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Funções essenciais à justiça

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Introdução
1. As funções essenciais à justiça são:
· Ministério Público
· Advocacia Pública
· Defensoria Pública
· Advocacia privada
2. Tais órgãos, que não integram a estrutura do Poder Judiciário, mas atuam perante ele, provocam a tutela jurisdicional, haja vista que o Judiciário não age de ofício, somente por provocação.
Ministério Público
1. Ao MP incumbe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. 
Princípios institucionais (art. 127, §1°)
1. Unidade: integram um único órgão, possuindo uma única estrutura e sendo chefiado por um só Procurador-Geral.
2. Indivisibilidade: os membros do Ministério Público não estão vinculados aos processos nos quais atuam, podendo ser substituídos uns pelos outros.
3. Independência funcional: significa que o membro do Ministério Público, quando atua em um processo, não está subordinado a ninguém, nem mesmo ao seu Procurador-Geral, vinculando-se, tão somente, à sua consciência jurídica.
Garantias institucionais
1. o Ministério Público possui, segundo estabelece a Constituição, autonomias funcional, administrativa e financeira, bem assim a iniciativa do processo legislativo dos assuntos a ele pertinentes. 
2. Ademais, à luz da Carta da República, é vedada a utilização de promotores ad hoc (art. 129, §2°).
3. O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante concurso público, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica.
Órgãos do Ministério Público
1. À luz do art. 128, o Ministério Público brasileiro abrange: 
a) o Ministério Público da União, formado pelo Ministério Público Federal, pelo Ministério Público do Trabalho, pelo Ministério Público Militar e pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios; 
b) os Ministérios Públicos dos Estados.
2. Percebam que a Constituição não elenca o Ministério Público Eleitoral como integrante da instituição. A rigor, não existe um Ministério Público Eleitoral, mas sim funções eleitorais atribuídas ao Ministério Público.
Procurador-Geral da República
1. O chefe administrativo do Ministério Público da União é o Procurador-Geral da República (PGR), escolhido pelo Presidente.
2. O PGR exerce mandato de 2 anos, permitindo-se reconduções sucessivas.
3. A Constituição determina que o PGR será escolhido dentre os “integrantes da carreira”. Tomando-se por base que o PGR chefia os quatro ramos do MPU (MPF, MPT, MPM e MPDFT), o que significaria o termo “integrantes da carreira”? Para responder o questionamento, desenvolveram-se duas teorias: 
a) só podem ser PGR membros do MPF (tese majoritária); 
b) como a Constituição não restringe a membros do MPF, todos os membros do MPU poderiam ser PGR (tese minoritária).
4. Acresça-se que o STF tem entendido que a legitimidade para a atuação dos ramos que compõem o MPU junto àquela Corte Suprema é exclusiva do PGR.
Garantias funcionais
1. Vitaliciedade: após 2 anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado;
2. Inamovibilidade.
3. Irredutibilidade de subsídio.
Vedações
1. art. 128, § 5º, II:
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais; 
b) exercer a advocacia;
(...)
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério;
e) exercer atividade político-partidária
2. É vedado, ainda, de acordo com o art. 128, § 6º, o exercício da advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorrido três anos do seu afastamento do cargo por razões de aposentadoria ou exoneração. É a chamada quarentena.
Funções institucionais
1. Rol não taxativo:
Art. 129
I – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
II – zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia;
(...)
Ministério Público junto aos Tribunais de Contas
1. Os membros do Ministério Público que atuam junto aos Tribunais de Contas, segundo jurisprudência do STF (MS 27.339. No mesmo sentido: ADI 3.307, ADI 3.160, e ADI 2.068), não integram a instituição Ministério Público.
Conselho Nacional do Ministério Público
1. O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) não é um órgão que integra a estrutura do Ministério Público. Trata-se de um tribunal administrativo com a função de controlar a atuação administrativa e financeira do Ministério Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros.
Advocacia Pública
1. A Advocacia pública federal é exercida pela Advocacia-Geral da União (AGU), que foi concebida pelo constituinte de 1988 como órgão competente para realizar a defesa dos interesses da União.
2. Além disso também exerce as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.
3. A chefia da AGU recai sobre o Advogado-Geral da União, de livre nomeação pelo Presidente da República.
4. O ingresso nas classes iniciais das carreiras da AGU far-se-á mediante concurso público de provas e títulos (art. 131, § 2º).
5. Noutro giro, a Advocacia Pública nos Estados e no Distrito Federal é exercida pelos Procuradores dos Estados e pelos Procuradores do Distrito Federal. 
Advocacia privada
1. O art. 133 preceitua que o advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.
2. O art. 9º, da Lei 9.099, de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais no âmbito estadual, afirma que “nas causas de valor até vinte salários mínimos, as partes comparecerão pessoalmente, podendo ser assistidas por advogado; nas de valor superior, a assistência é obrigatória”. O art. 10, da Lei 10.259, de 12 de julho de 2001, que dispõe sobre a instituição dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais no âmbito da Justiça Federal, segundo o qual “as partes poderão designar, por escrito, representantes para a causa, advogado ou não”.
Defensoria Pública
1. Cabe a Defensoria Pública a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal (art. 134, caput).
2. A organização da Defensoria Pública da União é dada pela Lei Complementar 80, de 1994, que também prescreve normas gerais, em obediência ao art. 24, XIII.
3. Cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais (art. 134, § 1º).
4. São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional. 
5. Por fim, às Defensorias Públicas Estaduais (art. 134, § 2º) e à Defensoria Pública da União (art. 134, § 3º) são asseguradas autonomia funcional e administrativa.
DUTRA, Luciano. Direito constitucional essencial. 3 ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2017.

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