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4. Relação Médico-Paciente

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1 Lahyse Oliveira 2020.1 
Relação Médico- Paciente 
É um dos pilares da confiança entre o médico e o paciente. O 
tratamento do paciente é melhor quando a relação médico-paciente 
é boa. “Tão importante quanto conhecer a doença que o homem 
tem, é conhecer o homem que tem a doença” William Osler 
O SER HUMANO 
O ser humano é composto pelo: 
 Ser biológico – produto da natureza (animal); 
 Ser social – produto da cultura (varia de região) – modelado 
para ter uma relação amigável com seus pares; 
Existe um conflito entre esses dois, e por meio desse conflito, se 
desenvolve seu sentido ético. 
 
Como se desenvolve a relação médico-paciente? De um lado temos 
o médico que é colocado como um sabe tudo. A relação entre ele é 
simétrica? É assimétrica, pois um profissional é conhecedor do 
assunto (prática e experiencia) e essa pessoa que procura o 
profissional de saúde está precisando de ajuda sem ter o 
conhecimento sobre saúde, logo a relação assimétrica por diferença 
de conhecimento. Teoricamente, o médico está bem e o sujeito não. 
CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA: 
 CAPÍTULO V 
Esse capítulo retrata da relação médico paciente, que é considerada 
assimétrica já que o médico tem o conhecimento técnico, e o 
paciente tem alterações de saúde. O objeto de ambos é solucionar o 
problema/doença. 
MODELOS DA RELAÇÃO MÉDICO-PACIENETE 
SACERDOTAL: é um modelo baseado no paternalismo, ou seja, “o 
médico que sabe e o paciente tem que obedecer”, assim, como 
ocorre na relação entre pais e filhos pequenos. Ausência de 
autonomia. 
 Na legislação atual, o paciente tem direito a autonomia, ele 
escolhe se quer seguir o tratamento, desde que não exista risco 
a vida do paciente. 
ENGENHEIRO: é o paciente que delibera (decide), ele tem suas 
decisões e o médico só viabiliza o que o paciente quer. Entretanto, o 
médico, como detentor de conhecimento, sabe o que é melhor para 
o tratamento do doente, por isso, não é um modelo ideal. 
 Exemplo: paciente que utiliza losartana para hipertensão e de 
repente ele não quer tomar mais remédios, só chá. 
COLEGIAL: é como se houvesse dois colegas decidindo o que irá 
fazer. Entretanto, como a relação à assimétrica, não tem como a 
relação ser igual, já que o paciente não é detentor de conhecimento. 
CONTRATUALISTA: é similar a um profissional que você contrata o 
trabalho, que está prestando serviços, onde se estabelece um valor 
e um prazo. Não é ideal. 
COMPROMETIMENTO 
RELAÇÃO HUMANISTA: 
A relação médico paciente deve ser humanista, pois além de toda 
questão técnica, há questão do respeito ao ser humano, por meio do 
princípio hipocrático de filantropia, que permite compreender o 
contexto e a diversidade humana. 
 O atendimento deve ser com compaixão (sinônimos de 
empatia), solidariedade e respeito. 
RESPEITO: 
Quais seriam os itens que o compõe? Pudor, autonomia, crenças, 
diversidades e subjetividade humana. 
EXPECTATIVA DO PACIENTE: 
Atenção, escuta, valorização do seu relato, necessidade de se 
expressar, compreensão do contexto social e exame e prescrição de 
acordo com suas possibilidades. 
 As pessoas estão cada vez mais carentes. 
SOLIDARIEDADE: 
SIGILO: 
Pilar das RM/P, pois é a através dela que há uma confiança (relação 
fiduciária) por meio de um respeito incondicional à confidência. 
RESPEITO AO PUDOR 
Intenções semióticas e terapêuticas, não cabe a parceria 
sentimental. O assédio é muito comum, por isso existe o seguinte 
artigo: 
Art 38 – CEM: é vedado ao médico desrespeitar o pudor de qualquer 
pessoa sob seus cuidados profissionais. 
2 Lahyse Oliveira 2020.1 
 Médico anestesista é acudo de abuso sexual: denunciado à 
Justiça pela prática de dois crimes de estupro de vulnerável. O 
médico anestesista JRPS teve o pedido de prisão preventiva 
solicitado pelo Ministério Público (MP), que quer também a 
suspensão de suas atividades profissionais. Segundo a 
acusação, o médico molestava sexualmente adolescentes e 
crianças nos centros cirúrgicos. O caso lembra o do médico 
paulista Roger Abdelmassih que acabou de ser condenado. 
EMPENHO DE MEIOS 
Empenho dos meios técnicos/científicos para diagnóstico e 
tratamento, isto é, dedicação para buscar o melhor resultado, que 
traga o menor desconforto o mais rapidamente possível. 
Art 32 - CEM: é vedado ao médico deixar de usar todos os meios 
diagnósticos e tratamento, cientificamente reconhecidos e a seu 
alcance, em favor do paciente. 
AUTONOMIA 
O sujeito ter a capacidade de autogerir, dispondo do seu corpo como 
proprietário exclusivo, dessa forma, ele decide sobre a conduta 
proposta. Paciente X médico: 
 Limite interno: núcleo basilar de sua própria dignidade – esse 
seria o limite do paciente; 
 Limite externo: autonomia do médico; 
CONSENTIMENTO ESCLARECIDO 
Explicação do procedimento diagnóstico e/ou terapêutico, por meio 
de linguagem acessível ao paciente, citando os riscos e benefício e 
alternativas de tratamento. Tudo isso deve ser registrado em 
documentação. Entretanto, existe a possibilidade de reversibilidade: 
o paciente consentiu um procedimento, mas de realizá-lo, ele ficou 
com medo e desistiu. Esse é um direito dele. 
BUSCA DA VERDADE 
É chegar ao diagnóstico e na terapêutica, dentro de um crivo da 
racionalidade. Exemplo: uma gestante, que descobre um câncer – 
melhor adiar a quimioterapia. 
BENEFICÊNCIA 
É um princípio: Usar o melhor do progresso científico com atenção e 
zelo, tudo isso formando um conjunto de meios na busca do bem 
pretendido. 
NÃO-MALEFICÊNCIA 
É um princípio: Deve se evitar agravos e danos, com prudência e 
perícia, sempre avaliando o custo benefício e reduzindo a 
possibilidade de insucesso e dano culposo. 
SOLIADARIEDADE 
Estado ou condição de duas ou mais pessoas que dividem 
igualmente entre si as responsabilidades de uma ação. 
RELAÇÃO M/P 
FATORES DE RISCO PARA RM/P 
Quando a relação médico paciente é quebrada, causam -se 
problemas que podem chegar a uma denúncia. Ela pode ser 
quebrada por um agente financeiro externo à medicina como, por 
exemplo, um profissional que é demitido no plano de saúde, 
perdendo o contato com os pacientes que tinham, condições 
onerosas (inadequadas) de trabalho gerando estresse e 
remuneração vil (trabalho muito forçado com desequilibro em 
relação que ganha). 
INSATISFAÇÃO DO PACIENTE 
 Tempo de consulta: pela remuneração ser baixa, o médico tem 
que compensar, agrupando muitas consultas em pouco tempo. 
 Carência de informações: querer que o médico explique como 
é a doença, o que é o que ela causa. 
 Insatisfação com o resultado do tratamento, mesmo que tenha 
dado tudo certo. 
QUEBRA DA RM/P 
Principais motivos: geralmente, primeiro ele reclama com o médico 
depois ele busca de outro profissional, e por fim, denúncia nos 
órgãos competem justiça (geralmente terá um ressarcimento do 
valor - dinheiro) e conselhos de medicina (penalidades morais). 
Importante: O estudante de medicina não responde como médico, 
assim, se houver alguma falha de conduta, quem responde no 
conselho é o médico que colocou o paciente para fazer aquela 
conduta, entretanto, o estudante responde na justiça. 
 O médico responde no conselho e na justiça; 
 O estudante só na justiça; 
Encontra: 
Clinicar é ouvir o não dito. Sem saber responder, muitas vezes 
sabendo calar, É se reservar esperar, apressar, intuir, E todos os 
verbos conjuguem no plural, Mas clinicar é sobretudo, Trocar parte 
do que sobra com parte do que falta, De modo que um e outro sejam 
mais do que dois.

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