PUERICULTURA CADERNETA DE VACINAÇÃO A Caderneta de Saúde da Criança é um documento importante para acompa- nhar a saúde, o crescimento e o desenvolvi- mento da criança, do nascimento até os 9 anos. A partir dos 10 anos, a caderneta a ser utilizada é a Caderneta de Saúde do Adolescente. • Leve sempre a Caderneta de Saúde quando for com a criança aos serviços de saúde e em todas as campanhas de vacinação. • Converse com o profissional de saúde, tire suas dúvidas e peça orientações para que a criança cresça e se desen- volva bem. • Solicite ao profissional de saúde que preencha a Caderneta de Saúde. Esse é um direito da família e da criança. PONTOS IMPORTANTES O leite materno é um alimento com- pleto. Isso significa que, até os 6 meses, o bebê não precisa de nenhum outro alimento. A partir dos 6 meses, a amamentação deve ser complementada com outros alimentos. É recomendado que o bebê continue sendo amamentado até 2 anos ou mais. Quanto mais tempo o bebê mamar no peito, melhor para ele e para a mãe. Nos primeiros meses, o bebê ainda não tem horário para mamar. Ele deve ma- mar sempre que quiser. Com o tempo, ele faz o horário. Com alguns cuidados, a amamen- tação não machuca o peito e fica mais fácil para o bebê retirar o leite: • A melhor posição para amamentar é aquela em que a mãe e o bebê se sintam confortáveis. A amamentação deve ser prazerosa para a mãe e para o bebê. • O bebê deve estar virado para a mãe, bem junto de seu corpo, bem apoiado e com os braços livres. • A cabeça do bebê deve ficar de frente para o peito e o nariz bem na frente do mamilo. Só coloque o bebê para sugar quando ele abrir bem a boca. • Quando o bebê pega bem o peito, o queixo encosta na mama, os lábios ficam virados para fora, o nariz fica livre e aparece mais aréola (parte escura em volta do mamilo) na parte de cima da boca do que na de baixo. • O leite do início da mamada tem mais água e mata a sede; e o do fim da ma- mada tem mais gordura e, por isso, mata a fome do bebê e faz com que ele ganhe mais peso. • No início da mamada, o bebê suga com mais força porque está com mais fome e, assim, esvazia melhor a primeira mama oferecida. Por isso, é bom que a mãe co- mece cada mamada pelo peito em que o bebê mamou por último na mamada anterior. Assim, o bebê tem a oportuni- dade de esvaziar bem as duas mamas, o que é importante para a mãe ter bas- tante leite. TESTE DO PEZINHO O teste do pezinho, feito na criança logo após o seu nascimento, conforme esta- belece o Programa Nacional de Triagem Ne- onatal (PNTN), permite a detecção da fenil- cetonúria e do hipotireoidismo congênito (fase 1 do programa) e de hemoglobinopa- tias (fase 2), doenças que podem ser trata- das, prevenindo o retardo mental (que as duas primeiras enfermidades podem ocasio- nar) e as infecções e outras complicações que frequentemente podem ocasionar a morte de crianças com hemoglobinopatias. A pesquisa de hemoglobinopatias inclui a detecção de anemia falciforme e do traço falciforme, que, mesmo assintomático, traz im- plicação genética para a família. A fase 3 do PNTN acrescentará a triagem da fibrose cística (ou mucoviscidose). O teste deverá ser feito a partir do 3º dia de vida da criança, quando já ocorreu uma ingestão adequada de proteínas e é possível analisar com mais segurança o me- tabolismo da fenilalanina, evitando-se resul- tados falsos negativos para fenilcetonúria. Além disso, a dosagem de hormônio estimulante da tireoide (TSH) nas primeiras 24 horas de vida pode acarretar um au- mento de falsos positivos para hipotireoi- dismo congênito. Assim, a coleta para o exame deve ser realizada entre o 3º e o 7º dia de vida da criança. Fenilcetonúria – é um dos erros inatos do me- tabolismo de herança genética. O defeito metabólico gerado leva ao acúmulo do aminoácido Fenilalanina no sangue. Sem o diagnóstico precoce e do tratamento antes dos 3 meses de vida, a criança com Fenilce- tonúria apresenta um quadro clínico clás- sico, caracterizado por atraso global do desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM), deficiência mental, comportamento agitado ou padrão autista, convulsões, alterações eletroencefalográficas e odor característico na urina. Hipotireoidismo congênito – é uma emergência pediátrica causada pela inca- pacidade da glândula tireoide do recém- nascido em produzir quantidades adequa- das de hormônios tireoideanos, que resulta numa redução generalizada dos processos metabólicos. Sem o diagnóstico e trata- mento precoce, a criança terá o crescimento e desenvolvimento mental seriamente com- prometidos. O tratamento da doença con- siste na reposição dos hormônios tireóideos deficitários, no caso, reposição de levotiro- xina sódica (hormônio sintético). Doença falciforme e outras hemoglo- binopatias – a Doença Falciforme (DF) é causada por um defeito na estrutura da He- moglobina, que leva as hemácias a assumi- rem forma de lua minguante, quando ex- posta a determinadas condições como fe- bre alta, baixa tensão de oxigênio, infec- ções etc. As alterações genéticas na hemo- globina são transmitidas de geração em ge- ração. O paciente afetado apresenta as seguintes alterações clínicas: anemia hemo- lítica, crises vaso-oclusivas, crises de dor, in- suficiência renal progressiva, acidente vas- cular cerebral, maior susceptibilidade a in- fecções e sequestro esplênico. O ideal é que o tratamento seja iniciado antes dos quatro meses de vida. As principais medidas preconizadas são: administração de anti- bióticoterapia profilática (esquema especial de vacinação), suplementação com ácido fólico, além do seguimento clínico especiali- zado. Fibrose cística – a Fibrose Cística (FC) ou Mucoviscidose, é uma das doenças he- reditárias consideradas graves e afeta es- pecialmente os pulmões e o pâncreas, num processo obstrutivo causado pelo aumento da viscosidade do muco. Nos pulmões, esse aumento na viscosidade bloqueia as vias aéreas propiciando a proliferação bacteri- ana, o que leva à infecção crônica, à lesão pulmonar e ao óbito por disfunção respira- tória. No pâncreas, quando os ductos estão obstruídos pela secreção espessa, há uma perda de enzimas digestivas, levando à má nutrição. Sintomas mais graves e complica- ções incluem a desnutrição, o diabetes, a insuficiência hepática e a osteoporose. Den- tre os demais sintomas podem estar incluídos: dificuldade de ganho de peso, problemas respiratórios, perda de sal pelo suor, dor ab- dominal recorrente, icterícia prolongada, pancreatite recorrente, cirrose biliar e re- tardo no desenvolvimento somático. O tratamento do paciente com Fi- brose Cística consiste em acompanhamento médico regular, suporte dietético, utilização de enzimas pancreáticas, suplementação vi- tamínica (vitaminas A, D, E, K) e fisioterapia respiratória. Quando em presença compli- cações infecciosas, está indicada a antibió- ticoterapia de amplo espectro. Além do es- quema vacinal habitual, as crianças devem receber também imunização antipneumocó- cica e anti-hemófilos. Hiperplasia adrenal congênita – a denominação hiperplasia adrenal congê- nita (HAC) engloba um conjunto de síndro- mes transmitidas geneticamente, que se ca- racterizam por diferentes deficiências enzi- máticas na síntese dos esteroides adrenais. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado melhoram o padrão de cresci- mento podendo normalizá-lo na maior parte dos casos. As manifestações clínicas na HAC dependem da enzima envolvida e do grau de deficiência enzimática (total ou parcial). O diagnóstico precoce e o tratamento adequado melhoram o padrão de cresci- mento podendo normalizá-lo na maior parte dos casos. O tratamento deve ser contínuo ao longo da vida. Deficiência de biotinidase – a defici- ência de biotinidase (DBT) é uma doença metabólica hereditária na qual há um de- feito no metabolismo da biotina. Clinica- mente, manifesta-se