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Intoxicações e Infecções Alimentares 1 Intoxicações e Infecções Alimentares INTRODUÇÃO → Intoxicações e infecções alimentares são muito comuns e tem como sintomas: Dores Abdominais Diarreia Vômitos Febre Mal-estar Dependendo do mecanismo de ação do microorganismo presente e da quantidade de agentes presentes. Food Safety: A segurança dos alimentos deve ser a preocupação nº1 na produção de alimentos. Inocuidade: Característica do alimento não conferir risco à saúde do consumidor Doenças transmitidas por alimentos: Uma ameaça à saúde global Alimentos inseguros, que contêm bactérias nocivas, vírus, parasitas ou substâncias químicas são uma ameaça global à saúde. Bebês, crianças pequenas, mulheres grávidas, idosos e pessoas com uma doença subjacente são particularmente mais vulneráveis Alimentos inseguros também apresentam grandes riscos econômicos, especialmente em um mundo globalizado. Aquecimento global: Como as mudanças climáticas afetam a nossa comida? Aumento da contaminação de água e alimentos por microorganismos patogênicos → Aumento da temperatura e umidade altera o padrão de sobrevivência e transmissão dos microorganismos Ex: Salmonelose → 5 - 10% a cada 1ºC de aumento na temperatura Caso: Quando uma pessoa adoece em razão da ingestão de alimentos contaminados com substâncias químicas, agentes biológicos ou físicos Surto: Quando duas ou mais pessoas adoecem em razão da ingestão de alimentos contaminados com substâncias químicas, agentes biológicos ou físicos. Intoxicações e Infecções Alimentares 2 Dados Epidemiológicos Total de surtos de DTA notificados e doentes. Brasil, 2009 a 2018 Principais sintomas Fatores que contribuem para a epidemiologia das doenças veiculadas por alimentos Distribuição demográfica Mudanças no comportamento humano Mudanças nas técnicas de criação e abate de animais Mudanças na tecnologia e industrialização de alimentos Mudanças no trânsito e comércio internacional Adaptação microbiana Desenvolvimento econômico Enfraquecimento na infraestrutura de saúde pública Aumento de pessoas de grupos de risco INTOXICAÇÕES Intoxicação Estafilocócica: Ministério da Saúde, 2018 Intoxicações e Infecções Alimentares 3 Agente Etiológico: Staphylococcus aureus Características gerais: Cocos, Gram +, anaeróbicos facultativos, halotolerantes (até 20% de sal) Temperatura de crescimento: 10 - 46ºC Temperatura ótima: 37ºC (mesófilo) pH de crescimento: 4,8 - 8,0 Aw mínima de crescimento: 0,86 Habitat: Mucosa nasal, pele e pelos (animais e humanos) Toxinas: Enterotoxinas A, B, C, D e E. Termo resistentes ( >30 min a 100ºC) Toxicidade: Menos de 1 micrograma já provoca sintomas Sintomas: Náuseas, vômitos, diarreia, dores abdominais Período de incubação: de 30 min. a 6 horas Duração dos sintomas: 1 a 2 dias Mortalidade baixa: 4,4% em crianças e idosos Alimentos Envolvidos: Produtos de confeitaria, carnes e derivados, leite (mastite) e derivados, peixes. Prevenção: Treinamento de manipuladores Armazenamento em temperatura adequada Controle de qualidade da matéria-prima Prevenção da formação de biofilmes em ambiente industrial Botulismo Agente Etiológico: Clostridium botulinum Características gerais Bastonetes Gram positivos Anaeróbios estritos (somente em anaerobiose) Esporulados (formam esporos) pH de crescimento: 4,6 - 8,5 Aw mínima para crescimento: 0,95 Habitat: Solo, águas profundas Toxinas Enterotoxinas A - G Termossensíveis: 85ºC/ 5 min. Toxicidade: Entre as substâncias mais tóxicas na natureza, menos de 30 nanogramas são suficientes para matar um indivíduo adulto. Sintomas: Intoxicações e Infecções Alimentares 4 Distúrbio digestivo, náuseas, vômitos, dor de cabeça, fadiga, visão dupla, fotofobia, dificuldade de falar e engolir, paralisia facial progressiva, musculatura respiratória progressivamente paralisada. Asfixia ocorre entre 3 a 5 dias, causando parada respiratória e morte Período de incubação: 12 a 36 horas Mortalidade alta: Em 1949, 60% dos indivíduos que se contaminavam iam a óbito. Atualmente menos de 20% dos quadros evoluem para morte. Tipos de Botulismo 1. Alimentar: 2. Botulismo Cutâneo 3. Botulismo por inalação 4. Botulismo iatrogênico 1. Alimentar: Clostridium botulinum no alimento → Produção de toxina → Ingestão de toxina → Toxina na corrente sanguínea → Ataque aos neurônios Infantil: Crianças < 1 ano Esporos ingeridos → Crescimento de C.botulinum no trato GI → ciclo normal Alimento comum: Mel Ingestão de alimentos contendo a toxina botulinica Alimentos frequentes Enlatados de baixa acidez (pH > 4,5) Conservas caseiras e comerciais Prevenção: Destruição dos esporos por temperatura ou radiação Controle de pH para alimentos enlatados Uso de conservantes em embutidos Inativação das toxinas Botulismo Cutâneo Usuários de drogas intravenosas (ferimentos ou cicatrizes) Botulismo por inalação: Guerra do Golfo Pérsico (anos 90) Iraque produz 19000 L de toxina botulínica concentrada 10000 L carregados em bombas e ogivas Arma mais mortífera do que quaisquer outros agentes biológicos conhecidos → Suficiente pra matar 3x a população mundial (não foi colocada em prática) Toxinfecções por Clostridium perfringens Intoxicações e Infecções Alimentares 5 Características gerais: Bastonetes Anaeróbios Esporulados pH de crescimento: 5,5 - 8,0 Aw mínima: 0,90 Temperatura de crescimento: 20 a 50ºC Entre 35 e 40ºC: Esporulação Entre 70 e 80ºC: Germinação dos esporos Habitat: Amplamente distribuído na natureza, solo, água, trato intestinal de homens e animais Toxinas: Vários tipos, mas a A é a mais importante Sintomas: Dor abdominal severa, flatulência e diarreia, vômitos e febre (raros) PI: 8 a 12 horas com duração dos sintomas de 1 a 2 dias Alimentos Veículo: Carne assada, rosbife, peru, pernil e carnes recheadas (produtos cárneos) Causa: Alimento contaminado contendo esporos + temperatura insuficiente de cocção + resfriamento lento (provocando uma rápida proliferação) + reaquecimento insuficiente (abaixo de 65ºC) → Ingestão, esporulação (No TGI) e produção de toxinas Tratamento e prevenção: Mortalidade: Baixa, < 0,1% Tratamento: Hidratação ou antibioticoterapia Prevenção: Treinamento de manipuladores Cuidados redobrados quando da produção em larga escala Reaquecimento ideal: 75ºC (internamente) Manutenção do alimento pronto: < 4ºC ou > 60ºC Refrigeração rápida (evitar faixa de 35 a 45ºC Síndromes Causadas por Bacillus Cereus Características gerais Bacilos Gram + Anaeróbios facultativos Esporulados Temperatura ótima de crescimento: 37ºC Algumas estirpes são psicotrópicas e crescem a 4-5ºC Intoxicações e Infecções Alimentares 6 pH de crescimento: 4,9 - 9,3 Aw mínima de crescimento: 0,95 Habitat: Solo, água Tipos de Síndrome Síndrome Emética (vômito) Síndrome diarreica (diarreia) Síndrome Emética: Intoxicação Cereulida: Toxina termo resistente produzida durante a fase estacionária de crescimento → Estimula o nervo vago, provocando o vômito Sintomas: Náuseas e vômitos (+ grave que a diarreica) → Pode ser confundida com a intoxicação estafilocócica Período de incubação: de 1 a 6 horas Alimentos frequentemente envolvidos: Pratos a base de cereais e purê de batatas Síndrome Diarreica Toxinfecção No TGI: B. cereus produz a toxina durante o crescimento exponencial Altera a permeabilidade do epitélio (perda de eletrólitos e água) Sintomas: Dores Abdominais, diarreia aquosa e náusesas; Mais branda que a emética e pode ser confundida com a toxinfecção por C. perfringens Período de incubação: De 8 a 16 horas Alimento frequentemente envolvidos: Arroz cozido, purê de batatas Tratamento e prevenção: Tratamento: Hidratação quando de vômitos e diarreia frequentes Prevenção: Aquecer suficientemente os alimentos Manter os alimentos a temperaturas superiores a 65ºC depois de preparados e até que sejam servidos Promover o resfriamento rápido dos alimentos Porcionar grandes quantidadede alimentos para armazenamento INFECÇÕES Agentes Etiológicos Bactérias, parasitas e vírus Infecção causada por Salmonella Características: Bastonetes Gram - Anaeróbicos facultativos Intoxicações e Infecções Alimentares 7 Móveis (flagelos peritríquios) Temperatura de crescimento: 5 a 45ºC pH: Entre 4,0 e 9,0, órimo próximo de 7,0 aW > 0,94 +/- 2500 sorotipos patogênicos para animais e/ou humanos (antigenos somáricos “O”, flagelares “H” e capsulares “V”) Nomenclatura: Salmonella enterica Salmonella bongori Espécie em itálico e sorotipo não itálico Habitat natural: Trato intestinal do homem e de animais: Mamíferos e répteis Alguns sorotipos infectam somente humanos, sorotipos adaptados a hospedeiros, sorotipos ubiquitários Síndromes em seres humanos Fébre entérica: Febre alta, anorezia, convulsões e delírios. S.Typhi e S.Paratuphi Salmoneloses não tifóides/Gastrenterites: Diarreia, dores abdominais e febre. S. Enteritidis e S.Typhimurium Portadores assintomáticos (até 5% pacientes com febre tifoide). Síndromes: Período de incubação: 6 a 47 horas, geralmente 12 a 14 horas Duração da malmonelose não-tifóide: 2 a 3 dias Taxa de mortalidade: Em média 4%, sendo 5,8% no 1º ano de vida, de 2% entre 2 a 50 anos e de 15% em pessoas acima de 50 anos; Dose infectante: Variável, entre 7 e 9 log Patogênese: fímbrias auxiliam na adesão Invasão de células da mucosa gastrintestinal Capacidade de reprodução intracelular Indução de apoptose em macrófagos Resposta inflamatória Alimentos implicados: Ovos e produtos a base de ovos Aves (frango, peru) Carnes bovina e suína Intoxicações e Infecções Alimentares 8 Sorvetes Frutas e vegetais Prevenção e controle de salmoneloses Evitar contato com material fecal humano e de animais Considerar os portadores Evitar a contaminação de rações animais Evitar a contaminação cruzada Tratamento térmico adequado Não consumir ovos crus ou mal cozidos Na indústria: Utilizar ovos pasteurizados Controle de manipuladores de alimentos que são portadores assintomáticos por exames periódicos de coprocultura. Contaminação de ovos por S.Enteritidis Horizontal Vertical Horizontal: Contaminação através da casca, pel contato do ovo com material fecal do ambiente ou pela passagem por cloaca contaminada Vertical: Trato reprodutor contaminado com a bactéria Ovos: Prevenindo problemas Consumo de ovos íntgros Sem grande quantidade de sujidades Armazenamento sob refrigeração Não lavar os ovos antes de levar à geladeira Observação quanto ao prazo de validade Ovos de procedência conhecida
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