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1 Lahyse Oliveira 2020.1 Código De Ética Médica CÓDIGOS DE CONDUTA Leis Normas de comportamento Punição: para que não obedece CONCEITO: “O código de ética é visto, pela sociologia, como uma norma que é constituída coletivamente e estabelecida por meio da persuasão e da coerção sobre o conjunto da categoria profissional. O que está nele prescrito visa regular a conduta do profissional com seu cliente, com seu colega e com a sociedade.” Códigos de conduta: Construção que compõe com o bem e a liberdade, a edificação da ética. Instituição de limites, não reduzida a códigos e constituições humanas, mas, como raiz fundante de expressão do ser humano como ser finitude. o Quando os limites são extravasados, os sujeitos serão submetidos a punições. Limites nas relações entre os humanos compondo a possibilidade convivência. NORMAS – LEI Código de Hamurabi (por volta 17000 aC) é o mais famoso e conhecido. Nesse período, já existiam normas para dizer que se o médico erra, ele tem que ser punido. Código de Nuremberg (1947) Declaração de Genebra (1948) Declaração de Helsinque (1964) Resolução 196/96: estabelece as normas paras pesquisas cientificas no ser humano. CEM 2009 CÓDIGO DE HAMURABI (SEC. XVIII AC) Hamurabi – rei da babilônia Primeiro a instituir um código civiel e crima concernente à prática médica. Figura 1 Esse é o código que está no museu do luvre, e em cima vemos o Deus do sol "dando" as leis a Shamash (rei da babilônia). Em baixo está escrito o que é está permitido. Nesse código está escrita a pena do talião, chamada de” olho por olho, dente por dente”, isto é, se um médico cortasse a mão do paciente, ele também perdia uma mão. Assim, tudo que se fazia de errado, era punido da mesma forma. Capítulo XII – honorários e penalidades profissionais (médicos, veterinários, barbeiros etc.) Originado na mal-practice Regulamentar as práticas profissionais (medicina). DIREITO ROMANO “alterum non laedere, honeste vivere e suum cuique tribuere” = Não lesar a outrem, viver honestamente e dar a cada um o que é seu. Outra ordem, com punições menos rígidas CONTEXTUALIZAÇÃO POR QUE AS SOCIEDADES NECESSITAM INSTITUIR LEIS E CÓDIGOS DE CONDUTA? Pois a nossa evolução humana ainda é muito atrasada na relação humana, sendo muito desrespeitosa. 2° guerra mundial: experimentos científicos sem respeitar os seres humanos. Caso tuskegee (alabama): estudo sobre sífilis Comitê de Seatllte Cidadãos de segunda categoria: era comum se achar um drogado é menos cidadão que outras pessoas, então com ele se poderia fazer experimentos. A partir disso, a dignidade humana foi posta para todos os cidadãos, independente da categoria e da situação que eles estejam. Primeiro transplante cardíaco: foi feito sem protocolos específicos de morte encefálica para o paciente que foi doador. Hoje, as normas são mais rígidas e cuidadosas Apesar dessas novas tecnologias e pesquisas com seres humanos, mesmo com todas essas normais, ainda se observa e desrespeito com os seres humanos. 2 Lahyse Oliveira 2020.1 2° GUERRA MUNDIAL Experimentos: Pressão/ar – 15 ml m/altitude Imersos/água gelada ou neve/sem roupas / 9-15 horas Infecões/vidro moído, serragem Água do mar (como água doce) Dachau/Auschwitz/Treblinka: campos de concetração Leis: limites nas relações entre os humanos compondo a possibilidade convivência. JULGAMENTO DE NUREMBER 1947: posterior a segunda guerra, em que 23 pessoas que faziam parte do grupo de nazistas que fizeram parte de cometer esses grandes desrespeitos a dignidade humana, sendo que dentre eles 19 eram médicos. “Como médico propostos a salvarem vidas, foram responsáveis por procedimentos indevidos?” NORMAS: MORALIDADE MÁXIMA: grandes conceitos filosóficos (na nossa mente, do certo e errado). Princípios: norteiam o exercício da medicina, respeito pelo outro e consciência do outro. Ex: saber que precisa usar sinto de segurança, tomar cuidado no trânsito. MORALIDADE MÍNIMA: legislação/código (ex: multa de trânsito por ultrapassar o sinal vermelhos). Regras de cumprimento obrigatório. 1° CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA: SÉCULO XIX O primeiro código foi o do Século XIX, por conta da tensão dentro de um hospital em Manchester/EU, escrito por Thomas Percival. Assim, ele foi propagado para vários países, inclusive o brasil. CODIGOS DE ÉTICAS MÉDICAS BRASILEIRA. 1. Código de Ética Médica Adaptado pela Associação Médica Americana (1867) 2. Código de Moral Médica (1929) 3. Código de Deontologia Médica (1931) 4. Código de Deontologia Médica (1945) 5. Código de Ética da Associação Médica Brasileira (1953) 6. Código de Ética Médica (1965) 7. Código Brasileiro de Deontologia Médica (1984) 8. Código de Ética Médica (1988) 9. Código de ética médica (2009): O código atual é composto pelo mito de janus :“olhar o futuro sem esquecer o passado”, ou seja, aproveitar sempre os códigos antigos, mas atualizando com o objetivo de não perder de vista que a moralidade evolui com o tempo. Esse código foi revisto em 2019, mas ele é basicamente o mesmo de 2009. 2007/2009 CEM atual Votação/aprovação 2009 nacional CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA (CEM) É um conjunto de normas, que serve de guia de conduta para os médicos brasileiros, assim, ele é uma lei da categoria, sendo válido em todo território nacional. FORMATO DO ATUAL CEM: 25 incisos de princípios fundamentais: Não punitivos 10 incisos de normas diceológicas: educativos 118 artigos deontológicos: punitivos FOCO: Educativo: princípio Punitivos: artigos Capítulos – múltiplos temas Resolução: foi promulgado pelo governo federal RESOLUÇÃO CFM 1931/09: PREÂMBULO I – O presente Código de Ética Médica contém as normas que devem ser seguidas pelos médicos no exercício de sua profissão, inclusive no exercício de atividades relativas ao ensino, à pesquisa e à administração de serviços de saúde, bem como no exercício de quaisquer outras atividades em que se utilize o conhecimento advindo do estudo da Medicina. Exemplo: médico-professor que está em uma enfermaria ensinando. Nesse momento, ele não pode alegar que ele é só professor e não médico. Assim, ele continua tendo a obrigação de obedecer ao código. Exemplo: O sujeito é pesquisador, mas se ele é médico também, ele tem de obedecer às mesmas normais do código de ética médica. Exemplo: Médico administrador não deixa de ser médica. Toda unidade médica hospitalar-clínica, tem a obrigação de ter um médico diretor que responde eticamente e civilmente. PRINCÍPIOS: I. A Medicina é uma profissão a serviço da saúde do ser humano e da coletividade e será exercida sem discriminação de nenhuma natureza. II. O alvo de toda atenção do médico é a saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS: Cuidados com a saúde do ser humano, respeito, consideração, direitos humanos, solidariedade, não discriminação, pesquisa com seres humanos. CAPÍTULOS DEONTOLÓGICOS: 3 Lahyse Oliveira 2020.1 I I I – RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL Art. 1°. É vedado ao médico (proibido): causar dano ao paciente por ação ou omissão, caracterizável como imperícia, imprudência ou negligência. Parágrafo único: a responsabilidade médica é sempre pessoal e não pode ser presumida. IV – DIREITOS HUMANOS Art. 22. É vedado ao médico: deixar de obter consentimento do paciente ou de seu representante legal após esclarecê-lo sobre o procedimento a ser realizado, salvo em caso de risco iminente de morte. Risco de vida é diferente de risco de morte, pois risco de vida todos tememos, e representa ter vida. Por outro viés, risco de morte significa que o paciente podemorrer. Dessa maneira, existe uma linha que separa a autonomia do paciente e autonomia do médico, pois se o paciente não tem risco de morte ou risco de morrer, deve ser respeitada a vontade do paciente. Entretanto, se ele tem risco de morte, e se você não fizer o necessário, ele vai morrer, logo, nesse momento, o paciente perde a autonomia. Portanto, pela lei brasileira o médico é obrigado a atuar para evitar que o paciente morra. Essa situação é diferente de um paciente que está bem e se recusa a fazer um tratamento. O paciente tem autonomia sempre, exceto quando ele tem risco de morrer. Exemplo: o paciente que chega na emergência com uma hemorragia, tem choque e tem risco de morrer naquele momento. Se esse paciente não quiser ser tratado, ele perde esse direito, pois a constituição brasileira coloca a vida acima de tudo. Se o médico não atuar em uma situação como essa, ele será considerado omisso. Exemplo 2: paciente que antes da cirurgia referiu não querer transfusão de sangue, mas na hora de cirurgia, precisou de sangue. Se ele for morrer sem aquele sangue, ele deve ser transfundido. Após a transfusão, deve se constar a esse paciente? Sim, e lembrar de falar a ele que ninguém vai saber já que o maior medo dele é a rejeição pela religião (sigilo médico). V – RELAÇÃO COM PACIENTES E FAMILIARES Art. 31. É vedado ao médico: desrespeitar o direito do paciente ou de seu representante legal de decidir livremente sobre a execução de práticas diagnósticas ou terapêuticas, salvo em caso iminente de risco de morte. VII – RELAÇÃO ENTRE MÉDICOS Art. 47. É vedado ao médico: utilizar sua posição hierárquica para impedir, por motivo de crença religiosa, convicção filosófica, política, interesse econômico ou qualquer outro, que não técnico-científico ou ético, que as instalações e os demais recursos da instituição sob sua direção sejam utilizados por outros médicos no exercício da profissão, particularmente se forem os únicos existenes no local. Exemplo: diretor do PT e chega um médico do PMDB, e ele diz que “não pode trabalhar aqui por seu partido”. Isso é algo proibido pelo CEM. Exemplo: rejeitar médicos testemunhas de jeová por sua religião. VIII – REMUNERAÇÃO PROFISSIONAL IX – SIGILO PROFISSIONAL Art. 78. É vedado ao médico: deixar de orientar seus auxiliares e alunos a respeitar o sigilo profissional e zelar para que por eles seja mantido. Exemplo: os estudantes devem ser orientados a manter o sigilo. Existe também o código do estudante de medicina, apesar de não ser o mesmo para o país todo. X – DOCUMENTOS MÉDICOS XI – AUDITORIA E PERÍCIA MÉDICA XII – ENSINO E PESQUISA MÉDICA XII I – PUBLICIDADE MÉDICA Art. 112. É vedado ao médico: divulgar informações sobre assunto médico de forma sensacionalista, promocional ou de conteúdo inverídico. PARADIGMAS: Tecno-científico: evolução científica, algo bom, desde que seja em benefício do ser humano. Comercial-empresarial: torna a profissão um comercio e médicos empresários, perdendo o caráter humanitário. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O código de ética médica defende a ordem de não reanimar em pacientes terminais que não tenham uma perspectiva terapêutica (não há mais nada que possa ser feito, as vezes até no caso de pacientes inconscientes). Exemplo: Nessa evolução de morte, o paciente tem uma parada cardiorrespiratório, e está escrito no prontuário para não reanimar, logo, essa circunstância especifica está apoiada pelo código. Normalmente, o que se vê, nessa situação, são médicos temerosos de serem acusados e ficam reanimando o paciente até não ter mais jeito. O sigilo profissional tem que ser relativizado, a linha divisória é o risco de prejudicar a outras pessoas. Então doenças transmissíveis, se tem risco de afetar outras pessoas, não se respeita o sigilo. Geralmente são as doenças de notificação compulsória.
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