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CAVIDADE TORÁCICA Radiografia torácica fornece oportunidade de examinar uma cavidade inacessível a outros métodos de diagnóstico. Posicionamento exato e fator de exposição são imprescindíveis para evitar distorções e artefatos de técnica. Tempo de exposição deve ser menor que 1/20 s (os movimentos respiratórios da caixa torácica, se acentuados podem causar perda de detalhes na radiografia a ser realizada). A avaliação do tórax é realizada em duas incidências. Posicionamento para a projeção lateral da cavidade torácica Radiografia de tórax em projeção lateral Posicionamento para a projeção ventro-dorsal da cavidade torácica Radiografia de tórax em projeção ventro-dorsal Posicionamento para a projeção dorsoventral da cavidade torácica Radiografias devem ser realizadas durante o pico da pausa inspiratória, para se acentuar o contraste entre as estruturas. A posição e aparência da víscera normal dependem das relações posturais, fase do ciclo respiratório, estado fisiológico, conformação física e geometria do raio-X. Há variações na silhueta cardíaca, no diafragma e parênquima pulmonar. Radiografia torácica realizada em pico de pausa inspiratória Radiografia torácica realizada em fase expiratória Interpretação Radiográfica Avaliar a qualidade radiográfica, posição e exposição (técnica utilizada para a confecção da radiografia). Determinar em que fase do ciclo respiratório a radiografia foi feita (observando a posição do diafragma), observar os pulmões e coração. Analisar as estruturas extra-circulatórias: parede dorsal : vértebras torácicas, ligamentos e músculos parede ventral : esterno, cartilagem costelas paredes laterais : costelas, músc.intercostais parede caudal : diafragma parede cranial : traquéia, esôfago, vasos, nervos, nódulos linfáticos avaliar a posição e o diâmetro da traquéia e sua bifurcação (região da carina) avaliar o mediastino cranial avaliar a aorta e o arco aórtico avaliar a posição e bordos cardíacos avaliar tamanho e forma da artéria pulmonar e ramos periféricos avaliar pulmão Métodos de mensuração cardíaca Método empírico de mensuração cardíaca O coração na projeção lateral deve ocupar 3 espaços intercostais(EIC) Radiografia de tórax normal de cão da raça Labrador Variação da Normalidade Variação da normalidade (animal obeso) Variação Normal do Tamanho e Forma do Coração Nas raças de tórax afunilado (setter, collie, afghan, galgos, dobemam) na incidência lateral o coração aparece mais vertical e estreito ocupando 2,5 EIC. Na incidência DV é mais redondo e menor. Desenho esquemático do aspecto radiográfico do coração em cães de tórax afunilado Tórax de Collie com calcificação heterotrófica em pulmões Nas raças de tórax mais triangular (dachshund, bulldog, basset hound), na incidência lateral, o coração aparece mais redondo, em contato com o esterno e ocupando de 3 a 3,5 EIC. Na incidência DV o coração é mais largo e redondo. Desenho esquemático do aspecto radiográfico do coração em cães de tórax triangular Tórax de um cão pequinês Analogia do coração com o relógio, projeção lateral Projeção ventro dorsal Aumento das Câmaras Cardíacas Aumento ventricular direito Aumento ventricular direito DV = borda cardíaca direita arredondada, “D” invertido, desvio do ápice cardíaco para esquerda Aumento atrial esquerdo Aumento ventricular esquerdo Aumento global da silhueta cardíaca Efusão pericárdica Estruturas Avaliadas no Exame Radiográfico do Sistema Respiratório Laringe Composta de cartilagens (epiglote, hióide, cricóide e aritnóide); suspende a língua e a laringe. aparência normal: é identificada nas posições lateral do pescoço; VD há sobreposição de vértebras cervicais. alterações: trajeto (deslocamento), lúmen (compressão) e densidade (calcificações). Laringe normal Corpo estranho metálico em laringe Traquéia Inicia-se a nível do axis e estende-se até aproximadamente a quinta vértebra torácica na região da carina; composta por cartilagens. Aparência normal: melhor visualizada no posicionamento lateral, onde o conteúdo de ar atua como meio de contraste; na VD sobrepõe-se as vértebras e esterno; bifurca-se na base do coração e relaciona-se dorsalmente com o esôfago. Diâmetro luminal aumentado: pode ser sugestivo de obstrução respiratória superior; edema de laringe; corpos estranhos; neoplasia. Estenoses de traquéia: pode ser devido a presença de hipoplasia, estenose e colapso. Trajetos da traquéia, observar na radiografia se há - desvio ventral ou lateral: corpo estranho esofágico, megaesôfago e tumores cervicais. Desvio dorsal do trajeto: massas no mediastino cranial, cardiomegalia; expiração inciência oblíqua (cabeça e pescoço flex.) Radiografia de tórax normal Hipoplasia traqueal Estenose Campos Pulmonares Anatomia Pulmão esquerdo (lobo cranial e lobo caudal). Pulmão direito (lobo cranial, lobo médio ou cardíaco, lobo caudal ou diafragmático e lobo acessório ou ázigos). Os lobos são separados por fissuras interlobulares. O hilo é região de entrada de brônquios, vasos e nervos. Incidências utilizadas : Lateral, VD e DV VD é mais recomendada para o pulmão porém, há aumento da área cardíaca. DV revela menor exposição dos campos pulmonares, mas a área cardíaca não é afetada, principalmente na inspiração. O ar no alvéolo e na árvore brônquica fornece contraste com a vascularização. A expiração mostra um aumento de densidade de campos pulmonares. Alterações Radiográficas Aumento da radiolucência: Localizada ou focal (circunscritas, solitárias ou múltiplas) ex.: bulhas, vesículas, cistos, brônquios. Generalizadas: enfizema, hiperventilação ou hipocirculação Hiperventilação pulmonar Aumento da radiopacidade : Localizada ou focais - tumores pulmonares primários, tumores benignos (raros), metástases, abscessos, granulomas, corpos estranhos, hematomas. Lesões focais múltiplas generalizadas - enfizema pulmonar disseminado Neoplasia pulmonar primária Enfermidade Pulmonar Parenquimatosa Disseminada Os pulmões são compostos de quatro componentes básicos que respondem à processos patológicos em formas limitadas que são os alvéolos, o interstício, os brônquios e os vasos. Padrão Alveolar Ocorre quando muitos alvéolos contém líquidos, material celular ou estão colapsados e sem ar. Afecções: edema pulmonar; pneumonia (exsudatos, broncopneumonia, pneumonia por aspiração); hemorragia (trauma, CID, coagulopatia); atelectasia; doença alveolar crônica; lesões granulomatosas e carcinoma alveolar. Alterações radiográficas do padrão alveolar Densificações pouco definidas que desaparecem gradualmente no tecido normal adjacente, contorno irregular. Áreas de densidade aumentada se sobrepõe; Afeta um lobo ou porção de um lobo; Alveologramas aéreos: brônquios cheios de ar se tornam visíveis contra o infiltrado pulmonar mais denso; Pode ser mais denso em região hilar Pneumonia Padrão Intersticial O interstício pulmonar é a estrutura de suporte que inclui as paredes dos alvéolos, sacos e ductos alveolares, parede de brônquios, septo interlobular e o tecido que sustenta os vasos, os linfáticos e brônquios. Ocorre devido o preenchimento do espaço intersticial com fluido, exsudato ou fibrose. O infiltrado pode ser nodular ou linear, regional ou generalizado. Alterações radiográficas padrão intersticial Densificações nodulares, que variam em contorno e tamanho; São observadas linhas no campo pulmonar, não vasculares; Pode haver aumento total da densidade com perda do contraste entre os vasos e pulmões. Densidade menor que o padrão alveolar pode mascarar o componente intersticial. Afecções: pneumonia intersticial (infecções virais); edema intersticial (cardiogênico, alérgico, traumático, tóxico); hemorragia intersticial(trauma, CID); neoplasias (linfossarcoma, metástases); enfermidades granulomatosas (fungos); fibrose intersticial (cães velhos). Edema cardiogênico Metástases Padrão brônquico A visualização ou não dos brônquios depende das suas densidades relativas quando contrastadas com o tecido pulmonar cheio de ar, exceto pelo brônquio principal próximo ao hilo, a árvore bronquial não é observada normalmente. O padrão bronquial surge das paredes bronquiais calcificadas ou das paredes engrossadas. As paredes bem definidas são sinais de envelhecimento. Afecções: bronquite crônica; asma; bronquiectasia; colapso bronquial; obstrução bronquial. Alterações radiográficas: calcificação de cartilagem bronquial; infiltrado peribronquial circundando o brônquio; espessamento da parede brônquica que acompanha o contorno da árvore brônquica. Bronquite eosinofílica Padrão vascular Anormalidade que afeta os vasos pulmonares (a artéria deve ser aproximadamente a mesma ou ligeiramente menor que a quarta costela). Afecções: cardiopatia (shunts de D /E); enfisema; choque hipovolêmico; trombose pulmonar (dirofilariose); desidratação severa ou hiperinflação. Alterações radiográficas do padrão vascular Hipovascularização: escassez de vasos, eles desaparecem mais rapidamente que o usual; periferia pulmonar excessivamente radiolucente. Hipervascularização: aumento do número e do tamanho de vasos observados, que se estendem mais para a periferia que o usual. Dilatação e tortuosidade dos vasos (artéria pulmonar) Hipovascularização Afecções Pulmonares Pneumonias bacterianas agudas: presença de padrão alveolar com infiltrados irregulares e bordas indistintas Pneumonia intersticial: caracteriza-se por perda da nitidez .dos vasos com aumento da densidade do interstício. Pneumonia fúngica: padrão intersticial com densificações nodulares múltiplas. Pneumonia por aspiração: quadro misto, afetando lobo cranial em sua porção caudal ou lobo médio. Broncopneumonia: complicação comum das pneumonias (ex.: cinomose); geralmente afetando porções mais ventrais dos lobos cranial e médio. Infiltrado pulmonar misto, primariamente alveolar, pode envolver um ou mais lobos; presença de broncogramas aéreos. Pneumonia Edema Pulmonar Cardiogênico: quadro alveolar e intersticial; cardiomegalia; elevação da traquéia; aumento do interstício pulmonar com perda de contraste entre pulmão e vasos; dilatação dos vasos; infiltrado peri-hilar e simétrico. Não cardiogênico: não é simétrico; silhueta cardíaca provavelmente normal; vários graus de quadro alveolar e intersticial. Atelectasia Indica a expansão incompleta ou colapso de um ou mais lobos pulmonares; obstrução de uma via aérea. Causas: compressão por pneumotórax Alterações radiográficas: o lobo afetado apresenta densidade aumentada; observa- se fissuras interlobulares deslocadas; melhor observado na DV ou VD; se todo o lobo estiver afetado, as bordas se separam da parede torácica. Neoplasia Pulmonar Primárias são relativamente raras no cão e no gato. Alterações radiográficas: densidades nodulares múltiplas e pouco definidas (mais comuns); Tamanhos diferentes e amplamente distribuídos; (não confundir com padrão alveolar) Pleura Anatomia: membrana que recobre os pulmões e a cavidade torácica; formam dois sacos no tórax cobrindo os pulmões; estes formam a cavidade pleural ou espaço pleural. A pleura visceral está aderida aos pulmões e cobre as fissuras interlobulares. A pleura parietal cobre a parede torácica. Em circunstâncias normais não se observa a pleura. Efusão Pleural Transudatos (hipoproteinemia- hidrotórax), hemorragia (hemotórax); linfa (quilotórax), exsudato (infeccioso - piotórax). Alterações radiográficas: radiografia lateral - densificação homogênea no tórax ventral, bordas pulmonares separadas da parede torácica; obliteração completa ou parcial da imagem cardíaca; fissuras interlobares; VD ou DV - fluido entre a parede e bordas pulmonares Pneumotórax Presença de ar na cavidade pleural como resultado da perda do vácuo, normalmente é secundário a trauma, ruptura de esôfago ou traquéia.
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