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Geovanna Carvalho - T30 - UFCA 1 ANTI-HIPERTENSIVOS - Hipertensão Arterial Sistêmica : é uma condição clínica multifatorial - Caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos > ou = 140 e/ou 90 mmHg - Frequentemente se associa a distúrbios metabólicos e alterações funcionais e/ou estruturais de órgãos-alvos (coração, cérebro, rins..) Fatores de Risco - Dislipidemia, obesidade abdominal, intolerância à glicose e DM → agravam a HAS Associada a quadros clínicos - Morte súbita, AVE, IAM, IC, doença arterial periférica (DAP) e doença renal crônica Objetivos do tratamento Controle dos níveis pressóricos + Redução da morbimortalidade cardiovascular Princípios gerais no tratamento medicamentoso 1. Ter demonstrado a capacidade de reduzir a morbimortalidade cardiovascular 2. Ser eficaz via oral → caráter crônico do paciente, 3. Ser bem tolerado 4. Poder ser usado no menor número de doses diárias → preferência dose única 5. Ser iniciado com as menores doses efetivas 6. Poder ser usado em associação 7. Ser utilizado por um período mínimo de 4 semanas, antes de modificações, salvo em situações especiais 8. Melhor custo benefício possível Locais de controle da pressão arterial 1. Locais de controle rápido da pressão - Barroreflexos mediados pelos nervos autônomos - Endotélio - liberação de substâncias vasoativas (endotelina, óxido nítrico) 2. Locais de controle lento da pressão - Mecanismos humorais - SRAA - rins - Esses mecanismos irão agir nas arteríolas, vênulas pós-capilares, coração → modificando a PA - PA = Débito Cardíaco x Resistência Vascular Periférica Reflexo Barorreceptor - Barorreceptores no seio carotídeo e no arco aórtico são responsáveis por ajustes rápidos e contínuos da pressão arterial. - São mecanorreceptores que captam a PA → provocando estiramento, avaliando se a PA é suficiente ou não para suprir o tecido encefálico - Ex.: A diminuição da PA por transição postural → barorreceptores ativam mecanismos simpáticos→ vasoconstrição e cronotropismo positivo → aumenta a PA - Dependendo da situação também podem ativar mecanismos de redução da PA → ativação inibe a descarga simpática → em condições de altas pressões Geovanna Carvalho - T30 - UFCA 2 Resposta Renal - Controlam o volume sanguíneo e a PA a longo prazo - Redução da pressão de perfusão renal → captada pelo aparelho justaglomerular → ativa produção de renina - A redução da pressão nas arteríolas renais ou a redução da atividade neural simpática → eleva a produção de renina → ativa SRAA - Vasopressina (ADH) → liberada pela neuro-hipófise → regula a reabsorção de água pelos rins Denervação simpática renal - Estudo com tentativas de tratar hipertensão resistentes aos medicamentos. - A partir de um cateter introduzido pela aorta a artéria renal → ativa uma descarga elétrica que destrói as micro terminações nervosas do sistema simpático → gera vasodilatação do vaso e maior aporte sanguíneo renal - Ablação dos nervos simpáticos renais nos rins → reduz a ativação do sistema SRAA SRAA → Sistema renina angiotensina aldosterona - Angiotensinogênio → produzido no fígado - Angiotensinogênio – Renina (produzida nos rins) → Angiotensina I - Angiotensina – ECA (enzima conversora de angiotensina - pulmão) → angiotensina II → Efeitos da angiotensina II: - Facilita a reabsorção de Na e Cl e aumentar a excreção de K+ → através da maior liberação de aldosterona - Potente vasoconstritor → ativa simpático → adrenalina e noradrenalina → aumenta DC e PA - Estimula a glândula pituitária a secretar ADH → maior absorção d eágua no tubo coletor → eleva PA Classes dos Anti-hipertensivos 1. Diuréticos 2. Agente bloqueadores simpáticos (simpaticoplégicos) 3. Vasodilatadores diretos 4. Bloqueadores de canais de cálcio 5. Agentes que bloqueiam a produção ou ação da angiotensina Anti-hipertensivos disponíveis no brasil - Diuréticos - Inibidores adrenérgicos ● ação central → agonistas alfa-2 centrais ● bloqueadores beta-adrenérgicos ● alfa bloqueadores → bloqueadores alfa 1 adrenérgicos - Vasodilatadores diretos - Bloqueadores dos canais de cálcio - iECA - BRA Geovanna Carvalho - T30 - UFCA 3 Classes usadas no tratamento farmacológico da hipertensão arterial Diuréticos → Tipos de diuréticos ● Diuréticos: aumentam o volume urinário ● Natriuréticos: excreção renal de sódio ● Aquaréticos: aumento da excreção de água sem solutos - antagonistas do ADH, diuréticos osmóticos → Classes de diuréticos 1. De alça → + potentes e de ação rápida. (+ utilizados na insuficiência renal e cardíaca) 2. Tiazídicos → ação mais lenta, mais eficientes sobre a PA (+ utilizado na HAS) 3. Poupadores de potássio → usado em associação → Efeitos adversos gerais dos diuréticos (exceto poupadores de potássio) - Principais são: fraqueza, cãibras, hipovolemia e disfunção erétil - O + comum é a hipopotassemia, eventualmente acompanhada da ginecomastia - Podem provocar intolerância à glicose por reduzir a liberação de insulina, aumentando o risco do desenvolvimento de DM tipo 2 - Aumento do ácido úrico → precipitação de crises de gota nos indivíduos com predisposição Diuréticos de alça - Ação anti-hipertensiva relaciona-se aos seus efeitos natriuréticos com diminuição do volume extracelular → Após 4 semanas, o volume circulante praticamente se normaliza e ocorre redução da resistência vascular periférica (RVP) - Reduzem a PA em cerca de 10 - 15 mmHg : depleção de sódio + redução da volemia + outros mecanismos - Utilizados isolados e associação - Reduzem a morbimortalidade cardiovascular, principalmente no idoso - O efeito anti-hipertensivo não está diretamente associado às doses utilizadas, porém, os efeitos colaterais estão → Mecanismo: - Inibem seletivamente a reabsorção de NaCl no ramo ascendente espesso (RAE) da alça de Henle, através da inibição da NKCC2, transportador luminal de Na/K/2CL - Aumentam a excreção de Ca++ e Mg2+, porém não produzem hipocalemia pela compensação pela paratormônio e pela vitamina D - Exercem efeitos diretos sobre o fluxo sanguíneo por efeito sobre as prostaglandinas → na IC reduz a congestão pulmonar e a pressão de enchimento do VE - + eficazes diuréticos atualmente disponíveis Geovanna Carvalho - T30 - UFCA 4 → Representantes - Ácido etacrínico - Bumetamida - Furosemida - Torsemida → Usos terapêuticos - Insuficiência renal + clearance de creatinina < 30 ml/min - HAS com insuficiência cardíaca associada - HAS resistente → torsemida Obs.: em HAS sem insuficiência renal ou cardíaca não se usa diurético de alça → indica-se tiazídicos → Toxicidade - Alcalose metabólica hipocalêmica - os diuréticos de alça aumentam o aporte de sódio ao ducto coletor, que leva a um aumento da secreção de K+ e H+ - Ototoxicidade - reversível - Hiperuricemia - aumento da reabsorção do ácido úrico no túbulo proximal - Hipomagnesemia - Reações alérgicas Tiazídicos → Mecanismo: - Inibem a transporte de NaCl, predominantemente no túbulo contorsido distal, bloqueando o transportador de Na+/Cl- - Aumentam a reabsorção de cálcio (muito bom para pacientes na menopausa) → Usos terapêuticos - HAS - HAS + IC → Representantes: - Clortalidona - Hidroclorotiazida - Indapamida → Toxicidade: - Alcalose metabólica hipocalêmica - Hiperuricemia - Hiperglicemia - pelo comprometimento da liberação pancreática de insulina e diminuição da utilização tecidual da glicose - Hiperlipidemia - Hiponatremia - Reações alérgicas Geovanna Carvalho - T30 - UFCA 5 Diuréticos poupadores de potássio → Mecanismo - Impede a secreção de potássio, consequentemente aumentando a expulsão de Na, antagonizando os efeitos da aldosterona nos túbulos coletores - A aldosterona regula a absorção e secreção de potássio nos túbulos coletores - Inibem por antagonismo direto dos receptores dos mineralocorticóides → Representantes que inibem por antagonismo direto dos receptores dos mineralocorticóides : - Eplerenona (não tem no Brasil) - Espironolactona → Representantes que inibem o influxo de sódio na membrana luminal com diminuiçãoda secreção de K+ nos túbulos coletores - Amilorida - Triamtereno Obs.: são pouco potentes e muito usados em associação à hidroclorotiazida e clortalidona → Toxicidade (espironolactona) - Pode causar hiperpotassemia, em particular em paciente com déficit de função renal - Ginecomastia → relacionado com a duração da terapêutica, normalmente reversível com uso descontinuado → gerada pelo bloqueio da produção de testosterona, da ação androgênica (dos hormônios masculinos) e aumento da liberação de estrógeno da SHBG - Carcinoma mamário (especulativo) Resumo diuréticos 1. Tiazídicos ou similares (clortalidona, hidroclorotiazida e indapamida) - Preferência em HAS - Em doses baixas, pois são mais suaves e com maior tempo de duração do tratamento 2. Diuréticos de alça (furosemida e bumetanida) - Reservados para casos de insuficiência renal (creatinina > 2 mg/dL ou RFG calculado < 30 ml/min - Situações de edema (IC ou insuficiência renal) 3. Poupadores de potássio (espironolactona e amilorida) - Utilizados em associação com os tiazídicos ou DIU de alça Agentes bloqueadores simpáticos - Classificados de acordo com o local que atuam no arco reflexo simpático → essa divisão explica as diferenças nos efeitos farmacológicos dos fármacos e possibilita prever interações. → Classificação: 1. Agentes de ação central 2. Betabloqueadores→ atuam nos receptores periféricos betaadrenérgicos 3. Alfa Bloqueadores → atuam nos receptores periféricos alfa adrenérgico Geovanna Carvalho - T30 - UFCA 6 Agentes de ação central → Mecanismo - Ação central → agonistas alfa-2 centrais - Estímulo de receptores alfa-2 que estão envolvidos nos mecanismos simpatoinibitórios - Reduzem a descarga simpática dos centros vasomotores no tronco encefálico - Promovem diminuição da atividade simpática e do reflexo dos barorreceptores (diminuição discreta), contribuindo para bradicardia relativa e a hipotensão notada em ortostatismo (Sobretudo em hipovolemia); → Efeitos: - discreta redução na RVP e no débito cardíaco - Redução dos níveis plasmáticos de renina e retenção de fluidos → Diminui a PA - Não apresentam efeito metabólico indesejado - não interferem na resistência periférica à insulina, nem no perfil lipídico → Representantes: - metildopa - clonidina - Inibidores dos receptores imidazolínicos → moxonidina e rilmenidina (não estão disponíveis no Brasil) Metildopa - Sua ação provavelmente decorre da estimulação dos receptores α-adrenérgicos centrais → liga-se principalmente aos receptores α2 - Reduz a PA por redução da resistência vascular periférica Geovanna Carvalho - T30 - UFCA 7 - Diminuição variável da Fc e do débito cardíaco OBS.: Hipotensão postural em hipovolêmicos → Mecanismo: - A metil-dopa é um falso substrato que vai agir sobre a enzima dopa-descarboxilase gerando uma metil-noradrenalina menos potentes que a noradrenalina, promovendo uma redução da pressão arterial. → Toxicidade: - Efeito colateral mais comum – Sedação, Boca seca - Cansaço mental, diminuição da concentração, pesadelos, depressão - Pode ocorrer lactação em homens e mulheres por aumento da secreção de prolactina - Disfunção Sexual - Coombs Positivo - provocar reações auto-imunes, como febre, anemia hemolítica, galactorreia e disfunção hepática, que na maioria dos casos desaparecem com a cessação do uso → Uso terapêutico: - Prescrita sobretudo para HAS na gravidez Clonidina → Mecanismo: - Efeito hipotensor provavelmente exercida sobre receptores α -adrenérgicos do bulbo - Reduz o tônus simpático e aumenta o tônus parassimpático resultando em redução da PA e Bradicardia. - Reduz a RVP - Manutenção do fluxo sanguíneo renal - Liga-se mais firmemente aos receptores α2 adrenérgico → Efeitos: - Hipotensão postural infrequente - Diminui mais a FC e o DC que a Metildopa - A clonidina apresenta um risco maior do efeito rebote com a descontinuação, especialmente quando associada a um Betabloqueador → gerando picos hipertensivo → Toxicidade: - Sedação e boca seca - Reação de rebote - crise hipertensiva → Usos terapêuticos → pode ser favorável em situações de HAS associada a: - Síndrome das pernas inquietas - Retirada de opioides → para controlar os picos simpáticos que podem ocorrer no desmame - “flushes” da menopausa - Diarréia associada a neuropatia diabética - Hiperatividade simpática em pacientes com cirrose alcoólica Geovanna Carvalho - T30 - UFCA 8 Receptores Adrenérgicos Geovanna Carvalho - T30 - UFCA 9 Betabloqueadores → Mecanismo: - Bloqueio dos receptores beta adrenérgico periféricos - Algumas ações podem ser causadas por outros efeitos – Atividade agonista parcial, ação anestésica local, etc. - Os mecanismos envolvidos não são de todo compreendidos, mas incluem efeitos no SNC e supressão na liberação da renina → Efeitos: - Reduz DC e secreção de renina, havendo readaptação dos barorreceptores e diminuição das catecolaminas nas sinapses nervosas. → Classificação - 1ª geração → não seletivos: Propranolol e Sotalol ( + utilizado como antiarrítmicos) - 2ª geração → cardioseletivos, seletivos beta1 cardíaco: Atenolol, metoprolol, Bisoprolol - 3ª geração → efeitos adicionais, além de serem cardioseletivos: carvedilol (vasodilatação periférica), Nebivolol (efeito vasodilatador por liberação de óxido nítrico) e Labetalol (utilizado na gravidez, mas não está disponível no brasil) → 3ª Geração: - Os fármacos de terceira geração (carvedilol, nebivolol) além das ações anteriores, têm efeito vasodilatador por mecanismos diferentes: ● Carvedilol - bloqueio concomitante do receptor alfa-1 adrenérgico ● Nebivolol - aumenta a síntese e liberação de óxido nítrico no endotélio vascular → Toxicidade: - Broncoespasmo - Bradicardia - Distúrbios da condução atrioventricular - Vasoconstrição periférica - Insônia, pesadelos, depressão psíquica, astenia e disfunção sexual. - Intolerância à glicose e indução ao aparecimento de novos casos de Diabetes Mellitus - Hipertrigliceridemia com elevação do LDL-colesterol e redução da fração Geovanna Carvalho - T30 - UFCA 10 HDL-colesterol Obs.: Os BB de primeira e segunda geração são formalmente contraindicados a pacientes com asma brônquica, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e bloqueio atrioventricular de segundo e terceiro graus - Os BB de terceira geração (carvedilol e o nebivolol) têm impacto neutro ou até podem melhorar o metabolismo da glicose e lipídico, possivelmente em decorrência do efeito de vasodilatação com diminuição da resistência à insulina e melhora da captação de glicose pelos tecidos periféricos - Estudos com o nebivolol também têm apontado para uma menor disfunção sexual, possivelmente em decorrência do efeito sobre a síntese de óxido nítrico endotelial → Usos terapêutico na HAS sobretudo associado com: - Doença Arterial Coronariana - Insuficiência Cardíaca - Arritmias atriais e Ventriculares - Pindolol - Gravidez Alfabloqueadores → Mecanismo: - Bloqueio seletivo dos receptores α1 nas arteríolas e vênulas - Reduzem a pressão arterial por meio da dilatação dos vasos de resistência e capacitância - Retenção de Sal e água quando usados sem diuréticos associados - Geralmente utilizados em associação - Usados primariamente em Homens com HAS e Hipertrofia prostática benigna → melhora a função vesical relaxando a musculatura da bexiga → Toxicidade: - Hipotensão postural (sobretudo na primeira dose) - Recomendável a primeira dose seja pequena e à noite ao deitar - Tonturas, Palpitações, cefaleia e fadiga - Não afetam os perfis metabólicos, podem até melhorar os lipídeos plasmáticos - Incontinência urinária em mulheres tem sido relatada - Há evidência de que os pacientes tratados com doxazosina têm maior risco de incidência de ICC OBS.: O fenômeno de tolerância ou da taquifilaxia é frequente, necessitando aumento da dose, ao longo do uso. → Representantes: - Prazosina - Terasozina (não está disponível no brasil) - Doxazosina Geovanna Carvalho - T30 - UFCA 11 Vasodilatadores Diretos → Mecanismos: - Atuam diretamente, relaxando a musculaturalisa arterial, levando a redução da RVP - Essas ações promovem respostas compensatórias mediadas por barorreceptores, pelo SNS, pela renina, angiotensina e aldosterona - Atuam melhor em associação com outros anti-hipertensivos → Representantes: - Hidralazina (usado também na pré-eclâmpsia) - Minoxidil (no brasil usado apenas tópico para alopecia) Hidralazina ● Dilata as arteríolas, não as veias ● Pode ser utilizada na HAS grave, na HAS na gravidez ● HAS com IC em afrodescendentes → Toxicidade: - Cefaleia, flushing (hiperemia cutânea), taquicardia reflexa e reação lupus-like (dose-dependente) - O uso cuidadoso em pacientes com DAC e deve ser evitado naqueles com aneurisma dissecante da aorta e episódio recente de hemorragia cerebral. - Anorexia, náusea, vômito e diarreia. Minoxidil ● Vasodilatador muito eficaz e ativo por VO ● Dilatação provocada pela abertura dos canais de Potássio nas membranas musculares lisas. ● Dilata as arteríolas, não as veias ● Útil em HAS com IRC e HAS grave ● Deve ser administrado associado com Betabloqueador e diurético de alça → Toxicidade: - Hirsutismo - ocorre em aproximadamente 80% dos pacientes - Um efeito menos comum é a expansão generalizada de volume circulante e taquicardia reflexa. Bloqueadores de Canais de cálcio → Mecanismo: - Agem primordialmente proporcionando redução da RVP como consequência da diminuição da quantidade de cálcio no interior das células musculares lisas das arteríolas, decorrente do bloqueio dos canais de cálcio na membrana dessas células. - Reduz RVP → diminuindo a quantidade de cálcio que entra nas células musculares lisas das arteríolas → reduz contração → relaxamento da musculatura lisa → São classificados em 2 tipos básicos: ● Os di-idropiridínicos → Amlodipino, Felodipino, Isradipino, Manidipino, Nifedipio etc ● Os não di-idropiridínicos → Verapamil e Diltiazem (além de vasodilatação, são antiarrítmicos) - Verapamil – Mais efeito cardiodepressor, reduz o débito cardíaco e também a FC - Diltiazem – Efeitos intermediários → Toxicidade dos diidropiridínicos: Geovanna Carvalho - T30 - UFCA 12 - Edema maleolar costuma ser o efeito colateral mais registrado, e resulta da própria ação vasodilatadora (mais arterial que venosa), promovendo a transudação capilar (sobretudo nos di-idropiridínicos) - Cefaleia latejante e tonturas não são incomuns - O rubor facial é mais comum com os BCC di-idropiridínicos de ação rápida - Hipercromia do terço distal das pernas (dermatite ocre) e a hipertrofia gengival podem ocorrer ocasionalmente. Não di-idropiridínicos - Têm menor efeito vasodilatador, e podem ser bradicardizantes e antiarrítmicos, o que restringe seu uso a alguns casos específicos. - Podem deprimir a função sistólica cardíaca, principalmente em pacientes que já apresentavam tal disfunção antes do início do seu uso, devendo ser evitados nessa condição. - São alternativas quando há contraindicação de betabloqueadores → ex.: paciente asmático (betabloq pega b2 no pulmão e gera bronconstrição), DAOP(betabloq altera padrão lipídico) - São anti-hipertensivos eficazes e reduzem a morbimortalidade CV - Boa opção no tratamento da HAS de pacientes com DAC - Constituem uma alternativa aos Betabloqueadores quando estes não puderem ser utilizados, ou mesmo, em associação, quando em angina refratária. → Toxicidade: - Verapamil e diltiazem podem agravar a IC, além de bradicardia e bloqueio atrioventricular - Constipação intestinal é observada com verapamil Agentes que bloqueiam a produção ou ação da angiotensina - Inibidores da enzima conversora da angiotensina - Bloqueadores dos receptores AT1 da angiotensina II - Inibidores diretos da renina Inibidores da enzima conversora da angiotensina (iECA) - São anti-hipertensivos eficazes - Têm como ação principal a inibição da enzima conversora de angiotensina I, impedindo a transformação de angiotensina I em angiotensina II, de ação vasoconstritora. - São eficazes no tratamento da HAS, reduzindo a morbimortalidade → Usos terapêuticos além do tratamento da HAS - IC com fração de ejeção reduzida - Anti-remodelamento cardíaco pós-infarto - Possíveis propriedades anti-ateroscleróticas. - Retardam o declínio da função renal em pacientes com nefropatia diabética ou de outras etiologias ● Desempenham um papel importante no tratamento de pacientes com Doença renal crônica, diminuem a proteinúria e estabilizam a função renal Geovanna Carvalho - T30 - UFCA 13 - Os benefícios provavelmente resultam da melhora hemodinâmica intra renal, com diminuição da resistência das arteríolas eferentes glomerulares e consequente redução da pressão capilar intraglomerular - São a primeira escolha junto com os BRA em HAS com DM e/ou nefropatia crônica → Representantes: - Captopril - Enalapril - Ramipril - Lisinopril - Benazepril - Perindopril - Trandolapril → Toxicidade: - A tosse seca é seu principal efeito colateral - Edema angioneurótico e erupção cutânea ocorrem mais raramente - Elevação de ureia e creatinina séricas → uso inicial em pacientes com insuficiência renal e reversível - Hiperpotassemia → pacientes com insuficiência renal, particularmente diabéticos. - Redução do ritmo de filtração glomerular e aumento em graus variáveis de ureia, creatinina e potássio em pacientes com estenose bilateral das artérias renais ou com estenose de artéria renal em rim - Seu uso é contraindicado na gravidez pelo risco de complicações fetais (uso cauteloso e monitorado em adolescentes e mulheres em idade fértil) - Associados com suplementos de potássio ou diuréticos poupadores de potássio podem resultar em hiperpotassemia - Os AINES podem comprometer os efeitos hipotensores dos IECA Bloqueadores dos receptores AT1 da angiotensina II - Bloqueadores seletivos dos efeitos da Angiotensina II por meio do bloqueio específico dos receptores AT1, responsáveis pelas ações vasoconstritoras, proliferativas e estimuladoras da liberação de aldosterona, próprias da angiotensina II - Proporcionam benefícios semelhantes aos IECA - No tratamento da HAS, especialmente em populações de alto risco CV ou com comorbidades, proporcionam redução da morbimortalidade CV e renal (nefropatia diabética) → Representantes: - Losartan - Valsartan - Candesartan - Telmisartan - Olmesartan - Ibesartan Geovanna Carvalho - T30 - UFCA 14 → Toxicidade: - É a classe de anti-hipertensivos melhor tolerada, mas não pode tomada na gravidez - São incomuns os efeitos adversos relacionados aos BRA, sendo o exantema raramente observado. - Pelas mesmas razões dos IECA, são contraindicados na gravidez, devendo os mesmos cuidados ser tomados em mulheres em idade fértil. Firibastat (HAS resistentes) - Classe nova de anti hipertensivo oral que inibe especificamente a conversão de angiotensina II em angiotensina III levando a uma diminuição da atividade do SNS e aumento da atividade do barorreflexo reduzindo a PA - Aminopeptidase A (APA) e a enzima que converte Angiotensina II em Angiotensina III (aumenta a atividade do barorreflexo) - Inibidor Seletivo da APA - Inibidor do Sistema Renina Angiotensina Cerebral
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