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Apostila Concurso Câmara de São José dos Campos SP 2022 Auxiliar Legislativo

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Apostila Concurso Câmara de São José dos Campos SP - 2022 
AUXILIAR LEGISLATIVO 
1 
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Sumário 
LÍNGUA PORTUGUESA .................................................................................................... 3 
Leitura e interpretação de diversos tipos de textos (literários e não literários). Sentido 
próprio e figurado das palavras. Sinônimos e antônimos ................................................... 4 
Pontuação ...................................................................................................................... 50 
Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, artigo, pronome, verbo, advérbio, 
preposição e conjunção: emprego e sentido que imprimem às relações que estabelecem. 56 
Concordância Nominal e Verbal. Regência Nominal e Verbal. ........................................ 125 
Colocação Pronominal .................................................................................................. 145 
Crase ............................................................................................................................ 151 
MATEMÁTICA .................................................................................................... 160 
Resolução de situações-problema, envolvendo: adição, subtração, multiplicação, divisão, 
potenciação ou radiciação com números racionais, nas suas representações fracionária ou 
decimal ......................................................................................................................... 161 
Mínimo múltiplo comum; Máximo divisor comum ......................................................... 174 
Porcentagem ................................................................................................................ 179 
Razão e proporção ........................................................................................................ 186 
Regra de três simples .................................................................................................... 205 
Equações do 1º ou do 2º graus; Sistema de equações do 1º grau ................................... 216 
Grandezas e medidas – quantidade, tempo, comprimento, superfície, capacidade e massa
 ..................................................................................................................................... 259 
Relação entre grandezas – tabela ou gráfico ................................................................. 263 
Noções de Geometria – forma, ângulos, área, perímetro, volume, Teoremas de Pitágoras ou 
de Tales. ....................................................................................................................... 273 
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS .......................................................................... 297 
Atendimento ao público: recepção e excelência no atendimento ao cidadão; o enfoque na 
qualidade; o atendimento presencial e por telefone. Correspondência: protocolo de envio, 
recebimento e distribuição. ........................................................................................... 298 
Noções básicas sobre arquivo: finalidades, tipos, importância e organização. ................ 308 
Operação de equipamentos de escritório e copiadoras .................................................. 350 
Controle de estoque ...................................................................................................... 354 
 
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LÍNGUA PORTUGUESA 
 
Leitura e interpretação de diversos tipos de textos (literários e não literários). 
Sinônimos e antônimos. Sentidos próprio e figurado das palavras. Pontuação. Classes de 
palavras: substantivo, adjetivo, numeral, artigo, pronome, verbo, advérbio, preposição e 
conjunção: emprego e sentido que imprimem às relações que estabelecem. Concordâncias 
verbal e nominal. Regências verbal e nominal. Colocação pronominal. Crase. 
 
 
 
 
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Leitura e interpretação de diversos tipos de textos (literários e não literários). Sentido 
próprio e figurado das palavras. Sinônimos e antônimos 
 
Texto, Contexto e Elementos Paratextuais 
Você já se perguntou o que é, de fato, um texto? Geralmente, entendemos o texto como um 
conjunto de frases, ou seja, algo que foi feito para ser lido. Mas a definição de texto não é tão 
simples quanto parece. 
Imagine, por exemplo, que você está lendo um livro e, de repente, encontra em uma página 
qualquer um papel com a palavra “madeira”. Ora, certamente você ficará intrigado ou 
simplesmente não dará importância a isso. 
Agora, vamos imaginar outra situação: você está no meio de uma floresta e ouve alguém 
gritar: “Madeira!”. Bem, se você pretende preservar sua vida, sua reação imediata é sair 
correndo. Isso acontece porque a situação em que você se encontra levou-o a interpretar o 
grito como um sinal de alerta. 
A partir desses exemplos simples, podemos chegar a algumas conclusões importantes: 
1º - os textos não são apenas escritos, eles também podem ser orais; 
2º - os textos não são simples amontoados de palavras ou frases, ou seja, eles precisam fazer 
sentido. 
Na segunda situação, uma única palavra foi capaz de transmitir uma mensagem de sentido 
completo, por isso ela pode ser considerada um texto. Mas o que leva um texto a fazer 
sentido? 
Existem elementos que nos ajudam a interpretar os textos que estão a nossa volta, mas para 
que se possa compreender bem um texto é necessário identificar o contexto (social, cultural, 
estético, político) no qual ele está inserido. 
O contexto pode ser explícito, quando é expresso por palavras (o texto em que se encontra a 
frase ou a frase em que se encontra a palavra), ou implícito, quando está embutido na 
situação em que o texto é produzido. Logo, a simples mudança de contexto faz com que a 
palavra “madeira” seja interpretada de maneiras diferentes. Na primeira situação, embora a 
palavra esteja dentro de um livro, ela está totalmente fora decontexto, por isso não produz 
sentido algum. 
Para deixar ainda mais claro, numa frase o que seria o contexto e qual importância dele. 
Observe o seguinte enunciado: 
“Que belo dia!” 
Sem se levar em conta o contexto, não se pode explicar o sentido desta frase. Poderia se 
imaginar que ela poderia se referir a um dia agradável, que a rotina flui sem imprevistos, ou 
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poderia ter sido dita por alguém que ganhou na loteria. Não se sabe a que contexto se refere, 
se a um dia de sol após um período chuvoso ou se é um dia de chuva após meses de sol 
escaldante. Como não foi apresentada a situação em que esse enunciado foi proferido, há 
várias possibilidades de sentido nesta frase. 
Observe o texto abaixo retirado de um site de notícias: 
Por Bernardo Caram,G1, Brasília 11/12/2016 
“Delator da Odebrecht cita doações não declaradas a mais de 30 políticos 
Em informações prestadas ao Ministério Público Federal (MPF) para a assinatura de acordo de 
delação premiada, o ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho 
apresentou valores repassados a políticos com a finalidade de obter vantagens para a 
empreiteira. 
O depoimento, que veio a público na sextafeira (9), traz nomes, valores, circunstâncias e 
motivação dos repasses. Parte dos recursos foi paga por meio de doações eleitorais oficiais, 
mas também há registro de propina e de caixa 2. 
Em alguns casos, como o dos senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Renan Calheiros (PMDB-
AL), o dinheiro era entregue a uma pessoa, mas serviria para abastecer um grupodentro do 
partido. Em outros casos, não é possível identificar se a doação foi oficial. 
Cláudio atuava na relação da Odebrecht com o Congresso Nacional. Segundo ele, alguns 
pagamentos eram feitos para garantir aaprovação de projetos de interesse da empreiteira. ” 
Para compreendermos melhor sobre a informação retratada no texto é necessário que 
estejamos atentos a situação política do nosso país. 
Conhecimento de mundo 
Ao longo de sua vida, o leitor adquire conhecimentos utilizados durante a leitura dos extos. O 
leitor constrói o sentido do texto quando articula diferentes níveis de conhecimento, entre 
eles o conhecimento de mundo. Esse tipo de conhecimento costuma ser adquirido 
informalmente, através de nossas experiências pessoais e convívio em sociedade. Ativar seu 
conhecimento de mundo no momento certo pode ser útil tanto para salvar sua vida no meio 
da floresta ou para resolver questões de concursos. 
Agora observe a seguinte imagem: 
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O texto é uma propaganda de um adoçante que tem o seguinte mote: “Mude sua 
embalagem”. A propaganda utiliza recursos “verbais” e “não verbais”. Os recursos verbais 
referem-se à palavra “açúcar”, escrita no saco, e ao slogan “mude sua embalagem”. O 
conteúdo verbal da propaganda é reforçado pela parte não verbal, ou seja, a imagem do saco 
de açúcar semelhante a uma barriga gorda, que contrasta com a imagem do adoçante no 
canto inferior, bem fininho. 
Textos verbais e visuais 
Até aqui, vimos que os textos podem ser orais ou escritos. Mas essa noção precisa ser 
ampliada, pois há textos que não contam com o auxílio da palavra, seja ela escrita ou oral. É o 
caso, por exemplo, da fotografia e da pintura. Dizemos, então, que há textos verbais e visuais. 
Há ainda textos que utilizam os dois recursos, como no exemplo anterior, assim também como 
os filmes, que usam imagens, diálogos e legendas. 
Então, chegamos a conceito de texto mais ampliado e consistente: todo enunciado que faz 
sentido para um determinado grupo em uma determinada situação. No concurso, essa noção 
mais moderna de texto é a que vale. 
Em resumo temos que: 
Texto: Tomando como definição de texto a de Costa Val (1999:3), para quem “texto é uma 
ocorrência linguística, falada ou escrita, de qualquer extensão, dotado de unidades sócio 
comunicativa semântica e formal”. 
Contexto: O contexto situacional é formado por informações que estão fora do texto, sejam 
elas históricas, geográficas, sociológicas, literárias. Ele é essencial para uma leitura mais eficaz, 
aproximando o interlocutor/leitor do sentido que o locutor/escritor quis imprimir ao texto. 
Além do texto e do contexto temos ainda os elementos paratextuais. A sabedoria popular diz 
que não devemos “julgar um livro pela capa”. Isso acontece porque muitas vezes a capa de 
um livro acaba despertando ou não nosso interesse pelo texto. Porém, quando abrimos um 
livro, podemos nos deparar com outros elementos, como contracapa, biografia do autor, 
prefácio, dedicatória, índice, notas de rodapé, citações, posfácio e ilustrações. Esses 
elementos que margeiam o texto são chamados de elementos paratextuais. 
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Portanto, paratextos são elementos que estão para além do texto, ou seja, informações que 
acompanham uma obra. Como podem motivar a aquisição e a leitura livros, os elementos 
paratextuais são muito privilegiados pela indústria editorial. 
De todos os elementos paratextuais, o mais importante é o título, pois funciona como uma 
espécie de “slogan” do texto, ou seja, algo que faça com que o leitor “compre” suas ideias. 
Alguns especialistas já chegaram a sugerir que o título não é relevante para a leitura de um 
texto, mas não é bem assim. Um título adequado pode direcionar a compreensão do texto, 
ajudando o leitor a criar expectativas de leitura. 
Em alguns casos, o título fornece pistas importantes para que o leitor levante hipóteses sobre 
o que vai ler. Por exemplo, diante de um título como “Conheça as angiospermas”, o leitor 
espera ler um texto que trará explicações sobre as angiospermas, seus tipos e exemplares na 
natureza. Com a ajuda de outros elementos paratextuais, como a ilustração de uma flor, o 
leitor poderá imaginar que se trata de plantas. 
 
A partir do título desses livros é possível especular qual será o enredo da história. Sobre o 
título “A culpa é das estrelas” de John Green, é possível imaginar que se trata de uma história 
romântica já que o título parece fazer alusão a expressão “escrito nas estrelas”, já o segundo 
título “ Para todos os amores errados” de Clarissa Corrêa, podemos interpretar que a história 
apesar de uma história romântica vai tratar mais especificamente de desilusões amorosas. 
Todos esses apontamentos são apenas suposições feitas a partir do título. 
Definições e concepções de leitura: as essências 
O tema Leitura 
Segundo Orlandi (2000:7), o termo leitura é polissêmico, isto é, permiti distinguir vários 
sentidos. Podemos 7ubst.7-lo, em sua acepção mais ampla, como atribuição de sentidos, 
tanto em relação à linguagem escrita como em relação à linguagem oral. 
Qualquer expressão linguística, de qualquer natureza, permite uma leitura. 
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Leitura também pode significar concepção, e é nesse sentido que o termo é usado quando 
falamos em leitura de mundo, isto é, quando usamos a palavra leitura para refletir o 
conhecimento de cada leitor, considerando-se ou não sua escolaridade. 
No sentido acadêmico – mais restrito -, leitura pode significar a construção das bases teóricas 
metodológicas que permitem chegar a um texto: são várias as leituras de Rubem Alves, ou de 
um texto de Paulo Freire. 
Em um sentido ainda mais específico, o termo leitura pode ser entendido como estrita 
aprendizagem formal, quando se vincula leitura e alfabetização. 
Uma reflexão mais aprofundada sobre leitura nos permite concluir que o leitor precisa 
recorrer a estratégias que lhe permitam alcançar o sentido do texto. Além disso, devemos 
lembrar que há diferentes modos de leitura, em relação direta com a vida intelectual do leitor, 
isto é, com sua maneira de estabelecer os sentidos daquilo que lê. 
Leitura e sentido 
As palavras significam o que o grupo social convencionou que elas devem significar, mas a 
comunicação exige muito mais que apenas usar e aceitar passivamente significados 
preestabelecidos. 
Ler, então, é mais que decifrar: ler é ser capaz de atribuir um significado ao texto, partindo 
do próprio texto, de modo que cada leitor consiga relacioná-lo a todos outros textos 
significativos, seja capaz de reconhecer o tipo de leitura que o autor pretendia, e possa, 
depois, dono da própria vontade, entregar-se à leitura ou rejeitá-la. 
Para que tudo isso aconteça, é preciso que autor e leitor interajam ao longo de um texto. Ao 
autor cabe delinear o caminho percorrido durante a produção do texto, direcionando o efeito 
de sentido desejado e a intenção comunicativa pretendida; ao leitor compete ler, reler, 
analisar, comparar, fazer inferências, ativar conhecimentos. 
Todo leitor, ao ler um texto, deve participar da produção de leitura desse texto. Para isso, 
deve construir, através do que passaremos a chamar de pistas textuais que o próprio texto 
fornece, um sentido para ele (o texto) – mas somente o sentido que o próprio texto autorizar. 
Procurar essas pistas faz parte do processo de leitura, porque é a partir delas que o autor 
formula e reformula hipóteses, aceita ou rejeita conclusões. 
Agora, pedimos que você coloque em ordem, numerando de 1 a 4, as diferentes etapas de 
participação do leitor na produção de leitura de um texto. 
( ) construçãode sentido autorizado pelo texto 
( ) identificação de pistas textuais 
( ) aceitação ou rejeição de conclusões 
( ) formulação e reformulação de hipóteses 
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Esperamos que Você tenha respondido que o leitor procura, em primeiro lugar, pistas 
textuais; em seguida, constrói, por meio dessas peitas, um sentido autorizado pelo próprio 
texto; depois, de posse dessas pistas, formula e reformula hipóteses, para, finalmente, aceitar 
ou rejeitar conclusões. 
Informações implícitas 
Muitos candidatos se perguntam como melhorar sua capacidade de interpretação dos textos. 
Primeiramente, é preciso ter em mente que um texto é formado por informações explícitas e 
implícitas. As informações explícitas são aquelas manifestadas pelo autor no próprio texto. As 
informações implícitas não são manifestadas pelo autor no texto, mas podem ser 
subentendidas. Muitas vezes, para efetuarmos uma leitura eficiente, é preciso ir além do que 
foi dito, ou seja, ler nas entrelinhas. 
A partir de elementos presentes no texto, é possível ao leitor recuperar as informações 
implícitas, para que possa, efetivamente, chegar a produção de sentido. Por isso, o leitor 
precisa estabelecer relações dos mais diversos tipos do texto e o contexto, de forma a 
interpretar adequadamente o enunciado. 
Por exemplo, observe este enunciado: - Patrícia parou de tomar refrigerante. A informação 
explícita é “Patrícia parou de tomar refrigerante”. A informação implícita é “Patrícia tomava 
refrigerante antes”. Agora, veja este outro exemplo: -Felizmente, Patrícia parou de tomar 
refrigerante. A informação explícita é “Patrícia parou de tomar refrigerante”. A palavra 
“felizmente” indica que o falante tem uma opinião positiva sobre o fato – essa é a informação 
implícita. Com esses exemplos, mostramos como podemos inferir informações a partir de um 
texto. Fazer uma inferência significa concluir alguma coisa a partir de outra já conhecida. Nos 
vestibulares, fazer inferências é uma habilidade fundamental para a interpretação adequada 
dos textos e dos enunciados. A seguir, veremos dois tipos de informações que podem ser 
inferidas: as pressupostas e as subentendidas. 
Pressupostos. 
Uma informação é considerada pressuposta quando um enunciado depende dela para fazer 
sentido. 
Considere, por exemplo, a seguinte pergunta: “Quando Patrícia voltará para casa?”. Esse 
enunciado só faz sentido se considerarmos que Patrícia saiu de casa, ao menos 
temporariamente – essa é a informação pressuposta. Caso Patrícia se encontre em casa, o 
pressuposto não é válido, o que torna o enunciado sem sentido. 
Repare que as informações pressupostas estão marcadas através de palavras e expressões 
presentes no próprio enunciado e resultam de um raciocínio lógico. Portanto, no enunciado 
“Patrícia ainda não voltou para casa”, a palavra “ainda” indica que a volta de Patrícia para casa 
é dada como certa pelo falante. 
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Subentendidos Ao contrário das informações pressupostas, as informações subentendidas 
não são marcadas no próprio enunciado, são apenas sugeridas, ou seja, podem ser entendidas 
como insinuações. 
O uso de subentendidos faz com que o enunciador se esconda atrás de uma afirmação, pois 
não quer se comprometer com ela. Por isso, dizemos que os subentendidos são de 
responsabilidade do receptor, enquanto os pressupostos são partilhados por enunciadores e 
receptores. 
Em nosso cotidiano, somos cercados por informações subentendidas. A publicidade, por 
exemplo, parte de hábitos e pensamentos da sociedade para criar subentendidos. Já a piada 
é um gênero textual cuja interpretação depende a quebra de subentendidos. 
Observemos como isso é verdadeiro e deve acontecer em todos os atos de leitura, dos mais 
simples aos mais complexos. Considere a manchete do Caderno de Esporte do jornal O Liberal, 
de 24.08.2003: 
“PAPÃO PROCURA O CAMINHO DA VITÓRIA” 
Essa manchete esportiva, uma simples e curta frase declarativa, interpretada 
adequadamente, desencadeia uma série de relações entre ela e o leitor, a partir de uma 
informação explícita de que alguém, no caso, um clube de futebol, procura uma forma de 
vencer. 
Estabelecidas essas relações, o leitor encontra outros sentidos além do que foi explicitado. 
A primeira dessas relações, que se estabelece entre texto e contexto, leva à compreensão de 
que, para vencer, é preciso uma tática de jogo, uma estratégia, sentido latente na metáfora 
caminho da vitória. 
A segunda, linguística por natureza, requer que o leitor reconheça o valor do artigo definido 
o: ele permite entender que o caminho existe, que é um preciso e determinado caminho, que 
só ele conduzirá à vitória. 
A segunda, linguística por natureza, requer que o leitor reconheça o valor do artigo definido 
o: ele permite entender que o caminho existe, que é um preciso e determinado caminho, que 
só ele conduzirá à vitória. 
A terceira, ainda no âmbito da linguagem, está centrada no significado de procura. Quem 
procura é porque perdeu ou porque nunca teve. No caso do clube paraense ele conhecia bem 
o caminho da vitória, porém, no dia em que a manchete foi produzida, não conhecia mais. 
A quarta novamente uma relação entre texto e contexto, cumplicidade entre autor e 
leitor,indica que o clube já não vencia há algum tempo. 
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Finalmente a quinta relação por meio da qual o autor também busca a adesão do leitor, 
descortina a crítica ao clube que vinha vencendo seguidamente, enchia a sua torcida de 
orgulho e parara de vencer. Uma sutil ironia sem dúvida. 
Um ouvinte/leitor eficiente precisa captar não apenas as informações explícitas (postas, 
dadas, expressas), como também as que estão implícitas, pois, se ele não tiver essa habilidade, 
passará por cima de significados importantes, ou – o que é mais grave – concordará com ideias 
ou ponto de vista que talvez rejeitasse se os percebesse. 
Por que utilizamos sentidos implícitos? 
Em todo grupo social, há um conjunto de tabu linguísticos. Isso não significa apenas a 
existência de palavras que, em certas circunstancias, não podem ou não devem ser 
pronunciadas (os palavrões, por exemplo), mas também a de temas proibidos e protegidos 
por uma espécie de “lei do silêncio”. Um ditado popular traduz plenamente essa restrição: 
“não se fala em corda em casa de enforcado”. 
Esses tabus linguísticos também se fazem presente em relação a determinada informações 
que uma pessoa não pode ou não deve dar, não porque elas sejam proibidas, mas porque o 
ato de expressá-las constituiria uma atitude repreensível ou comprometedora. 
Além dos tabus linguísticos um outro motivo para o uso de sentidos implícitos é que toda 
declaração explícita pode tornar-se temas de discussões. O que é dito pode ser contradito, de 
modo que não se poderia anunciar uma opinião ou um desejo sem, ao mesmo tempo, expô-
lo às eventuais objeções dos interlocutores. 
Julgue você mesmo: no dia 01.02.2003, um deputado federal reeleito em resposta ao repórter 
do Jornal Nacional, que referia aos erros desse parlamentar no mandato anterior, respondeu: 
“a gente não comete os mesmos erros, porque há tantos erros novos para serem 
cometidos...”. Como Você observou o parlamentar admite que continuará errando apenas 
não pretende repetir erros já cometidos, o que é muito grave, porque o repórter se referia a 
erros prejudiciais ao povo que o elegeu. 
Quando se lê, considera-se não apenas o que está dito, mas também o que está implícito, isto 
é, aquilo que não está dito, mas que também significando. E o que não está dito pode ser de 
várias naturezas: 
a) O que não está dito, mas que de certa forma, sustentao que está dito; 
b) O que está suposto para que se entenda o que está dito; 
c) O sentido que se opõe àquilo que está dito; 
d) Outras maneiras de se dizer o que se disse. 
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Em época de forte repressão, a livre manifestação do pensamento, o direto de contestar e de 
se denunciar se materializam por meio de sentidos implícitos. Foi o que aconteceu no período 
da ditadura militar no Brasil. 
Atento a isso, leia o excerto abaixo, do poemacanção de Chico Buarque, datado de 1984, para 
aprofundar seu conhecimento sobre sentidos implícitos. 
(...) Num tempo 
Página triste da nossa história 
Passagem desbotada na 
memória 
Das nossas novas gerações 
Dormia 
A nossa pátria-mãe tão 
distraída 
Sem perceber que era 
subtraída 
Em tenebrosas transações. 
(...) 
Esperamos que você tenha percebido que os quatro primeiros versos significam o período da 
ditadura militar, entre 1964 e o limiar da década de 80 do século XX, e que os quatro últimos 
denunciam a intensa corrupção ocorrida no referido período. 
Por isso, tem sido cada vez mais frequente o cuidado de “medirmos as palavras”, para 
evitarmos os perigos que advêm dos sentidos literais ou explícitos da língua. O recurso que se 
tem mostrado mais frequente e eficaz parece ser simplesmente o uso dos sentidos implícitos, 
que conseguem expressar aquilo que queremos dizer, mas sem que corramos o risco de ser 
responsabilizados por aquilo que dizemos. 
Não é por acaso que, muitas vezes, pessoas de destaque no grupo social, ao falarem, o fazem 
de forma tão opaca e incompreensível que seu discurso acarreta lacunas no entendimento de 
seus interlocutores. 
Condições De Textualidade 
Para que uma sequência de enunciados seja reconhecida como texto, é preciso que ela forme 
um todo significativo, nas circunstancias de uso em que os enunciados ocorrem. É sobre as 
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condições de textualidade, ou seja, aquelas que permitem que você avalie a qualidade do que 
lê e do que escreve. 
A primeira dessas condições é alcançada com a coerência, isto é, o fator responsável pela 
unidade de sentido; a segunda é a coesão,que permite a harmoniosa articulação entre os 
diferentes constituintes do texto. 
Textualidade 
Chama-se textualidade ou tecitura ao conjunto de propriedades que qualquer manifestação 
linguística deve possuir para que não seja apenas uma simples sequência de palavras ou 
frases. 
Contemplamos dois, dentre os fatores responsável pela textualidade de qualquer discurso, 
juntamente os que envolvem os componentes conceitual e linguístico. 
Componentes conceitual e linguístico 
Um texto deve apresentar um conjunto de propriedades decorrentes da relação entre as 
partes que o compõem, de tal modo que, ao final, essa relação resulte em uma unidade de 
sentido e estabeleça uma ligação – nem sempre aparente – entre essas partes. No primeiro 
caso, manifesta-se a coerência; no segundo a coesão. 
Coerência 
A coerência ou conectividade conceitual é a interdependência semântica entre os elementos 
constituintes de um texto, isto é, a relação entre as partes desse texto e que resulta em 
unidade de sentido. A coerência decorre da continuidade do sentido, do compromisso entre 
as partes que formam a macroestrutura (estrutura semântica global do texto) e está ligada à 
compreensão, possibilidade de Interpretação do que dizemos, escrevemos, ouvimos ou 
lemos. 
Para que a coerência se realize, há três propriedades fundamentais – continuidade ou 
repetição, não-contradição e progressão – que serão desenvolvidas a seguir. 
A relação entre o texto e o contexto, entendido este como a unidade maior em que a unidade 
menor está inserida, é relevante para a depressão das relações do sentido que compõem a 
globalidade do texto. Elas devem obedecer a condições cognitivas gerais, satisfazendo às 
relações lógico-semânticas entre estados e coisas, como por exemplo, relações de ordenação 
temporal, relações de casualidade – entre outras. Essas relações podem se manifestar pelo 
vocabulário, pela combinação dos tempos verbais, pela ordem de apresentação de conteúdo, 
pela adequação dos campos semânticos. 
No texto abaixo, queremos mostrar-lhe como se constrói o sentido de um texto a partir de 
uma ideia-chave. Acompanhe com atenção e, ao final, você constatará que, num texto, tudo 
significa. 
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Dentro do planalto: Fome de reforma 
“João Pedro Stédile está afinado com o governo petista. Na semana passada, o líder do MST 
andou pelos corredores do Planalto como se fosse um velho conhecido do austero prédio. 
Jotapê tenta convencer o governo de que R$ 1 bilhão, previsto no Orçamento para o Incra, é 
pouco para tocar a reforma agrária. 
Quer abocanhar parte do capital internacional destinado ao projeto Fome Zero. Reforma 
agrária, diz, é a maneira mais eficaz de combate à fome.” ( Época – 03.02.2003 – p.8). 
Observe que, nesse texto, há uma idéia-chave: João Pedro Stédile. Essa idéiachave, embora 
não esteja expressa no título nem no subtítulo, é uma espécie de “primeiro ponto” para o ato 
de “tecer o texto”. Ela se repete, quer representar por vocábulos diferentes (João Pedro 
Stédile / o líder do MST / um velho conhecido / jotapê), quer representada pelo apagamento 
do vocábulo que a poderia expressar. 
Essa mesma ideia-chave é responsável pelas formas verbais em 3ª pessoa do singular (está 
afinado/ andou/ fosse/ tentar convencer/ quer/ diz). Além disso, o seu conhecimento prévio 
permite que você identifique a relação de afinidade entre João Pedro Stédile e governo 
petista, assim como entre João Pedro Stédile / governo petista e entre corredores do Planalto 
/ austero prédio / o governo / fome zero /combate à fome. 
A coerência conceitual – macroestrutura ou estrutura semântica – é um dos requisitos 
fundamentais para construção de qualquer texto, quer ele seja literário, jornalístico, científico, 
jurídico, acadêmico, quer seja uma conversão espontânea. 
Coesão 
A coesão pode ser entendida como o modo pelo qual frases ou partes delas se combinam para 
assegurar o desenvolvimento textual, ou seja, é o modo como as palavras estão ligadas entre 
si, dentro de uma sequência, a fim de criar uma relação semântica entre um elemento do 
texto e outro elemento que é fundamental para sua interpretação. 
A coesão – isto é, a articulação – será eficaz quando estabelecer não apenas a ligação de uma 
ideia a outra, mas também que tipo de relação específica se institui a partir desse recurso. A 
coesão é marcada linguisticamente quando, para isso, empregamos nomes, conjunções, 
pronomes relativos, preposições, advérbios, locuções adverbiais, elementos de transição 
adequados. 
Não há dúvida de que a coesão marcada por elementos linguísticos contribui para conferir 
coerência ao texto. Tais elementos, no entanto, não são nem suficientes nem imprescindíveis 
para garantila. É perfeitamente possível haver textos coerentes que não apresentam 
elementos coesivos, como no parágrafo a seguir, extraído de uma reportagem sobre Di 
Cavalcanti. 
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“Nas vacas magras, ia de cerveja a cachaça. Nunca bêbado. Tinha um poder enorme sobre o 
copo. Bebia, depois deitava, lia, relaxava..” (Veja – julho/1997). 
As quatro orações do período estão separadas por ponto. Embora não haja conectores 
gramaticais explícitos, é fácil perceber de que modo essas orações se combinam para formar 
uma sequência, pois é fácil recuperar os elementos coesivos que não foram expressos. Nada 
impediria que o autor da matéria tivesse escrito o texto assim: 
Nas vacasmagras, ia de cerveja a cachaça, porém nunca ficava bêbado, pois tinha um poder 
enorme sobre o corpo, isto é, bebia, depois deitava, lia e relaxava… 
A coesão pode ser estabelecida por elementos que fazem o texto progredir a partir da conexão 
por eles operacionalizada. Esses conectores estabelecem uma relação semântica de acordo 
com o sentido que expressam. 
É pela coesão que se estabelece o nexo entre as partes de um texto. As relações coesivas 
realizam-se por meio de um léxico da língua e suas marcas são fixadas principalmente por 
elementos da natureza gramatical (pronomes, conjunções, preposições, formas verbais), 
elementos da natureza lexical (sinônimos, antônimos, repetições) e por mecanismos 
sintáticos (subordinação, coordenação, ordenação dos vocábulos, das orações). A coesão, 
como elemento responsável pela textualidade, diz respeito a todos os processos de 
referenciarão ou segmentação que asseguram ou tornam recuperável uma ligação linguística 
significativa entre os elementos que ocorrem na superfície textual. 
Intertextualidade 
Assunto comum em provas de concursos, a intertextualidade acontece quando um texto 
retoma uma parte ou a totalidade de outro texto – o texto fonte. Geralmente, os textos fontes 
são aqueles considerados fundamentais em uma determinada cultura. No exemplo dado, 
compositores brasileiros contemporâneos retomam um dos textos mais reverenciados da 
literatura portuguesa. 
Nos anos 90, Pedro Luis e Fernanda Abreu lançaram a canção “Tudo vale a pena”, cujo refrão 
diz o seguinte: “Tudo vale a pena, sua alma não é pequena”. O mote, na verdade, faz 
referência ao famoso poema “Mar português” (1934), do poeta Fernando Pessoa: 
Valeu a pena? Tudo vale a pena 
Se a alma não é pequena. 
Quem quer passar além do Bojador 
Tem que passar além da dor. 
Deus ao mar o perigo e o abismo deu, 
Mas nele é que espelhou o céu. 
Como podemos ver, temos dois textos que, apesar de distantes no tempo e no espaço, 
dialogam entre si. A intertextualidade é exatamente essa relação, uma forma de diálogo entre 
dois ou mais textos. 
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É importante considerar que a intertextualidade pode ocorrer entre textos de mesma 
natureza ou de naturezas diferentes. Como é um conceito amplo e passível de classificações, 
a intertextualidade pode ser classificada em dois tipos principais: intertextualidade explícita e 
intertextualidade implícita. 
Na intertextualidade explícita ocorre a citação da fonte do intertexto, encontrada 
principalmente nas citações, nos resumos, resenhas e traduções, além de estar presente 
também em diversos anúncios publicitários. Nesse caso, dizemos que a intertextualidade se 
localiza na superfície do texto, pois alguns elementos nos são fornecidos para que 
identifiquemos o texto fonte. Observe um exemplo: 
 
A intertextualidade, quando explícita, fornece ao leitor diversos elementos que o remetem ao 
texto fonte. 
No anúncio publicitário utilizado no exemplo, há uma forte referência ao texto fonte, 
facilmente identificada pelo leitor através dos elementos fornecidos pela linguagem verbal e 
pela linguagem não verbal. A composição do anúncio nos transporta imediatamente para o 
filme “Tropa de Elite”, do cineasta José Padilha, e isso só é possível em razão do forte apelo 
popular da produção, que ganhou grande projeção em nossa sociedade. 
Já a intertextualidade implícita ocorre de maneira diferente, pois não há citação expressa da 
fonte, fazendo com que o leitor busque na memória os sentidos do texto. Geralmente está 
inserida nos textos do tipo paródia ou do tipo paráfrase, ganhando espaço também na 
publicidade. Observe o exemplo: 
 
No anúncio há um elemento verbal que permite a retomada do texto fonte, mas essa 
inferência depende de um conhecimento prévio do leitor: se ele não souber que há uma 
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referência à música “Mania de você”, da cantora Rita Lee, provavelmente o texto não será 
compreendido em sua totalidade. 
Portanto, a intertextualidade é um elemento muito importante para a constituição de 
sentidos do texto, colaborando em muito para a coerência textual ao reforçar a ideia de que 
a competência linguística não depende apenas do conhecimento do código linguístico, mas 
também do conhecimento das relações intertextuais. 
A seguir, veremos vários exemplos de intertextualidade, seja em forma de citação, paródia ou 
paráfrase. 
Citação 
 
Esse procedimento intertextual acontece quando um texto reproduz outro texto ou parte 
dele. Para sinalizar que houve a reprodução de outro texto, são utilizados alguns marcadores, 
como as aspas. Dessa forma, o texto deixa claro que o trecho ou o texto citado foi tirado de 
outra fonte, como no exemplo. 
A compreensão adequada de um intertexto depende, naturalmente, do conhecimento do 
texto fonte. Vejamos o outro exemplo abaixo. 
 
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No exemplo dado, a propaganda buscou inspiração no texto bíblico “Do pó vieste e ao pó 
voltarás”, marcando sua reprodução por meio de aspas. 
Paródia 
A paródia consiste em uma subversão ao texto fonte, recriando-o de maneira satírica ou 
crítica. Dizendo de outra maneira, a paródia ironiza o texto original e inverte seu sentido. 
“Canção do exílio” (1847) é um dos textos mais parodiados da cultura brasileira, exercendo 
sua influência por várias gerações. 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá; 
As aves, que aqui gorjeiam, 
Não gorjeiam como lá. 
Agora, leia parte da paródia composta pelo humorista e apresentador Jô Soares: 
 
Minha Dinda tem cascatas 
Onde canta o curió 
Não permita Deus que eu tenha 
De voltar pra Maceió. 
Minha Dinda tem coqueiros 
Da Ilha de Marajó 
As aves, aqui, gorjeiam 
Não fazem cocoricó. 
No poema de Gonçalves Dias, do final do século XIX, o eu lírico deseja cantar a saudade que 
sente de sua terra natal, o Brasil, enfatizando seus encantos e belezas naturais. 
O texto de Jô Soares, do final do século XX, desconstrói o sentido do texto original, já que o eu 
lírico quer distância da terra natal, pois prefere as mordomias da Casa da Dinda, como ficou 
conhecida a residência oficial do Presidente da República na época, Fernando Collor de Mello. 
Através da paródia, Jô Soares faz uma crítica aos escândalos de corrupção do governo, que 
culminaram no processo de “impeachment” do presidente. 
Paráfrase 
Fazer uma paráfrase significa reproduzir as ideias de um texto, só que utilizando outras 
palavras, dentro de uma nova montagem. É o recurso intertextual que se faz presente, por 
exemplo, em resumos, atas e relatórios, que fazem parte do nosso cotidiano Veja um exemplo 
de paráfrase da tão parodiada “Canção do exílio”, de Gonçalves Dias: 
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos 
Minha boca procura a “Canção do Exílio”. 
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Como era mesmo a “Canção do Exílio”? 
Eu tão esquecido de minha terra... 
Ai terra que palmeiras 
onde canta o sabiá 
Perceba que o poema “Europa, França e Bahia”, de Carlos Drummond de Andrade, estabelece 
um diálogo com o texto de Gonçalves Dias, mas não tem uma intenção satírica – é uma 
paráfrase. 
Citação do discurso (direto, indireto, modalização em discurso segundo, ilha textual). 
Quando o enunciador precisa citar, em seu discurso, um texto (falado ou escrito) de outrem, 
pode recorrer a alguns mecanismos linguísticos, como a modalização em discurso segundo, o 
discurso direto, o discurso indireto e a ilha textual. 
MODALIZAÇÃO EM DISCURSO SEGUNDO 
É o modo mais simples e mais direto para o enunciador mostrar que não é responsável por 
um determinadodiscurso: apenas indica que está se apoiando em um texto alheio. Para tanto, 
o enunciador utiliza-se de determinadas marcas linguísticas, como as apresentadas em 
destaque nos exemplos abaixo. Ex.: Para a antropóloga americana Margaret Mead, a 
monogamia é o mais difícil dos arranjos maritais. Ex.: Uma dieta rica em vegetais, segundo 
dizem, reduz a chance de se ter vários tipos de câncer. Ex.: O que falta aos governos latino-
americanos é profissionalismo e inteligência política, conforme Caetano Veloso. Ex.: A 
adolescência, de acordo com fontes bem informadas, começa cada vez mais cedo e termina 
cada vez mais tarde. 
DISCURSO DIRETO 
Nesse tipo de citação, o enunciador se exime de qualquer responsabilidade, por isso, ele 
reproduz literalmente as falas citadas, ou seja, o discurso apresenta-se às vezes como a exata 
reprodução das palavras do enunciador citado. 
Ex.: “Um indivíduo faminto tende a salivar muito mais diante de um prato de comida do que 
alguém com menos fome”, afirma a fisiologista Sara Shammah Lagnado, da Universidade de 
São Paulo (USP). 
Marcas do discurso direto 
a) O discurso direto vem introduzido por um verbo que anuncia a fala citada. Tais verbos são 
denominados de dizer (dizer, responder, retrucar, afirmar, falar, entre outros) e podem ser 
colocados antes do discurso direto, em oração intercalada, no interior do discurso direto ou 
no final do discurso direto. 
Ex.: O professor esclarece: “Os jovens levam a sério o mundo dos super-heróis, mas não 
completamente”. 
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Ex.: – Farei uma farra daquelas – disse o candidato – quando eu passar no vestibular. 
Ex.: – Por que o senhor bebe? – perguntou a repórter. – Eu bebo porque é líquido. Se fosse 
sólido, eu comeria – respondeu malcriado o alcoólatra. 
b) A fala citada aparece nitidamente separada por elementos tipográficos como as aspas, 
travessões, dois-pontos e itálico. 
Ex.: A mulher perguntou ao marido: – Você bebeu? Ex.: A mulher perguntou ao marido: “Você 
bebeu?” 
Ex.: A mulher perguntou ao marido: Você bebeu? 
A opção pelo discurso direto geralmente está ligada ao gênero do discurso ou às estratégias 
do enunciador de cada texto. Ao escolher esse modo de citação, o enunciador, pode estar, 
particularmente, querendo: 
• Criar imagem de autenticidade do que reproduziu, indicando que as palavras relatadas 
são realmente proferidas; 
• distanciar-se: seja porque o enunciador quer explicitar, por intermédio do discurso 
direto, sua adesão respeitosa ao dito, fazendo ver o desnível entre palavras 
prestigiosas, irretocáveis e as suas próprias palavras (citação de autoridade); seja 
porque não adere ao que é dito;  
• mostra-se objetivo;  caracterizar a fala relatada, imprimindo-lhe marcas de oralidade 
espontânea, de regionalismos ou até de cacoetes linguísticos (recurso muito utilizado 
em gêneros literários). 3. DISCURSO INDIRETO É o modo de citação do discurso alheio 
em que o enunciador tem uma diversidade de maneiras para traduzir as falas citadas, 
uma vez que ele se utiliza de suas próprias palavras para reproduzir a fala do outro. 
Ex.: O carnavalesco disse que os traficantes não mandam no samba. Marcas do 
discurso indireto  da mesma forma do discurso direto, vem também introduzido por 
um verbo de dizer;  ao contrário do discurso direto, a fala citada é introduzida por 
meio de uma partícula introdutória: que ou se. A escolha do discurso indireto está 
também ligada ao gênero textual e às estratégias do enunciador em cada texto. A 
imprensa popular, por exemplo, prefere o discurso direto ao indireto. Para um público 
leitor popular, o jornalista privilegia a citação direta. É como se o leitor estivesse 
presente na situação. Para um leitor mais instruído, o jornalista constrói um enunciado 
que fale à inteligência desse público e atrás desse enunciado ele (o jornalista) se apaga. 
Por isso, nesse caso, haverá mais recorrência ao discurso indireto, às ilhas textuais e á 
modalização em discurso segundo. 
 
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ILHA TEXTUAL 
Ilha textual ou ilha enunciativa é uma forma híbrida de citação. Considere os exemplos 
seguintes: Ex.: Vera disse aos prantos que tinha flagrado o marido “papando a empregada”. 
Ex.: O ladrão confessou que tinha roubado para “21ubs as fome dos bruguelo”. Ex.: Segundo 
o Presidente da República, “é necessário que cada posto de gasolina seje fiscalizado”. O 
enunciador de cada um dos grupos acima isolou em itálico e entre aspas um fragmento que, 
ao mesmo tempo, ele utiliza e menciona, emprega e cita. Apesar de o fragmento possuir a 
estrutura do discurso indireto ou da modalização em discurso segundo, há neles algumas 
palavras que são atribuídas aos enunciadores citados. Aqui a ilha é indicada pelas aspas e pelo 
itálico. É o procedimento mais frequente na imprensa. Pode-se também encontrar somente 
as aspas ou somente o itálico. Nesse tipo de citação, as marcas tipográficas permitem verificar 
que essa parte do texto não é assumida pelo enunciador. 
Tipologia Textual: Tipos e Gêneros 
Sempre cai nas provas o assunto “Tipologia textual” (Tipos textuais) mas muita gente 
confunde com “Gêneros Textuais” (gêneros discursivos). 
Querem dizer a mesma coisa? Não. 
Estas são duas classificações que recebem os textos que produzimos a longo de nossa vida, 
seja na forma oral ou escrita. 
Sendo que a primeira leva em consideração estruturas específicas de cada tipo, ou seja, 
seguem regras gramaticais, algo mais formal. 
Já a segunda preocupa-se não em classificar um texto por regras, mas sim levando em 
consideração a finalidade do texto; o papel dos interlocutores; a situação de comunicação. 
São inúmeros os gêneros textuais: Piada, conto, romance, texto de opinião, carta do leitor, 
noticia, biografia, seminário, palestras, etc 
O que é tipologia textual? 
Como dito anteriormente, são as classificações recebidas por um texto de acordo com as 
regras gramaticais, dependendo de suas características. 
São as classificações mais clássicas de um texto: 
A narração, a descrição, a dissertação (expositiva e argumentativa), a injunção, a predição e 
a conversacional. 
Narração 
Modalidade em que um narrador, participante ou não, conta um fato, real ou fictício, que 
ocorreu num determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Refere-se a 
objetos do mundo real. Há uma relação de anterioridade e posterioridade. O tempo verbal 
predominante é o passado. Estamos cercados de narrações desde as que nos contam histórias 
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infantis até às piadas do cotidiano. É o tipo predominante nos gêneros: conto, fábula, crônica, 
romance, novela, depoimento, piada, relato, etc. 
Descrição 
Um texto em que se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um 
objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela sua função 
caracterizadora. Numa abordagem mais abstrata, pode-se até descrever sensações ou 
sentimentos. Não há relação de anterioridade e posterioridade. Significa “criar” com palavras 
a imagem do objeto descrito. É fazer uma descrição minuciosa do objeto ou da personagem a 
que o texto se Pega. É um tipo textual que se agrega facilmente aos outros tipos em diversos 
gêneros textuais. Tem predominância em gêneros como: cardápio, folheto turístico, anúncio 
classificado, etc. 
Dissertação 
Dissertar é o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer sobre ele. 
Dependendo do objetivo do autor, pode ter caráter expositivo ou argumentativo. 
Dissertação-Exposição 
Apresenta um saber já construído e legitimado, ou um saber teórico. Apresenta informações 
sobre assuntos, expõe, reflete,explica e avalia ideias de modo objetivo. O texto expositivo 
apenas expõe ideias sobre um determinado assunto. A intenção é informar, esclarecer. Ex: 
aula, resumo, textos científicos, enciclopédia, textos expositivos de revistas e jornais, etc. 
Dissertação-Argumentação 
Um texto dissertativo-argumentativo faz a defesa de ideias ou um ponto de vista do autor. O 
texto, além de explicar, também persuade o interlocutor, objetivando convencê-lo de algo. 
Caracteriza-se pela progressão lógica de ideias. Geralmente utiliza linguagem denotativa. É 
tipo predominante em: sermão, ensaio, monografia, dissertação, tese, ensaio, manifesto, 
crítica, editorial de jornais e revistas. 
Injunção / Instrucional 
Indica como realizar uma ação. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua 
maioria, empregados no modo imperativo, porém nota-se também o uso do infinitivo e o uso 
do futuro do presente do modo indicativo. Ex: ordens; pedidos; súplica; desejo; manuais e 
instruções para montagem ou uso de aparelhos e instrumentos; textos com regras de 
comportamento; textos de orientação (ex: recomendações de trânsito); receitas, cartões com 
votos e desejos (de natal, aniversário, etc.). 
OBS1: Muitos estudiosos do assunto listam apenas os tipos acima. Alguns outros consideram 
que existe também o tipo predição. 
 
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Predição 
Caracterizado por predizer algo ou levar o interlocutor a crer em alguma coisa, a qual ainda 
está por ocorrer. É o tipo predominante nos gêneros: previsões astrológicas, previsões 
meteorológicas, previsões escatológicas/apocalípticas. 
OBS2: Alguns estudiosos listam também o tipo Dialogal, ou Conversacional. Entretanto, esse 
nada mais é que o tipo narrativo aplicado em certos contextos, pois toda conversação envolve 
personagens, um momento temporal (não necessariamente explícito), um espaço (real ou 
virtual), um enredo (assunto da conversa) e um narrador, aquele que relata a conversa. 
Dialogal / Conversacional Caracteriza-se pelo diálogo entre os interlocutores. É o tipo 
predominante nos gêneros: entrevista, conversa telefônica, chat, etc. 
Gêneros textuais 
Os Gêneros textuais são as estruturas com que se compõem os textos, sejam eles orais ou 
escritos. Essas estruturas são socialmente reconhecidas, pois se mantêm sempre muito 
parecidas, com características comuns, procuram atingir intenções comunicativas 
semelhantes e ocorrem em situações específicas. Pode-se dizer que se tratam das variadas 
formas de linguagem que circulam em nossa sociedade, sejam eles formais ou informais. Cada 
gênero textual tem seu estilo próprio, podendo então, ser identificado e diferenciado dos 
demais através de suas características. Exemplos: 
Carta 
Quando se trata de “carta aberta” ou “carta ao leitor”, tende a ser do tipo 
dissertativoargumentativo com uma linguagem formal, em que se escreve à sociedade ou a 
leitores. 
Quando se trata de “carta pessoal”, a presença de aspectos narrativos ou descritivos e uma 
linguagem pessoal é mais comum. No caso da “carta denúncia”, em que há o relato de um 
fato que o autor sente necessidade de o expor ao seu público, os tipos narrativos e 
dissertativoexpositivo são mais utilizados. Observe o exemplo de uma carta ao leitor logo 
abaixo: 
Carta ao leitor 
Nunca te vi, mas sempre te amei 
Por: Martha San Juan França (Diretora de redação) 
De todas as tarefas que fazem parte da rotina de redação de Galileu, a mais prazerosa 
certamente é ler as cartas dos leitores. Os fãs da revista são de fato especiais e suas cartas 
traduzem isso. São criativos, curiosos, observadores e não deixam passar nada. Fazem 
perguntas tão difíceis quanto imprevisíveis. Querem saber de tudo: do monstro do Lago Ness 
ao Projeto Genoma Humano. E não se contentam com respostas pela metade. Ler as dúvidas 
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que aparecem nas cartas, os comentários sobre as reportagens passadas e as sugestões de 
futuras é gratificante para qualquer jornalista. Ainda mais para nós, jornalistas de Galileu, que 
adoramos um bom desafio. 
Felizmente, a revista conta com uma arma secreta para satisfazer tantas pessoas exigentes. 
Vou 24ubst.2424s-la agora: Luiz Francisco Senne, nosso secretário de produção, professor de 
português, roqueiro, colecionador de discos de vinil e livros usados, e responsável pelo 
atendimento aos leitores. Kiko, como é muito mais conhecido, sabe também driblar as 
angústias dos nossos jovens amigos em apuros. 
Muitos pedem ajuda a Galileu quando recebem dos professores uma tarefa complicada e não 
sabem a quem recorrer. Kiko responde delicada, mas firmemente: não dá para fazer o trabalho 
escolar no lugar do aluno (é festa agora?). Mas simpatiza com o drama de leitores como este 
cuja mensagem é reproduzida acima: “Vocês não poderiam dar uma dica de como ir bem numa 
prova de física porque o meu cérebro está cansado?” Atendendo ao apelo levado aos 
repórteres por Kiko, Galileu oferece a seus leitores a matéria “Os cientistas alertam: não 
deveríamos existir”, do editor Marcelo Ferroni. Ela mostra que a física pode ser criativa em vez 
de uma aula chata. Quer ver? 
Propaganda 
É um gênero textual dissertativo expositivo onde há a o intuito de propagar informações 
sobre algo, buscando sempre atingir e influenciar o leitor apresentando, na maioria das vezes, 
mensagens que despertam as emoções e a sensibilidade do mesmo. Observe na imagem 
abaixo: 
 
Bula de remédio 
Trata-se de um gênero textual descritivo, dissertativo expositivo e injuntivo que tem por 
obrigação fornecer as informações necessárias para o correto uso do medicamento, como no 
exemplo a seguir. 
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Receita 
É um gênero textual descritivo e injuntivo que tem por objetivo informar a fórmula para 
preparar tal comida, descrevendo os ingredientes e o preparo destes, além disso, com verbos 
no imperativo, dado o sentido de ordem, para que o leitor siga corretamente as instruções. 
Observe na imagem a seguir: 
 
Reportagem 
É um gênero textual jornalístico de caráter dissertativo-expositivo. A reportagem tem, por 
objetivo, informar e levar os fatos ao leitor de uma maneira clara, com linguagem direta. 
“Mercado Central de Macapá poderá reabrir em março, prevê prefeitura” 
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Lojistas reclamam de transtornos durante demora nas obras de reformas. Prefeitura informou 
que ponto turístico é ampliado e revitalizado. 
Em obras desde novembro de 2015, o Mercado Central de Macapá deverá reabrir em março, 
prevê a prefeitura. O local é um dos principais pontos turísticos da capital e reúne diversos 
pontos de vendas de comidas típicas e artesanatos. 
Essa é a terceira data reabertura. A primeira foi anunciada para maio de 2016 e a segunda 
para setembro do mesmo ano. A obra foi orçada em aproximadamente R$ 2 milhões. 
O investimento é financiado pelo Programa Calha Norte, do Governo Federal, por meio de 
emenda parlamentar, e terá espaços com acessibilidade para pessoas com deficiência, 
segundo a prefeitura. 
A Secretaria Municipal de Obras (Semob) informou além da pintura, consertos na rede elétrica 
e hidráulica e substituição do telhado, novos espaços serão implantados no local, como a 
ampliação da área para lanchonetes, banheiros e a montagem de um palco para atrações 
culturais. A última reforma aconteceu em 2013, quando o prédio completou 60 anos de 
criação. ” 
História em quadrinhos 
É um gênero narrativo que consiste em enredos contados em pequenos quadros através de 
diálogos diretos entre seus personagens, gerando uma espéciede conversação. Observe o 
exemplo abaixo: 
 
 
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Charge 
É um gênero textual narrativo onde se faz uma espécie de ilustração cômica, através de 
caricaturas, com o objetivo de realizar uma sátira, crítica ou comentário sobre algum 
acontecimento atual, em sua grande maioria. 
 
Poema 
Trabalho elaborado e estruturado em versos. Além dos versos, pode ser estruturado em 
estrofes. Rimas e métrica também podem fazer parte de sua composição. Pode ou não ser 
poético. Dependendo de sua estrutura, pode receber classificações específicas, como haicai, 
soneto, epopeia, poema figurado, dramático, etc. Em geral, a presença de aspectos narrativos 
e descritivos são mais frequentes neste gênero. Importante também é a distinção entre 
poema e poesia. Poesia é o conteúdo capaz de transmitir emoções por meio de uma 
linguagem, ou seja, tudo o que toca e comove pode ser considerado como poético. Assim, 
quando se aplica a poesia ao gênero poema, resulta-se em um poema poético, quando 
aplicada à prosa, resulta-se na prosa poética (até mesmo uma peça ou um filme podem ser 
assim considerados). 
Veja o exemplo de um poema poético, em Poema da purificação de Carlos Drummond De 
Andrade: 
Poema da purificação 
Depois de tantos combates 
o anjo bom matou o anjo mau 
e jogou seu corpo no rio 
As água ficaram tintas 
de um sangue que não descorava 
e os peixes todos morreram. 
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Mas uma luz que ninguém soube 
dizer de onde tinha vindo 
apareceu para clarear o mundo, 
e outro anjo pensou a ferida 
do anjo batalhador. 
Veja o exemplo de uma prosa poética, em um trecho da obra Iracema de José de Alencar: “O 
guerreiro sem a esposa é como a árvore sem 28ubst. nem 28ubst.: nunca ela verá o fruto; o 
guerreiro sem amigo é como a árvore solitária que o vento açouta no meio do campo: o fruto 
dela nunca amadurece”. 
Figuras da Linguagem 
Figuras de Linguagem são recursos especiais usados para dar maior ênfase à comunicação. 
Elas são classificadas em: 
Figuras de Palavras 
Figuras de Pensamento 
Figuras de Sintaxe 
Figuras de Som 
Figuras de Palavras 
As Figuras de Palavras são recursos utilizados para produzir maior expressividade à 
comunicação. Elas consistem na substituição de uma palavra por outra, isto é, no emprego 
figurado, simbólico, seja por uma relação muito próxima (contiguidade), seja por uma 
associação, uma comparação, uma similaridade. 
Metáfora 
A metáfora consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão em lugar de outra, sem que 
haja uma relação real, mas em virtude da circunstância de que o nosso espírito as associa e 
depreende entre elas certas semelhanças. 
Obs.: toda metáfora é uma espécie de comparação implícita, em que o elemento comparativo 
não aparece. Exemplo: A vida é uma nuvem que voa. 
Metonímia 
A metonímia consiste em empregar um termo no lugar de outro, havendo entre ambos 
estreita afinidade ou relação de sentido. 
Observe os exemplos abaixo: 
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a) Autor pela obra: Gosto de ler Machado de Assis. (Gosto de ler a obra literária de Machado 
de Assis.) 
b) Símbolo pelo objeto simbolizado: Não te afastes da cruz. (Não te afastes da religião.) 
Catacrese 
Trata-se de uma metáfora que, dado seu uso contínuo, cristalizou-se. A catacrese costuma 
ocorrer quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, tomase outro 
“emprestado”. Assim, passamos a empregar algumas palavras fora de seu sentido original. 
Exemplos: 
“asa da xícara” “batata da perna” 
“maçã do rosto” “pé da mesa” 
“braço da cadeira” “coroa do abacaxi” 
Perífrase 
Trata-se de uma expressão que designa um ser através de alguma de suas características ou 
atributos, ou de um fato que o celebrizou. Veja o exemplo: 
A Cidade Maravilhosa ( Rio de Janeiro) continua atraindo visitantes do mundo todo. 
Obs.: quando a perífrase indica uma pessoa, recebe o nome de antonomásia. 
Exemplos: 
a) O Divino Mestre (Jesus Cristo) passou a vida praticando o bem. 
b) O Poeta dos Escravos (Castro Alves) morreu muito jovem. 
c) Poeta da Vila (Noel Rosa) compôs lindas canções. 
Sinestesia 
Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as sensações percebidas por diferentes órgãos 
do sentido. 
Exemplos: 
a) Um grito áspero revelava tudo o que sentia. (Grito = auditivo; áspero = tátil) 
b) No silêncio negro do seu quarto, aguardava os acontecimentos. (Silêncio = auditivo; negro 
= visual) 
Figuras de Pensamento 
As figuras de pensamento trabalham com a combinação de ideias, pensamentos. Dentre as 
figuras de pensamento, as mais comuns são: 
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Antítese 
Consiste na utilização de dois termos que contrastam entre si. Ocorre quando há uma 
aproximação de palavras ou expressões de sentidos opostos. O contraste que se estabelece 
serve, essencialmente, para dar uma ênfase aos conceitos envolvidos que não se conseguiria 
com a exposição isolada dos mesmos. Observe os exemplos: 
a) “O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa) 
b) O corpo é grande e a alma é pequena. 
c) “Quando um muro separa, uma ponte une.” 
d) “Desceu aos pântanos com os tapires; subiu aos Andes com os condores.” (Castro Alves) 
e) Felicidade e tristeza tomaram conta de sua alma. 
Paradoxo 
Consiste numa proposição aparentemente absurda, resultante da união de ideias 
contraditórias. Veja o exemplo: a) Na reunião, o funcionário afirmou que o operário quanto 
mais trabalha mais tem dificuldades econômicas. 
Eufemismo 
Consiste em empregar uma expressão mais suave, mais nobre ou menos agressiva, para 
comunicar alguma coisa áspera, desagradável ou chocante. 
Exemplos: a) Depois de muito sofrimento, entregou a alma ao Senhor. (Morreu) 
b) O prefeito ficou rico por meios ilícitos. (Roubou) 
c) Fernando faltou com a verdade. (Mentiu) 
Ironia 
Consiste em dizer o contrário do que se pretende ou em satirizar, questionar certo tipo de 
pensamento com a intenção de ridicularizá- lo, ou ainda em ressaltar algum aspecto passível 
de crítica. A ironia deve ser muito bem construída para que cumpra a sua finalidade; mal 
construída, pode passar uma ideia exatamente oposta à desejada pelo emissor. Veja os 
exemplos abaixo: 
a) Como você foi bem na última prova, não tirou nem a nota mínima! 
b) Parece um anjinho aquele menino, briga com todos que estão por perto. 
Hipérbole 
É a expressão intencionalmente exagerada com o intuito de realçar uma ideia. Exemplos: 
a) Faria isso milhões de vezes se fosse preciso. 
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b) “Rios te correrão dos olhos, se chorares.” (Olavo Bilac) 
Prosopopeia ou Personificação 
Consiste em atribuir ações ou qualidades de seres animados a seres inanimados, ou 
características humanas a seres não humanos. Observe os exemplos: 
a) As pedras andam vagarosamente. B) O vento fazia promessas suaves a quem o escutasse. 
Apóstrofe 
Consiste na “invocação” de alguém ou de alguma coisa personificada, de acordo com o 
objetivo do discurso que pode ser poético, sagrado ou profano. Caracteriza-se pelo 
chamamento do receptor da mensagem, seja ele imaginário ou não. A introdução da 
apóstrofe interrompe a linha de pensamento do discurso, destacando-se assim a entidade a 
que se dirige e a ideia que se pretende pôr em evidência com tal invocação. Realiza-se por 
meio do vocativo. Exemplos: 
a) Moça, que fazes aí parada? 
b) “Pai Nosso, que estais no céu...” c) 
“Liberdade, Liberdade, 
Abre as asas sobre nós, 
Das lutas, na tempestade, 
Dá que ouçamostua voz...” (Osório Duque Estrada) 
Gradação 
Consiste em dispor as ideias por meio de palavras, sinônimas ou não, em ordem crescente ou 
decrescente. Quando a progressão é ascendente, temos o clímax; quando é descendente, o 
anticlímax. 
Observe este exemplo: 
Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Joana com seus olhos claros e brincalhões... 
O objetivo do narrador é mostrar a expressividade dos olhos de Joana. Para chegar a esse 
detalhe, ele se refere ao céu, à terra, às pessoas e, finalmente, a Joana e seus olhos. Nota-se 
que o pensamento foi expresso em ordem decrescente de intensidade. Outros exemplos: 
a) “Vive só para mim, só para a minha vida, só para meu amor”. (Olavo Bilac) 
b) “O trigo... nasceu, cresceu, espigou, amadureceu, colheu-se.” (Padre Antônio Vieira). 
 
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Figuras de Sintaxe 
As Figuras de Sintaxe ou Figuras de Construção são utilizadas para modificar um período, ou 
seja, interferem na estrutura gramatical da frase, com o intuito de oferecer maior 
expressividade ao texto. Assim, as figuras de sintaxe operam de diversas maneiras na frase, 
seja na inversão, repetição ou na omissão dos termos. 
Elipse 
Consiste na omissão de um ou mais termos numa oração que podem ser facilmente 
identificados, tanto por elementos gramaticais presentes na própria oração, quanto pelo 
contexto. Exemplos: 
a) Regina estava atrasada. Preferiu ir direto para o trabalho. (Ela, Regina, preferiu ir direto 
para o trabalho, pois estava atrasada.) 
b) As rosas florescem em maio, as margaridas em agosto. (As margaridas florescem em 
agosto.) 
Zeugma 
Zeugma é uma forma de elipse. Ocorre quando é feita a omissão de um termo já mencionado 
anteriormente. Exemplos: 
a) Ele gosta de geografia; eu, de português. B) Na casa dela só havia móveis antigos; na minha, 
só móveis modernos. 
Silepse 
Na silepse há concordância da ideia e não do termo utilizado. São classificadas em: 
Silepse de Gênero, quando ocorre discordância entre os gêneros (feminino e masculino); 
Silepse de Número, quando ocorre discordância entre o singular e o plural; 
Silepse de Pessoa, quando ocorre discordância entre o sujeito, que aparece na terceira 
pessoa, e o verbo, que surge na primeira pessoa do plural. 
Exemplos: São Paulo é suja. (silepse de gênero) 
Um bando (singular) de mulheres (plural) gritavam assustadas. (silepse de número) 
Todos os atletas (terceira pessoa) estamos (primeira pessoa do plural) preparados para o jogo. 
(silepse de pessoa). 
Hipérbato ou Inversão 
O hipérbato é caraterizado pela inversão da ordem direta dos termos da oração, segundo a 
construção sintática usual da língua (sujeito + predicado + complemento). 
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Exemplo: Triste estava Manuela. (Neste caso, o estado do sujeito surge antes do nome 
“Manuela”, que na construção sintática usual seria: Manuela estava triste). 
Assíndeto 
Síndeto corresponde a uma conjunção coordenativa utilizada para unir termos nas orações 
coordenadas. Feita essa observação, a figura de pensamento assíndeto é caracterizada pela 
ausência de conjunções. Exemplo: Daiana comprou uvas para comer, (e) limões para fazer 
suco. 
Polissíndeto 
Ao contrário do assíndeto, o polissíndeto é caracterizado pela repetição da conjunção 
coordenativa (conectivo). Exemplo: Dolores brigava, e gritava, e falava. 
Anáfora 
A anáfora é a repetição de termos no começo das frases, muito utilizada pelos escritores na 
construção dos versos a fim de dar maior ênfase à ideia. Exemplo: Se eu amasse, se eu 
chorasse, se eu perdoasse. (A repetição do termo “se” enfatiza a condicionalidade que o 
emissor do discurso quer propor). 
Anacoluto 
O anacoluto altera a sequência lógica da estrutura da frase por meio de uma pausa no 
discurso. Exemplo: Esses políticos de hoje, não se pode confiar. (Numa sequência lógica, 
teríamos: “Esses políticos de hoje não são confiáveis” ou Não se pode confiar nesses políticos 
de hoje.) 
Pleonasmo 
Repetição enfática ou redundância de um termo que soa “desnecessário” no discurso, o qual 
pode ser utilizado intencionalmente (pleonasmo literário) como figura de linguagem, ou por 
desconhecimento das normas gramaticais (pleonasmo vicioso), nesse caso um vício de 
linguagem. Exemplo: A noite escura da Amazônia. (Note que a noite já pressupõe escuridão.) 
Figuras de Som 
As Figuras de Som ou de Harmonia correspondem a uma categoria das figuras de linguagem 
associadas à sonoridade. Elas valorizam a expressividade do texto, por meio da sonoridade, 
ou seja, da repetição de sons. 
Aliteração 
Consiste na repetição de consoantes como recurso para intensificação do ritmo ou como 
efeito sonoro significativo. Exemplos: a) Três pratos de trigo para três tigres tristes. 
b) O rato roeu a roupa do rei de Roma. 
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Assonância 
Consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos. Exemplos: “Sou um mulato nato 
no sentido lato mulato democrático do litoral.” 
Onomatopeia 
Ocorre quando se tentam reproduzir na forma de palavras os sons da realidade. Exemplos: 
a) Os sinos faziam blem, blem, blem, blem. 
b) Miau, miau. (Som emitido pelo gato). 
QUESTÕES DE CONCURSOS 
 
01. (Fuvest – Primeira Fase) 
 
A civilização “pós-moderna” culminou em um progresso inegável, que não foi percebido 
antecipadamente, em sua inteireza. Ao mesmo tempo, sob o “mau uso” da ciência, da 
tecnologia e da capacidade de invenção nos precipitou na miséria moral inexorável. Os que 
condenam a ciência, a tecnologia e a invenção criativa por essa miséria ignoram os desafios 
que explodiram com o capitalismo monopolista de sua terceira fase. 
 
Em páginas secas premonitórias, E. Mandel1 apontara tais riscos. O “livre jogo do mercado” 
(que não é e nunca foi “livre”) rasgou o ventre das vítimas: milhões de seres humanos nos 
países ricos e uma carrada maior de milhões nos países pobres. O centro acabou fabricando a 
sua periferia intrínseca e apossou-se, como não sucedeu nem sob o regime colonial direto, 
das outras periferias externas, que abrangem quase todo o “resto do mundo”. 
1: Ernest Ezra Mandel (1923-1995): economista e militante político belga. 
O emprego de aspas em uma dada expressão pode servir, inclusive, para indicar que ela 
I. foi utilizada pelo autor com algum tipo de restrição; 
II. pertence ao jargão de uma determinada área do conhecimento; 
III. contém sentido pejorativo, não assumido pelo autor. 
Considere as seguintes ocorrências de emprego de aspas presentes no texto: 
A. “pós-moderna” (L. 1); 
B. “mau uso” (L. 2); 
C. “livre jogo do mercado” (L.6); 
D. “livre” (L. 7); 
E. “resto do mundo” (L. 9). 
As modalidades I, II e III de uso de aspas, elencadas acima, verificam-se, respectivamente, em 
a) A, C e E 
b) B, C e D 
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c) C, D e E 
d) A, B e E 
e) B, D e A 
 
 
02. (Enem – Segundo Dia) 
 
“Ele era o inimigo do rei”, nas palavras de seu biógrafo, Lira Neto. Ou, ainda, “um romancista 
que colecionava desafetos, azucrinava D. Pedro II e acabou inventando o Brasil”. Assim era 
José de Alencar (1829-1877), o conhecido autor de O guarani e Iracema, tido como o pai do 
romance no Brasil. 
 
Além de criar clássicos da literatura brasileira com temas nativistas, indianistas e históricos, 
ele foi também folhetinista, diretor de jornal, autor de peças de teatro, advogado, deputado 
federal e até ministro da Justiça. Para ajudar na descoberta das múltiplas facetas desse 
personagem do século XIX, parte de seu acervo inédito será digitalizada. História Viva, n.° 99, 2011. 
Com base no texto, que trata do papeldo escritor José de Alencar e da futura digitalização de 
sua obra, depreende-se que 
a) a digitalização dos textos é importante para que os leitores possam compreender seus 
romances. 
 
b) o conhecido autor de O guarani e Iracema foi importante porque deixou uma vasta obra 
literária com temática atemporal. 
 
c) a divulgação das obras de José de Alencar, por meio da digitalização, demonstra sua 
importância para a história do Brasil Imperial. 
 
d) a digitalização dos textos de José de Alencar terá importante papel na preservação da 
memória linguística e da identidade nacional. 
 
e) o grande romancista José de Alencar é importante porque se destacou por sua temática 
indianista. 
 
03. (Enem – Segundo Dia) 
 
A substituição do haver por ter em construções existenciais, no português do Brasil, 
corresponde a um dos processos mais característicos da história da língua portuguesa, 
paralelo ao que já ocorrera em relação à aplicação do domínio de ter na área semântica de 
“posse”, no final da fase arcaica. 
 
Mattos e Silva (2001:136) analisa as vitórias de ter sobre haver e discute a emergência de ter 
existencial, tomando por base a obra pedagógica de João de Barros. Em textos escritos nos 
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anos quarenta e cinquenta do século XVI, encontram-se evidências, embora raras, tanto de 
ter “existencial”, não mencionado pelos clássicos estudos de sintaxe histórica, quanto de 
haver como verbo existencial com concordância, lembrado por Ivo Castro, e anotado como 
“novidade” no século XVIII por Said Ali. 
Como se vê, nada é categórico e um purismo estreito só revela um conhecimento deficiente 
da língua. Há mais perguntas que respostas. Pode-se conceber uma norma única e prescritiva? 
É válido confundir o bom uso e a norma com a própria língua e dessa forma fazer uma 
avaliação crítica e hierarquizante de outros usos e, através deles, dos usuários? Substitui-se 
uma norma por outra? 
CALLOU, D. A propósito de norma, correção e preconceito linguístico: do presente para o passado, In: Cadernos de Letras da UFF, n.° 36, 2008. 
Disponível em: www.uff.br. Acesso em: 26 fev. 2012 (adaptado). 
Para a autora, a substituição de “haver” por “ter” em diferentes contextos evidencia que: 
a) o estabelecimento de uma norma prescinde de uma pesquisa histórica. 
 
b) os estudo clássicos de sintaxe histórica enfatizam a variação e a mudança na língua. 
 
c) a avaliação crítica e hierarquizante dos usos da língua fundamenta a definição da norma. 
 
d) a adoção de uma única norma revela uma atitude adequada para os estudos linguísticos. 
e) os comportamentos puristas são prejudiciais à compreensão da constituição linguística. 
 
 
04. (UERJ) 
 
“Todo abacate é verde. O incrível Hulk é verde. O incrível Hulk é um abacate.” 
Todo argumento pode se tornar um sofisma: um raciocínio errado ou inadequado que nos 
leva a conclusões falsas ou improcedentes. 
O último parágrafo do texto é um exemplo de sofisma, considerando que, da constatação de 
que todo abacate é verde, não se pode deduzir que só os abacates têm cor verde. 
Esse é o tipo de sofisma que adota o seguinte procedimento: 
a) enumeração incorreta 
b) generalização invertida 
c) representação imprecisa 
d) exemplificação inconsistente 
 
http://www.uff/
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05. (ETEC ) 
“Em um mundo marcado por conflitos em diferentes regiões, as operações de manutenção 
da paz das Nações Unidas são a expressão mais visível do compromisso solidário da 
comunidade internacional com a promoção da paz e da segurança. 
Embora não estejam expressamente mencionadas na Carta da ONU, elas funcionam como 
instrumento para assegurar a presença dessa organização em áreas conflagradas, de modo a 
incentivar as partes em conflito a superar suas disputas por meio pacífico – razão pela qual 
não devem ser vistas como forma de intervenção armada.” Acesso em: 26.08.2016. Adaptado. 
Historicamente, o Brasil envia soldados para participar de operações de paz. Em 2004, foi 
criada pelo Conselho de Segurança da ONU a Missão das Nações Unidas para Estabilização do 
Haiti (Minustah). 
De acordo com o texto, essa missão foi criada para: 
a) restabelecer a segurança e normalidade institucional do Haiti após sucessivos episódios de 
turbulência política e de violência, que marcaram esse país no início do século XXI. 
 
b) atacar os garimpos ilegais de diamantes no interior do Haiti, que usavam mão de obra 
infantil nas minas onde esse minério é encontrado. 
 
c) combater o narcotráfico comandado pelo Cartel de Medelin, que a partir do Haiti distribuía 
drogas para todos os países da América Latina. 
 
d) acabar com os problemas ambientais crônicos no Haiti, pois esse país era o principal 
responsável pela poluição ambiental no Caribe. 
 
e) extinguir a rede de trabalho escravo existente no Haiti, que utilizava esse tipo de mão de 
obra nas plantações de soja e trigo. 
 
 
06 (Fatec – 1º Semestre – Prova) Leia o texto para responder às questões. 
 
O labirinto dos manuais 
Há alguns meses troquei meu celular. Um modelo lindo, pequeno, prático. Segundo a 
vendedora, era capaz de tudo e mais um pouco. Fotografava, fazia vídeos, recebia e-mails e 
até servia para telefonar. Abri o manual, entusiasmado. “Agora eu aprendo”, decidi, folheando 
as 49 páginas. Já na primeira, tentei executar as funções. Duas horas depois, eu estava prestes 
a roer o aparelho. O manual tentava prever todas as possibilidades. Virou um labirinto de 
instruções! 
Na semana seguinte, tentei baixar o som da campainha. Só aumentava. Buscava o vibracall, 
não achava. Era só alguém me chamar e todo mundo em torno saía correndo, pensando que 
era o alarme de incêndio! Quem me salvou foi um motorista de táxi. 
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— Manual só confunde – disse didaticamente. – Dá uma de curioso. 
Insisti e finalmente descobri que estava no vibracall há meses! O único problema é que agora 
não consigo botar a campainha de volta! 
Atualmente, estou de computador novo. Fiz o que toda pessoa minuciosa faria. Comprei um 
livro. Na capa, a promessa: “Rápido e fácil” – um guia prático, simples e colorido! Resolvi: “Vou 
seguir cada instrução, página por página. Do que adianta ter um supercomputador se não sei 
usá-lo?”. Quando cheguei à página 20, minha cabeça latejava. O livro tem 342! Cada vez que 
olho, dá vontade de chorar! Não seria melhor gastar o tempo relendo Guerra e Paz*? 
Tudo foi criado para simplificar. Mas até o microndas ficou difícil. A não ser que eu queira fazer 
pipoca, que possui sua tecla própria. Mas não posso me alimentar só de pipoca! Ainda se 
emagrecesse... E o fax com secretária eletrônica? O anterior era simples. Eu apertava um 
botão e apagava as mensagens. O atual exige que eu toque em um, depois em outro para 
confirmar, e de novo no primeiro! Outro dia, a luzinha estava piscando. Tentei ouvir a 
mensagem. A secretária disparou todas as mensagens, desde o início do ano! 
Eu sei que para a garotada que está aí tudo parece muito simples. Mas o mundo é para todos, 
não é? Talvez alguém dê aulas para entender manuais! Ou o jeito seria aprender só aquilo de 
que tenho realmente necessidade, e não usar todas as funções. É o que a maioria das pessoas 
acaba fazendo! (Walcyr Carrasco, Veja SP, 19.09.2007. Adaptado) 
1) Livro do escritor russo Liev Tolstói. Com mais de mil páginas e centenas de personagens, é 
considerada uma das maiores obras da história da literatura. 
Pelos comentários feitos pelo narrador, pode-se concluir corretamente que 
a) a leitura de obras-primas da literatura é atividade mais produtiva do que utilizar celulares 
e computadores. 
 
b) os manuais cujas diversas instruções os usuários não conseguem compreender e pôr em 
prática são improdutivos.

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