhor 
a localização e orientar drenagem. Normalmente não 
precisa de cultura, só pede se, ao entrar ATB de rotina, não 
houver resposta. 
 
Acima, observa-se uma mastite que evoluiu com 
abscesso – a mama está edemaciada com pele brilhante. 
A USG mostra nódulo anecoico com ecos internos, o que 
reflete um conteúdo espesso, purulento. 
Diagnóstico diferencial com ingurgitamento 
mamário e carcinoma inflamatório: ingurgitamento é a 
descida do leite, pois a produção do leite inicia após o 
parto. Em torno do terceiro ao quinto dia pós parto, a 
mama vai ficar ingurgitada em função da produção láctea. 
Como diferenciar de carcinoma inflamatório da mama? 
 
A imagem acima é um exemplo de carcinoma. 
Nesse caso, há hiperemia e edema, mas não tem a 
sensação de calor, e a paciente não reclama tanto de dor 
 
3 Louyse Morais – Medicina – 108 
quanto em um processo inflamatório. Desconfiar de 
carcinoma inflamatório em caso de paciente que tratou 
com ATB e não respondeu bem, persistiu a mama com 
esse aspecto. 
Tratamento 
• Sintomático: antitérmico, analgésico, 
antinflamatório. 
• Antibioticoterapia 
o Cefalosporinas: cefalexina 2g/dia ou 
cefadroxila 1g/dia (via oral durante 14 
dias); 
o Clindamicina: 300 mg de 6/6h (via oral 
durante 14 dias) 
o Dicloxacilina 2g/dia 
o Casos graves (internação): oxaciclina 500 
mg 6/6h + cefoxitina 1g 8/8h IV 
• Medidas gerais 
• Drenar abscesso 
• Estimular a amamentação: inibir a lactação 
apenas em casos graves, saída de pus pelo mamilo 
ou se amamentar for muito doloroso. 
o Cabergolina ½ comp 12/12h por 2 dias 
Geralmente a droga de escolha é cefalosporina ou 
clindamicina. O tratamento vai ser de 7 a 12 dias 
dependendo da extensão e do acometimento. É de forma 
ambulatorial e não precisa de internação, apenas quando 
há comprometimento maior do estado geral, com 
necessidade de reposição volêmica. 
As medidas gerais incluem uso de sutiã adequado, 
higiene, estimular que continue amamentando (a estase 
láctea é um fator de predisposição), ensinar a amamentar. 
Em alguma situação em que a paciente está com 
abscesso retroareolar, usa carbegolina, que bloqueia a 
produção de prolactina e, consequentemente, a produção 
láctea. 
 
As imagens acima mostram queimadura por 
compressa. A compressa, mesmo em temperatura não tão 
quente, pode queimar. Portanto, deve-se sempre ter 
cautela no momento de orientá-la. Na imagem direita, 
observar orifício de drenagem – tira com 24-48 horas. 
Como prevenir? 
• Orientações: exercícios no pré-natal e técnica do 
aleitamento; 
• Higienização adequada; 
• Evitar trauma e estase láctea; 
• Melhorar as condições de saúde materna e 
recém-nascido; 
• Melhorar os hábitos de vida; 
• Diagnóstico e tratamento precoce. 
Mastite aguda e abscesso mamário não-lactacional 
• Agente mais frequente: S. aureus 
• Mais comuns na pré-menopausa 
• Processo agudo 
• Manejo semelhante ao lactacional 
Consiste em um processo inflamatório que 
acomete a mama fora do período gravítico puerperal. O 
quadro clínico é semelhante – agudo, também por S. 
aureus. Portanto, a condução é a mesma – mesmo ATB e 
tratamento sintomático. 
Mastite neonatuorum 
• Aumento do broto mamário na 1ª– 2ª semana de 
vida, que evolui com infecção. 
• Agente: S. aureus ou E. coli 
 
Às vezes pela passagem transplacentária dos 
hormônios da mãe, pode haver estímulo e, no período pós 
parto imediato, um aumento do broto mamário que evolui 
com processo inflamatório infeccioso. O tratamento é 
com ATB pra S. aureus ou E. coli. Faz acompanhamento 
clínico; é uma situação rara. 
Mastites crônicas 
 
As mais comuns estão sublinhadas. As infecciosas 
podem ser, inclusive, de doenças virais, como herpes. Já 
as não infecciosas ocorrem devido a processos 
autoimunes ou inflamatórios. Além disso, podem iniciar 
 
4 Louyse Morais – Medicina – 108 
como um processo inflamatório e ter uma infecção 
secundária. 
Classificação das mastites não lactacionais 
 
Mastite periductal e ectasia ductal 
• Sinonímia: mastite de células plasmocitárias ou 
comedomastite; 
• A maioria das mulheres afetadas é multípara e 
idade entre 50-60 anos; 
• Etiologia desconhecida; 
• Identificação de patógenos em 83%; 
• Flora bacteriana: S. aureus, S. epidermides, 
Peptostreptococcus, bactérias gram-negativas e 
anaeróbias. 
Geralmente acomete mulheres multíparas na pós 
menopausa. Dessa forma, deve-se sempre lembrar da 
possibilidade do diagnóstico diferencial com câncer de 
mama. Na maioria das vezes começa como um processo 
inflamatório, mas tem uma infecção secundária e se 
consegue identificar patógenos, mas diferentemente da 
aguda, a flora bacteriana é mista – ampliar espectro dos 
ATB no tratamento. 
Etiopatogenia 
 
A dilatação e a inflamação dos ductos podem 
acontecer pela idade mesmo. A paciente pode reclamar 
de fluxo papilar amarelado espesso, que pode evoluir com 
ulceração do epitélio e secreção papilar sanguinolenta. O 
processo inflamatório vai dar uma reação periductal e se 
manifestar com área de espessamento ou tumoração. A 
tumoração pode evoluir, causando retração do ducto, 
abscesso ou só involuir com retração mamilar. 
Quadro clínico: dor acíclica, secreção papilar, 
retração mamilar, episódios de inflamação, associada ou 
não a tumor, abscesso. 
 
É um processo crônico, que melhora e piora... a 
dor é acíclica porque não está relacionada com período 
menstrual; a secreção é amarelada ou sanguinolenta. Há 
episódios de melhora e recorrência, que pode ou não 
evoluir com abscesso. 
Diagnóstico: Feito com base no quadro clínico; a 
USG é feita para identificar ectasia ductal (dilatação dos 
ductos); a mamografia é usada para fazer diagnóstico 
diferencial com neoplasia maligna. A biópsia é feita apenas 
quando há suspeita de neoplasia maligna (dúvida se é 
tumor ou apenas espessamento da inflamação). 
Tratamento: É conservador – higiene e anti-
inflamatório; antibióticos (metronidazol junto com 
cefalexina ou clindamicina) ou cirúrgico – situações 
especiais (necessidade de drenar abscesso ou corrigir 
retração de mamilo). 
Abscesso subareolar recidivante e fístulas mamárias 
• Infecção crônica e recidivante da região 
subareolar, que pode evoluir com fístula; 
• Mais frequente em mulheres entre 40-49 anos e 
tabagistas; 
• Flora bacteriana mista: Peptoestreptococcus 
(predominando), bacteróides, estafilococos, 
estreptococos e proteus. 
É um processo crônico, geralmente na faixa etária 
de pacientes que ainda estão no menário (?), ela vai referir 
que é tabagista. Nesse caso, também há flora bacteriana 
mista. 
Etiopatogenia 
 
 
5 Louyse Morais – Medicina – 108 
A nicotina tem um efeito no epitélio do ducto, 
causando metaplasia escamosa, o que leva à formação de 
rolhas de queratina, que obliteram o ducto, com 
consequente dilatação, inflamação e infecção, por fim, 
abscesso. O abscesso evolui para uma fistula e drena. 
 
 
A localização é, geralmente, ao redor da aréola e 
é recidivante. Melhora com ATB ou não. 
Nas figuras acima, temos, respectivamente: fase 
ativa, fase de regressão e fase tardia. Se continuar com o 
tabagismo, há recidiva. 
Quadro clínico e diagnóstico 
• História de processo inflamatório recorrente com 
formação de abscesso que drena 
espontaneamente; 
• Forma-se uma loja subareolar que abre a cada 
reativação por fístula; 
• Diagnóstico é clínico: sempre na anamnese 
perguntar pela história de tabagismo. 
Mesmo que a procura da paciente seja por essa 
queixa, realizar rastreamento para câncer de mama, 
devido à idade 40-49 anos. 
Tratamento 
• Fase aguda com processo ativo: antibióticos 
(metronidazol e cefalexina ou clindamicina) por 
7/10 dias e anti-inflamatório. 
• Segunda fase: irrigação da fístula; ressecção 
cirúrgica da área acometida compreendendo a 
fístula e ductos principais. 
 
Na fase crônica, deve-se pedir para a paciente 
parar de fumar. Se ela conseguir pode, na segunda fase, 
fazer uma fistulectomia – resseca o trajeto da fistula para 
evitar que volte a ter uma atividade. Nesse caso, temos 
uma técnica que cateteriza o trajeto da fistula, faz incisão 
em cunha, resseca a área, pode suturar ou deixar cicatrizar 
por segunda intenção. 
Mesmo que a paciente pare de fumar, há 
reincidência após a fistulectomia em 20% dos casos. 
Tuberculose mamária 
• Os casos de tuberculose têm aumentado; 
• Tuberculose mamária é rara; 
• Incidência < 1% em países desenvolvidos e 3-5% 
em países em desenvolvimento; 
• Sexo feminino, idade 20-50 anos e raça negra; 
• Agente etiológico: Mycobacterium tuberculosis; 
• Histologia: granuloma caseoso. 
É uma situação rara. Nos países com pior nível 
socioeconômico a incidência é um pouco maior. A 
tuberculose mamária pode ser: 
• Primária: inoculação direta no tecido mamário. 
• Secundária 
o Via linfática retrógrada 
o Por contiguidade (fístula pulmão-mama) 
o Via hematogênica 
Na secundária, a paciente já apresenta TB 
pulmonar ou ganglionar, mas que pode disseminar para a 
mama por via linfática retrograda, hematogênica ou por 
contiguidade. 
• Forma nodular 
o Mais comum 
o Massa indolor, crescimento lento, com ou 
sem envolvimento axilar, progride para 
envolvimento cutâneo e fístulas. 
• Forma difusa 
o Mama densa, com pele espessada e 
múltiplos focos de drenagem. 
• Forma esclerosante 
o Ocorre em idosas, maior grau de fibrose, 
pouca supuração. 
Pode ser massa única ou múltipla, mas é mais 
comum única de crescimento lento. O processo pode 
evoluir para a formação de fístulas. Na forma difusa, a 
mama fica espessa por completo. A forma esclerosante 
tem menos ação inflamatória, é mais fácil de se pensar em 
câncer. 
 
6 Louyse Morais – Medicina – 108 
 
 
Acima, a primeira imagem, à esquerda, mostra a 
forma difusa com múltiplos orifícios e mama bastante 
edemaciada. À direita dela, temos uma segunda fase, após 
início do tratamento, com redução do edema. Na 
histologia, vê-se o granuloma caseoso. 
Diagnóstico 
• Pesquisa microbiológica por pesquisa direta 
(bacterioscopia) e cultura do material; 
• Teste tuberculínico; 
• Mamografia; 
• Raio X de tórax. 
Tratamento 
• Específico 
o Fase inicial: 2 meses de rifampicina (R) 
600 mg + isoniazida (I) 300 mg + 
pirazinamida (Z) 2 g diariamente. 
o Fase de manutenção: 4 meses de 
rifampicina + isoniazida na mesma 
posologia. 
• Cirurgia: situações especiais. 
Se houver secreção purulenta, coleta pra fazer 
cultura ou pesquisa direta. Pode coletar material para 
análise histológica. 
Na mamografia, não existe imagem típica, ela 
pode apresentar apenas aumento de densidade. Usada 
apenas para afastar outras lesões. Importante avaliar o 
tórax, para ver se tem associação com a TB pulmonar. 
O tratamento, na fase inicial, é a tríade típica e 
depois faz 4 meses de manutenção. 
Não há indicação de cirurgia, faz apenas se tiver 
área de necrose grande que seja necessário realizar 
debridamento. 
Mastite por micobactéria atípica 
• Características 
o Agente etiológico: Mycobacterium avium 
o Incomum 
o Imunossuprimidas e usuárias de prótese 
de silicone 
• Clínica: febre persistente,anemia, 
emagrecimento, mastite com exsudato seroso. 
• Diagnóstico: pesquisa do agente (hemocultura, 
baciloscopia e cultura de tecidos ou secreções). 
• Tramamento: a depender do antibiograma 
o Opção: claritromicina ou azitromicina + 
etambutol + rifampicina 
 
Na mastite por Mycobacterium avium, a secreção 
é de um aspecto mais seroso, e geralmente é mais comum 
em pacientes com prótese de silicone e 
imunossuprimidas. Normalmente essa secreção é 
encaminhada para baciloscopia e cultura. O tratamento 
depende do antibiograma, mas responde aos antibióticos 
citados acima, na maioria das vezes. 
Mastite granulomatosa idiopática 
• Rara 
• Simula carcinoma 
• Patogenia: resposta granulomatosa a dano do 
epitélio, decorrente de trauma, irritação química 
ou infecção. 
• Caracterizada por granuloma não caseoso e 
microabscessos confinados ao lóbulo mamário. 
• Diagnóstico de exclusão: sarcoidose, fungos, 
tuberculose, hanseníase. 
• Tratamento: corticoterapia, metotrexate e 
azatioprina. 
A mastite por TB tem granuloma, assim como a 
idiopática. No entanto, nesse caso o granuloma não é 
caseoso, como o da TB. 
Esse tipo de mastite é um processo autoimune, 
como se fosse uma resposta a um dano no epitélio da 
mama, desencadeando reação antígeno-anticorpo, 
levando a formação de microabscessos, os quais podem 
também evoluir com fístulas. Vai ser muito parecido com 
o da tuberculose, porém forma granuloma não caseoso!!! 
 
7 Louyse Morais – Medicina – 108 
Quando se chega a um diagnóstico desse, temos 
obrigação de afastar todos os outros fatores patogênicos 
-TB, sarcoidose, fungos. Portanto, pedir cultura para 
micobactéria, fungos e bactérias comuns. Depois de tudo 
isso, se der negativo, por exclusão, faz o tratamento da 
mastite granulomatosa, pois ele é totalmente diferente, 
entra com imunossupressão. O tratamento de escolha é 
corticoterapia (geralmente doses altas). 
Obs.: Pode ter infecção associada, mas 
normalmente não. 
 
 
Acima, observa-se mama edemaciada com 
granulomas múltiplos. A mamografia apresenta aumento 
de densidade e a histopatologia mostra granuloma com 
necrose sem ser caseosa. 
 
Tanto em um caso como no outro, tem massa. A 
dor mamária é mais comum na granulomatosa; 
modificações da pele são mais comuns nas duas; 
linfoadenomegalia é mais comum na tuberculose. Além 
disso, não existe um predomínio de mama, o que vai ter é 
uma história de gravidez e amamentação nos últimos 12 
meses. Já por TB, as pacientes estão numa faixa etária 
mais avançada. 
Micoses: Interfrigo 
• Candida albicans 
• Lesão prurinigosa, eritematosa, vesicular 
• Frequente em diabéticas e mamas volumosas 
• Tratamento: fatores predisponentes; local e 
sistêmico. 
 
O Interfrigo é mais comum em paciente com 
mamas volumosas e diabéticas, principalmente no calor, 
com acúmulo de suor. Apresenta hiperemia e pequenas 
vesículas, geralmente com sensação de ardor e prurido. O 
tratamento é com antifúngicos que podem ser locais ou 
sistêmicos, dependendo do caso. Se a paciente tiver 
diabetes, observar controle dos níveis glicêmicos. 
Síndrome de Mondor 
• Tromboflebite das veias superficiais da parede 
toracoabdominal (toracolaterais e 
toracoepigástricas); 
• Clínica: cordão fibroso 
doloroso no subcutâneo, 
retração da pele; 
• Autolimitada; 
• Afastar tumores; 
• Tratamento anti-
inflamatório. 
Consiste em um cordão fibroso e doloroso. 
Geralmente é um processo autolimitado, mais comum 
após trauma, às vezes no pós-cirúrgico e pode também 
estar dentro de uma síndrome paraneoplasica. Quando 
está incomodando, prescreve anti-inflamatório. 
Normalmente, regride em duas semanas. 
 
Mastopatia diabética 
• Acomete até 13% das pacientes diabéticas; 
 
8 Louyse Morais – Medicina – 108 
• Ocorre em diabéticas insulinodependentes de 
longa duração e mal controle; 
• Etiologia: reação autoimune induzida pela 
hiperglicemia, com expansão da matriz, formação 
de antígeno na glândula, acúmulo de linfócitos e 
miofibroblastos; 
• Clínica: tumoração palpável uni ou bilateral, com 
características inflamatórias, recorrente, 
inicialmente indolor. 
• Diagnóstico diferencial: câncer. 
É autoimune, mas pode ter infecção secundária. A 
hiperglicemia leva à expansão de matriz, geralmente tem 
acumulo de linfócitos – também chamada de mastopatia 
linfocítica 
• Histologia: fibrose estromal, infiltração linfocitária 
ductal e lobular e vasculite linfocítica. 
• Tratamento: controle glicêmico; tratar infecção 
secundária. 
 
Observa-se, acima, hiperemia exuberante, 
abaulamento como se fosse abscesso, com infecção 
associada. Nesse caso, trata a infecção também. Na 
histologia, há fibrose e infiltração linfocítica ductal. 
Necrose gordurosa 
• Processo inflamatório benigno, não supurativo; 
• 2,5% das áreas nodulares; 
• Origem pós-trauma mamário; 
• Mais comum após os 50 anos e obesas; 
• Clínica: área endurecida, firme aderida, dolorosa 
ou não, com retração ou espessamento de pele; 
• Imagem: simula cisto ou abscesso, mas pode 
haver distorção com imagem espiculada. 
Muito comum após trauma, as vezes pós-cirúrgico 
de mamoplastia redutora. É mais comum em mama mais 
gordurosa. Se não tiver tanto aspecto inflamatório, pode 
ser confundida com câncer. 
 
Mamografias anteriores: pele espessada, lesão 
irregular espiculada. As espiculas se dirigem em região à 
direção da mama como se estivesse puxando/retraindo. O 
que tem de diferente é que, no câncer, o centro é denso, 
já no caso dessa necrose, há um pouco de gordura – mais 
escura (radiotransparente). Às vezes tem necessidade de 
biopsia. Do lado direito, também é necrose gordurosa, 
mas formou nódulo com fino halo e densidade de gordura 
dentro dele. 
Eczema 
• Processo inflamatório não infeccioso; 
• Lesão descamativa, eritematosa e pruriginosa 
com vesículas ou erosões; 
• Diagnóstico diferencial com Doença de Paget; 
• Tratamento: corticoide tópico. 
 
Geralmente há sensação de prurido e eritema da 
região da aréola e mamilo – como se fosse dermatite de 
contato. Fica restrito à região da aréola e mamilo, fazendo 
diagnóstico diferencial com doença de Paget. O 
tratamento é com corticoide tópico e orientar a evitar 
sutiã de lycra. 
 
A doença de Paget tem um caráter erosivo e 
destrutivo. Sempre que há região eritemato-pruriginosa, 
trata e pede que a paciente volte. Se for resistente, faz 
biópsia cutânea para fazer o diagnóstico diferencial. 
Caso clínico 
MPS, 64 anos, refere dor em mama direita há 5 
meses após trauma durante acidente automobilístico. 
• Antecedentes ginecológicos e obstétricos 
o Menarca aos 14 anos 
o Menopausa aos 55 anos 
o C3 P3A0 
 
9 Louyse Morais – Medicina – 108 
o TH: nega. 
• Antecedente pessoal: HAC, diabetes, 
hipotireoidismo. 
• Nega antecedente familiar de câncer. 
• Hábitos: ex-tabagista. 
• Medicação: Insulina, Synthroid, enalapril. 
Ao exame: Mamas em número de 2, simétricas, 
pendentes, com retração cutânea em mama direita em 
QSL. Cicatriz em mama direita QSM. À palpação, 
parênquima mamário heterogêneo, nódulo irregular, 
endurecido em mama direita QSL (4cm) e outro nódulo 
regular, superficial em QSM (1cm). Axilas, FSC e FIC: sem 
linfoadenomegalias. 
• Mamografia um ano antes: Categoria 1 
• USG um ano antes: Categoria 1 
No local onde o cinto de segurança passou, ela 
ficou com uma cicatriz e tinha também uma retração 
cutânea, mas essa retração da pele não era no local da 
cicatriz do cinto. Na palpação, eu encontrei um nódulo 
irregular, endurecido, com uns 4 cm em mama direita... 
esse nódulo coincidia com o local da retração. No local 
onde ela tinha a marca da cicatriz do cinto, tinha um 
nódulo superficial regular móvel de 1 cm. A mamografia de 
um ano antes foi normal. 
Qual a conduta? Nova mamografia. 
 
Pele: normalmente tem espessura de 2 mm. Quando eu 
olho essa pele aqui e comparo com o outro lado, a gentevê um espessamento cutâneo. Normalmente na região da 
aréola e mamilo é mais espessada mesmo, mas 
comparando os lados há essa alteração. 
Composição da mama: ao comparar uma com a outra, a 
área do lado direito está mais densa – assimetria de 
densidade. Na outra incidência, também é possível 
visualizar. 
 
Quadrantes: Na incidência obliqua, uma linha levemente 
oblíqua separa em superior e inferior. Na incidência 
craniocaudal, separa em lateral e medial. 
Então a área mais densa está no quadrante 
supero-lateral. Observa-se, também, um linfonodo normal 
no cavo axilar. O linfonodo é dito normal quando tem o 
hilo hipodenso ou mais radiotransparente. 
 
USG: na região do nódulo endurecido, observa-se nódulo 
hipoecoico, ao comparar com o tecido adiposo. Tem 
menos ecos que o tecido adiposo. Nódulo hipoecoico 
heterogêneo com forma não circunscrita. 
• MG bilateral: parênquima mamário heterogêneo; 
assimetria focal em mama direita QSL. CAT 5 (após 
correlação com USG). 
• USG mamária: nódulo sólido heterogêneo, 
irregular em mama direita QSL (3,03cm). Cistos 
oleosos em mama direita. CAT 5. 
Como investigar? 
Faz biópsia com agulha grossa, pois precisa de 
diagnóstico histológico, a PAAF só daria material celular. 
Dessa forma, foi realizada biópsia percutânea de 
fragmento. A histologia mostrou tecido mamário com 
fibrose e hialinização estromais – sinais de hemorragia 
prévia e infiltrado inflamatório periductal crônico. 
Hipótese diagnóstica: Mastopatia diabética.

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