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MARIA FERNANDA S. ANDRADE - MEDICINA 1º PERÍODO Objetivo 1: Explicar a formação dos aminoácidos, seus tipos e como são catabolizados. Os aminoácidos são moléculas orgânicas formadas por átomos de carbono (C), hidrogênio (H), oxigênio (O) e nitrogênio (N) e são responsáveis por diversos processos metabólicos do nosso organismo, entre eles a formação de enzimas, de hormônios e de anticorpos. Existem mais de 300 tipos diferentes de aminoácidos na natureza, mas apenas 20 deles estão presentes na formação das proteínas em mamíferos. Esses aminoácidos têm funções distintas e são importantes para a formação das proteínas – estas, por sua vez, indispensáveis a praticamente todos os processos vitais. Composição: No centro, possuem um carbono, chamado carbono alfa. Este é, geralmente, um carbono quiral, possuindo isomeria óptica. Nesse carbono há quatro ligações: um hidrogênio, um grupo amina (NH2), um grupo carboxíla (COOH) e um grupo chamado radical (R). O Grupo R varia para cada aminoácido, ou seja, o grupo R que irá definir o aminoácido formado. Os aminoácidos se ligam por meio de ligações peptídicas, liberando uma molécula de água. Isso ocorre quando um grupo amino de um aminoácido se liga a um grupo carboxílico de outro aminoácido, formando, assim, dipeptídeos, tripeptídeos e polipeptídeos. Classificação dos aminoácidos Não essenciais: os aminoácidos desse grupo são produzidos pelo organismo, ou seja, não dependem de ingestão. Entre os aminoácidos não essenciais temos: glutamato, glutamina, glicina, prolina, aspartato, asparagina, alanina, serina, tirosina e cisteína. Essenciais: os aminoácidos desse grupo não são produzidos pelo organismo e dependem da ingestão. Nesse caso, podemos citar: triptofano, valina, treonina, fenilalanina, isoleucina, metionina, histidina, arginina, lisina e leucina. Além disso, os aminoácidos também podem ser classificados como glicogênicos e cetogênicos. Os glicogênicos são aqueles cujo catabolismo produz piruvato ou outros intermediários do ciclo de Krebs. Esses intermediários são substratos para a gliconeogênese e podem, portanto, originar a formação de glicose ou de glicogênio no fígado e de glicogênio no músculo. Os cetogênicos são aminoácidos cujo catabolismo produz acetoacetato, ou um de seus precursores (acetil-CoA ou acetoacetil-CoA). Leucina e lisina são os únicos aminoácidos exclusivamente cetogênicos – seus esqueletos carbonados não são substrato para gliconeogênese e para a formação de glicogênio. A importância dos aminoácidos nos processos metabólicos do organismo Os aminoácidos participam de várias etapas fundamentais nos processos biológicos, com funções distintas. Temos a produção e proliferação celular, síntese de proteínas, nucleotídeos, lipídeos, a produção de enzimas – inclusive de enzimas antioxidantes, como a glutationa – e o reabastecimento de carbonos no ciclo do ácido cítrico. Um aminoácido importante, a tirosina, é fonte de neurotransmissores excitatórios e dos hormônios catecolaminas, como a adrenalina e a dopamina. Ainda envolvendo neurotransmissores e hormônios, temos a serotonina, a qual está associada a produção de serotonina e melatonina, regulando o humor, apetite e sono. Já a histidina está envolvida nos processos imunológicos (anti-histamínicos) e mediador inflamatório. O glutamato é fonte do ácido gama-amino- butírico (GABA). Junto com a cisteína e a glicina, o glutamato está envolvido no combate aos radicais livres. Objetivo 2: Analisar como ocorre a digestão de proteínas. A digestão de proteínas começa no estômago, a partir de dois aspectos: produção do HCl e produção da pepsina, pela ativação do pepsinogênio sobre a ação do HCl. O HCl tem a função de desnaturar as proteínas, e sua produção é estimulada quando o alimento chega no estômago. Então os aminoácidos que chegam no estômago estimulam a célula G a produzir a gastrina, que atua diretamente sobre as células parietais, estimulando assim a produção de HCL, mas a gastrina também ache sobre outro tipo de célula, a MARIA FERNANDA S. ANDRADE - MEDICINA 1º PERÍODO enterocromafim, uma célula produtora de histamina que age sobre célula parietal também estimulando a produção de HCL. Também temos um estimulo nervoso através do nervo vago que é induzido pela visão, cheiro ou alimento na boca a produzir acetilcolina que também estimula a célula enterocormafim que vai estimular a célula parietal a produzir HCL. Quando o alimento passa pelo estômago e chega na região do fundo e do antro do estomago, há a necessidade de inibição da secreção ácida do estômago, uma vez que o alimento vai depois para o intestino delgado e suas enzimas só atuam em ph alcalino. E essa inibição ocorre quando o ácido clorídrico estimula outro tipo celular localizado no fundo e no antro, chamado de célula d que vai produzir somatostatina, e assim inibe a célula g a produzir gastrina, e sem gastrina não há produção de HCL, assim diminui a acidez do alimento que vai chegar no intestino delgado. A digestão pela pepsina ajuda a produzir um quimo mais homogêneo, mas ela não é essencial para a digestão completa de proteínas que ocorre no intestino delgado, mesmo em pessoas submetidas a uma gastrectomia total. Na gastrectomia total, é removido todo o estômago e linfonodos, podendo incluir, ainda, a remoção de outros órgãos adjacentes, como baço, em casos específicos. A extremidade do esôfago é então ligada a uma parte do intestino delgado, criando um novo caminho para descer para o trato intestinal. o Se algum alimento chegar com ph ácido ela vai estimular a célula S a produzir a secretina, que atua no pâncreas a produzir NaHCO3 (Bicarbonato), porque neutraliza a acidez. Posteriormente o alimento parcialmente digerido, adentra ao duodeno – primeira parte do intestino delgado, quando sofre ação das enzimas pancreáticas: tripsinogênio, que sofre ação da enteropeptidase e se transforma em tripsina, o quimiotripsinogenio que sofre ação da tripsina e transforma em quimiotripsina, que vão atuar sobre as proteínas promovendo uma maior digestão, ou seja, fragmentação das ligações peptídicas no interior da cadeia peptídica. Essas enzimas são agrupadas sob a denominação de endopeptidases. Em contraste, as enzimas que removem aminoácidos das extremidades das cadeias polipeptídicas são denominadas exopeptidases. Elas incluem a enzima do suco pancreático carboxipeptidase, que remove aminoácidos da extremidade do terminal carboxil das cadeias polipeptídicas, e a enzima amino peptidase que cliva aminoácidos da extremidade do terminal amino das cadeias polipeptídicas. Como consequência da ação dessas enzimas, as cadeias polipeptídicas são digeridas em aminoácidos livres, dipepti ́dios e tripeptídios. Os aminoácidos livres são absorvidos pelo co-transporte com o Na+ para o interior das células epiteliais e são secretados para o interior dos capilares sanguíneos. Os dipepti ́dios e os tripepti ́dios entram nas células epiteliais pela ação de um carreador de membrana. Esse carreador atua no transporte ativo secundário, utilizando um gradiente de H+ para transportar dipepti ́dios e tripepti ́dios para o interior do citoplasma celular. No citoplasma, os dipepti ́dios e os tripepti ́dios são hidrolisados em aminoácidos livres, que são secretados para a corrente sanguínea. Parece que os neonatos são capazes de absorver uma quantidade substancial de proteínas não digeridas (por essa razão, eles podem absorver anticorpos do leite inicial produzido pela mãe). Contudo, nos adultos, somente os aminoácidos livres entram na veia porta. Proteínas alimentares estranhas, que seriam muito antigênicas, normalmente não entram no sangue. Uma exceção interessante e ́ a toxina proteica que causa o botulismo, produzidapela bactéria Clostridium botulinum. Essa proteína é resistente à digestão e, consequentemente, permanece intacta quando ela e ́ absorvida pela corrente sanguínea. Objetivo 3: Citar as doenças do teste do pezinho (SUS x privado), destacando as relacionadas aos aminoácidos. O Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) conhecido como "Teste do Pezinho", tem o objetivo de diagnosticar precocemente as doenças que habitualmente não apresentam sintomas no período neonatal e assim intervir no seu curso natural, como a Fenilcetonúria, Hipotireoidismo Congênito, Fibrose Cística, Anemia Falciforme e outras Hemoglobinopatias. Para o "Teste do Pezinho" o ideal é que a amostra de sangue seja colhida entre 48 horas e sete dias após o nascimento, sendo aceitável até o 30o dia. E passou a ser chamado e conhecido como “Teste do Pezinho”, devido ao local da punção capilar para coleta do sangue ser o calcanhar do bebê. MARIA FERNANDA S. ANDRADE - MEDICINA 1º PERÍODO Objetivo 4: Explicar como surge a fenilcetonúria e suas consequências. A fenilcetonúria (FCU) é um erro genético do metabolismo de proteínas caracterizado por níveis sanguíneos elevados do aminoácido fenilalanina. A maior parte das crianças com fenilcetonúria apresenta uma mutação no gene que codifica a enzima fenilalanina hidroxilase, a enzima necessária para a conversão de fenilalanina no aminoácido tirosina, que pode entrar no ciclo de Krebs. Como essa enzima é deficiente, a fenilalanina não pode ser metabolizada e o que não é utilizado para a síntese proteica se acumula no sangue. Se não for tratado, o distúrbio causa vômitos, rupturas cutâneas, convulsões, deficiência de crescimento e retardo mental grave. Os recém-nascidos são testados para FCU e o retardo mental pode ser evitado restringindo as crianças afetadas a uma dieta que forneça apenas a quantidade de fenilalanina necessária para o crescimento, mesmo assim ainda podem ocorrer problemas de aprendizado. Como o adoçante artificial aspartame contém fenilalanina, seu consumo deve ser evitado pelas crianças com FCU. Referências: Anatomia e Fisiologia Humana-Tortora. Mendonça, Ana C., et al. "Muito além do" Teste do Pezinho"." Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia 31 (2009): 88-93. DA SILVA, Marly Bittencourt Gervásio MARTON, and Maria Ribeiro LACERDA. "“TESTE DO PEZINHO”: POR QUE COLETAR NA ALTA HOSPITALAR?." Revista Eletrônica de Enfermagem 5.2 (2003). Fox, Stuart I. Fisiologia Humana . Disponível em: Minha Biblioteca, (7ª edição). Editora Manole, 2007. Carvalho, Talita Giacomet, D. et al. Bioquímica Humana. Disponível em: Minha Biblioteca, Grupo A, 2018.
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