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HIPOTIREOIDISMO Hipotireoidismo é causado pela deficiência do hormônio tireoidiano. O hipotireoidismo ocorre em qualquer idade, mas é particularmente comum em idosos. O hipotireoidismo pode ser · Primário: causado por doença na tireoide · Secundário: causado por deficiência de TSH · Terciário: deficiência hipotalâmica de TRH O hipotireoidismo secundário e terciário são agrupadas como hipotireoidismo central Fatores de Risco: · Idade acima de 65 anos · Sexo feminino · Puerpério · Historia familiar · irradiação previa de cabeça · Drogas como amildarona, lítio e tioamidas · Síndromes de down e de tunner · Dieta pobre em iodo · Hepatites C · Doenças autoimunes Manifestações metabólicas: intolerância ao frio, ganho de peso modesto (devido à retenção de líquidos e diminuição do metabolismo), hipotermia. Manifestações neurológicas: esquecimento, parestesias das mãos e dos pés são comuns. Manifestações psiquiátricas: alterações da personalidade, depressão, expressão facial embotada, demência ou psicose franca (loucura por mixedema) Manifestações dermatológicas: edema de face; mixedema; cabelo ressecado e escasso; pele seca, escamosa e espessada; macroglossia por depósito de substância amiloide na língua. Madarose lateral. Manifestações oculares: edema periorbital devido à infiltração com ácido hialurônico e sulfato de condroitina mucopolissacarídeos, pálpebras caídas por causa da diminuição do desejo adrenérgico. Manifestações gastrointestinais: constipação Manifestações ginecológicas: menorragia ou amenorreia secundária. Manifestações cardiovasculares: frequência cardíaca lenta, coração aumentado no exame. Os altos níveis de TRH hipotalâmico no hipotireoidismo primário levam a aumento da prolactina. A consequência deste fenômeno inclui alterações menstruais (menorragia e depois amenorreia), galactorreia em alguns casos e perda da libido. ETIOLOGIA DO HIPOTIREOIDISMO A principal causa de hipotireoidismo em todo o mundo é a deficiência de iodo. Nas regiões com ingesta adequada de iodo (incluindo o Brasil), as principais são tireoidite de Hashimoto e iatrogênica (tratamento do hipertireoidismo). DIAGNOSTICO LABORATORIAL Hipotireoidismo primário: TSH elevado e T4L baixo. Mas pode ser Subclínica com TSH elevado e T4L normal. Hipotireoidismo central (secundário ou terciário): TSH Baixo e T4L baixo. Muitos pacientes com hipotireoidismo primário apresentam concentrações circulantes normais de T3, provavelmente em virtude do estímulo mantido do TSH sobre a tireoide deficiente, resultando em síntese preferencial e secreção do hormônio biologicamente ativo T3. Consequentemente, o T3 sérico não é um exame sensível para hipotireoidismo. Anti TPO presente em caso de doença de Hashimoto. TRATAMENTO O principal medicamento usado em caso de hipotireoidismo é Levotiroxina ajustada até que as concentrações de TSH estejam de médias a normais. A dose inicial em pacientes jovens ou de meia idade que do contrário são saudáveis pode ser 1,6-1,8 mcg/kg por via oral uma vez ao dia. Pacientes com mais de 60 anos a dose inicial deve ser de 50 microgramas/dia. Pacientes com cardiopatia grave a dose inicial deve ser 12,5-25 microgramas ao dia. Doses maiores nesses pacientes pode acelerar a isquemia miocárdica evitando assim a revascularização coronariana. O objetivo de TSH é ficar dentro da faixa de referencia que é 0,5 até 5,0 um/litros. Iniciado o tratamento devemos dosar o TSH após 4 ou 6 semanas. No caso de hipotireoidismo central o controle da dose de levotiroxina deve ser feito de acordo com o T4Livre no sangue. A lexotiroxina é mais bem absorvida a noite, mas causa insônia. Por isso é comum prescreve-lo para serem ingeridos em jejum 1hora antes da primeira refeição. Pessoas que possuem problemas de má absorção intestinal devem ter atenção, pois requerem maior dosagem de levotiroxina: doenças de crohn, doença celíaca e gastrectomia. Algumas drogas reduzem a absorção de levotiroxina: omeprazol, hidróxido de alumínio, sulfato ferroso. Algumas drogas aumentam a absorção de levotiroxina: Rifanpicina, fenobarbital, carbamazepina, sertralina e estatinas. Algumas drogas diminuem a conversão de T4 em T3 como amiodarona, deficiência de selênio e cirrose hepática. Idosos acima de 65 anos e mulheres em terapia androgênica requerem doses menores de levotiroxina. O principal efeito adverso é resultado do tratamento: tireotoxicose. HIPOTIREODISMO SUBCLINICO É definido laboratorialmente como TSH elevado e T4L normal. Está sendo associada a maior probabilidade de DAC O tratamento de Hipotireoidismo subclínico é indicado nos seguintes casos: TSH maior de 10 mU/L Gravidez ou planos para engravidar. Pacientes com depressão, dislipidemia e anti TPO elevado. HIPOTIREODISMO NA GRAVIDEZ A formação do cérebro fetal depende de hormônios T4 maternos, principalmente no 1º trimestre. Por isso torna-se necessário aumentar a dose de Levotiroxina nas gestantes com hipotireoidismo. Além disso a placenta produz desiodase, enzima que degrada T4 em T3 inativo. O rastreio na gravidez se dá pela dosagem de TSH, T4L e anticorpos antitireodianos. TSH acima de 4 mU/L em grávidas suspeita-se de hipotireoidismo. Inicia-se a reposição com levo durante a gestação e após o parto. Se o TSH estiver abaixo de 2 mU/L em grávidas não é necessário fazer a reposição. Condições agudas: Doença hepática aguda, Doenças psiquiátricas, Aids e insuficiência renal alteram os hormônios da tireoide. EFEITOS DA AMIODARONA A amiodarona possui 40% de sua molécula composta por iodo. A amiodarona pode se acumular no tecido adiposo de pacientes que fazem fibrilação atrial secundária ao hipertireoidismo. A amiodarona pode provocar três efeitos: 1- Alterações agudas e transitórias na função tiroidiana. 1- Eleito de wolff-chaikoff: é uma redução dos níveis de hormônios tireoidianos causada pela ingestão de grandes quantidades de iodo 2- Efeito jod-basedow: Tireotoxicose por efeito do iodo, ou seja, se refere ao hipertireoidismo seguido à administração de iodo ou iodeto, seja por meio de suplementos dietéticos ou de contraste iodado. O efeito wolff-chaikoff é comum em paciente com anti- TPO positivo, ou seja, com doenças autoimune da tireoide. COMA MIXEDAMATOSO O coma mixedematoso é a manifestação mais grave do hipotireoidismo, constituindo uma emergência médica com mortalidade elevada. Apresenta com sintomas provenientes de uma queda importante do metabolismo basal, principalmente redução do nível de consciência e hipotermia. Pacientes não estão necessariamente em estado comatoso, mas sim com graus variados de rebaixamento do nível de consciência como letargia e sonolências, que podem ser de longa data. Os fatores desencadeantes são: infecções respiratórias e do trato urinário, AVE e administração de sedativos. Outros sinais e sintomas de coma mixedematoso: Hiponatremia Hipoventilação Bradicardia Hipoglicemia lactato elevado Dosagem de TSH, Tiroxina livre (T4) e Cortisol deve ser pedida. A concentração sérica de T4 é geralmente muito baixa. A concentração sérica de TSH pode ser alta, indicando hipotireoidismo primário, ou pode ser baixa, normal ou ligeiramente alta, indicando hipotireoidismo central. A maioria dos pacientes com coma mixedematoso tem hipotireoidismo primário. Tratamento de coma mixedematoso Levotiroxina em altas doses em bolus serve para repor o pool periférico hormonal e promove melhoras dentro de horas. Hidrocortisona: evitam a crise adrenal em doses de 50 mg a cada 6 horas. Outros cuidados: suporte ventilatório, rastreamento microbiológico para tratar infecções iniciais, correção de hiponatremia e hipoglicemia além de aquecimento com cobertores. TIREOIDITE DE HASHIMOTO Tireoidite de Hashimoto é a causa mais comum de hipotireoidismo primário nas regiões em que os níveis de iodo na dieta são adequados. Na tireoidite de Hashimoto ocorre a destruição autoimunitária da glândula, acompanhadade infiltrado linfoide e atrofia do parênquima. A evolução natural da tireoidite de Hashimoto é perda progressiva da função tireoidiana, embora possa haver inicialmente hipertireoidismo transitório devido a liberação de grânulos de hormônios que são liberados com a destruição celular. Tireoidite de Hashimoto resulta de resposta auto imunitária humoral e celular. A destruição progressiva do parênquima ocorre por: 1. Linfócitos citotóxicos (lt cd8+). 2. Macrófagos estimulados pelo ifn-γ liberado por linfócitos t auxiliares (cd4+). 3. Citotoxicidade celular dependente de anticorpos (ADCC), mediada por células NK e anticorpos. Na microscopia: As células foliculares sofrem modificações e se tornam volumosas, com citoplasma acidófilo ou granular e núcleos redondos e pleomórficos. Na microscopia: Pode haver aumento volumétrico gradual da glândula por intensa proliferação de feixes fibrosos hialinizados, infiltrado linfoide e aglomerados de células oxifílicas. É patognomônicos em visão microscópica a presença de células de askanazy como um estágio da lesão das células foliculares. Na fase avançada, a tireoide pode apresentar hipotrofia acentuada (chega a pesar cerca de 5 g ou menos), ficando constituída por raros folículos, tecida fibrosa e infiltrada de células mononucleares. Em aumento maior, os folículos são atróficos e contêm pouco ou nenhum colóide. O aspecto tem semelhanças com a doença de Graves. As diferenças são que na tiroidite de Hashimoto o infiltrado é mais intenso, as células foliculares são menores e não têm aspecto sugestivo de hiperatividade funcional. Clinicamente: doença manifesta-se por aumento de volume da tireoide, que apresenta consistência firme, superfície geralmente lobulada e menor mobilidade. Às vezes, são palpados nódulos. A tiroidite de Hashimoto, como a doença de Graves, tem mecanismo autoimune. Como todas as doenças da tiróide, predomina em mulheres (10:1 a 20:1). Ocorre geralmente na meia idade. Contudo, ao contrário da doença de Graves, causa hipotireoidismo de Hashimoto, por destruição dos folículos tiroidianos pela reação imune. É a causa mais comum de hipotireoidismo em regiões onde não falta iodo. Macroscopicamente, há moderado aumento difuso da glândula, que assume cor branco-acinzentada, devido ao predomínio do infiltrado inflamatório. A reação autoimune estimula tanto a formação de anticorpos contra vários antígenos tiroidianos, como a destruição de células foliculares por linfócitos T citotóxicos (mecanismos de imunidade humoral e celular). TRATAMENTO Reposição de hormônios tireodianos Ad eternum.
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