Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Gabi Helena T69 SEPSE 11.02.2022 A sepse é a principal causa de morte nas UTIs e uma das principais causas de mortalidade hospitalar tardia, superando o infarto do miocárdio e o câncer Em 10 anos, não houve mudança da mortalidade, pois não recebe a atenção necessária DEFINIÇÃO SEPSE 1.0 (1991): Septicemia → acreditava-se ser um problema no sangue Presença de 2 ou + dos 4 critérios clínicos são necessários p/ seu diag (SIRS) SEPSE 2.0 (2002): Sepse, sepse grave e choque séptico Necessário ter infecção e 2 ou + dos 4 critérios de SIRS SEPSE 3.0 (2016): presença de disfunção orgânica ameaçadora à vida secundária à resposta desregulada do organismo à infecção A presença dos critérios da síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SRIS) não é mais necessária para a definição e aboliu-se o termo “sepse grave”, pois toda sepse é um quadro grave Disfunção orgânica: aumento em 2 pontos no escore SOFA (Sequential Organ Failure Assessment) Choque séptico: um subgrupo dos pacientes com sepse que apresentam acentuadas anormalidades circulatórias, celulares e metabólicas e associadas com maior risco de morte do que a sepse isoladamente o Critérios diagnósticos de choque séptico: necessidade de vasopressor para manter uma PAM > 65mmHg após a infusão adequada de fluídos, associada a nível sérico de lactato > 2mmol/L Sepse: disfunção com suspeita de infecção!! CRITÉRIOS 1. CRITÉRIOS DE SIRS: necessário 2 ou + critérios para classificar Temperatura corporal >38° ou < 36°C; FR > 30 irpm ou pCO2 < 32 mmHg FC > 90 bpm Leucocitose > 12.000 céls/mm³ ou < 4.000 céls/mm³ ou + que 10% de céls imaturas na periferia *Obs: na sepse: identifica o RISCO de infecção → não é mais um sinônimo de sepse!! Isso pois a sepse é uma disfunção com suspeita de infecção Obs 2: nem todo paciente que tem > 2 critérios de SIRS terá sepse → ex: politrauma, pós operatório de grandes cirurgias *Obs 3: possui alta sensibilidade, mas baixa especificidade 2 Gabi Helena T69 2. CRITÉRIOS SSC (Surviving Sepsis Campaing 2012): Variáveis gerais: o Febre (>38,3°) o Hipotermia (temperatura basal < 36oC) o FC > 90 bpm ou mais do que 2 sd acima do valor normal para a idade o Taquipneia o Estado mental alterado o Edema significativo ou balanço fluído positivo (> 20 ml/kg acima de 24h) o Hiperglicemia (G no plasma > 140mg/dl ou 7,7mmol/L) na ausência de diabetes Variáveis inflamatórias o Leucocitose (glóbulos brancos > 12.000 uL-1) o Leucopenia (glóbulos brancos < 400 uL-1) o Contagem de glóbulos brancos normal com > 10% de formas imaturas o Proteína C reativa no plasma + do que sd acima do valor normal o Procalcitonina no plasma > 2 sd acima do valor normal Consegue definir o uso de antibióticos Variáveis Hemodinâmicas: o Hipotensão arterial: PAS < 90, PAM < 60 ou redução PAS > 40 em adultos ou menos de 2 sd abaixo do normal para idade Variáveis de disfunção de órgãos: o Hipoxemia arterial (PaO2/FIO2 < 300) o Oligúria aguda (diurese < 0,5ml/kg/h por pelo menos 2h apesar da ressuscitação fluída adequada) o Aumento de creatina > 0,5mg/dl ou 44,2 mmol/L o Anormalidades de coagulação (RNI > 1,5 ou TTPA > 60s) o Íleo (ausência de sons intestinais) o Trombocitopenia (contagem plaquetas < 100.000 uL-1) o Hiperbilirrubinemia (bb total no plasma > 4 mg/dL ou 70 umol/L) Variáveis de perfusão tissular: o Hiperlactatemia (1 mmol/L)**importante o Diminuição do enchimento capilar ou mosqueamento 3. CRITÉRIO SOFA 3 Gabi Helena T69 Aumento de 2 pontos já consiste em alto risco de disfunção orgânica Avalia disfunção orgânica com critérios laboratoriais (SOFA ≥ 2) 4. CRITÉRIO QUICK SOFA 1. Alteração de nível de consciência: escore segunda a escala de Gasglow inferior a 15 2. FR ≥ 22 irpm 3. PAS ≤ 100mmHg Critérios ≥ 2: ↑↑ risco de mortalidade 1 critério: ATENÇÃO!!!! OLHO!! (países como Brasil) É uma ferramenta para TRIAGEM → identifica a GRAVIDADE e não definição de sepse o É para ser utilizada a beira leito para identificar rapidamente pacientes adultos com maior probabilidade de ter desfechos clínicos desfavoráveis se eles apresentarem infecções → “não perca tempo, se você ainda não fez nada, por favor aja agora com rapidez” Obs: não é necessário esperar pela presença de dois critérios qSOFA para dar início ao tratamento, pois trata-se apenas de um alerta a respeito da gravidade da doença que o paciente já apresenta 5. Critério MEWS: sistema de alerta precoce modificado Escore Recomendações de avaliação e frequência 1 A cada 4 horas 2 A cada 1 hora 3-5 < 1 hora >5 A cada meia hora < 5 mas algum sinal ou sintoma preocupante Observação direta da enfermaria 4 Gabi Helena T69 PROTOCOLO Exemplo 1: Paciente masculino 50 anos acude sozinho ao Pronto socorro referindo cansaço e falta de ar. Ao passar pela triagem apresenta-se: confuso, Glasgow 14, T38,5ºC, FC 108bpm Primeiro: critérios de SIRS: risco de infecção Segundo: qSOFA → 1 critério Tem disfunção orgânica? ATENÇÃO!!! DISFUNÇÃO ORGÂNICA SEM SIRS Pacientes imunossuprimidos Idade avançada Sempre temos que avaliar se esses pacientes possuem algum tipo de infecção para excluir riscos CONDUTA Materiais: início de protocolo quando em suspeita de sepse Kit sepse: recipientes de coleta de culturas, lista de exames, carimbo sepse, ficha de solicitação de antimicrobianos (FSA) Carimbo sepse Sistema de Enlace de Dispensação de Antimicrobiano na Sepse 5 Gabi Helena T69 Lista do uso racionado de antimicrobianos segundo para o protocolo de sepse na instituição SUSPEITA DE SEPSE 1. Antibioticoterapia e foco infeccioso Antibiótico < 1 hora!!!! → GOLDEN HOUR Amplo Espectro Seguir Guia de Antibioticoterapia Empírica para Sepse da Instituição; Descalonar após resultados de culturas Avaliar a suspenção se descartada a sepse. Coleta de culturas 2. Coleta de culturas 2 hemoculturas no mesmo momento r acessos diferentes (preferência) ou de outros focos necessários 3. Guia de uso Racionado de Antimicrobianos Antibioticoterapia segundo SCCIH baseado na flora hospitalar da santa casa de Bragança Paulista Direcionar especto do antibiótico: o 62% dos casos são Gram, 47% são Gram +, e 19% fungos Gram -: E. coli, Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella species Gram +:Staf aureus, Strepto pneumoniar FOCO PRIMEIRA LINHA SEPSE IVAS (faringoamigalites, sinusite) Amoxicilina oral ou em associação a clavulonato. Se alergia Azitromicina Penicilinas Pulmão PNM Idosos, tabagistas Atipica Clavulin (comunitária) Levofloxacino Associar Azitromicina Ceftriaxona, cefepime, piperacilina- tazobactam**, carbapenêmicos** Se internação prévia, germes multirresistentes conhecidos SNC Ceftriaxona avaliar variáveis ITU Ciprofloxacino ceftriaxone / Piperacilina-tazobactam** Pele Se DM ou inmunosuprimido Oxacilina Associar clindamicina ou quinolona (ciprofloxacino) Vancomicina se internação prévia e infecção por germes multirresistentes conhecidos e cobertura p pseudomonas.. Infecção Abdominal Ciprofloxacino + Metronidazol -jovens: comunitária: Amox/clav. - 50a + comorbidades ou DM: cefepime+metronidazol Piperacilina-Tazobactam** Avaliar Risco de Infecção fúngica (DM / NPT / oncológica) Azólicos Equinocandida ou anfotericina** 6 Gabi Helena T69 Impacto: mortalidade cai muito com antibiótico na primeira hora MEDIDAS DE SUPORTE Oferta de O2 → as artérias recebem 100% de O2 com pO2 > 90 → as artérias passam pelo tecido → passam cateter venoso central → PO2 = 70% → isso significa que o tecido está consumindo muito O2, pois está necessitando, sendo essa uma dependência patológica (consumo patológico). Concomitantemente a esse consumo extremo, há a o aumento do lactato, marcando o ponto que chamamos de DO2 crítico DO2 crítico: ponto de transiçãoentre a respiração aeróbica para anaeróbica devido ao alto consumo de O2 uma vez que o tecido está em grande necessidade de O2 Obs: cateter venoso central tem que estar no ÁTRIO!! TERAPIAS DE SUPORTE Procedimentos: após julgamento clínico considerar necessidade de: Punção jugular externa Cateterização arterial (PAM) Cateterização venosa central (PVC) Cateterização vesical (CV) Ventilação mecânica (VM) Catéter duplo lúmen Outros Fluidoterapia endovenosa: Tanque vazio? Cristalóides (soro fisiológico a 0,9% ou ringer lactato) IV 30 mg/kg Se persistir hipotensão: a cada 30 min fazer desafio de fluído com observação das variáveis dinâmicas (ex. alteração da pressão de pulso, variação do volume sistólico) ou estáticas (ex. PA, FC) → se não melhorar após infusão de 7 Gabi Helena T69 grande quantidade de líquido dar vasoconstritor (pois o paciente pode estar vasodilatado e todo volume que você está dando não fica no vaso) Repetir até PVC entre 8-12 mmHg ou 12-15 mmHg em paciente sob ventilação mecânica Observação criteriosa de pacientes cardiopatas o Observação de Estertores Vasopressores: Tanque cheio? Se a PAM permanecer < 65mmHg apesar de atingir PVC de 8-15mmHg, iniciar terapia vasopressora. Pode ser necessário empregar vasopressores precocemente como na emergência em pacientes com choque séptico → PAM mínima p/ ter perfusão de tecido é de 65mmHg Noradrenalina (1° escolha): titular dose até PAM ≥ 65 a 90mmHg (anote hora PAM ≥ 65) Dopamina: titular dose até PAM ≥ 65 a 90mmHg (anote hora PAM ≥ 65) Pacientes pneumopatas: 88-90% Não pneumopatas: 92-95% Obs: só utiliza vasopressores se a expansão volêmica não foi adequada Avaliações e Reavaliações: Monitorização contínua da ScvO2 ≥ 70mmHg (anote hora) Aferição de PA Solicitar lactato ao fim da 6a hora Transfusão de hemoderivados Se PVC, PAM e Ht foram otimizados, e SvcO2 < 70%, considerar terapia inotrópica Dobutamina 2,5 mcg/kg/min, titular a cada 30 min até SvcO2 ≥ 70% até 20mcg/kgqmin Nutrição Glicemia alta: > 180 → aumenta mortalidade Administrar de alimentação oral ou enteral, se necessário, conforme tolerado ou fornecimento exclusivo de glicose IV dentro das primeiras 48h de diagnóstico Controle Glicêmico: prova* Iniciar o controle glicêmico em pacientes com instabilidade hemodinâmica a cada 1 ou 2h até estabilização e de 4/4h após Iniciar infusão contínua de insulina se 2 medidas de glicemia > 180 mg/dl Manter níveis glicêmicos < 180mg/dL Ventilação Mecânica: Pressão de platô inspiratória < 30 cm H2O Volume corrente - meta de 6 ml/kg Titular menor PEEP necessária p/ impedir colapso alveolar e garantir SaO2 > 90% Manobras de recrutamento devem ser usadas em pacientes sépticos com hipoxemia refratária 8 Gabi Helena T69 Clearance do Lactato: prova* Marcador prognóstico Queda em + de 10% do nível inicial associou-se a um melhor prognóstico! Corticosteróide Paciente dependente de altas doses de vasopressor - administrar hidrocortisona 50mg IV de 6/6h → ↓ mortalidade em 2% no 1° mês após administrar de CTI + ↓ tempo internação em 1d Não utilizar na ausência de choque, exceto se já fazia uso prévio ILAS 50MG 6/6H / SSC 100mg 12/12H → PROVA*** Hemotransfusão: em quem fazer CH: para Hb < 7 g/dl ou disóxia; Plaquetas: se sangramento E < 50.000/mm³ Plasma: se sangramento + INR > 1,5 RESUMINDO → LEMBRAR!!! SIRS QUICK SOFA (qSofa) SOFA SEPSE o Identifique o foco → antibiótico em menos de 1h!! o NÃO ESQUEÇA: PEÇA AS CULTURAS! Abordagem Inicial 1 Gabi Helena T69 2 Gabi Helena T69
Compartilhar