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CIRURGIA I Trauma As mortes ocasionadas pelo trauma possuem distribuição trimodal, sendo que o primeiro momento (TCE, TRM) não possui tratamento, apenas prevenção. O segundo momento (minutos até 24h) depende do sistema de saúde e do ATLS. O terceiro momento (mais de 24h) depende dos sistemas de saúde e da medicina. · 50% - Segundos a minutos (TCE, trauma cardíaco, medular, lacerações de aorta) · 30% - Minutos até 24h (lesões possíveis de tratar) · 20% - Acima e 24h (sepse, disfunção sistêmica de múltiplos órgãos, TEP) Atendimento inicial A Coluna cervical (colar + prancha rígida) + via aérea B Respiração - O2, exame físico, oxímetro C Circulação - AV, reposição volêmica, controle da hemorragia D Disfunção neurológica – Glasgow, pupilas, extremidades E Exposição + controle do ambiente – prevenção de hipotermia A) COLUNA CERVICAL + VIA AÉREA · Estabilizar a coluna cervical (colar + prancha) · Via aérea: via aérea está pérvia? VIA AÉREA ESTÁ PÉRVIA? SIM NÃO Fonação preservada Afastar corpo estranho (perguntar o nome)Via aérea artificial Oferecer O2 11l/min ///////// INDICAÇÕES VA ARTIFICIAL · Apneia · Proteção de via aérea · Incapacidade de manter oxigenação com máscara · TCE grave (Glasgow ≤ 8) VIA AÉREA – TIPOS: DEFINITIVA x TEMPORÁRIA Via aérea definitiva Via aérea temporária Protege a via aérea Balonete insuflado Ex.: IOT*, INT, crico cirúrgica, traqueostomia Não protege a via aérea Ex.: crico por punção, máscara laríngea, combitubo Obs.: a intubação orotraqueal é a mais utilizada, mas o padrão ouro irá depender da situação de cada paciente. Na IOT tem o tempo de uma apneia. Como saber se esta bem entubado? Exame físico, capnografia, raio-x. Para uma intubação nasotraqueal é necessário um paciente cooperativo, o que nem sempre teremos em caso de trauma. Se não consigo ou não posso intubar, se usa máscara laríngea ou combitubo (temporários). Se não tiver nenhum, parte-se para a cricotireodostomia (definitiva). A traqueostomia é deixada como um procedimento eletivo. A cricotireoidostomia deve ser cirúrgica, sendo contraindicada em < 12 anos; neste caso, optar por cricotireoidostomia por punção, com jelco Y à 15L/min, com relação I:E 1:4 por no máximo 30-45 minutos. Indicações de cricotireoidostomia: · Impossibilidade de visualizar vias aéreas · Trauma maxilofacial extenso · Distorção anatômica do pescoço Traqueostomia Grande indicação: FRATURA DE LARINGE (presença de rouquidão, enfisema, palpação de instabilidade na região da laringe). · Na fratura de laringe pode-se tentar a intubação orotraqueal, não a conseguindo, partiremos para a traqueostomia (última edição do Sabiston e do ATLS). B) RESPIRAÇÃO · Oferecer O2 · Exame físico respiratório · Oximetria de pulso 3 armadilhas do “B”: pneumotórax hipertensivo e aberto e hemotórax Pneumotórax Hipertensivo · Trauma contuso com lesão em saco de papel (“bolota de ar no tórax do paciente”). · Desvio contralateral da traqueia, enfisema subcutâneo, turgência jugular, timpanismo, MV abolido, hipotensão (choque obstrutivo). · Diagnóstico clínico! · Conduta IMEDIATA: toracocentese no 4º ou 5o EIC linha hemiclavicular · Tratamento definitivo: toracostomia com selo d’agua no 4o/5º EIC, entre as linhas axilares anterior e média. Pneumotórax Aberto · Trauma penetrante, com orifício > 2/3 do diâmetro da traqueia. · Conduta: curativo quadrangular fixado em 3 pontos · Tratamento definitivo: toracostomia com drenagem em selo d’água no 5º EIC e fechamento cirúrgico da ferida · Se ptx simples/pequeno (20-30% do hemitórax): não drenar, observar por 24h. Se necessidade de transporte aéreo ou ventilação mecânica, drenar! · Se drenar e não melhorar → lesão de grande VA (brônquio fonte) realizar IOT seletiva ou 2º dreno! Diagnóstico por broncoscopia e tratamento por toracotomia Hemotórax maciço · Mais de 1500ml ou 1/3 da volemia na cavidade torácica - maioria tem sangramento autolimitado! · Clínica: jugular colabada, macicez, MV abolido, hipotensão (choque hipovolêmico) · Conduta: transfusão, restaurar volemia, toracostomia 5º EIC com drenagem em selo d’água · Pegadinha -> indicações de toracotomia: drenagem imediata de 1500ml, drenagem de 200ml/h por 2 a 4h, necessidade persistente de transfusão C) CIRCULAÇÃO + CONTROLE DA HEMORRAGIA · Até que se prove o contrário, paciente vítima de trauma apresenta CHOQUE HEMORRÁGICO HIPOVOLÊMICO! · De onde o paciente pode sangrar: abdome, pelve, tórax e fratura de ossos longos 1º – ACESSO VENOSO: Escolha: acesso venoso periférico · Lei de Poiselle: quanto mais calibroso e curto o acesso, maior a velocidade de infusão de volume! · Se periférico não for possível: acesso central, dissecção de safena ou punção intraóssea. · Crianças < 6 anos: 1ª escolha AVP; 2ª opção é a punção intraóssea! 2º – REPOSIÇÃO COM CRISTALÓIDE (SF0,9% ou RL) AQUECIDO (37 – 40°) · Volume: Adulto: 1 litro / Criança: 20 mL/kg · Avaliação da resposta: avaliação dos sinais vitais ou da diurese. Sem resposta = sangue ESTIMATIVA DE PERDA VOLÊMICA I II III IV PA NORMAL DIMINUÍDA FC NORMAL ≥ 100 ≥ 120 > 140 PERDA PEQUENA ≥15% volemia ≥ 30% ≥ 40% < 750 ml > 750 ml > 1500 ml > 2000 ml DIURESE Adulto → 0,5mL/kg/h Criança → 1ml/kg/h < 1ano → 2ml/kg/h · Avaliar a diurese do paciente por SONDA VESICAL através da diurese! · Se sangue no meato, hematoma perineal, retenção urinária, fraturas de pelve, deslocamento cefálico da próstata (ao toque: “próstata flutuante”) → pensar em LESÃO DE URETRA = NÃO SONDAR! · Realizar cistostomia se algum dos fatores acima! · Na suspeita de lesão uretral, antes de sondar, realizar URETROCISTROGRAFIA RETRÓGRADA! · Controle da hemorragia: se sangramento externo → compressão. O torniquete pode ser feito em alguns casos quando não se puder conter o sangramento apenas com a compressão, por até 6 horas. Pode ainda fazer a toracotomia de reanimação para esvaziar tamponamento cardíaco · Vestimenta pneumática: contraindicada se lesão diafragmática Toracotomia de Reanimação: indicada no trauma penetrante torácico com PCR em AESP com sinais de vida (pupilas reativas, movimentos espontâneos, atividade organizada no ECG) Armadilhas do “C” Fratura em livro aberto (open book) – disjunção do anel pélvico: · Sangramento venoso difuso na pelve, choque por lesão de plexo venoso · Fazer a redução da pelve (com tiras específicas, lençol amarrado à pelve); em alguns casos é necessária a fixação externa Tamponamento cardíaco · Normalmente por trauma penetrante, precisa de 200 a 400ml de sangue no saco pericárdico · Clínica -> tríade de beck: turgência jugular, hipotensão, hipofonese de bulhas; pulso paradoxal (queda > 10mmHg durante a inspiração), sinal de kussmaul (aumento da TJ durante a inspiração) · Tratamento: toracotomia, se não disponível, a pericardiocentese estabiliza o paciente temporariamente com a retirada de 15-25 ml de sangue D) DISFUNÇÃO NEUROLÓGICA · Escala de Glasgow · Avaliar pupilas · Movimento das extremidades E) EXPOSIÇÃO + CONTROLE DO AMBIENTE · Avaliar o paciente – virar o paciente / retirar as roupas · Prevenir a hipotermia RX durante a avaliação primária: perfil coluna, tórax e pelve desde que não atrapalhe o andamento do ABCDE TRAUMA DE TÓRAX Além daqueles supracitados... Tórax Instável · Fratura de ≥ 2 arcos costais consecutivos, sendo que cada arco costal esteja fraturado em pelo menos 2 pontos · Dor intensa + respiração paradoxal. Não mata o paciente, só dói, o que mata é o que acontece no parênquima em decorrência da fratura (debri inflamatório que pode levar à pneumonia, atelectasia e IR) · Conduta: analgesia + O2 · Contusão Pulmonar (maior problema): se PaO2 < 65 ou SatO2 < 90% pode IOT + VM Contusão Miocárdica · Trauma contuso que pega o VD, gerando insuficiência cardíaca (IVD), arritmias, bloqueio de ramo direito · Diagnóstico: clínica + ecodoppler/ECG. Não se pede marcador de necrose. Definitivo é o AP · Conduta: monitorização 24h (mais vulnerável a arritmia maligna)+ dobutamina Laceração de Aorta · Laceração ao nível do ligamento arterioso hematoma tampona em 20% dos casos (aorta permanece tamponada por até 24h) · Lesão depois de subclávia E pulso normal em MS e diminuído em MI · Diagnóstico: clínica + imagem RX: alargamento do mediastino > 8 cm, perda do contorno aórtico · TC (sensibilidade e especificidade de 100%): quando positiva deve ser complementada com aortografia (padrão ouro). · Conduta: Bbloq, se possível. O definitivo é cirúrgico (toracotomia esquerda ou terapia endovascular) TRAUMA ABDOMINAL Trauma fechado: órgão mais acometido é o baço! Trauma penetrante · Arma de Fogo: delgado · Arma Branca: fígado Sinal do cinto de segurança: lesa mais o intestino delgado! Quais exames solicitar no trauma abdominal? · TC: melhor exame para trauma abdominal, mas exige estabilidade hemodinâmica! · Avalia de f · orma específica as lesões abdominais · Avalia retroperitônio · Lavado Peritoneal (LPD): exame mais sensível para encontrar sangue no abdome, mas leva tempo · O sangue da incisão pode fazer falso-positivo · Inicia-se aspirando → se houver ≥ 10ml sangue ou restos alimentares = LPD positivo OU · Instilar 1L cristaloide aquecido ou 10ml/kg (criança), aguardar 5min e coletar efluente. · Hemácias > 100.000, leuco > 500, amilase > 175, bile = LPD positivo · FAST: analisa os seguintes locais (losango abdominal):Quando indicar o LPD / FAST? - Contusão abdominal c/ exame físico não confiável (↓ consciência) - Politraumatizado em que o abdome pode ser possível fonte hemorrágica - Hipotensão ou choque no politrauma sem causa aparente · Saco pericárdico · Espaço hepatorrenal · Espaço esplenorrenal · Pelve/fundo de saco Não avalia retroperitôneo, mas é o exame mais rápido · E-FAST: FAST extendido, avalia também o espaço pleural! · Videolaparoscopia: avalia lesões penetrantes na transição toracoabdominal Como indicar laparotomia? · Perguntar se o abdome é cirúrgico: · Trauma penetrante: tem choque, peritonite, evisceração é cirúrgico! · Trauma fechado: tem peritonite ou (retro) pneumoperitônio é cirúrgico! · Se é cirúrgico, prosseguir com laparotomia! Trauma penetrante não-cirúrgico · Se foi por arma de fogo: laparotomia (intensidade do trauma é muito elevada; > 95% dos casos há lesão intraperitoneal) · Se flancos ou dorso: TC antes! · Se foi por arma branca: fluxograma! LESÃO POR ARMA BRANCA* SIM LAPAROTOMIA O ABDOME É “CIRÚRGICO”? (choque, peritonite, evisceração) NÃO EXPLORAÇÃO DIGITAL DA FERIDA NEGATIVA Não violou peritônio ALTA POSITIVA ou DUVIDOSA OBSERVAR POR 24H: EXAME FÍSICO SERIADO + Hb (HMG) DE 8/8 HORAS ALTERAÇÃO REINICIAR DIETA + REVER ANTITETÂNICA + ALTA SIM NÃO LAPAROTOMIA ABDOME “CIRÚRGICO” ou CHOQUE LEUCOCITOSE ou QUEDA Hb > 3g/dL * Válido para lesões em abdome anterior CONSIDERAR TC /LPD/FAST CONDUTA CONVERVADORA: estabilidade hemodinâmica, ter condições de observação/intervenção (TC, angiografia) e não é abdome cirúrgico TRATAMENTO CLÍNICO x CIRÚRGICO BAÇO Quadro clínico: sinal de kehr (dor referida em ombro) Tratamento clínico · Apenas com estabilidade hemodinâmica! · TC mostrando lesões grau I até III Tratamento cirúrgico: lesões grau IV ou V · IV – desvascularização > 25% baço · V – baço pulverizado · Cirurgia: esplenorrafia ou esplenectomia parcial/total. Sempre a menor possível! · Dreno: só se houver lesão de cauda de pâncreas · Vacinar contra pneumococo, haemophilus e meningococo FÍGADO Tratamento clínico · Apenas com estabilidade hemodinâmica e/ou controlou sangramento com angioembolização Tratamento cirúrgico · Se instável hemodinamicamente ou se lesão grau VI (avulsão hepática). Deixar dreno! · Lesões simples (I, II, III): compressão, hemostáticos tópicos, rafia simples · Lesões complexas (IV, V, VI): ressecção segmentar · Se o sangramento for difuso: manobra de Pringle – clampear ligamento hepatoduodenal (clampleia colédoco, a.hepática, v.porta) · Se continua a sangrar: lesão de cava inferior (retro-hepática) ou veias hepáticas DUODENO Perfuração ou contusão Trauma penetrante · Retropneumoperitônio · Escoliose antálgica · Dor lombar irradiando para região escrotal/pequenos lábios · Crepitação ao toque retal (ar ao redor do reto, que está extraperitonial) · Sinais radiológicos: ar delineando rins · Conduta: laparotomia! Trauma fechado · Lesão clássica é o hematoma da parede duodenal – obstrução pelo hematoma que reduz a luz duodenal (náuseas, vômitos) · Sinais radiológicos · RX contrastado: imagem em mola em espiral ou empilhamento de moedas · Melhor exame: TC · Conduta · Conservadora: descompressão gástrica + NPT · Se não melhora em 2 semanas laparotomia! INTESTINO DELGADO Quadro clinico: sinal do cinto de segurança, pneumoperitôneo, peritonite · Rafia primária se lesão < 50% da circunferência · Ressecção + anastomose primária se lesão > 50% da circunferência INTESTINO GROSSO + RETO O segmento mais afetado é o colo transverso! Rafia primária se: · Lesão < 50% circunferência da parede · Cirurgia precoce (4-6h) · Estabilidade hemodinâmica · Ausência de lesão vascular · < 6 concentrados de hemácias · Ressecção + anastomose primária · Estabilidade hemodinâmica, mas não preenche todos os critérios acima! · Hartmann ou “Controle de Danos” · Se instabilidade hemodinâmica! · Colostomia proximal e reconstrução do trânsito intestinal em outro tempo cirúrgico Terço distal ou lateral ou posterior do reto: · Colostomia de proteção + drenagem pré-sacra PÂNCREAS A maioria exige tratamento cirúrgico. · TC não mostra lesão do ducto → drenagem! · TC mostra lesão do ducto · Lesão de corpo e cauda (esquerda da v. mesentérica sup.) · Pancreatectomia distal + drenagem · Cabeça (direita da v. mesentérica superior) · Lesões simples: drenagem + ressecção · Graves ou junto com duodeno: Whipple (duodenopancreatectomia) HEMATOMA RETROPERITONEAL · Zona 1 · Aorta e cava · Contuso: explorar (exceto retrohepático) · Zona 2 · Rins e adrenais · Contuso: não explorar (exceto se estiver expandindo) · Zona 3 · Vasculatura pélvica · Contuso: não explorar (exceto se expandindo ou exsanguinando) · Se for trauma penetrante, independente da zona, deve-se explorar sempre! PRESSÃO INTRA ABDOMINAL E SÍNDROME DE COMPARTIMENTO ABDOMINAL (SCA) · A PIA normal varia entre 5-7mmHg · Hipertensão abdominal: PIA > 12mmHg mantida ou repetida · Síndrome compartimental abdominal é quando a PIA é ≥ 21mmHg (grau III) + lesões de órgãos · PIA elevada, ↑ pressão de admissão no respirador, hipóxia e hipercapnia, ↓ fluxo sanguíneo esplâncnico e renal, compressão de cava inferior, ↓ DC, ↑ PVC, RVP e PIC · Conduta: posição supina, reposição volêmica cuidadosa, drenagem de coleções intra-abdominais · Não melhorou, abdome tenso, IResp ou renal ou TCE grave com HIC → descompressão · Quando grau IV (PIA > 25) → realizar descompressão! · PIA > 21mmHg + TCE grave + HIC descompressão! · Descompressão com peritoneostomia e Bolsa de Bogotá! Grau I 12-15mmHg Grau II 16-20mmHg Grau III 21-25mmHg (28-33cm H2O) Grau IV > 25mmHg (> 33cm H20) SCA: PIA ≥ 21mmHg + disfunção de órgãos (IRA, IRPa - dificuldade de ventilação, hipotensão, HIC) + (PAM – PIA < 60mmHg) CIRURGIA PARA CONTROLE DE DANOS · Evita a tríade mortal: hipotermia, coagulopatia e acidose · Realiza-se uma cirurgia inicial breve, apenas para controle de sangramento, menos tempo de cirurgia aberta reduz a chance da tríade mortal · Controle vascular, sutura de lesões orgânicas (reduzir contaminação) · Encaminhar para UTI para reanimação · Reoperação planejada (anastomoses, reconstruções complexas) em melhores condições ABERTURA OCULAR RESPOSTA VERBAL RESPOSTA MOTORA ESPONTÂNEA 4 ORIENTADA 5 OBEDECE COMANDO 6 ESTÍMULO VERBAL 3 CONFUSA 4 LOCALIZA A DOR 5 ESTIMULODOLOROSO 2 INAPROPRIADA 3 RETIRA O MEMBRO 4 AUSENTE 1 INCOMPRENSÍVEL 2 FLEXÃO ANORMAL 3 AUSENTE 1 EXTENSÃO ANORMAL 2 AUSENTE 1 TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO TCE LEVE: 13-15 TCE MODERADO: 9-12 TCE GRAVE: ≤ 8 · TCE grave: Glasgow ≤ 8, assimetria pupilar, assimetria motora, fratura aberta de crânio, fratura de crânio com afundamento (afundamento > que a espessura do crânio) Fraturas de base de crânio · Sinal de Battle · Sinal do guaxinim Não realizar intubação naso! Não passar cateter NG! Pode passar orogástrica · Hemotímpano · Rinorreia, otorreia Neurotrauma · Choque neurogênico · PA cai pela perda da aferência simpática · Lesão alta (acima de T3) faz bradicardia (queda da FC) e vasodilatação · Choque medular · Pancada na medula · Déficit neurológico – flacidez e arreflexia · Perda do reflexo bulbocavernoso Os 2 são provocados por lesão medular. Um é choque o outro é pancada. TCE LESÕES CEREBRAIS DIFUSAS Concussão cerebral → golpe e contragolpe (desaceleração súbita) · Perda temporária de função neurológica · Perda imediata da consciência < 6h, geralmente apenas segundos ou poucos minutos · Pode haver amnésia retrógrada, confusão, convulsão · Conduta: nada, evitar que tenha outras Lesão axonal difusa (LAD) → desaceleração súbita com cisalhamento lesando axônios · Perda imediata da consciência · Coma > 6h com PIC normal · Pensar em LAD quando o paciente está afundado, Glasgow baixo, porém TC normal na maioria dos casos · GLASGOW BAIXO + TC INOCENTE = LAD Concussão cerebral “Nocaute” Lesão axonal difusa (LAD) “Lesão por cisalhamento” Lesão por desaceleração (ocorre uma desaceleração tanto do tronco quanto do córtex) Clínica: Perda súbita da consciência (por até 6 horas) Conduta: observação Além da desaceleração, na LAD também temos uma rotação. A grande causa é o capotamento. Ocorre uma lesão por cisalhamento. Clínica: Perda súbita da consciência (por mais de 6 horas) Atenção: Glasgow baixo + TC “inocente” LESÕES CEREBRAIS FOCAIS · Hematomas extradurais/epidural – lesão arterial · Trauma em face lateral do crânio · Compromete a artéria meníngea média (abaixo do osso temporal) · Fatores de risco: trauma grave no osso temporal (do lado da cabeça) · O paciente bate a cabeça, apaga e acorda por causa da concussão, mas apaga novamente e morre · Clínica → Intervalo lúcido · RX: fratura do osso temporal · TC: lesão hiperdensa biconvexa · Tratamento cirúrgico se: · ECG ≤ 8 + anormalidades pupilares / desvio da linha média ≥ 5mm / assintomáticos com espessura do hematoma > 15mm / volume > 30ml · Hematomas subdurais – lesão venosa · Efeito de massa → desvio da linha média · Compromete as veias ponte (no espaço subdural) · Fatores de risco: atrofia cortical, anticoagulantes · TC com lesão hiperdensa em crescente, que acompanha a convexidade cerebral · Clínica progressiva · Cefaleia unilateral, midríase unilateral, ↑ PIC, coma, hemiparesia contralateral · 1/3 dos pacientes podem apresentar intervalo lúcido! · Tratamento cirúrgico se: · Espessura > 10mm / Desvios da linha média ≥ 5mm / ECG ≤ 8 ou queda ≥ 2 / Assimetria pupilar HEMATOMA EXTRA / EPIDURAL HEMATOMA SUBDURAL · Espaço epidural · Vaso: artéria meníngea média · Fator de risco: trauma intenso no osso temporal · Clínica: intervalo lúcido (50-60%) · Neuroimagem: imagem “biconvexa” · Espaço subdural · Vaso: veias ponte · Fator de risco: atrofia do córtex (idoso, alcoólatra, coagulopatia) · Clínica: progressiva · Neuroimagem: imagem “crescente”
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