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Anatomia Dental Interna

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ANATOMIA DENTAL INTERNA
- Dentro da anatomia interna, nós tivemos vários estudos para enternder a anatomia interna do dente.
- Para estudos mais aprofundados é utilizada a microtomografia, porem só é possivel fazer essa análise com o dente já extraído. Por isso, para casos clínicos endodônticos se usa a radiografia, mas para estudos é usada a microtomografia, contornando todo o dente e o escaneando a 360º para avaliar todos os seus detalhes.
ESTRUTURAS DENTÁRIAS
- Se for feito um corte axial em um dente, será observado:
	- Ligamento periodontal, cemento, dentina e polpa dentária
- No tecido pulpar há os vasos sanguíneos, que são responsáveis pela nutrição do tecido pulpar. Ex: se o paciente cai e há um rompimento dos vasos sanguíneos, o dente vai necrosar por não ter mais o suprimento sanguíneo
- Além disso, no tecido pulpar há inervações responsáveis pela sensibilidade pulpar, como dor e temperatura
- Também há células do sistema imunológico, que realizam a defesa da polpa, por exemplo, se um dente tem cárie, o tecido pulpar tenta proteger a polpa do agressor. 
* Mas se há defesa, não deveria desenvolver cárie/necrose. Então porque que se eu deixar o dente com cárie e não remover o agente agressor o dente vai necrosar, mesmo com células de defesa? Porque o agente agressor é mais potente e o sistema imunológico não consegue conter, sendo ideal remover o agente agressor para não promover um processo patológico e ser mais difícil de contornar.
- E também temos os odontoblastos, que é a camada rosa clara entre a dentina e polpa (camada odontoblástica). Ela é importante por produzir dentina para tentar sair de perto do agente agressor e formar dentina reparadora
O conhecimento da anatomia radicular e suas variações são imprescindíveis para que possam obter sucesso durante o tratamento endodôntico.
- Nessas imagens temos um dente com raiz curva e raiz reta. Dependendo da anatomia da raiz, podemos adaptar o tratamento utilizando instrumentos mais rígidos ou mais flexíveis. O segundo dente é mais fácil tratar por ter raiz reta. No primeiro dente é necessário um mais flexível, para evitar fraturas ou que entre sem acompanhar a curvatura e romper o dente.
SISTEMA DE CANAIS RADICULARES
Antigamente achava-se que havia só um canal radicular, só que com os avanços dos estudos foi descoberto que existe um sistema de canais radiculares, com o canal principal e outros que vão ser estudados a diante.
CAVIDADE PULPAR
Na anatomia interna do dente, nós podemos dividir entre câmara pulpar e canal radicular, em que todo esse complexo tem tecido pulpar. Essa divisão é importante ao fazer o PQM (preparo químico-mecânico) que é feito por terços.
A câmara pulpar tem um limite que é o teto - limite superior (voltado para a face incisal ou oclusal). – não é reto, possui projeções (divertículos - corno pulpar) de dentina em direção as cúspides.
- Quando só tem um único canal não tem o limite voltado para a parte cervical da coroa do dente (a câmara se continua com o próprio canal). Quando se tem dois ou mais canais, sendo com mais de uma raiz ou uma única raiz, aí existirá o limite voltado para a entrada dos canais de dentina que é o assoalho (só existe quando tem mais de um canal). – divide a entrada de 2 ou mais canais.
- Os limites que circundam a câmara pulpar são as paredes mesial, distal, vestibular e lingual. As paredes são de dentina e apresentam concavidades e convexidades.
- Para acessar esse câmara, deve-se abri-la pelo teto e deve-se existir muito cuidado durante a abertura da cavidade de acesso para que não ocorra a perfuração desse soalho.
- Além disso, dentro da câmara pulpar, nós temos os cornos pulpares, que é uma projeção da polpa que acompanha a anatomia externa do dente. projeção do teto da câmara pulpar em direção a cúspide é o divertículo, que é preenchido por tecido conjuntivo (é um corno pulpar)
- E dentro da região do assoalho, há as entradas dos canais radiculares, que é onde vai ter ação das limas, já nos dentes anteriores, vamos ter câmara pulpar contínua ao canal radicular. 
 
Por exemplo, nessa segunda foto é um molar em que há o assoalho e as embocaduras. É um canal tratado, já que as embocaduras estão amplas. No PQM nós vamos entender que deve-se ampliar o canal radicular para remover bactérias, dentina contaminada e remover polpa vital caso a polpa esteja viva.
LEIS – CÂMARA PULPAR
1. LEI DA CENTRALIDADE E CONCENTRALIDADE (AO NÍVEL DA JUNÇÃO CEMENTO-ESMALTE)
- O assoalho pulpar está sempre no meio do dente
- A distância da superfície externa da coroa à parede da câmara é a mesma em toda a circunferência do dente
2. LEI DA SIMETRIA DOS ORIFÍCIOS DOS CANAIS (COM EXCEÇÃO DOS MOLARES SUPERIORES)
- Estão equidistantes de uma linha imaginária que atravessa dente no sentido MD
3. LEI DA MUDANÇA DE COR 
- A cor do assoalho pulpar é sempre mais escura que a das paredes e do teto
4. LEI DA LOCALIZAÇÃO. 
Os orifícios estão sempre localizados:
- Na junção das paredes do assoalho pulpar
- Nos ângulos da junção entre o assoalho e as paredes da câmara
OBSERVAÇÃO:
- A observação da anatomia interna é feita por meio da radiografia, só que é importante estar ciente, por exemplo: nesse molar nós sabemos que a radiografia é bidimensional, e que mostra 2 raizes, porém eu devo saber que na raiz mesial há 2 canais radiculares. Logo, deve-se saber as variações de canais e raízes de cada grupo dentário.
- Outros exemplos é o 2 pre-molar inferior, que tem 1 raiz e 1 canal, então quase não é necessário procurar por outro canal; e o primeiro pre-molar superior, que geralmente possui 2 raizes com 1 canal em cada. Se só um foi encontrado, é necessário procurar o outro canal
CANAL RADICULAR
Serve para todos os dentes
- Isso vai facilitar o PQM
Dentinário: onde é trabalhado nessa disciplina
- Cementário: canal na região do periápice
CANAL DENTINÁRIO X CEMENTÁRIO
Canal dentinário:é uma cavidade ocupada por tecido conjuntivo frouxo, onde encontramos os odontoblastos e é revestido por dentina. O ligamento periodontal é tecido conjuntivo denso.
 - Essa é a imagem de um corte histológico de um dente que ainda não teve por completo a formação do ápice e ele está aberto.
Canal cementário: tecido conjuntivo maduro sem odontoblastos (sem produção de dentina), revestido por cemento e completamente formado de 3-5 anos após a erupção. Paciente infantil ou casos de ápice aberto não podem realizar o canal.
Nessa foto há 3 radiografias. Nós devemos fazer medidas do dente para ver até onde devo trabalhar. Há o material opaco nos 3 dentes, mas em cada um está diferente.
- Na imagem A: o material passou do ápice e não foi respeitado o limite anatômico. Faltou uma melhor análise da anatomia e talvez o dente não foi medido no tamanho real.
- Na imagem B: que tem menos material. A mesma falha de anatomia
- Na imagem C: grande extravasamento de material. Por passar do ápice do dente
- A anatomia vai permanecer importante durante toda a endodontia, independente se estiver cursando ou trabalhando porque é necessário ver até onde podemos trabalhar em um determinado dente
- Hoje nos não temos mais o canal radicular como um único canal. Nós temos o canal principal, mas também temos outros canais, como o canal lateral, bifurcado, recorrente (forma uma alça, se ramificando e reconentando ao canal principal)
- Mesmo com as limas mais flexíveis, é muito difícil que ela consiga atravessar em todo o sistema de canais radiculares. Por isso também é uma uma substância química para penetrar esses canais e matar as bactérias que estão por lá. 
- Lopes e Siqueira: como conhecemos todo o sistema de canais radiculares
TIPOS
- Canal principal: o mais importante, passa pelo eixo dental, podendo alcançar, sem interrupções o ápice radicular
- Canal bifurcado/ colateral: corre mais ou menos paralelamente ao canal principal, podendo atingir independentemente o ápice. Quase sempre é de menor calibre que o principal
- Canal adventício/lateral (10,4%): parte do principal e desemborca no periodonto
- Canal secundário (16,4%): sai da porção apical do canalprincipal e termina no pericemento apical
- Canal acessório (0,6%): deriva do canal secundário e termina na superfície externa do cemento apical
- Intracanal/ interconduto (2,2%): são os que ligam dois canais radiculares principais, bifurcado e secundário. Mantem sempre relação com a dentina radicular, sem alcançar o cemento e o pericemento apical
- Canal recorrente (2,8%): é o que sai do principal e retorna para ele mesmo
- Canais reticulares: resultado do entrelaçamento de 3 ou mais canais, por meio de ramificações do intercanal
- Deltas apicais (37,2%): múltiplas derivações que se encontram próximas do mesmo ápice e que saem do canal principal para terminar na zona apical. Dão origem aos forames múltiplos.
- Canal cavo-interradicular: 
MODIFICAÇÕES NA CAVIDADE PULPAR
Modificações relacionadas à idade
Com o passar da vida a dentina secundária é depositada fisiologicamente em direção à polpa, mas também é possivel ter dentina terciária, formada em reposta a estímulos externos, como por exemplo cárie. Se a cárie não for removida a detina terciaria é produzida e por isso, a cavidade pulpar vai diminuindo, para que a polpa saia de perto da agressão.
Se não fosse a cárie o segundo dente seria de um jovem e o último de um idoso. O acesso pulpar em idosos é mais difícil pq a cavidade pulpar é menor
Cárie
Nessa foto, a polpa começou a produzir dentina para se afastar do agente agressor, inclusive é possível ver a perda de um corno pulpar, deixando a câmara menor
Desgastes dentários 
Pode obliterar/desaparecer com o espaço pulpar. Nesse caso vai ser muito mais dificil o acesso de um dente assim pq não tem a câmara pulpar, a canal é reduzido. Comum em paceintes que tem bruxismo
Calcificações
São nódulos de calcificação formados no tecido pulpar.Clinicamente vai ser mais difícil o tratamento devido a calcificação no caminho. É possível analisar isso por radiografia, em que o nódulo é mais radiopaco que o resto do dente.
Trauma
Traumas também causam uma calcificação de dentro do canal radicular assim como os desgastes, podendo obliterá-la. 
Obs.: o dente necrosa em casos de obliteração devido à falta de suprimento. Só é necessário fazer endodontia num dente vivo quando o paciente reclama de uma dor que não cessa mesmo com medicamentos, em casos de pulpites e inflamações irreversíveis.
Reabsorções
Pode ser externa ou interna, mas deve-se saber as causas. No tratamento é mais dificil, porque deve-se passar pela áreas reabsorvidas para chegar ao ápice
MORFOLOGIA DA CAVIDADE PULPAR DOS GRUPOS DENTINÁRIOS
INCISIVO CENTRAL SUPERIOR
- Câmara pulpar apresenta forma semelhante a coroa do dente é geralmente maior mésio-distal (especialmente na parte mais próxima da borda incisal) que vestíbulo-lingual, 
- Alta deposição de dentina na região do cíngulo, precisamos desgastar e limpar a parede. 
- A divisão entre câmara e canal radicular não é nítida
- Canal radicular tem posição mediana, é mais largo no sentido V-L que no M-D
- O 1/3 apical apresenta-se mais circular
INCISIVO LATERAL SUPERIOR
- A cavidade pulpar acompanha a anatomia do dente
- Há um alongamento da câmara pulpar no sentido M-D, porem não é tao acentuado.
- Pode apresentar depressão radicular 
- Forma cônica e irregular, quase sempre arredondado na região apical
- Alguns apresentam um sulco radicular, chamado de depressão radicular, localizado na região de cíngulo, que se mostra como uma radiolucidez. Essa região ocorre acúmulo de biofilme e as bactérias invadem a câmara pulpar e infecta a polpa.
CANINO SUPERIOR
- Dente mais longo da arcada dentaria e de raiz fina.
- Podem apresentar dupla curvatura
- Geralmente só tem um canal radicular onde sua maior dimensão é vestíbulo-lingual, com forma ovalada até o terço médio e terço apical com forma circular. 
- Canal radicular é amplo, oval e acessível.
- Diâmetro V-L > MD 
1º PRÉ-MOLAR SUPERIOR
- Assoalho apresenta duas entradas para canais (geralmente apresentam discretas curvaturas no terço apical), mas pode apresentar uma única entrada para os dois canais.
- Canal V é mais acessível 
OBS: Quanto mais apical for a bifurcação do canal, mais difícil será o tratamento. E o diâmetro do pino não deve exceder 1/3 do diâmetro da raiz
OBS.: Pode ser encontrada as raízes fusionadas, sendo o 1 premolar com 1 raiz e 2 canais
2 PREMOLAR SUPERIOR
1 MOLAR SUPERIOR
2 MOLAR SUPERIOR
INCISIVO CENTRAL INFERIOR
INCISIVO LATERAL INFERIOR
CANINO INFERIOR
1 PREMOLAR INFERIOR
2 PREMOLAR INFERIOR
1 MOLAR INFERIOR
É provável que tenha 2 canais na mesial
2 MOLAR INFERIOR
ANOMALIAS DE FORMA
FUSÃO
Dois germes dentários se unem parcial ou totalmente formando um dente com dupla coroa, duas cavidades pulpares separadas e dois canais radiculares distintos. Normalmente acontece no incisivo lateral superior por ser uma área de risco embriológico
GEMINAÇÃO
O germe dentário sofre uma divisão por invaginação, dando origem a um dente com coroa dupla, cavidade pulpar única e canal radicular único. Também acontece com mais frequência no incisivo lateral superior.
TAURODONTISMO
Desenvolvimento avantajado da porção coronária da cavidade pulpar. Quase não há implicação clínica. Acontece em molares inferiores
DENS INVAGINATUS (DENS IN DENTE)
Invaginação da superfície da coroa do dente antes da calcificação ocorrer. Também é mais comum no incisivo lateral superior
DENS EVAGINATUS (CÚSPIDE DE TALÃO)
Proliferação anormal do epitélio do esmalte no interior do retículo estrelado do órgão do esmalte. É mais comum no incisivo lateral superior, e quase não apresenta dificuldade clínicas, a não ser, talvez, a dificuldade de fixar o grampo de isolamento
O SUCESSO DO TRATAMENTO DEPENDE DE: 
- Conhecimento da câmara pulpar, que quase sempre acompanha a forma da coroa do dente e que podem apresentar variações quanto ao numero, forma e direção e quanto aos tipos de ramificações.
- Interpretação cuidadosa do exame radiográfico
- Acesso coronário adequado
- Correto preparo químico e mecânico

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