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Embriologia do Sistema Gastrointestinal Introdução O tubo digestivo primitivo (anterior, médio e posterior) Derivados do intestino anterior Faringe primitiva e seus derivados Sistema respiratório inferior Esôfago, estômago e parte do duodeno Fígado, aparelho e pâncreas Esôfago ● Crescimento da porção caudal da faringe primitiva entre o primeiro e o segundo arco aórtico. ● A partir desse crescimento as células vão se proliferar e se diferenciar, o endoderme que reveste internamente o tubo, dará origem ao epitélio do esôfago. ● O mesênquima do arcos branquiais migram para a parede do esôfago e se diferenciam na musculatura voluntária/estriada. ● A musculatura lisa do esôfago é originária do mesoderma esplâncnico. ● O tecido conjuntivo que sustenta o esôgao também tem origem a partir do mesoderma esplâncnico. ● Na sexta semana de desenvolvimento o endoderma do esôfago a proliferação do epitélio endodérmico do esôfago, oclui a luz esofágica, ao final da oitava semana há uma recanalização com a degeneração das células. ● Se houver uma falha na recanalização ocorre a estenose esofágica. ● Se houver uma falha na septação (divisão incompleta) do tubo traqueoesofágico ocorre a atresia esofágica. Estômago ● O estômago começa a se desenvolver como uma pequena dilatação fusiforme. ● Nessa dilatação fusiforme uma proliferação mais acentuada de células na borda dorsal provoca o crescimento mais rápido dessa borda em relação à ventral, formando uma grande curvatura dorsal e uma pequena curvatura ventral. ● Ocorre uma rotação de 90° no eixo longitudinal no sentido horário fazendo com que a grande curvatura que era dorsal vá para o lado esquerdo, e a pequena curvatura que era ventral vá para o lado direito. ● Ainda há uma pequena rotação de mais ou menos 45° no sentido caudo cefálico fazendo com que a região pilórica ascenda em direção cefálica, e a região cardíaca descenda. ● O mesogástrio ventral prende o estômago e o duodeno ao fígado e à parede abdominal. ● O mesogástrio dorsal forma o baço, a bolsa omental e o grande omento. ● Uma malformação congênita associada ao estômago é a estenose pilórica congênita, que nada mais é que o estreitamento da luz que possibilita a comunicação do estômago com o duodeno. Duodeno ● Metade do duodeno é formado pela porção caudal do intestino primitivo anterior, e a outra metade pela porção cefálica do intestino primitivo médio. ● Enquanto o estômago está crescendo as células do tubo que formam o duodeno estão aumentando em tamanho, porém esse tubo não cresce nem baixo nem para cima pois não há espaço, fazendo com que ele se dobre e cresça para frente. ● O duodeno cresce em forma de “C” com projeção ventral. ● Com o giro do estômago para direita, o duodeno também gira para a direita, quando ele se vira para a direita a fusão dos mesentérios e a pressão do intestino grosso faz com que o duodeno se torne um órgão retro peritonizado. ● As células endodérmicas dão origem a todo epitélio secretor do duodeno. ● A musculatura lisa e conjuntivo associado ao duodeno é formada a partir da diferenciação das células mesodérmicas esplâncnicas. Yana Sheila - Enfermagem (UFRJ) 3° período ● O duodeno também sofre oclusão, as células se proliferam e ocluem a luz do duodeno, mas na oitava semana ocorre a recanalização. Quando a recanalização ocorre de forma incompleta ocorre a estenose (estreitamento) ou atresia (oclusão). Dica sobre o tecido do sistema digestório: - Todo o epitélio secretor e de revestimento tem origem a partir da diferenciação das células endodérmicas. - Todo tecido muscular e conjuntivo é de origem mesodérmica esplancina, exceto a musculatura do porção superior do esôfago que tem origem das células da crista neural Fígado e aparelho biliar ● No limite da alça duodenal forma-se uma evaginação ventral chamada divertículo hepático. ● O divertículo hepático se divide em dois, uma projeção cefálica que dará origem ao fígado, e uma projeção caudal que dará origem à vesícula biliar, isso explica porque ambos têm um ducto único, que é o ducto biliar. ● Uma outra projeção se forma que dará origem ao pâncreas ventral, que é uma pequena parte do pâncreas que dará origem à cabeça do pâncreas. ● Na porção dorsal da alça duodenal há o broto do pâncreas. ● Todos os órgãos originados do divertículo hepático desembocam no ducto biliar. ● Além do ducto biliar, tem também o ducto cístico e o ducto pancreático. ● Quando a alça duodenal gira de ventral para a direita o pâncreas ventral é levado para o lado direito e continua rodando até chegar ao lado esquerdo e se juntar ao pâncreas dorsal. ● O fígado e a vesícula biliar continuam na mesma posição. ● Os sinusóides hepáticos são todos derivados do tecido endodérmico, porque o broto hepático cresce e se arboriza e induz a mesoderme esplâncnica subjacente a crescer junto. ● Na nona semana o fígado alcança seu crescimento máximo, chegando a ser 10% do peso do feto, e nesse período ele é o principal órgão hematopoético. ● Na décima segunda semana a vesícula biliar inicia a formação da bile, que se acumula na porção caudal da vesícula, esse acúmulo é responsável pela primeira fezes do recém-nascido (mecônico verde escuro). Pâncreas ● Com a rotação do estômago e do duodeno, o pâncreas ventral vai para a direita até chegar à esquerda e se unir ao pâncreas dorsal dando origem à cabeça do pâncreas. ● O restante do pâncreas, que é a maior parte, é formado pelo broto pancreático dorsal. ● A secreção de insulina inicia-se na 10° semana. ● A secreção de glucagon e somatostatina inicia-se na 15% semana. Yana Sheila - Enfermagem (UFRJ) 3° período Baço ● O baço é derivado de uma massa de células mesenquimais localizadas entre as camadas do mesogástrio dorsal ● O baço, um órgão linfático vascular, começa a se desenvolver durante a quinta semana, mas não adquire seu formato característico até o início do período fetal. Derivados do intestino médio Intestino delgado (inclusive parte do duodeno) Ceco, apêndice vermiforme Cólon ascendente Colo transversos (metade direita) ● À medida que o intestino médio se alonga, ele se dobra e forma uma alça intestinal ventral em forma de “U”, a alça não encontra espaço na cavidade abdominal, então ela força a região do cordão umbilical, herniando-se para ele. ● A alça é uma herniação umbilical fisiológica que ocorre no início da sexta semana, e retorna na décima semana. ● Quando a alça hérnia-se para dentro do cordão umbilical, ela gira 90° no sentido anti horário, então o ramo que era cefálico vai para a direita, e o ramo que era caudal vai para a esquerda, durante a rotação, a porção caudal se alonga e forma as alças intestinais (p. ex., o jejuno e o íleo primitivos). ● O ramo caudal dará origem ao intestino grosso, e o cefálico ao intestino delgado. ● O intestino delgado na sua disposição definitiva ele fica caudal em relação ao cólon transverso do intestino grosso. ● O ramo cefálico que foi para a direita começa a crescer e formar o emaranhado que dará origem às alças do intestino delgado ( jejuno e íleo). ● O ramo caudal que foi para a esquerda começa a se diferenciar em cólon ascendente, transverso e descendente. ● Durante a 10ª semana, os intestinos retornam ao abdome; isto é, ocorre a redução da hérnia do intestino médio, ainda não se sabe o que faz com que o intestino retorne; entretanto, o alargamento da cavidade abdominal e a relativa diminuição no tamanho do fígado e dos rins são fatores importantes. ● O intestino delgado (formado a partir da porção ventral) retorna primeiro e ocupa a parte central do abdome. ● Quando o intestino grosso retorna, ele sofre uma rotação adicional de 180° no sentido anti-horário. O colo descendente e o colo sigmóide se movem para o lado direito do abdome. O colo ascendente torna-se reconhecível com o alongamento da parede abdominal posterior. ● O duodeno e a cabeça do pâncreas são comprimidos pelo intestino grosso e tornam-se retroperitoniais. ● O mesentério do cólon ascendente se funde com o peritônio fazendocom que o cólon ascendente também seja retroperitoneal. ● Onfalocele:é resultado do crescimento prejudicado dos componentes mesodérmico (músculo) e ectodérmico (pele) da parede abdominal, ela é uma anomalia congênita que resulta na persistência da herniação do conteúdo abdominal na parte proximal do cordão umbilical, ou seja, as alças intestinais não retornam da região do cordão umbilical. Nesse caso, essa região herniada é recoberta pelo epitélio do cordão umbilical que é o peritônio e o âmnio, com ausência de pele, além disso a cavidade abdominal é proporcionalmente pequena quando uma onfalocele está presente porque faltou o estímulo para o seu crescimento. Yana Sheila - Enfermagem (UFRJ) 3° período ● Hérnia umbilical: ocorre quando as alças intestinais herniam-se e retornam à cavidade abdominal durante a décima semana e por defeito na histogênese muscular da parede abdominal deixando-a mal formada, devido à pressão dos órgãos externos as alças posteriormente se herniam novamente através de um umbigo fechado de maneira imperfeita, formando uma hérnia umbilical. Nesse caso a parede já está fechada possibilitando que essa vesícula seja coberta por tecido subcutâneo e pele. ● Gastrosquise: defeito congênito da parede abdominal, o dobramento transversal do embrião não se deu totalmente, ou seja, não houve fusão das paredes ventral do embrião, elas continuam abertas, e com isso as alças intestinais que se formam crescem para a parte externa do abdome através da fenda e ficam herniadas, porém não envolvem o cordão umbilical. A exposição das vísceras ao meio externo aumenta grandemente a chance de ocorrer infecções. Esse defeito ocorre geralmente no lado direito, lateral ao umbigo; é mais comum em homens do que em mulheres. Derivados do intestino posterior Metade do cólon transverso Cólon descendente Sigmóide, reto, porção superior do canal anal Epitélio da bexiga e uretra Septação da Cloaca ● Em embriões iniciais, a cloaca é uma câmara dentro da qual o intestino posterior e o alantóide desembocam. ● A porção terminal expandida do intestino posterior, a cloaca, é uma câmara revestida por endoderma que fica em contato com o ectoderma superficial na membrana cloacal. Essa membrana é constituída pelo endoderma da cloaca e o ectoderma da fosseta anal. ● A cloaca recebe ventralmente o alantóide, que é um divertículo digitiforme. ● A cloaca é dividida nas partes dorsal e ventral por uma cunha de mesênquima, o septo urorretal, que se desenvolve no ângulo entre o alantóide e o intestino posterior. ● À medida que o septo cresce em direção à membrana cloacal, ele desenvolve extensões bifurcadas que produzem invaginações das paredes laterais da cloaca. ● Essas pregas crescem uma em direção à outra e se fundem, formando uma partição que divide a cloaca em três partes: o reto, a parte cranial do canal anal e o seio urogenital. ● A região em que a cunha mesenquimal dividiu a membrana cloacal é conhecida como região perineal, que é a região onde vão se formar os músculos perineais. ● O revestimento do canal anal retal é feito por células endodérmicas e células musculares oriundas do mesoderma esplâncnico da diferenciação das células mesodérmicas. ● Na região da abertura do canal anal as células ectodmericas rabtem para dentro e formam o revestimento do final do anus, e nesta região diferencia-se musculatura estriada que controla voluntariamente o esfíncter anal. Yana Sheila - Enfermagem (UFRJ) 3° período ● Do seio urogenital tem-se a diferenciação a partir das suas três porções: fálica, pélvica e vesical. ● Porção fálica dará origem a uretra peniana no homem e ao vestíbulo da vagina na mulher. ● Porção pélvica dará origem a uretra feminina ou uretra prostática do homem. ● Porção vesical; dará origem a bexiga urinária. ● Megacólon aganglionar congênito é a ausência de migração de células da crista neural para a formação dos gânglios intramurais (Plexos de Meissner e Auerbach) associadas ao intestino grosso. ● Quando esses gânglios não se formam não há inervação suficiente e com isso não há os movimentos peristálticos na porção do intestino grosso. ● Como não há peristaltismo, o material vai se acumulando fazendo com que o cólon fique dilatado. ● Faz-se a retirada da porção do intestino grosso em que não há inervação. Yana Sheila - Enfermagem (UFRJ) 3° período
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