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Infecção do Trato Urinário: Causas, Sintomas e Tratamento

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INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO
São infecções comuns, com tendência à recorrência (30% dos casos recorrem em 12 meses) 
Podem levar ao desenvolvimento de complicações e de sequelas (cicatrizes que levam a HAS e DRC)
MECANISMOS
1. Ascendente: é o principal, mais comum em todas as faixas etárias. são bactérias que colonizam o perineo e o prepúcio acendem pelo trato urinário.
2. Via hematogênica: mas com em RNs, porém a via ascendente ainda é mais comum.
a proteção é feita por diversos mecanismos, mas o principal é o esvaziamento vesical adequado. O s fatores de risco podem interferir note esvaziamento e aumento do número de bactérias.
FATORES DE RISCO
· Ausência de circuncisão (o prepúcio é colonizado)
· Sexo feminino (principalmente a partir de 1 ano de vida)
· Obstrução urinária/estase vesical (válvula de uretra posterior - malformação exclusiva masculino, pode ser suspeitada na ultrassonografia fetal, na qual se observa hidronefrose fetal bilateral. Na criança nascida, observa se distensão vesical e jato urinário fraco)
· Disfunção vesical 
· Constipação 
· Reflexo vesicoureteral 
PICOS DE INCIDÊNCIA
1. Primeiro pico: 1º ano de vida, mais comum nos meninos por conta da fimose e das malformações fetais
2. Segundo pico: 2º e 3º anos de vida, comum em meninas e tem maior relação com controle esfincteriano 
3. Terceiro pico: adolescência, relacionada com o início da vida sexual 
ETIOLOGIA
· E. coli 
· Proteus (causa importante no sexo masculino; alcaliniza a urina e favorece formação de cálculos de estruvita)
· Gram negativos: klebisiela; pseudomonas (relacionada com manipulação uretral)
· Gram positivos: enterococos; s. saprofíticos (causa importante em meninas adolescentes sexualmente ativas) - pequena quantidade de gram negativos no exame pode ser contaminação da amostra)
· Vírus: adenovírus pode causar cistite hemorrágica, vista como hematúria macroscópica e urocultura negativa
QUADRO CLÍNICO
Em lactentes e crianças menores, o quadro pode ser inespecífico ou ter a febre como sintoma isolado (febre sem sinais localizatórios).
· Cistite: disuria, polaciuria, dor suprapúbica, estrangúria 
· Pielonefrite: calafrios, dor lombar, febre maior que 38°C
DIAGNÓSTICO
Não é clínico 
1. EAS:
- Esterase leucocitária: visto na fita, é uma enzima de degradação de leucócitos, um marcador de inflamação. Muito sensível, porém inespecífico. 
- Nitrito: bactérias transformam o nitrito em nitrato. É mais específico, porém pouco sensível e tem bom valor preditivo negativo. É menos sensível porque nem todas as bactérias fazem essa conversão, normalmente as gram negativas que fazem e demoram cerca de 04 horas, algo dificultado por conta da polaciuria. 
- Leucocitúria: positiva se >5 leuco/campo ou 10.000 UFC/ml
2. BACTERIOSCOPIA COM COLORAÇÃO DE GRAM: pode ajudar a definir o agente.
Esses métodos reforçam a suspeita, mas não confirmam o diagnóstico 
3. UROCULTURA
- Jato médio: positivo se >100.000 UFC/ml, mas é difícil coletar em crianças pequenas
- Saco coletor: valor preditivo negativo, altas chances de contaminação, porém pode ser feito EAS
- Cateterismo: positivo se > 50.000 UFC, pode haver contaminação também
- Punção suprapúbica: positiva se qualquer crescimento bacteriano 
Bacteriúria assintomáticas não devem ser tratadas e são mais comuns em escolares do sexo feminino.
TRATAMENTO
Não aguardar urocultura, mas colher amostra antes sempre
Definir se é cistite ou pielonefrite, geralmente pela presença de febre
1. Cistite: tratamento de 3-5 dias
· Bactrim 
· Nitrofurantoína
2. Pielonefrite: tratamento de 7-10 dias 
Critérios de internação: estado geral grave ou menores de 3 meses
· Ceftriaxona 
· Ampicilima + aminoglicosídeo
Ambulatorial
· Ceftriaxona
· Cefalexina
· Amoxicilina + clavulatano
· Ciprofloxacino (se psudomonas, na manipulação uretral)
*nitrofurantoína não alcança boa concentração no parênquima renal 
REFLUXO VESICOURETERAL
1. Primário: decorre de malformação (podem ser divertículos, porém o mais comum é que seja idiopática e pode haver resolução espontânea)
2. Secundário: decorrente do aumento da pressão intravesical, como na presença de válvula de uretra posterior
INDICAÇÃO DE EXAMES DE IMAGEM:
ITU confirmada?
<2 anos: USG e UCM
>2 anos: USG
· Uretrocistografia miccional: diagnostica e mostra o grau de refluxo 
Refluxo idiopático de grau I e II tem resolução espontânea, III a V normalmente se operam e precisam de antibióticoprofilaxia
· USG do rim e vias urinarias: baixo custo, baixo risco. Visualiza apenas alterações grosseiras. 
· Cintilografia com DMSA: avaliação morfológica; na fase aguda identifica pielonefrite e na fase crônica visualiza cicatrizes.

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