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DOR LOMBAR

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PROBLEMA 3- O BALCONISTA 
 
 
1 MARIANNA SILVA LIMA 
 
PROBLEMA 3 – "O BALCONISTA" 
 
 A Sra. Márcia, 49 anos, trabalha há 29 anos no serviço 
de limpeza de um órgão público em Goiás, onde 
frequentemente tem que carregar materiais pesados. 
Sedentária e obesa, há três semanas começou a sentir dores 
na região lombar, sem irradiação, que piora ao se movimentar 
ou quando carrega peso, e melhora com analgésicos e 
repouso. Procurou o serviço médico da UBS próxima a sua 
residência onde o médico, após examiná-la minuciosamente, 
não detectou alterações motoras, sensitivas ou autonômicas e 
prescreveu inicialmente um antiinflamatório não esteróide 
(AINE) e um relaxante muscular não benzodiazepínico, bem 
como dieta para perder peso e exercícios físicos regulares. 
Orientou que não era necessário solicitar nenhum exame de 
imagem naquele momento e que gostaria de acompanhar seu 
retorno dentro de 30 dias. 
 Ao procurar a farmácia para adquirir a medicação, 
queixou-se do atendimento médico que tinha recebido ao 
balconista, pois ela queria um pedido de "ressonância" da 
coluna e também precisava de um remédio "mais forte" para a 
dor. O balconista, vendo a insatisfação da paciente, 
encaminhou a mesma para o recém inaugurado consultório 
farmacêutico na lateral da farmácia, lá a mesma foi atendida 
por um farmacêutico clínico, que após fazer sua anamnese, 
examinar a paciente e formular um diagnóstico, prescreveu o 
uso de prednisona por 7 dias. Satisfeita com o atendimento, a 
paciente iniciou o uso apenas da medicação prescrita pelo 
farmacêutico e não retornou na consulta médica. 
 
Instrução: Qualidade de vida e condições ergonômicas de 
trabalho são fatores que podem influenciar no surgimento da 
dor. 
 
OBJETIVOS DE ESTUDO: 
 
• Descrever os aspectos epidemiológicos da 
dor lombar, reforçando os fatores de risco, seu 
impacto econômico e social. 
• Classificar e descrever a dor lombar quanto a 
sua duração e etiologia. 
• Descrever o tratamento farmacológico e não 
farmacológico das lombalgias agudas, subagudas e 
crônicas. 
• Descrever quais os corticóides utilizados na 
prática clínica, seu mecanismo de ação, suas 
indicações como anti-inflamatórios e seus efeitos 
colaterais. 
 
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 
 
– WHEELER, S. G.; WIPF, J. E.; STAIGER, T. O.; DEYO, R. 
A. Evaluation of low back pain in adults. In: UpToDate, Post 
TW (Ed), UpToDate, Waltham, MA. Acesso em 18/07/2016 
– Ministério da Saúde. Antiinflamatórios e medicamentos 
utilizados no tratamento da gota. In: Formulário 
Terapêutico Nacional 2010. Brasília. Editora MS, 2ª 
Edição. 2010. Pgs 93-106 (Capítulo 3, Seção A) 
 PROBLEMA 3- O BALCONISTA 
 
 
2 MARIANNA SILVA LIMA 
 
– IMAMURA, M.; IMAMURA, S. T.; FURLAN, A. D. 
Lombalgias.In: Dor, Princípios e Prática. Porto Alegre: 
ARTMED Editora, 2011. Pgs 556-579 (Capítulo 47) 
– CHOU, R. Subacute and chronic low back pain: 
Pharmacologic and noninterventional treatment. In: 
UpToDate, Post TW (Ed), UpToDate, Waltham, MA. 
Acesso em 18/07/2016 
– KNIGHT, C. L.; DEYO, R. A.; STAIGER, T. O.; WIPF, J. 
E.Treatment of acute low back pain. In: UpToDate, Post 
TW (Ed), UpToDate, Waltham, MA. Acesso em 18/07/2016 
– Lei Nº 12.842, de 10 de julho de 2013 (lei do ato médico) 
– Resolução nº 585/586 de 29 de agosto de 2013, do 
Conselho Federal de Farmácia 
 
DESCREVER OS ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA DOR 
LOMBAR, REFORÇANDO OS FATORES DE RISCO, SEU 
IMPACTO ECONÔMICO E SOCIAL. 
 
EPIDEMIOLOGIA 
• A dor lombar é um dos maiores problemas de saúde no 
mundo ocidental. 
• Cerca de 70 a 85% dos indivíduos adultos irá apresentar um 
quadro de lombalgia em algum período de suas vidas 
• A incidência global de lombalgia é igual nos homens e nas 
mulheres, porém as mulheres apresentam mais 
incapacidade e queixam-se mais após os 60 anos de idade, 
talvez em decorrência da osteoporose. 
• Estima-se que cerca de 60–80% das pessoas venham a sofrer 
com lombalgia durante a vida. 
• Dessas, em torno de 2/3 terão recorrência e 1/3 vem a ficar 
incapacitado no período de um ano. 
• De acordo com os dados globais 2010 do Global Burden of 
Disease, a dor lombar resulta em mais incapacidades que 
qualquer doença. 
• A lombalgia constitui a principal causa de ausência no 
trabalho. Como dito anteriormente, a dor lombar é, no geral, 
autolimitada, durando cerca de 1 semana e, após 8 semanas, 
cerca de 90% dos casos evoluem para cura, apesar da alta 
taxa de recidiva. 
• O pico de prevalência da lombalgia está entre 45–60 anos, 
sendo mais recidivante em idades mais avançadas. 
• A dor lombar é uma condição que pode atingir até 65% das 
pessoas anualmente e até 84% das pessoas em algum 
momento da vida, apresentando uma prevalência pontual de 
aproximadamente 11,9% na população mundial, o que causa 
grande demanda aos serviços de saúde. 
• Entretanto, esses valores podem estar subestimados uma vez 
que menos de 60% das pessoas que apresentam dor lombar 
procuram por tratamento. 
• Apesar desses números, um diagnóstico específico sobre 
possíveis causas da dor lombar não é determinado entre 90-
95% dos casos, uma vez que a dor lombar apresenta caráter 
multifatorial. 
 PROBLEMA 3- O BALCONISTA 
 
 
3 MARIANNA SILVA LIMA 
 
• Todavia, existem autores que relacionam a presença da dor 
lombar a um conjunto de causas, como, por exemplo, fatores 
sociodemográficos (idade, sexo, renda e escolaridade), 
estado de saúde, estilo de vida ou comportamento 
(tabagismo, alimentação e sedentarismo) e ocupação 
(trabalho físico pesado, movimentos repetitivos). 
• Entretanto, em uma revisão sistemática conduzida por Vollin, 
foi verificado que nos países desenvolvidos onde a demanda 
física no trabalho é menos intensa, a prevalência da dor 
lombar é duas vezes maior, quando comparada à população 
dos países de baixa renda, onde a exigência física laboral é 
maior. 
• Com base nos achados deste estudo, o sedentarismo parece 
ter um maior impacto na ocorrência da dor lombar quando 
comparado ao trabalho físico intenso. 
• Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 
(PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE), as dores da coluna (cervical, torácica, lombar e 
pélvica) são a segunda condição de saúde mais prevalente 
do Brasil (13,5%), entre as patologias crônicas identificadas 
por algum médico ou profissional de saúde, superadas 
apenas pelos casos de hipertensão arterial (14%). 
 
 
História Natural 
• A lombalgia aguda é uma condição autolimitada, e 90% dos 
pacientes recuperam-se espontaneamente no período de 
quatro a sete semanas. 
• Apesar da recuperação relativamente rápida, há tendência 
de recorrência dos sintomas dolorosos. Mais de 50% dos 
pacientes com episódio agudo de lombalgia apresentarão um 
novo episódio em um ano. 
• A persistência da dor lombar pode ser decorrente de fatores 
psicossociais e de distúrbios vasculares e da neuromodulação 
central da dor. 
 
A lesão tecidual ou a inflamação podem causar estímulos nociceptivos 
contínuos que se dirigem à medula espinal. 
• Isso determina o aumento da atividade no corno posterior 
da medula espinal, com períodos prolongados de descarga 
de longa duração que persistem mesmo após a cessação dos 
estímulos nociceptivos. 
• A repercussão clínica desse fenômeno é que os pacientes 
podem continuar a sentir dor por tempo prolongado, 
mesmo após a resolução da causa primária da dor. 
• A sensibilização de neurônios no corno posterior da medula 
espinal, fenômeno denominado sensibilização central 
(Cavanaugh, 1995), caracteriza-se pela redução do seu limiar 
de disparo, provocando alodinia (dor causada por um 
 PROBLEMA 3- O BALCONISTA 
 
 
4 MARIANNA SILVA LIMA 
 
estímulo que normalmente não provoca dor), aumento das 
descargas espontâneas e aumento da resposta aos impulsos 
aferentes, determinando a hiperalgesia, o aumento da 
resposta a estímulos repetidos e a expansão dos seus campos 
receptivos. 
• Os pacientes podem, então, apresentar uma experiênciadolorosa desproporcional à causada pela lesão tecidual, 
caracterizada pelos fenômenos de hiperalgesia, hiperpatia e 
até mesmo alodinia. 
Fatores de Risco 
Fatores individuais, posturais e ocupacionais, exercem influência na 
ocorrência das lombalgias. 
• Dentre os ocupacionais, destacamos os esforços sobre a 
coluna lombar caracterizados por levantar pesos, empurrar 
objetos pesados, permanecer na posição sentada por tempo 
prolongado, realizar tarefas monótonas ou que exijam a 
flexão e a rotação do tronco, expor-se a estímulos vibratórios 
por períodos longos, isoladamente ou combinados 
• Fatores constitucionais como o ganho de peso, a obesidade, 
a altura, a má postura, a fraqueza dos músculos abdominais 
e espinais e a falta de condicionamento físico (constituem 
fatores de risco para o desenvolvimento da lombalgia. 
• Fatores psicossociais como a depressão, a hipocondríase, a 
histeria, o alcoolismo, o fumo, o divórcio, o comportamento 
doloroso, além de outros fatores, foram descritos com maior 
frequência nos indivíduos com dor lombar. Indivíduos 
descontentes e desmotivados com a sua atividade 
ocupacional também podem apresentar maior ocorrência de 
dor lombar 
• A história prévia de lombalgia representa um forte indicador 
de riscos futuros, especialmente se os episódios anteriores 
foram graves e frequentes e houve necessidade de 
tratamento operatório. 
FATORES ENVOLVIDOS NA CRONICIDADE DA DOR 
Os principais fatores de risco envolvidos na cronicidade da dor lombar 
também podem ser classificados como individuais, psicoafetivos e 
ocupacionais. 
• Dentre os fatores individuais, ressaltamos a obesidade, o 
baixo nível educacional e os elevados níveis de dor e de 
incapacidade. 
• O humor depressivo, a somatização e a ansiedade constituem 
os fatores de risco psicoafetivos. 
• Já a insatisfação com o trabalho, a necessidade da realização 
de tarefas de levantamento de peso durante três quartos da 
jornada de trabalho e o retorno não gradual ao trabalho são 
os fatores ocupacionais relacionados com a cronicidade do 
quadro doloroso 
Anatomia Funcional da Coluna Lombar: 
Funcionalmente, a coluna lombar pode ser dividida em compartimentos 
anterior, médio e posterior. 
 PROBLEMA 3- O BALCONISTA 
 
 
5 MARIANNA SILVA LIMA 
 
 Cada compartimento constitui uma unidade mecânica funcional. 
• O compartimento anterior é constituído dos corpos 
vertebrais e do disco intervertebral. Está adaptado à 
absorção de choques e à sustentação de peso. 
• O compartimento médio é formado pelo canal medular e 
pelos pedículos. 
• O compartimento posterior protege os elementos neurais e 
é o responsável pelo direcionamento das unidades funcionais 
nos movimentos de flexão anterior e extensão, flexão lateral 
e rotação. 
 
 
 
 PROBLEMA 3- O BALCONISTA 
 
 
6 MARIANNA SILVA LIMA 
 
• A quantidade de força aplicada ao segmento lombar depende 
do tipo de atividade e da postura do indivíduo demonstra as 
pressões discais em L3 em diversas posições do indivíduo. 
• O disco intervertebral sofre maior pressão na posição 
sentada com flexão do tronco. 
• O suporte dinâmico da coluna lombar é realizado por quatro 
grupos musculares: os extensores, os flexores anteriores, os 
flexores laterais e os rotadores. 
• Em condições normais, os músculos extensores e os 
rotadores são os principais responsáveis pelo suporte da 
coluna vertebral. 
• Os músculos eretores da espinha, os semiespinais e os 
interespinais resistem à ação da gravidade na posição ereta. 
 
• No movimento de flexão anterior, produz-se uma 
compressão da parte anterior do disco e uma expansão da 
parte posterior, e, ao mesmo tempo, separam-se as facetas 
articulares das articulações posteriores. 
• No movimento de extensão, as modificações são inversas. 
• O movimento de flexo-extensão se realiza em sua quase 
totalidade a expensas da coluna lombar e cervical. 
• As flexões laterais determinam uma separação da metade 
lateral do disco e das facetas das articulações posteriores do 
lado da convexidade e uma aproximação do lado da 
concavidade. 
• Esse movimento está limitado pelos ligamentos 
intertransversos e pelas costelas. 
• As rotações são possíveis graças à disposição das fibras do 
anel e estão limitadas pela situação do plano das articulações 
posteriores. 
A maior parte dos movimentos da coluna está limitada pelos ligamentos 
que unem as vértebras entre si. 
• O ligamento longitudinal anterior se estende desde o crânio 
até o sacro, ao longo da face anterior da coluna. Sua face 
interna profunda está aderida ao corpo vertebral, e não ao 
disco. 
• O ligamento longitudinal posterior está situado na face 
posterior dos corpos vertebrais, dentro do conduto raquídeo, 
e, diferentemente do ligamento anterior, insere-se nos 
discos. 
 PROBLEMA 3- O BALCONISTA 
 
 
7 MARIANNA SILVA LIMA 
 
• Os ligamentos amarelos se inserem na superfície articular de 
uma lâmina e na borda superior da lâmina imediatamente 
inferior. 
• Os ligamentos intertransversos são constituídos por 
conexões fibrosas entre as apófises transversas. 
• Os ligamentos interespinais unem a base das apófises 
espinhosas com a borda superior da correspondente à 
vértebra inferior. 
• O ligamento supraespinhal é uma corda fibrosa contínua que 
se adere ao vértice dos processos espinhosos. 
 
A estabilidade da coluna depende dos ligamentos e da ação muscular. 
• Do ponto de vista biomecânico, pode ser considerada como 
uma viga dinâmica, suportando cargas de compressão, de 
tração e de cisalhamento longitudinal e transverso. 
• Para a manutenção dessa viga dinâmica em posição de 
equilíbrio, um conjunto sinérgico e antagônico de esforços 
musculares determina as curvas de adaptação no sentido 
ântero-posterior, a lordose lombar, contra as cargas oriundas 
dos membros inferiores. 
• Enquanto o corpo vertebral recebe as cargas de compressão, 
a lâmina recebe as cargas equilibrantes de tração, com o 
auxílio dos músculos e dos ligamentos situados nas goteiras 
paravertebrais. 
• O disco intervertebral tem papel importante na absorção de 
energia mecânica, sofrendo deformações elásticas frente aos 
esforços. As sobrecargas são menores sobre o canal 
raquidiano e sobre os pedículos vertebrais. 
• Essas estruturas não sofrem forças nem de compressão nem 
de tração. 
• As articulações interapofisárias são elementos primordiais 
na estabilização e no equilíbrio da coluna. Os discos 
intervertebrais mais sobrecarregados estão entre L4-L5 e L5-
S1. Esses discos sofrem enorme ação mecânica por serem os 
principais locais de movimento da coluna no sentido ântero-
posterior e látero-lateral. 
 
 PROBLEMA 3- O BALCONISTA 
 
 
8 MARIANNA SILVA LIMA 
 
CLASSIFICAR E DESCREVER A DOR LOMBAR QUANTO A SUA 
DURAÇÃO E ETIOLOGIA. 
As lombalgias podem ser classificadas de acordo com a duração, o 
padrão e a etiologia. 
Quanto à duração, as lombalgias são classificadas em agudas, 
subagudas e crônicas. 
• A lombalgia aguda tem início súbito e duração inferior a 
quatro semanas (Fig. 47.1). 
• As de duração entre 4 e 12 semanas são denominadas 
subagudas, e as lombalgias com duração maior do que 12 
semanas são consideradas crônicas. 
Apesar de essa classificação ser bastante intuitiva, na maioria das 
vezes o paciente apresenta um problema recorrente que não se 
encaixa em nenhuma categoria. 
Esse modelo de três fases foi desenvolvido a partir dos estudos de 
lombalgia em trabalhadores que não retornavam ao trabalho. 
 
 
Quanto à etiologia, as lombalgias podem ser classificadas em específicas 
e inespecíficas. 
• São denominadas lombalgias inespecíficas as queixas de dor 
lombar que ocorrem sem uma causa anatômica ou 
neurofisiológica identificável. 
Atualmente, são descritas as seguintes causas de lombalgias 
específicas: hérnias discais; espondilolistese; estenose do canal 
medular; instabilidade definida acima de 4 a 5 mm no estudo 
radiológico dinâmico de flexão e extensão; osteoporose;fraturas 
vertebrais; tumores; e infecções e doenças inflamatórias no nível da 
coluna lombar. 
• Evidências sugerem que menos de 15% das pessoas com 
lombalgia apresentam a do tipo específica. 
 PROBLEMA 3- O BALCONISTA 
 
 
9 MARIANNA SILVA LIMA 
 
Além disso, a lombalgia pode ser classificada quanto à etiologia por 
mecânica (com ou sem irradiação), não mecânica ou referida. 
 
O que é lombalgia crônica inespecífica? 
A lombalgia crônica inespecífica é caracterizada por sintomas na região 
lombar, com ou sem irradiação, que compreendem a maioria as dores 
lombares em pacientes com problemas relacionados à coluna vertebral. 
• O corpo humano tem um centro gravitacional onde mantém 
o equilíbrio entre músculos e ossos para manter a 
integridade das estruturas, protegendo-as contra 
traumatismos independente da posição (em pé, sentada ou 
deitada). 
• Na lombalgia crônica inespecífica geralmente ocorre um 
desequilíbrio entre a carga funcional (esforço requerido para 
atividades do trabalho e vida diária) e a capacidade (potencial 
de execução para essas atividades). 
• Esse tipo de lombalgia se caracteriza pela ausência de 
alteração estrutural, ou seja, não há redução do espaço do 
disco, compressão de raízes nervosas, lesão óssea ou 
articular, escoliose ou lordose acentuada que possam levar a 
dor na coluna. 
Apenas 10% das lombalgias tem uma causa específica de doença 
determinada. 
• Mesmo sem a presença de uma alteração estrutural a 
lombalgia inespecífica pode causar limitação das atividades 
de vida diária e incapacidade para o trabalho, podendo ser 
temporária ou permanente, sendo que essa é uma das 
principais causas de falta no trabalho no mundo ocidental. 
https://blogfisioterapia.com.br/boa-avaliacao-estatica/
 PROBLEMA 3- O BALCONISTA 
 
 
10 MARIANNA SILVA LIMA 
 
• A lombalgia crônica inespecífica é responsável por 80% de 
todos os casos registrados em pacientes entre 25 e 55 anos 
de idade, constituindo subgrupos de pacientes onde a dor 
não possui uma origem específica e na maioria das vezes são 
mal definidas quando ao diagnóstico. 
• A incidência da doença é maior em trabalhadores que são 
submetidos a esforços físicos pesados, como levantamento 
de pesos, movimentos repetitivos e posturas estáticas 
frequentes. 
• A lombalgia crônica inespecífica possui evolução favorável e 
com bom prognóstico, sendo que 75% dos indivíduos se 
recuperam em quatro semanas, 90% em três meses e 95% 
em seis meses. Aproximadamente 14% a 50% dos pacientes 
apresenta recorrência, dependendo da atividade de trabalho. 
• É importante identificar os pacientes com risco de 
recorrência por diversas razões. Primeiro porque a história da 
dor lombar inespecífica mostra que pacientes com 
recuperação mais lenta apresentam um risco elevado de 
recorrência, cronicidade e cuidados prolongados, o que gera 
custos elevados e diminuição da qualidade de vida por causa 
do sofrimento humano. 
• A prevalência da lombalgia inespecífica é maior no sexo 
feminino. Alguns autores acreditam que mulheres 
apresentam mais riscos que os homens por causa das 
particularidades anátomo-funcionais que quando somadas, 
podem facilitar o surgimento da lombalgia. 
• Mulheres apresentam menor estatura, menos massa 
muscular, menos densidade óssea, maior fragilidade 
articular e menor adaptação ao esforço físico. Além disso a 
soma da carga imposta pela feitura das atividades domésticas 
potencializa esse risco. 
 
Características Clínicas 
• A dor de início súbito e de forte intensidade, de caráter 
lancinante, do tipo queimor, choque e latejamento, que se 
inicia na coluna lombar e irradia-se para o membro inferior, 
atingindo a extremidade distal, e que piora com a tosse e o 
espirro geralmente é de origem neurológica. 
• A dor de origem mecânica localiza-se na coluna lombar, 
podendo irradiar-se para os membros inferiores e podendo 
ou não acompanhar a distribuição nervosa. Geralmente é 
agravada pelo movimento da coluna lombar. 
• A dor de origem vascular tem características próprias, como 
a claudicação intermitente, e geralmente é acompanhada 
por alterações na temperatura e na coloração do tegumento 
e por alteração trófica. 
• Os distúrbios da sensibilidade (como a queixa de parestesias 
ou áreas de anestesia), da motricidade, dos movimentos 
autonômicos e do controle esfincteriano também podem 
auxiliar no diagnóstico etiológico. 
https://blogfisioterapia.com.br/reabilitacao-de-pacientes-com-avc/
https://blogfisioterapia.com.br/reabilitacao-de-pacientes-com-avc/
 PROBLEMA 3- O BALCONISTA 
 
 
11 MARIANNA SILVA LIMA 
 
 
• Devido à natureza benigna das lombalgias agudas 
inespecíficas, 90% melhoram espontaneamente, e é 
importante reconhecer a reduzida porcentagem das 
lombalgias específicas. 
• Indivíduos com idade acima de 50 anos, apresentando queixa 
dolorosa por mais de um mês, com antecedente pessoal de 
tumor maligno, perda inexplicável de peso, dor noturna e 
ausência de melhora clínica após um mês de tratamento 
conservador devem ser investigados quanto à presença de 
quadros 
• No nível da coluna lombar, são frequentes as metástases de 
processos tumorais primários de mama, próstata, tireoide, 
pulmão e rins. 
• As fraturas e as compressões devem ser suspeitadas em 
idosos com história de traumatismos ou uso de corticoides. 
• Em pacientes acima de 50 anos, com queixas de claudicação 
neurogênica, deve-se suspeitar de estenose do canal medular 
(Turner et al., 1992). 
• O principal dado da anamnese de pacientes com hérnias 
discais é a história de ciática. 
• Os pacientes com espondilite anquilosante geralmente 
iniciam suas queixas com idade inferior a 40 anos e 
apresentam lombalgia com duração superior a três meses, 
que não melhora na posição supina e é acompanhada de 
rigidez matinal no nível da coluna lombar. 
CAUSAS 
• A lombalgia crônica inespecífica não apresenta uma causa 
aparente, pois não está ligada a nenhuma doença como 
infecção tumor, osteoporose, processos inflamatórios e etc. 
• Na maioria dos casos a dor está ligada apenas a má postura, 
excesso de peso e sedentarismo. 
Alguns outros fatores que podem contribuir para distorções posturais 
são: 
• Atitudes Habituais ou Profissionais (Permanência na Posição 
de Pé ou Sentada por Muito Tempo) 
• Obesidade 
• Abdome em Pêndulo 
• Visceroptose 
• Pé Vicioso 
• Massas Musculares Insuficientemente Desenvolvidas 
https://blogeducacaofisica.com.br/ganho-massa-muscular/
 PROBLEMA 3- O BALCONISTA 
 
 
12 MARIANNA SILVA LIMA 
 
O excesso de peso produz uma maior pressão sobre as estruturas da 
coluna (discos intervertebrais, raízes nervosas, articulações 
interapofisarias e ligamentos intervertebrais) resultando em dor. 
• Outros fatores que contribuem para a lombalgia no paciente 
obeso são a flacidez e a distensão da parede abdominal, que 
impede o suporte adequado para a coluna. 
 
 
EXAME FÍSICO DO QUADRIL 
• Observar a marcha normal, na ponta dos pés e apoiado no 
calcanhar: pessoas com dor intensa podem apresentar uma 
marcha “dura”, e, se houver radiculopatia, pode haver 
favorecimento de um membro. 
• Dificuldade para andar apoiado no calcanhar indica compressão 
de L5 (possível herniação de L4-L5); dificuldade para andar na 
ponta dos pés indica lesão de S1 (possível herniação de L5-S1) 
(D); dificuldade para agachar e levantar indica compressão de 
L4 (possível herniação de L3-L4) (Tabela 193.2). 
Inspeção: avaliar se há a presença de hiperlordose, cifose ou 
escoliose. A presença de escoliose é melhor avaliada com a coluna 
fletida para frente e os braços estendidos sobre a maca7. A ausência 
da lordose fisiológica pode indicar tensão da musculatura na região 
lombossacra. 
Palpação: palpar a musculatura paravertebral de toda a extensão 
da coluna bem como as apófises espinhosas de cada vértebra. Dor 
localizada sugere tumor, processo infeccioso ou compressão por 
fratura. 
• Dor difusa à palpação, mesmo em área restrita, é o principal 
sinal de lombalgiamecânica sem irradiação por distensão ou 
tensão muscular. Palpar região glútea para avaliar síndrome do 
piriforme. 
• Teste de Schober: com a pessoa em pé marca-se um ponto na 
linha da coluna na altura de L5-S1 (projeção da espinha ilíaca 
posterior) e outro ponto 10 cm acima deste; quando a pessoa 
se agacha (flexão ventral) a distância aumenta 5 cm ficando 15 
cm no mínimo entre os dois pontos. O teste positivo (aumento 
inferior a 5 cm) pode indicar limitação funcional com a ressalva 
que idosos e obesos a possuem naturalmente. 
• Flexão lateral e extensão (normalmente até 30°). A flexão 
lateral é prejudicada em espondiloartropatias. 
 PROBLEMA 3- O BALCONISTA 
 
 
13 MARIANNA SILVA LIMA 
 
PALPAÇÃO 
Face anterior 
 
• Espinhas ilíacas ânterosuperior 
• Tubérculo púbicos 
• Articulação do quadril 
• Sínfise púbica 
Face posterior 
 
 
• Espinhas ilíacas póstero-superior 
• Tuberosidade isquiática 
• Nervo ciático (ponto médio com trocânter maior) 
• Articulação sacroilíaca posterior 
• Cristas ilíacas 
• Trocânter maior (tendinites ou bursites) - Tendão do músculo 
glúteo médio 
 PROBLEMA 3- O BALCONISTA 
 
 
14 MARIANNA SILVA LIMA 
 
Teste de Patrick (Fabere) 
 
• Pode referir dor em quadril ou em sacroilíacas 
• F (flexão) AB (abdução) ER (Rotação externa) 
 
Teste de Laségue e Perna Estendida 
O Teste de Elevação da Perna Estendida (TEPE) (Straight Leg 
Lift) descrita por Lazar Lazarevic, em 1980, consiste na elevação do 
membro inferior com o joelho estendido, tendo como objetivo 
demonstrar a tensão do nervo ciático. 
 
TESTE DE SCHOBER 
 
 
 PROBLEMA 3- O BALCONISTA 
 
 
15 MARIANNA SILVA LIMA 
 
Teste de Schöber (para se aferir o grau de restrição da flexão anterior 
da coluna): 
• Mede-se o desvio, em flexão, de dois pontos – o ponto 
inferior ao nível da junção lombossacra e o ponto superior 10 
cm acima desse nível. – 
• Considera-se alterado se o desvio dessa linha for inferior a 5 
cm. 
Exames complementares 
 Os exames complementares na lombalgia devem ser usados 
somente se necessários e quando há suspeita, por meio da história e 
do exame físico, de alguma causa que necessite intervenção imediata 
ou específica. 
Radiografia simples (raios X da coluna) 
• Não é necessário na avaliação inicial da pessoa com suspeita 
de lombalgia mecânica; 
• radiografias normais não descartam esse diagnóstico 
enquanto muitas alterações não têm relação com a dor e 
constituem apenas achados casuais. 
• Ao redor dos 50 anos, 67% têm comprometimento discal 
como encurtamento do espaço intervertebral, e 20% 
possuíram osteófitos enquanto apenas 13% das pessoas 
dessa faixa etária com ou sem dor lombar têm radiografia 
normal.10 
• Outro estudo demonstrou que até 75% dos achados em 
pessoas com lombalgia eram sem significado clínico.11 
Embora não tenha indicação formal, até 80% dos indivíduos com dor 
lombar na atenção primária gostariam de realizar o exame se este 
fosse oferecido.12 
As principais indicações são 
• Falha do tratamento conservador com persistência ou piora 
da dor; 
• Assimetria nos reflexos 
• Dor localizada; 
• Idoso com lombalgia de início recente. 
 
Outros exames radiológicos 
 Considerar prosseguir na investigação radiológica. As 
principais estratégias são: 
• Cintilografia óssea: suspeita de infecção, tumor, artrite e 
fratura. 
• Tomografia computadorizada: suspeita de hérnia de disco, 
estenose da medula, mieloma múltiplo, avaliação de órgãos 
retroperitoneais. 
• Ressonância nuclear magnética: suspeita de hérnia de disco, 
tumores intraespinais. 
 
 PROBLEMA 3- O BALCONISTA 
 
 
16 MARIANNA SILVA LIMA 
 
Exames laboratoriais 
 A grande maioria dos indivíduos não necessita de exames 
laboratoriais na avaliação inicial. Para pessoas idosas, com sintomas 
constitucionais ou com falha terapêutica podem ser solicitados 
exames como: 
• Hemograma completo, velocidade de hemossedimentação, 
proteína C-reativa: (processo inflamatório ou neoplasia). 
• Cálcio sérico e fosfatase alcalina (doença óssea difusa). 
• Eletroforese de proteínas séricas e urinárias (mieloma 
múltiplo). 
• Antígeno prostático especifico (metástase por câncer de 
próstata). 
• Análise qualitativa da urina (doença renal). 
• Sangue oculto nas fezes (úlceras e tumores gastrintestinais). 
 
Ressonância Magnética é o padrão-ouro para identificar algumas 
lombalgias, mas em geral se usa o raio-X, já que é mais acessível. 
Quando for pra ver parte muscular, nervosa, tendinosa a gente pede 
Ressonância, quando se quer ver parte óssea, por exemplo, pede-se TC. 
DESCREVER O TRATAMENTO FARMACOLÓGICO E NÃO 
FARMACOLÓGICO DAS LOMBALGIAS AGUDAS, SUBAGUDAS 
E CRÔNICAS. 
Lombalgias Agudas 
• Com base na história natural da lombalgia aguda 
inespecífica, é importante assegurar o prognóstico favorável 
ao paciente, ressaltando sua necessidade de permanecer 
ativo e de evitar o repouso no leito. 
• O tratamento nessa fase visa ao alívio sintomático da dor e 
da inflamação e à orientação para a proteção das estruturas 
acometidas, evitando posturas ou atividades que exacerbem 
o quadro álgico por sobrecarga mecânica sobre a coluna 
lombar. 
• A prescrição de repouso é prejudicial para lombalgia 
inespecífica tanto aguda como crônica. 
• No entanto, se a dor for muito intensa e o repouso propiciar 
alívio temporário da dor, é recomendável usar-se a posição 
de semi-Fowler. 
• Os estudos clássicos de Nachemson (1981) demonstram que 
essas pressões são mínimas quando os indivíduos assumem a 
posição de semi-Fowler, deitado em decúbito dorsal, com os 
joelhos e quadris levemente fletidos. 
 PROBLEMA 3- O BALCONISTA 
 
 
17 MARIANNA SILVA LIMA 
 
 
• Devido ao fato de a posição sentada com a flexão anterior do 
tronco proporcionar uma maior sobrecarga para a coluna 
lombar, recomenda-se que o paciente levante e caminhe no 
próprio ambiente domiciliar ou de trabalho. 
• Ele deve ser orientado, ainda, a evitar as posições que 
aumentem as pressões intradiscais lombares. Assim, os 
movimentos torcionais e de flexão anterior devem ser 
evitados. 
 
• Sugerimos o retorno precoce às atividades funcionais de 
acordo com a tolerância de cada indivíduo, para não 
aumentar o risco do comportamento doloroso e dos efeitos 
deletérios do imobilismo. 
• As faixas ou coletes lombares podem ser utilizados por breve 
período de tempo, no intuito de lembrar o paciente de que 
não realize movimentos abruptos e inadequados, como a 
flexão anterior e a rotação lombar. Ele deve ser encorajado a 
deambular e iniciar a atividade física, permanecendo o 
mínimo de tempo possível na posição sentada ou de 
desconforto. 
• Exercícios aeróbios de baixo impacto, como deambular, 
nadar e pedalar bicicleta, proporcionam mínima sobrecarga 
sobre a coluna lombar e podem ser iniciados durante as 
primeiras duas semanas. 
• Orienta-se alternar a deambulação durante 20 a 30 minutos 
para cada três horas de repouso no leito em posição 
adequada. 
• O repouso prolongado no leito por mais de quatro dias 
parece levar a maior debilitação e deve ser evitado nas 
lombalgias agudas sem causa plausível. 
Os efeitos deletérios potenciais do repouso prolongado no leito incluem 
a atrofia muscular, o descondicionamento cardiopulmonar, a perda 
mineral óssea com hipercalcemia e hipercalciúria e, eventualmente, o 
risco de tromboembolismo pulmonar. 
• Além disso, os efeitos sociais de percepção de doença grave 
e perda econômica por absenteísmo no trabalho devem ser 
 PROBLEMA 3- O BALCONISTA 
 
 
18 MARIANNA SILVA LIMA 
 
considerados. Desse modo, a maioria dos pacientes nessa 
fase não necessitará de repouso no leito. 
• Este, por dois a quatro dias, deve ser considerado nos 
pacientes com sintomas iniciais graves e principalmente nos 
casos de dor primária nos membros inferiores. 
Nessa fase, está indicado o uso de analgésicos, como o acetaminofeno, 
de anti-inflamatórios não-hormonais e de relaxantesmusculares. 
• A vantagem da termoterapia superficial e das compressas de 
gelo é o fato de poderem ser utilizadas em regime domiciliar. 
• Outros agentes físicos passivos, tais como o ultrassom e a 
estimulação elétrica, entretanto, não devem ser prescritos de 
rotina nessa fase, especialmente como monoterapia. 
• A realização de protocolos padronizados de exercícios 
terapêuticos específicos, como os de fortalecimento 
muscular, alongamento, ganho de flexibilidade, extensão e 
flexão lombar, são tão eficazes quanto o não-tratamento ou 
outras modalidades terapêuticas. Dessa forma, a orientação 
para que o paciente permaneça ativo já é suficiente nessa 
fase. 
• Se a dor persistir apesar das medidas anteriormente citadas, 
pode-se considerar a realização da manipulação vertebral. 
Lombalgia Subaguda 
Os pacientes com lombalgia na fase subaguda merecem cuidado 
especial. 
• Uma abordagem excelente seria a profilaxia da cronicidade 
do quadro doloroso, assim como das recorrências. 
• Os principais objetivos são a restauração de amplitude 
completa de movimentos sem dor, a restauração da força, da 
resistência e da coordenação neuromuscular, assim como o 
retorno às atividades normais. 
• O condicionamento aeróbio pode ser realizado de modo 
semelhante ao da fase aguda. 
• Exercícios específicos para as deficiências da coluna lombar 
são os mais apropriados, precedidos de procedimentos que 
aliviem o quadro álgico. A monitoração mais frequente e 
cuidadosa deve ser enfatizada visando à maior adesão ao 
tratamento. 
Lombalgia Crônica 
O cuidado dos pacientes crônicos envolve a elucidação diagnostica, 
afastando-se o comprometimento das estruturas ósseas, articulares, 
nervosas e ligamentares locais e as patologias sistêmicas que 
comprometem o segmento lombar. 
• É fundamental que o médico não reforce os sintomas de 
incapacidade e de sofrimento do paciente. 
• O objetivo nessa fase é a recuperação progressiva da 
capacidade funcional. Devido ao pior prognóstico dessa fase, 
alguns autores sugerem que o tratamento conservador seja 
mais agressivo. 
 PROBLEMA 3- O BALCONISTA 
 
 
19 MARIANNA SILVA LIMA 
 
• A massagem terapêutica é benéfica para os indivíduos com 
lombalgia subaguda ou crônica inespecífica em termos de 
melhora funcional e dos sintomas. 
• Apesar do alto custo do procedimento em si, este pode ser 
reduzido se proporcionar diminuição do número de consultas 
médicas ou de outros programas terapêuticos. 
• Os efeitos benéficos da massoterapia podem durar por até 
um ano após o término de sua aplicação. 
• Parece que a massagem realizada nos pontos de acupuntura 
é melhor do que a clássica. Os efeitos terapêuticos da 
massagem melhoram quando esta é associada a programas 
educativos e exercícios. 
• Há evidências sobre a eficácia da manipulação vertebral para 
o alívio da lombalgia crônica em curto prazo, porém parece 
não influenciar o retorno ao trabalho e a melhora da 
incapacidade funcional). 
Há forte evidência a favor da abordagem multidisciplinar 
biopsicossocial intensiva, superior a 100 horas, visando à restauração 
funcional de pacientes com lombalgia crônica grave e incapacitante. 
O principal objetivo do tratamento da lombalgia crônica é o retorno ao 
trabalho e às atividades usuais. A associação das diversas opções 
terapêuticas para promover o alívio sintomático da dor pode facilitar esse 
processo. 
• Há evidência de alívio da dor e de melhora funcional com o 
uso da acupuntura, quando comparada ao não-tratamento. 
Também há evidência de que a associação da acupuntura a 
outras modalidades terapêuticas é mais eficaz do que as 
modalidades convencionais isoladas. 
• As outras modalidades terapêuticas avaliadas incluíram os 
AINEs, o ácido acetilsalicílico, os analgésicos simples, as 
compressas quentes, a termoterapia superficial de 
infravermelho, os programas educativos e ergonômicos e as 
modificações comportamentais. 
• O agulhamento seco dos músculos acometidos é outra 
intervenção útil com o tratamento complementar na 
lombalgia crônica inespecífica. 
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO 
Com relação ao tratamento farmacológico, os fármacos mais utilizados 
são analgésicos simples, AINES, relaxantes musculares, opioides e 
antidepressivos. 
O analgésico simples mais utilizado é o paracetamol. 
• Entretanto, uma revisão Cochrane de 2016 mostra que o 
paracetamol não melhora a dor em comparação com o 
placebo. Além disso, inclui riscos como hepatotoxicidade, 
devendo ser utilizado com muito cuidado em pacientes com 
insuficiência hepática, doença hepática ativa, transtornos por 
uso do álcool e hipovolemia grave (PFIEFFER ML,2020). 
Os AINES são amplamente utilizados na pratica. 
Podem ser utilizados por períodos curtos, em episódios agudos de 
dor lombar, sempre alertando os pacientes a respeito do risco 
 PROBLEMA 3- O BALCONISTA 
 
 
20 MARIANNA SILVA LIMA 
 
cardiovascular, dos sintomas gastrointestinais, toxicidade renal e 
risco de exacerbação da asma. 
• Em relação a dor lombar crônica, o estudo de ENTHOVEN 
WTM et. Al. 2016, relata que a qualidade de evidência de 
AINES em comparação com placebo, em pacientes com 
lombalgia crônica, é na melhor das hipóteses, moderada. 
• Quando estudos são de qualidade superior, os efeitos dos 
AINES se tornam menores ou desaparecem. 
Os relaxantes musculares são efetivos por curto prazo para alívio 
sintomático da dor lombar inespecífica aguda. 
• Entretanto, a incidência de sonolência é alta. Em revisão 
sistemática Cochrane de 30 ensaios clínicos randomizados, 
realizados em pacientes com dor lombar, 2 estudos 
compararam relaxantes musculares a placebo, mostrando 
que quaisquer dos fármacos foram mais eficazes do que 
placebo no alívio de curto prazo da dor aguda (FRASSON VB, 
2016). 
Os opioides podem ser usados a curto prazo em pacientes com dor lombar 
aguda, mas não em pacientes com dor crônica. 
• Para reduzir o risco de uso indevido e dependência, o CDC 
(Center of Desease Control) não recomendou o uso de 
opioides por um período superior a 3 dias. As principais 
reações adversas são sedação, depressão respiratória, 
constipação e náuseas (PFIEFFER ML,2020). 
Para aqueles pacientes com quadro de dor lombar crônica com 
componente neuropático associado, como nos casos das 
lombociatalgia, os antidepressivos e anticonvulsivantes ganham 
grande importância. 
• As diretrizes para o tratamento das dores neuropáticas 
consideram como primeira linha os tratamentos cuja eficácia 
foi comprovada em estudos experimentais ou observacionais 
de melhor consistência (nível A). 
Pertencem a estes fármacos 
• Anticonvulsivantes moduladores das subunidades α 2δ dos 
canais de cálcio voltagemdependentes: gabapentina e 
pregabalina; 
• antidepressivos tricíclicos (ADT): amitriptilina, imipramina, 
clomipramina e nortriptilina; 
• Inibidores seletivos da receptação de serotonina e de 
noradrenalina (ISRSN): duloxetina e venlafaxina. 
DESTAQUES 
• Quanto ao tratamento farmacológico de controlo 
sintomático das lombalgias, este poderá ser usado a nível dos 
CSP, sendo também, frequentemente, o primeiro recurso 
terapêutico em cuidados hospitalares. 
• A utilização de paracetamol ou AINEs e relaxantes musculares 
para o tratamento da lombalgia aguda parece ser suficiente 
na maioria dos casos. 
• No tratamento da lombalgia crónica, as opções terapêuticas 
mais usadas são o paracetamol, os AINEs, os opióides, os 
 PROBLEMA 3- O BALCONISTA 
 
 
21 MARIANNA SILVA LIMA 
 
relaxantes musculares e os antidepressivos, tomados 
isoladamente ou em associação. 
AINEs 
 São habitualmente o tratamento de 1ª linha de dor lombar, sendo 
o seu uso suportado pela experiência clínica. 
 Os AINEs têm um efeito reduzido a curto prazo no alívio da dor 
lombar crónica. 
 Nenhuma característica do indivíduo permite prever o sucesso da 
terapêutica com AINEs. 
 A evidência sugere não existir benefício de nenhum fármaco em 
relação a outro, contudo a alteração para umAINE diferente deve 
ser considerada se o primeiro não for eficaz. 
 Desconhece-se se os AINEs serão mais eficazes que o uso de 
paracetamol isolado; não há evidência do benefício da associação de 
AINEs com paracetamol. 
Paracetamol 
 A evidência é controversa relativamente ao uso do paracetamol 
em comparação com os AINEs; tendo em conta um perfil de 
segurança favorável e o custo reduzido, o paracetamol é considerado 
uma opção de primeira linha razoável para o tratamento da dor 
lombar. 
 Tal como os AINEs, o paracetamol tem um efeito reduzido a curto 
prazo no alívio da dor lombar crónica. 
 A dose máxima diária de 4g é apropriada para a maioria dos 
doentes, no entanto, o risco de hepatotoxicidade é dose-dependente 
e aumenta com a ingestão concomitante de álcool, pelo que é 
prudente limitar a dose diária de paracetamol para 2g em doentes 
com história de abuso excessivo de álcool ou com outros fatores de 
risco para hepatotoxicidade. 
 A associação de paracetamol com tramadol apenas se verificou 
benéfica no tratamento da dor crónica. 
Relaxantes musculares 
 A evidência mostra o benefício do uso de relaxantes musculares 
não-benzodiazepinas na redução da dor, principalmente nos 
primeiros 7 a 14 dias (embora o seu benefício possa continuar 
durante mais de quatro semanas). 
 Têm particular interesse quando há grande contratura muscular, 
que, por si só, é geradora de dor. 
 O tratamento com diazepam oral por um período curto (até 5 dias) 
também pode ser benéfico para o alívio da dor. 
 Existe evidência de que a combinação destes fármacos com AINEs 
poderá ter um benefício adicional na redução da dor. 
Opióides 
 Frequentemente prescritos em casos de dor lombar severa, 
aguda, não controlada com AINEs e paracetamol, existindo evidência 
escassa do seu benefício. 
 PROBLEMA 3- O BALCONISTA 
 
 
22 MARIANNA SILVA LIMA 
 
 Estudos demostraram não existir diferença na redução da dor ou 
no tempo de retorno ao trabalho quando comparados com AINEs ou 
paracetamol. 
 A evidência é insuficiente para recomendar um fármaco opióide 
em relação a outro. 
 Os efeitos adversos dos opióides incluem sedação, confusão, 
náuseas, obstipação e em doses altas depressão respiratória. 
 O uso de opióides deve ser limitado a períodos curtos, em horário 
fixo (por exemplo ao deitar), pelo risco de dependência e tolerância. 
Corticoides 
Não estão recomendados para o tratamento da dor lombar com ou 
sem ciatalgia, uma vez que não demostraram ser mais eficazes do 
que o placebo. 
Não se usa em lombalgia mecânica aguda. Mas pode ser prescrito na 
crônica. 
Outras opções 
 Antidepressivos tricíclicos têm-se demonstrado benéficos no 
tratamento da lombalgia crónica, mesmo quando não associada a 
sintomas depressivos, mas não foram estudados na dor lombar 
aguda, pelo que não se recomenda o seu uso no tratamento da 
lombalgia aguda. A prescrição de pequenas doses de antidepressivos 
tricíclicos (elevadores do humor) uma hora antes de deitar pode 
ajudar na regulação do ciclo de sono, beneficiando alguns casos. 
 Alguns estudos têm demonstrado a eficácia da gabapentina e 
outros anticonvulsivantes no alívio sintomático de doentes com dor 
lombar subaguda e crónica, no entanto são necessários ensaios 
adicionais para recomendar o seu uso no tratamento da lombalgia 
(com ou sem radiculopatia). 
TRATAMENTO CIRÚRGICO 
A lombalgia mecânica comum é sempre de tratamento conservador. 
Se resistente e existindo um evidente substrato clínico-patológico para 
essa evolução atípica, podem ser feitas infiltrações nas discopatias 
(Modic tipo I, II ou III), infiltração de pontos dolorosos, infiltração 
perifacetária, denervação facetaria e artrose do segmento vertebral. 
• O tratamento cirúrgico da hérnia discal está indicado nos 
casos com déficit neurológico grave agudo (menos de 3 
semanas), com ou sem dor; 
• Na lombociatalgia hiperálgica e, nas outras de menor 
intensidade, apenas para os pacientes que não melhoram 
após 90 dias de adequado tratamento clínico. 
• Na síndrome da cauda equina (alteração de esfíncter, 
potência sexual e paresia dos membros inferiores) a cirurgia 
está indicada em caráter emergencial, como também, nas 
lombalgias infecciosas (espondiodiscites) com evolução 
desfavorável. 
• A indicação de cirurgia no canal lombar estreito é feita em 
caráter individual, caso a caso, na síndrome da cauda eqüina 
(paresia de MMII, disfunção urinaria e sexual); na claudicaçâo 
neurogênica intermitente incapacitante e progressiva e na 
 PROBLEMA 3- O BALCONISTA 
 
 
23 MARIANNA SILVA LIMA 
 
radiculopatia unilateral que não responde ao tratamento 
conservador. 
• A cirurgia também está indicada: na espondilolise, com 
espondilolistese, e espondilolistese degenerativa, com dor 
lombar que não melhora com tratamento clínico; 
escorregamento vertebral progressivo no jovem (mesmo 
assintomático); lombociatalgia e claudicaçâo neurogênica 
devidas a canal estreito que não responderam ao protocolo 
de tratamento conservador. 
 
DESCREVER QUAIS OS CORTICÓIDES UTILIZADOS NA 
PRÁTICA CLÍNICA, SEU MECANISMO DE AÇÃO, SUAS 
INDICAÇÕES COMO ANTI-INFLAMATÓRIOS E SEUS EFEITOS 
COLATERAIS. 
Definição 
• Os fármacos corticoides são miméticos dos hormônios 
corticosteroides. Eles são produzidos pelo corpo no córtex da 
glândula suprarrenal, sendo divididos em glicocorticoides e 
mineralocorticoides. 
• Os receptores dos glicocorticoides estão distribuídos em 
diversos tecidos do corpo, interferindo desde o metabolismo 
de carboidratos e proteínas até a regulação de mecanismos 
de defesa do organismo. Enquanto isso, os receptores dos 
mineralocorticoides estão presentes, majoritariamente, nos 
órgãos excretores. 
Mineralocorticoides agem no eixo hipotálamo-hipofise-adrenal. 
Qual a diferença entre prednisona e prednisolona? A prednisona é a 
forma ativa da prednisona. Há diferenças nos efeitos colaterais, 
mudanças no efeito de 1ª passagem. 
Apresentação dos corticoides 
Os corticoides se apresentam das mais variadas formas, sendo os 
principais deles: 
Beclometasona (aerossóis inalados ou nasais) 
Betametasona (IV, IM e tópico) 
Equivalência de dose: 0,6mg 
Tempo de ação: longo 
Budesonida (aerossóis inalados ou nasais) 
Cortisona (Oral) 
Equivalência de dose: 25mg 
Tempo de ação: curto 
Ciclesonida (aerossóis inalados ou nasais) 
Dexametasona (IV, IM e oral) 
Equivalência de dose: 0,75mg 
Tempo de ação: longo 
Flunisolida (aerossóis inalados ou nasais) 
Fluticasona (aerossóis inalados ou nasais) 
Hidrocortisona (IV, IM e tópico) 
Equivalência de dose: 20mg 
Tempo de ação: curto 
Metilprednisolona (IV, IM, oral e intra-articular) 
Equivalência de dose: 4mg 
Tempo de ação: intermediário 
Mometasona (aerossóis inalados ou nasais e tópico) 
Prednisolona (IV e IM) 
Equivalência de dose: 5mg 
 PROBLEMA 3- O BALCONISTA 
 
 
24 MARIANNA SILVA LIMA 
 
Tempo de ação: intermediário 
Triancinolona (IM, oral, intra-articular, tópico e aerossóis inalados ou 
nasais) 
Equivalência de dose: 4mg 
Tempo de ação: intermediário 
Mecanismos de ação 
• O principal mecanismo de ação anti-inflamatória dos 
corticoides é o bloqueio duplo da cascata do ácido 
araquidônico, por meio da indução da lipocortina, que age 
inibindo a fosfolipase A2 e da inibição das COXs, que possuem 
papel crucial na mediação da inflamação ao produzir 
prostaglandinas e prostaciclinas. 
• Também inibem a síntese e liberação de TNF-α, interleucinas 
de 1 a 8, interferon γ e a ativação de células T por citocinas. 
Possuem efeito inibidor da função de fibroblastos, com 
menor produção de colágeno e glicosaminoglicanos e certa 
redução na cicatrização e reparo. 
• Além disso, agem nas células sanguíneas, reduzindo o 
número de macrófagos, eosinófilos e linfócitos e suas ações. 
Aumentam a quantidade de neutrófilos por recrutamento, 
redistribuindo seu pool, contudo, sem influência significativa 
na síntese de anticorpos. 
Farmacocinética e Farmacodinâmica dos corticoidesApós serem absorvidos, a maioria dos glicocorticoides são 
transportados ligados a proteínas plasmáticas, em especial a 
globulina de ligação de corticoides (CBG) e à albumina, sendo 
inativos biologicamente quando associados, entrando nas células 
por difusão. 
A meia vida plasmática da cortisona é de até 90 minutos, porém os 
seus efeitos biológicos podem durar de 2 à 8h. São metabolizados 
por enzimas oxidantes microssomais hepáticas e seus metabólitos 
são conjugados com o ácido glicurônico ou sulfato, sendo excretados 
pelo rim posteriormente. 
Indicações 
Devido ao seu efeito anti-inflamatório, a gama de indicações dos 
corticosteroides é grande, podendo ser utilizados em doenças 
reumáticas, alérgicas, distúrbios inflamatórios e cânceres. Entre as 
indicações, incluem-se: tratamento de reposição na doença de 
Addison (insuficiência suprarrenal primária) e na insuficiência 
suprarrenal secundária/terciária; diagnóstico da Síndrome de 
Cushing; tratamento de reposição para a hiperplasia suprarrenal 
congênita; alívio de diversos sintomas inflamatórios; tratamento de 
alergias; e aceleração de maturação pulmonar em prematuros. 
Contraindicações 
É contraindicado em pacientes com infecções fúngicas sistêmicas ou 
hipersensibilidade à corticosteroides. 
Efeitos adversos 
Como os corticosteroides têm ações sistêmicas, seu uso inadvertido 
pode causar efeitos adversos variados, sendo normalmente dose-
dependentes. 
 
 PROBLEMA 3- O BALCONISTA 
 
 
25 MARIANNA SILVA LIMA 
 
Adulto 
• Osteoporose, com consequente risco de fraturas, devido a 
supressão da absorção intestinal de cálcio; Síndrome de 
Cushing iatrogênica; aumento da incidência de 
cataratas/glaucoma para predispostos geneticamente; 
hiperglicemia com possibilidade de desenvolvimento de 
diabetes; e supressão da resposta a infecções, com possível 
agravamento de infecções oportunistas. 
Criança 
• Caso o tratamento seja prolongado por mais de 6 meses, há 
retardo no crescimento. 
Retirada 
A descontinuação desses fármacos pode ser um problema quando 
seu uso ocorre por mais de 14 dias. Isso porque sua administração 
pode suprimir o eixo hipotálamo-hipófise-suprarrenal, podendo 
causar uma insuficiência suprarrenal aguda, potencialmente fatal. 
Dessa forma, sua retirada deve ser gradual de acordo com a 
tolerância individual, sendo recomendada a monitorização do 
paciente. 
Interações medicamentosas 
• Se usado juntamente com fenobarbital, fenitoína, rifampicina 
ou efedrina pode aumentar o metabolismo dos 
corticosteroides, reduzindo o efeito da terapia. A 
metabolização desses fármacos é feita pela enzima CYP3A4, 
então, produtos que contenham cetoconazol, itraconazol, 
claritromicina, ritonavir e cobicistate (inibidores potentes da 
CYP3A4) podem levar ao aumento da concentração 
plasmática dos corticosteroides, elevando o risco de efeitos 
adversos. 
• O uso concomitante com diuréticos que reduzem a 
concentração de potássio pode intensificar a hipocalemia, 
assim como o uso com glicosídeos cardíacos pode aumentar 
os eventos arrítmicos e intoxicação digitálica associada a 
hipocalemia. Além disso, se associado a anticoagulantes 
cumarínicos podem alterar os efeitos anticoagulantes (para 
mais ou para menos) sendo possível o reajuste posológico. 
• Os glicocorticoides associados a AINEs ou álcool podem 
aumentar a incidência/gravidade de úlceras gastrointestinais. 
Nas hipoprotrombinemias, o ácido acetilsalicílico deve ser 
administrado com precaução, já que os corticosteroides 
podem reduzir as concentrações plasmáticas de salicilato. 
Por fim, em diabéticos, o tratamento com glicocorticoides 
pode inibir a resposta à somatotropina, portanto, poderá ser 
preciso reajuste nas doses dos fármacos hipoglicemiantes.

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