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Introdução à Psicologia Hospitalar e da Saúde

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Sabrina Feitosa de Sousa 
CURSO INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA HOSPITALAR E DA SAÚDE|LAPHS 
 
 
Diretivas Antecipadas de Vontade (DAVS) 
Envolve autonomia, legislação, questões 
da finitude humana. Isto é, envolve muitas 
questões tabu. 
A busca do prolongamento de vida, ou 
seja, longevidade. Infelizmente, a 
longevidade pode, algumas vezes, apenas 
prolongar a vida, sem prolongar a 
qualidade de vida. 
Autonomia e autodeterminação: é a 
capacidade do sujeito de poder decidir, de 
ser informado, de consentir ou recusar 
tratamentos. É o respeito às decisões do 
paciente. 
Autonomia é a capacidade de tomar 
decisões independente. Enquanto a 
autodeterminação é ser respeitada em 
suas decisões. 
Há pacientes que desejam exercer sua 
autodeterminação, mas há aqueles que 
não desejam e delegam essa 
responsabilidade a outros. 
É preciso entender a legislação, entender o 
que eu, enquanto profissional, posso ou 
não fazer: Constituição Federal; Código 
Civil, no Artigo 15 do capítulo II, se refere 
aos Direitos da Personalidade; Declaração 
Universal sobre Bioética e Direitos 
Humanos em seu artigo 5º Autonomia e 
responsabilidade individual (respeito à 
autonomia); Estatuto do Idoso (garante o 
idoso saudável como um ser humano capaz 
de tomar decisões). 
Quando o paciente deseja exercer sua 
autodeterminação, é preciso sensibilizá-lo 
para comunicar suas decisões aos 
familiares. 
As Diretivas Antecipadas de Vontade 
(DAVs) é conhecida por diversos nomes 
como testamento biológico, testamento 
vital, entre outros. É um conceito da 
medicina. 
As DAVs devem ser construídas com o 
médico, devem estar registradas em 
prontuários e pode ser registrada 
formalmente por um advogado também. 
No Brasil, as DAVs estão previstas na 
Resolução CFM 1995/2012. 
Essa resolução garante que o paciente é 
capaz de expressar o que deseja receber 
como tratamento, no futuro. Esse desejo é 
registrado no prontuário. Quem tem a 
tomada de decisão para o respeito ou não 
às DAVs é o médico. 
Entretanto, a família também pode 
expressar os desejos do paciente. Além 
disso, nem todos os pacientes têm 
capacidade financeira para ter um médico 
ao longo da vida, assim, a família pode 
levar os desejos do paciente para o 
hospital. 
DAVs que desrespeitam o código de ética 
bioético não são cumpridas, como a 
eutanásia. Um paciente com desejo de 
eutanásia não tem esse pedido atendido. 
Por outro lado, DAVs que não 
desrespeitam e que foram registradas pelo 
paciente são superiores às decisões 
familiares e médicas. Isso não quer dizer 
que outros tratamentos não possam ser 
oferecidos ao paciente. 
Cuidados paliativos – aspectos psicológicos 
Equipe Matricial: orienta os profissionais 
dentro do hospital. 
Psicologia Hospitalar E d a S A Ú D E 
Sabrina Feitosa de Sousa 
CURSO INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA HOSPITALAR E DA SAÚDE|LAPHS 
 
Equipe da Comissão: faz ações de 
divulgações sobre cuidados paliativos. 
É preciso aceitar que somos seres finitos 
para trabalhar com cuidados paliativos. 
Precisamos enxerga-la da seguinte forma: 
natural e faz parte do ciclo da vida, sendo a 
última etapa. 
Meso fazendo parte do ciclo da vida, a 
morte ainda é vista como tabu pelas 
pessoas. 
A ideia da perda vai além da morte física, 
perdemos pessoas que vão embora, 
passamos de estágios da vida, terminar um 
livro, terminar um curso, terminar uma 
relação, ficar doente, tudo o que perdemos 
são “pequenas mortes” pois nos sentimos 
frustrados nessas situações. 
Atualmente, o processo da morte é lento, é 
chamado de morte crônica que é resultado 
do desenvolvimento do conhecimento 
sobre o ser humano somado à melhoria de 
qualidade de vida das pessoas. 
Apesar disso, a maioria das pessoas ainda 
tem medo da morte. A morte é um medo 
universal. Em seu livro A morte e o morrer, 
Elisabeth Kübler-Ross fala sobre isso. 
Tanatologia é o estudo da morte em todos 
os seus aspectos, como luto, cuidados 
paliativos, como o paciente lida com o 
morrer. 
Com o aumento de longevidade, houve o 
aumento de pacientes com doenças 
crônicas. A medicina trouxe modos 
artificiais de manter a pessoa viva, o que 
nos levou ao dilema que a bioética trata: 
prolongar a vida a todo custo ou priorizar a 
qualidade de vida? 
Eutanásia: antecipar a morte. Não é 
legalizada no Brasil. Preza por menos dias 
porque priorizam menos sofrimento. 
Ortotanásia: morrer naturalmente. É 
deixar a doença seguir o curso dela, mas 
fazendo o máximo possível para manter a 
qualidade de vida sem procedimentos 
invasivos. 
Distanásia: prolongar a morte, ou seja, 
distanciá-la ao máximo, mesmo quando ele 
está em um estado avançado da doença 
porque prioriza mais dias e menos 
sofrimento. 
O ideal dos cuidados paliativos é se iniciar 
junto ao diagnóstico. Mesmo em cuidados 
paliativos, a vida se finda. Cuidados 
paliativos não significa cura. 
Estágios Psíquicos da Morte e do Morrer 
ou Estágios da Terminalidade (Kübler-
Ross) 
São 5 fases no processo de terminalidade 
que são vividas junto aos acompanhantes, 
família e amigos: 
1. Negação: é quando ele recebe o 
diagnóstico. O paciente entra em um 
estado de torpor, de confusão. 
2. Raiva. 
3. Barganha: o paciente se dá conta de 
que irá morrer e tenta fazer uma 
barganha. Em geral, a religião do 
paciente entra nessa fase. 
4. Depressão: é um estado de preparação 
para a perda de todos os objetos 
amados. É preciso acolher o paciente 
para que ele possa talvez chegar na 
próxima fase. 
5. Aceitação: o paciente aceita que irá 
morrer. É um estágio difícil de 
acontecer. 
Atualmente, a pandemia do COVID torna 
os cuidados paliativos ainda mais 
complicados pois ainda não há estudos que 
comprovem quais pacientes se beneficiam 
dos tratamentos ou não. 
Küble-Ross também fala da esperança que 
ela pensava ser um sexto estágio. 
Entretanto, ela concluiu que todos os 
Sabrina Feitosa de Sousa 
CURSO INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA HOSPITALAR E DA SAÚDE|LAPHS 
 
pacientes e suas famílias, mesmo em 
outros estágios, eles têm esperança de 
que, no fim, tudo vai ficar bem. 
A esperança é fundamental para que o 
sujeito tenha motivação para enfrentar 
seus problemas de vida, até mesmo os 
comuns. 
Em doenças crônicas, os sintomas são 
tratados e não a doença. Tratando os 
sintomas é possível oferecer qualidade de 
vida ao indivíduo. Isto é, a ênfase é no 
alívio da dor e na qualidade de vida. 
O alívio dos sintomas fica mais para outras 
áreas, para nós fica o social, o espiritual e o 
psíquico. Para essas dimensões, é preciso 
conhecer a biografia do paciente. 
O papel do psicólogo é possibilitar 
expressão de sentimentos; facilitar 
comunicação entre paciente, sua família e 
profissionais da saúde. 
O paciente que não tem mais chance de 
cura, tem tratamento. E, para ele, há 
cuidados paliativos. 
Os cuidados paliativos se baseiam nos 
princípios da beneficência e da não 
maleficência. A Organização Mundial de 
Saúde (OMS) propõe que os Cuidados 
Paliativos consistem em assistência 
promovida pela equipe multidisciplinar 
com o objetivo de aliviar e prevenir 
sofrimento da família e do paciente que 
está em cuidados paliativos. 
Princípios dos Cuidados Paliativos: 
1. Fornecer alivio da dor e dos sintomas; 
2. Afirmar a vida e considerar a morte 
como natural; 
3. Oferecer um sistema de apoio que 
possibilite qualidade de vida; 
4. Auxiliar aos familiares; 
5. Trabalhar em equipe multidisciplinar; 
6. Não prolongar a vida a todo custo; 
7. Abarcar a dimensão espiritual; 
8. Melhorar a qualidade de vida; 
9. Iniciar o mais cedo possível. 
O psicólogo em cuidados paliativos: escuta, 
promove condições para que o paciente 
consiga ser escutado pela família e pelos 
profissionais da saúde. 
Psicologia e Equipe Multiprofissional 
O trabalho humanizado é muito 
importante no hospital. Para a 
humanização é importante se preocupar 
com a saúde mental do trabalhador 
também. 
→ Tipos de equipes: 
Multidisciplinar: equipe com vários 
profissionais de áreas diferentes que nãose relacionam, não se comunicam. 
Interdisciplinar: vários profissionais que se 
relacionam, se comunicam. 
Transdisciplinar. 
→ Pilares da humanização no trabalho da 
equipe interdisciplinar: 
• Atendimento integrado a pacientes; 
• Acompanhamento sistematizado para 
familiares; 
• Suporte e apoio psicológico para equipe 
de trabalho; 
• Supervisão, relatos de casos e visitas 
compartilhadas. 
O psicólogo não faz atendimento clínico no 
hospital. 
A psicologia deve ser parceira das outras 
áreas. 
O acolhimento faz parte da humanização. 
A atuação do profissional da saúde é no 
tripé: profissional – paciente – família. 
Uma equipe tem perfil interdisciplinar 
quando ela consegue acolher o paciente, 
acolher as famílias ou cuidadores também, 
dar suporte para profissionais e colegas de 
trabalho, profissionalizar a conduta 
humanizada. 
 
Sabrina Feitosa de Sousa 
CURSO INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA HOSPITALAR E DA SAÚDE|LAPHS 
 
Psicólogo na Linha de Frente do Covid-19 
Os equipamentos de proteção individual 
aumentaram durante a pandemia. 
Segundo a OMS, ter saúde e saúde mental 
e alcançar o completo bem estar, não só 
físico, mas social e espiritual também. 
Os efeitos da pandemia na saúde mental 
foram: aumento de transtornos mentais 
como depressão, ansiedade; aumento do 
luto antecipatório; aumento do medo de 
perder alguém e de morrer; isolamento; 
otimismo irrealista; estresse; resiliência. 
A atuação do psicólogo no hospital é 
realizar acolhimento dos pacientes e dos 
profissionais da saúde, escuta ativa, 
psicoeducação, recursos de enfrentamento 
e rede de apoio do paciente e dos 
profissionais de saúde, trabalhar a 
importância da adesão por parte do 
profissional de saúde no tratamento, 
possibilitar as visitas virtuais, compreensão 
e manejo das demandas, o paciente “não 
via” quem o atendia devido aos 
equipamentos de proteção individual. 
A pandemia do COVID afetou não só aos 
pacientes com COVID, afetou também os 
pacientes que já estavam internados ou em 
tratamento no hospital. 
Houve pacientes também que se sentiram 
culpados por contraírem o vírus, mesmo se 
cuidando. Então foi preciso trabalhar a 
culpa e o perdão do paciente com si 
mesmo. 
É importante não ter vergonha de pedir 
ajuda em casos que você, como psicóloga, 
reconheça que não conseguirá atender 
sozinha. 
Psicólogo na urgência e Emergência 
• Pronto atendimento: não 
necessariamente está vinculado ao 
hospital, nem sempre trabalha por 24h. 
• Classificação de risco: é o momento em 
que o paciente passa pela triagem para 
dizer em qual a gravidade do estado do 
paciente. Faz parte do plano nacional de 
humanização. 
• O objetivo do pronto socorro para a 
equipe médica é estabilizar o paciente. 
Enquanto para o psicólogo hospitalar é 
dar contorno a uma situação de 
ruptura. 
• Tríade: paciente – família – equipe. 
• Algo que o psicólogo faz e nem sempre 
outros profissionais fazem é a 
identificação de risco de ocorrer o 
autoextermínio. 
• Olhar o paciente além daquela doença, 
olhar como um todo. 
• Reconhecimento do corpo: é preciso 
realizar em casos de amputação de um 
membro do corpo. 
• Setting: não há setting específico, o 
setting terapêutico é o ambiente 
disponível. 
• Na internação ocorrem perdas 
concretas como perda da saúde e 
perdas simbólicas, como perda da 
convivência com pessoas que ele estava 
acostumado. 
• Não é possível trabalhar com 
planejamento no pronto socorro, mas é 
possível ter uma rotina. 
• Não deixe coisas importantes para 
depois. 
• Preparação do atendimento: identificar 
o paciente, a demanda. 
• Assistência: preparo cirúrgico 
(perspectiva psicológica), comunicação 
de más notícias (não necessariamente 
morte, pois comunicação da morte é 
uma obrigação do médico). 
• Encerramento do atendimento: o 
atendimento hospitalar é breve, 
Sabrina Feitosa de Sousa 
CURSO INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA HOSPITALAR E DA SAÚDE|LAPHS 
 
questão de dias; se houver questões 
que requer acompanhamento 
psicológico, encaminhar o paciente para 
a rede; prontuário é coletivo (se atentar 
pelo sigilo). 
• Ficha de notificação de violência: 
envolve coletar informações sensíveis. 
Psicólogo Hospitalar na Enfermaria 
• Queixa: o que concluímos do contexto; 
• Demanda: o que podemos acrescentar 
para ser tratado. 
• Fazer perguntas para o paciente se 
lembrar de bons momentos da vida. 
• Preparo de menores de 12 anos de 
momentos de visitas e despedidas do 
ente querido no hospital. 
• Uso do lúdico. 
• Pacientes com risco mais graves 
precisam ser visitados com mais 
frequência. 
Psicólogo na UTI – Unidade de Terapia 
Intensiva 
• O cuidado humanizado é muito 
importante. 
• Quando o paciente vai para UTI, ele é 
considerado de caso grave, sim. Porém, 
ainda existe a possibilidade de 
recuperação. 
• A UTI é para aqueles que precisam de 
cuidados por 24h. 
• É preciso conhecer um pouco dos 
aparelhos que monitoram o paciente 
para saber identificar quando o 
paciente precisa ser socorrido 
rapidamente. 
• A reunião multiprofissional é realizada 
todos os dias. 
• Falar em UTI, é falar em sentimento de 
descontinuidade, porque o sujeito 
internado perde a noção de 
previsibilidade do eu, de sua vida, ou 
seja, enfrenta um grande risco à 
integridade do eu. 
• Escalas de Nível de Consciência: 
Glasgow, RASS, RAMSEY, SAS. 
• Se o paciente perde a noção de onde ele 
está, o nível de consciência já está 
caindo. Quando perde a noção de si, o 
nível está grave. 
• É preciso ter uma noção do caso antes 
de começar atender. 
• Em casos de óbito, é preciso direcionar 
a família para os serviços necessários. 
Como o Serviço Social. 
• Se for preciso, acolhemos os 
profissionais que atenderam também. 
• Doença Crítica Crônica (DCC): pacientes 
que são doentes críticos, mas que ficam 
cronicamente na UTI porque começa a 
haver inflamações, alterações 
hormonais e metabólicas recorrentes. 
Em outras palavras, passa a estar na UTI 
por outros motivos que não seja pelo 
qual entrou. Nesses casos, a chance de 
óbito é grande. 
• PICS – Síndrome Pós-Terapia Intensiva 
do Paciente: com a pandemia, a 
ocorrência de PICS piorou. Maior 
chance de desenvolvimento de 
transtornos psicológicos e complicações 
físicas. 
• PICS-F – Síndrome Pós-Terapia 
Intensiva da Família: a família também 
corre riscos psicológicos e sociais devido 
ao estresse que enfrenta. 
• Família na UTI: reorganização da 
dinâmica familiar pois há uma quebra 
na rotina. 
• Ações de Humanização. 
• A equipe também pode se cansar por 
estar em constante contato com o 
sofrimento de outros. 
 
Sabrina Feitosa de Sousa 
CURSO INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA HOSPITALAR E DA SAÚDE|LAPHS 
 
Referências 
Material produzido com base nas palestras 
do curso. 
Veja Também: 
Locais Físicos do 
Hospital e suas 
Potencialidades em 
Desencadear Reações 
Psíquicas

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