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Fisiologia Cardíaca - Parte 2

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Cap. 2 – Excitação Rítmica do Coração
O Sistema Excitatório e Condutor Especializado do Coração
• Nodo sinusal (nodo sinoatrial ou nodo S-A): onde são gerados os impulsos rítmicos normais;
• Vias Internodais: conduzem os impulsos do nodo sinusal ao nodo atrioventricular (nodo A-V);
• Nodo atrioventricular (nodo A-V): onde os impulsos vindos dos átrios são retardados antes de passar para os ventrículos;
• Feixe A-V: conduz os impulsos dos átrios para os ventrículos, e os ramos direito e esquerdo do feixe de fibras de Purkinje, que conduzem os impulsos cardíacos para todas as partes dos ventrículos.
→ Nodo Sinusal: está situado na parede posterolateral superior do átrio direito, abaixo e pouco lateral a abertura da veia cava superior. As fibras desse nodo quase não têm filamentos musculares contráteis, entretanto, se conectam diretamente as fibras musculares atriais, de modo que qualquer potencial de ação que se inicie no nodo sinusal se difunda imediatamente para a parede do musculo atrial.
Ritmicidade Elétrica Automática das Fibras Sinusais
Algumas fibras cardíacas têm a capacidade de autoexcitação, processo que pode causar descarga automática rítmica e, consequentemente, contrações rítmicas. Por essa razão o nodo sinusal controla normalmente a frequência dos batimentos de todo o coração.
Na imagem note o “potencial de repouso da membrana”:
↳ Fibra sinusal: -55 a -60 milivolts
↳ Fibra muscular ventricular: -85 a -90 milivolts. 
↪ Por que em estado de repouso a fibra muscular ventricular está mais negativa? Porque as membranas celulares das fibras sinusais são por natureza mais permeáveis ao cálcio e ao sódio, e as cargas positivas desses íons cruzam a membrana e neutralizam boa parte da negatividade intracelular.
A lembrar: o miocárdio apresenta 3 tipos de canais de iônicos:
1. Canais rápidos de sódio
2. Canais lentos de sódio-cálcio
3. Canais de potássio
Nesse valor de -55 milivolts, os canais rápidos de sódio já foram “inativados” o que significa que ficaram bloqueados. Por quê? Porque a qualquer momento em que o potencial da membrana esteja menos negativo do que -55, mesmo que por milissegundos, as comportas de inativação na membrana fecham os canais de sódio e assim se mantêm. Dessa maneira, só os canais lentos de sódio-cálcio podem se abrir (serem “ativados”) e assim deflagrar o potencial de ação. Como resultado, o potencial de ação nodal atrial ocorre mais lentamente que o do músculo ventricular. Além disso, depois de ocorrer PA, a volta do potencial para seu estado negativo também ocorre lentamente, diferente do retorno abrupto nas fibras ventriculares.
→ Autoexcitação: ocorre devido à alta concentração de íons sódio no liquido extracelular por fora da fibra nodal, além do número razoável de canais de sódio já abertos, os íons positivos de sódio tendem a vazar para o interior dessas células. É por isso que, entre os batimentos cardíacos, o influxo de sódio positivamente carregado provoca lento aumento do potencial de membrana de repouso em direção aos valores positivos. Assim, o potencial de repouso ↑ e fica - negativo entre 2 batimentos. Quando o potencial atinge o limiar de voltagem (-40), os canais sódio-cálcio são ativados originando o potencial de ação. Portanto, resumidamente, é o vazamento inerente das fibras do nodo sinusal que causa a autoexcitação.
↪ Por que esse vazamento de sódio e cálcio não faz com que essas fibras permaneçam continuamente despolarizadas? Devido a 2 eventos que acontecem durante o potencial de ação que evitam que isso ocorra:
 1. os canais sódio-cálcio se inativam após sua abertura;
 2. nesse mesmo tempo grande número de canais de potássio se abrem.
Assim, o influxo de íons positivos (cálcio e sódio) cessa, enquanto ao mesmo tempo, grandes qntds. de íons positivos de potássio se difundem para o exterior da fibra. Esses 2 efeitos negativam o potencial de membrana que volta ao seu valor de repouso e, portanto, põe fim ao potencial de ação. Na sequência, os canais de potássio permanecem abertos por mais alguns segundos, permitindo temporariamente a saída de cargas positivas do interior da cél, resultando em excesso de negatividade dentro da fibra, esse fenômeno se chama hiperpolarização, onde se tem -55 a -60 milivots, terminando o potencial de ação.
↪ Por que esse estado de hiperpolarização não se mantem permanentemente? Porque após o fim do potencial de ação, cada vez + canais de potássio vão se fechando. O vazamento das cargas de sódio e cálcio para o interior da célula +1x desequilibra e ultrapassa o efluxo de cargas de potássio, fazendo com que o potencial de repouso se eleve +1x para atingir o limiar de descarga do potencial (-40). E então todo o processo se reinicia.
Autoexcitação → potencial atinge o limiar (-40) → potencial de ação → hiperpolarização
As Vias Internodais e a Transmissão do Impulso Cardíaco pelos Átrios
As extremidades das fibras do nodo sinusal conectam-se diretamente ao tecido muscular atrial circundante. De modo que os PAs originados no nodo se propagam e se espalham por toda a massa muscular atrial e, por fim, até o nodo A-V.
• Velocidade de condução: 
↳ Na maior parte do músculo atrial: 0,3m/s 
↳ Diversas pequenas faixas de tecido atrial: 0,1m/s
↪ Uma delas: banda interatrial anterior. Cursa pelas paredes anteriores dos átrios, alcançando o átrio esquerdo.
Adicionalmente, 3 outras pequenas faixas teciduais se curvam pelas paredes anterior, lateral e posterior dos átrios, terminando no nodo A-V. São denominadas: vias internodais anterior, média e posterior. A causa da maior velocidade de condução nessas faixas se dá pela presença de fibras condutoras especializadas.
O Nodo Atrioventricular e o Retardo da Condução do Impulso dos Átrios para os Ventrículos
O sistema condutor atrial é organizado de tal modo que o impulso cardíaco não se propague dos átrios aos ventrículos muito rapidamente, esse retardo permite que os átrios se contraiam e esvaziem seu conteúdo nos ventrículos antes que comece a contração ventricular. Os responsáveis por esse retardo são principalmente o nodo A-V e suas fibras condutoras adjacentes.
Entre o início do impulso cardíaco no nodo sinusal, e a sua subsequente chegada ao sistema do nodo A-V, o impulso após percorrer as vias intermodais atinge o nodo A-V cerca de 0,03s segundo após sua origem sinusal. Então ocorre retardo de 0,09s no próprio nodo, antes que o impulso alcance a porção penetrante do feixe A-V, pelo qual atinge os ventrículos.
↳ Retardo final: 0,04s – ocorre nesse feixe penetrante, que é composto por múltiplos e delgados fascículos que atravessam o tecido fibroso que separa os átrios dos ventrículos.
↳ Retardo total: nodo A-V + feixe A-V = 0,13. Se somado ao retardo de 0,03s desde o nodo sinusal até o nodo A-V = 0,16s. 
Transmissão Rápida no Sistema de Purkinje Ventricular
A condução do nodo A-V, pelo feixe A-V para os ventrículos é feita pelas fibras de Purkinje especializadas. Exceto em sua porção inicial, onde atravessam a barreira A-V, elas têm características funcionais que são praticamente opostas as das fibras do nodo A-V. São muito calibrosas e conduzem PAs com velocidade de 1,5 a 4,0m/s = 6x maior que a do m. ventricular comum e 150x maior do que a vel. de algumas fibras do nodo A-V, o que permite a transmissão quase instantânea do impulso cardíaco por todo o restante do músculo ventricular.
A transmissão rápida dos PAs é creditada pela permeabilidade muito alta das junções comunicantes nos discos intercalados, entre as sucessivas células que constituem a fibra de Purkinje. Dessa maneira, os íons são facilmente transmitidos de uma célula a próxima, aumentando a velocidade de transmissão. As fibras de purkinje também contêm muito poucas miofibrilas, o que significa que elas pouco ou nada se contraem durante a transmissão do impulso. 
Marca-passo Cardíaco
↪ Por que o nodo sinusal controla a ritmicidade cardíaca e não o nodo A-V ou as fibras de purkinje? A descarga do nodo sinusal é + rápida que a autoexcitação natural do nodo A-V e das f. de purkinje. A cada descarga sinusal, seu impulsoé conduzido para o nodo A-V e para as f., causando assim a descarga de suas membranas excitáveis. Mas o nodo sinusal pode de novo atingir seu limiar antes que o nodo ou as f. atinjam seus próprios limiares de autoexcitação.
Assim, o nodo sinusal controla o batimento cardíaco porque sua frequência de descargas rítmicas é + alta que a de qualquer outra porção do coração. Portanto, o nodo sinusal é praticamente sempre o marca-passo do coração normal.
Marca-passo “Ectópico”
É um marca-passo em qualquer lugar que não o nodo sinusal. Ele produz sequências anormais da contração das diferentes partes do coração e pode comprometer de modo significativo o bombeamento.
Ex: quando o nodo A-V ou f. de purkinje ficam anormais, o marca-passo passa ser um deles, sob certas condições + raras, um local no m. atrial ou ventricular desenvolve excitabilidade excessiva e passa a ser o marca-passo.
→ Outro motivo da troca do marca-passo: bloqueio da condução do impulso cardíaco do nodo sinusal para as demais porções do coração. O novo marca-passo se situa no nodo A-V ou nas porções penetrantes do feixe A-V a caminho dos ventrículos.
Quando ocorre o bloqueio A-V (falha do impulso cardíaco em passar dos átrios para os ventrículos pelo sistema nodal e pelo feixe A-V) os átrios continuam a se contrair com a frequência normal do nodo sinoatrial, enquanto o novo marca-passo se desenvolve no sistema ventricular de Purkinje, conduzindo o m. ventricular a novas frequências.
Após o bloqueio A-V repentino, o sistema de Purkinje não inicia de imediato a emissão de impulsos, somente após o intervalo de 5 a 20s, pois antes do bloqueio as f. estavam sobrepujadas pelos rápidos impulsos sinusais e se encontravam consequentemente em estado de supressão. Durante esses 5 a 20s, os ventrículos não bombeiam sangue e a pessoa desmaia após 4 a 5s devido à falta de fluxo sanguíneo para o cérebro. Essa retomada tardia dos batimentos é chamada de Síndrome de Stokes-Adams. Se esse período de atraso se prolongar muito, pode levar a morte.
Cap. 3 – Arritmias Cardíacas
Taquicardia 
Frequência cardíaca rápida, acima de 100 batimentos/min, determinada pelos intervalos de tempo entre os complexos QRS = 150/min ao inves de 72/min.
Causas:
 1. ↑ da temperatura corporal
 2. estimulação do coração pelos nervos simpáticos
 3. patologias toxicas do coração
A FC ↑ cerca de 18 bat/grau Celsius até a temp em torno de 40,5°C; acima desse valor a FC pode diminuir em virtude da debilidade progressiva do m. cardíaco em decorrencia da febre, que A FC ↑ cerca de 18 bat/grau Celsius até a temp em torno de 40,5°C; acima desse valor a FC pode diminuir em virtude da debilidade progressiva do m. cardíaco em decorrência da febre, que causa ↑ do metabolismo do nodo sinusal, que por sua vez ↑ sua excitabilidade e a frequência do seu ritmo.
• Fatores que podem fazer que o sist. nervoso simpático excite o coração: quando o paciente perde sangue e entra e em estado de choque ou de semi-choque, a estimulação reflexa simpática do coração costuma ↑ a FC p/ 150 a 180 bat/min.
O simples enfraquecimento do miocárdio ↑ a FC porque o coração enfraquecido não bombeia sangue para a arvore arterial com intensidade normal, desencadeando reflexos simpáticos para ↑ a FC.
Bradicardia
FC lenta, menos de 60 bat/min.
• Em atletas: O coração é maior e mais forte, permitindo o bombeamento de um grande debito sistólico por batimento, até mesmo durante os períodos de repouso. Em repouso, quantidades excessivas de sangue bombeadas a cada batimento desencadeiam reflexos circulatórios de feedback ou outros efeitos para provocar a bradicardia
 → Estimulação Vagai: qualquer reflexo circulatório que estimule o nervo causa liberação de acetilcolina pelas terminações vagais no coração = efeito parassimpático. Ex: Síndrome do seio carotídeo → nesses pacientes os barorreceptores são sensíveis, portanto, até pressão externa leve no pescoço desencadeia forte reflexo barorreceptores com intensos efeitos vagais da acetilcolina sobre o coração, incluindo bradicardia extrema.
Arritmia Sinusal
• Respiração calma: a FC ↓ e ↑ 5% 
• Respiração profunda: ↓ e ↑ 30% a cada ciclo.
A arritmia pode decorrer de quaisquer condições circulatórias que alteram as forças dos sinais dos nervos simpáticos e parassimpáticos para o nodo sinusal do coração. No tipo respiratório de arritmia, isso resulta do "transbordamento" do centro respiratório bulbar para o centro vasomotor adjacente, durante os ciclos inspiratório e expiratório da respiração. Os sinais de transbordamento causam alternância entre ↓ e ↑ do nº de impulsos transmitidos pelos nervos simpáticos e vago para o coração.
Bloqueio Sinoatrial
Em raros casos, o impulso do nodo sinusal é bloqueado antes de entra no musculo atrial. É a interrupção abrupta das ondas P resultando na parada dos átrios. No entrando, os ventrículos assumem novo ritmo pela geração espontânea do impulso, geralmente no nodo atrioventricular (A-V); assim, a frequência do complexo QRS-T ventricular fica + lenta, mas sem se alterar de outras maneiras.
Bloqueio Atrioventricular
Os impulsos podem passar dos átrios para o ventrículo pelo feixe A-V (feixe de His). Há algumas condições que podem ↓ a frequência da condução dos impulsos ou bloquear de forma total, são elas:
 1. Isquemia do Nodo A-V ou das Fibras do feixe A-V: ocorre o retardamento ou bloqueio da condução dos átrios p/ os ventrículos. A insuficiência coronariana pode causar isquemia do nodo A-V e do feixe A-V, do mesmo modo que pode causar isquemia do miocárdio.
 2. Compressão do feixe A-V: causado por tecido cicatricial ou por partes calcificadas do coração, podendo deprimir ou bloquear a condução.
 3. Inflamação do Nodo A-V ou feixe A-V: pode deprimir a condutividade, resultando frequentemente de diferentes tipos de miocardite, causados por ex: por difteria ou febre reumática.
 4. Estimulação extrema do coração pelos nervos vagos: raramente bloqueia a condução; a excitação resulta da forte estimulação dos barorreceptores em pessoas com a síndrome do seio carotídeo.
Bloqueio Atrioventricular Incompleto
→ Bloqueio de Primeiro Grau (Intervalo P-R ou P-Q prolongado): o intervalo normal de tempo entre o início da onda P e o início do complexo QRS é de 0,16s, quando em frequência normal. Quando os batimentos estão acelerados esse intervalo fica mais curto e quando está mais lento ele tende a ser mais longo. Se esse intervalo aumenta por mais de 0,20s, diz-se que o paciente tem bloqueio atrioventricular incompleto de primeiro grau.
Nesse eletro o intervalo é de 0,30s. 
Dessa forma, o bloqueio de primeiro grau é definido como o retardo de condução dos átrios para os ventrículos, mas não como bloqueio real da condução.
→ Bloqueio de Segundo Grau: quando a condução do feixe A-V fica muito lenta para aumentar o intervalo P-R para 0,25 a 0,45s, o potencial de ação algumas vezes é forte o suficiente para atravessar o feixe até os ventrículos e outras não é. 
Nesse caso, vai ocorrer a onda P atrial, mas não a onda QRS-T, então, se diz que há “batimentos bloqueados” (perdidos) dos ventrículos. Essa condição é denominada bloqueio cardíaco de segundo grau.
Na imagem está mostrando intervalos de 0,30s, além de batimento ventricular bloqueado em decorrência de falha de condução dos átrios para os ventrículos. 
Por vezes, batimentos alternados dos ventrículos são bloqueados, assim, desenvolvendo o ritmo 2:1 com os átrios batendo 2x mais do que cada batimento dos ventrículos. Pode se ter também ritmos 3:2 ou 3:1.
→ Bloqueio A-V Completo (Bloqueio de Terceiro Grau): é quando ocorre o bloqueio completo dos impulsos dos átrios para os ventrículos. Nesse caso, os ventrículos estabelecem espontaneamente seu próprio sinal, em geral originado no nodo A-V dos complexos QRS-T. Portanto, as ondas P se dissociam dos complexos QRS-T.
A frequência do ritmo dos átrios neste eletro é de cerca de 100bpm, enquanto a frequência dos batimentos ventriculares é inferior a 40 por minuto. 
Além disso, não existe relação entre o ritmo das ondas P e dos complexos QRS-T, porque osventrículos “escaparam” do controle pelos átrios e estão batendo em sua própria frequência natural, controlados mais frequentemente por sinais rítmicos gerados no nodo A-V ou no feixe A-V.
Síndrome de Stokes-Adams – Escape Ventricular
Em alguns pacientes com bloqueio A-V, o bloqueio total vem e vai, isto é, impulsos são conduzidos dos átrios para os ventrículos por certo tempo e depois, subitamente, os impulsos não são mais conduzidos. A duração do bloqueio pode ser de alguns segundos, alguns minutos, horas ou até semanas. Essa patologia ocorre em corações com isquemia limítrofe (borderline) do sistema de condução.
Cada vez que é interrompida a condução A-V, os ventrículos frequentemente não iniciam seus próprios batimentos até depois de um retardo de 5 a 30s. Isso resulta do fenômeno chamado Supressão por Sobremarcha (overdrive). 
↪ O que isso significa? Significa que a excitabilidade ventricular está em estado supressão porque os ventrículos estavam sendo ativados pelos átrios com frequência maior que a frequência natural de seu ritmo. No entanto, depois de alguns segundos, alguma parte do sistema de Purkinje, além do bloqueio em geral na parte distal do nodo A-V adiante do ponto bloqueado no nodo ou feixe A-V, começa a gerar descargas rítmicas, na frequência de 15 a 40x por minuto, atuando como marca-passo dos ventrículos. Isso é chamado de escape ventricular.
↪ Por que o paciente desmaia? Porque o coração não bombeia sangue e o cérebro não pode permanecer ativo por mais de 4 a 7s sem irrigação sanguínea.
Contudo, depois do escape, os ventrículos com batimentos lentos geralmente bombeiam sangue suficiente para permitir a recuperação rápida e depois sustentar a pessoa. Esses desmaios periódicos são conhecimentos como síndrome de Stokes-Adams.
Ocasionalmente, a duração do intervalo de parada ventricular no início do bloqueio completo é longa o bastante para ser prejudicial à saúde do paciente ou até mesmo causar a morte. 
Consequentemente, a maioria desses pacientes recebe um marca-passo artificial, pequeno estimulador elétrico operado por bateria, implantado sob a pele e com eletródios usualmente conectados ao ventrículo direito. Esse marca-passo produz impulsos rítmicos contínuos que assumem o controle dos ventrículos.
Bloqueio Intraventricular Incompleto – Alternância Elétrica
A maioria dos mesmos fatores que podem causar bloqueio A-V também pode bloquear a condução de impulsos no sistema de Purkinje ventricular periférico.
Essa imagem mostra a patologia conhecida como Alternância Elétrica.
↪ O que é a alternância elétrica? É resultante de um bloqueio intraventricular parcial de batimentos alternados.
Nesse eletro também mostra taquicardia que, provavelmente, foi a razão para ter ocorrido o bloqueio, porque quando a frequencia cardíaca é rápida pode não ser possível para algumas partes do sistema de Purkinje se recuperar do período refratário anterior com rapidez suficiente para responder a todos os batimentos sucessivos.
Patologias que podem causar bloqueio intraventricular incompleto, resultando em alternância elétrica: isquemia, miocardite ou intoxicação por digitálicos. Ou seja, doenças que deprimem o coração.
O Eletrocardiograma Normal
O eletrocardiograma é formado por ondas de despolarização e por ondas de repolarização. Durante a despolarização, o potencial negativo normal presente no interior da fibra se inverte, ficando levemente positivo no interior e negativo no exterior.
Na imagem, a despolarização está representada pelas cargas positivas vermelhas, e pelas cargas negativas vermelhas, no exterior da fibra, está se deslocando da esquerda para a direita. A primeira metade da fibra já se polarizou, enquanto a metade restante ainda está polarizada. 
O eletrodo esquerdo, situado no exterior da fibra, está em área negativa, e o eletrodo direito está em área positiva; isso faz com que o aparelho registre valor positivo.
Calibração da Voltagem e do Tempo do Eletrocardiograma
As linhas de calibração horizontais do eletro padrão estão dispostas de tal modo que cada 10 linhas horizontais correspondem a 1milivolt, as linhas horizontais acima da linha de base indicam valores positivos, e as que estão abaixo da linha de base indicam valores negativos.
As linhas verticais são as linhas de calibração de tempo. Um eletrocardiograma típico tem velocidade de impressão de 25 milímetros por segundo, embora as vezes sejam usadas velocidades maiores. Portanto, cada 25 milímetros na direção horizontal correspondem a 1s, e cada segmento de 5 milímetros, indicado por linhas verticais escuras, representa 0,20s. Os intervalos de 0,20s estão, por sua vez, divididos em cinco intervalos menores por linhas finas, e cada um desses intervalos menores corresponde a 0,04s.
As voltagens das ondas registradas no eletro normal dependem da maneira pela qual os eletrodos são postos em contato com a superfície do corpo e de quão próximos eles estão do coração. Quando um eletrodo é colocado diretamente sobre os ventrículos e um segundo é colocado distante do coração, a voltagem do complexo QRS pode atingir 3 a 4 milivolts. Quando eletrocardiogramas são registrados por eletrodos colocados nos 2 braços ou em um braço e uma perna, a voltagem do complexo QRS é geralmente de 1,0 a 1,5 militvolts desde o pico da onda R até o ponto mais baixo da onda S. Já a voltagem da onda P permanece entre 0,1 e 0,3 milivolt, e a onda T fica entre 0,2 e 0,3 milivolt.

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