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Antibioticoterapia Lavínia Vasconcellos Patrus Pena 2021 2021 Meningite Bacteriana Aguda -> principais agentes: S. Pneumoniae, N. meningitidis, H. Influenzae b, L. monocytogenes, S. aureus, S. agalactiae Antibióticos: substâncias produzidas por organismos vivos (fungos, bactérias etc.) que inibem o crescimento ou destroem outros microrganismos · Em sentido + amplo: incluir as substâncias sintéticas ou semissintéticas com a mesma ação · Conhecimento dos processos moleculares de replicações bacterianas permitiu o desenvolvimento racional de compostos que interferem no seu ciclo vital Uso irracional de antibióticos · Infecções virais (sarampo, catapora e 90% das infecções do trato respiratório superior) · Tratamento de estados febris de origem desconhecida · Dosagem ou frequência incorretas · Necessidade de outras condutas simultâneas, (ex. drenagens, remoções etc.) · Falta de conhecimentos bacteriológicos Susceptibilidade / resistência aos antibióticos · [] do antibiótico no local da infecção deve ser suficiente para inibir o crescimento do microrganismo agressor, e não ser tóxica ao hospedeiro -> definição individual · Defesas do hospedeiro preservadas = agentes bacteriostáticos (inibir o crescimento -> controlar um pouco a resposta e o sistema imune do organismo do individuo ajudar também) · Defesas do hospedeiro diminuídas = agentes bactericidas (destruição) Prevenção da resistência bacteriana: vacinação apropriada, cateteres estéreis, lavagem mãos, antibioticoterapia baseada padrões locais, infecção Vs colonização (cateter), profilaxia Escolha de um antibiótico -> 3 situações frequentes: · Terapia empírica (inicial): agente não foi identificado e existe risco na espera: escolher antibiótico de largo espectro ou associações · Terapia racional (definitiva): agente agressor identificado: espectro estreito e atóxico · Terapia profilática: cirurgias (+ comum: infecções de pele) ou contato íntimo com a bactéria: escolher o + indicado (usualmente usa-se uma dose menor) 1900 Relatos do uso de arsênico para tratar sífilis 1936 Uso clínico das sulfonamidas 1940 Valor terapêutico da penicilina e da estreptomicina -> era moderna da terapia antibiótica 1950 Anos dourados” da quimioterapia antimicrobiana Inevitável Destino dos Antibióticos · Glicopeptídeos: classe com maior potência para os gram positivos 1944 S. aureus resistente à Penicilina 1961 SARO: S. aureus resistente à Oxacilina 1997 GISA: S. aureus intermediário aos Glicopeptídeos 2002 GRSA: S. aureus resistente aos Glicopeptídeos Princípios de Antibioticoterapia Situação ideal: · Diagnóstico do estado infeccioso · Diagnóstico etiológico (de certeza) diferente de diagnóstico presuntivo · Conhecer sensibilidade do germe -> utilizar ATB dirigido ao agente e menor espectro Aspectos importantes sobre uso de ATB: mecanismo de ação, espectro de atuação, farmacocinética (interações e efeitos adversos), posologia e principais indicações clínicas Principais classes: Betalactâmicos (parede celular), Aminoglicosídeos, Macrolídios, Lincosamidas, Quinolonas, derivados de Imidazólicos Glicopeptídeos, Cloranfenicol/Tianfenicol, Tetraciclinas, Polimixinas, Estreptograminas, Derivados da Sulfa Via de administração · Via oral: tratamento de casos leves a moderados -> comodidade, economia, facilidade de uso · Via endovenosa: via de escolha para infecções graves · Nível terapêutico imediato · Comodidade para administrar doses elevadas · Biodisponibilidade é integral (sem perda na absorção ou inativação gástrica) · Via Intramuscular · Tópica Betalactâmicos Todos têm em comum uma amida cíclica (anel) Drogas bactericidas Compartilham o mesmo modo de ação, mas tem propriedades muito distintas Penicilinas, Cefalosporinas, Carbapenêmicos (ação em bactérias + resistentes -> ambiente intrahospitalar) e Inibidores da Betalactamase Ligação a proteínas que se localizam entre as 2 membranas -> impede a ancoragem da proteína entre as 2 membranas da parede celular -> não formação da parede celular Resistência: 1928: Fleming descobre a penicilina 1941: Início do uso da penicilina para fins terapêuticos + de 70 anos depois ainda são as drogas “centrais” no tratamento antimicrobiano de uma enorme variedade de infecções Penicilinas Naturais Penicilina G e Penicilina V Benzilpenicilina: Formas · Cristalina = eliminação rápida -> 12 a 24 milhões UI/dia · Procaína (600.000UI) e benzatina (1.200.000UI) = depósito Espectro de ação · Espiroquetas: Leptospira interrogans e Treponema pallidum · Anaeróbios: Clostridium spp, Fusobacterium, Peptostreptococcus sp · Exceto: B. fragilis · Cocos gram negativos: Neisseria meningitidis · Cocos gram positivos: Estreptococos: S. pneumoniae, S. pyogenes, S. agalactiae, Streptococcus grupo viridans · Outros: Listeria monocytogenes (meningite nos extremos de idade), Actinomyces · Exceto: Nocardia, Pasteurella multocida Indicações + comuns: infecções estreptocócicas: amigdalites, erisipela, endocardites (subagudas), infecções puerperais e dentarias, Actinomicoses (exceto Nocardia), leptospirose e sífilis Semissintéticas Penicilinas + Radicais: Isoxazolilpenicilinas, Aminopenicilinas, Ureidopenicilinas, Carboxipenicilinas Oxacilina/ Isoxazolilpenicilinas Após a década de 1940, rapidamente emergiram cepas de S. aureus resistente a penicilina natural · S. aureus = produção de penicilinase (B-lactamase) Drogas resistentes à ação das penicilinases -> betalactamases Ação contra Estafilococos sensíveis à meticilina/oxacilina: MSSA (meticilina susceptível ao S. Aureus) ou Estafilococo oxa-S Oxacilina -> droga disponível no Brasil · Ligação proteica 84-98% (prejudica atividade) · Eliminação renal ~ 80% · Baixa absorção tubo digestivo (uso parenteral) · Intervalo de uso: 4-6h (meia-vida curta) Indicações: droga de escolha após identificação de estafilococos MSSA: Celulite, Furunculose, Endocardite, PAC, Osteomielite Aminopenicilinas Espectro de ação · Cocos gram positivos: Streptococcus pyogenes, S. pneumoniae, S. viridans · Enterococos: > atividade E. Faecalis · Listeria · Bacilos Gram negativos: E. coli, Proteus, H. influenzae não produtor betalactamase, Salmonella, Shigella Sem atividade contra: Klebsiella, Enterobacter, Serratia, P. aeruginosa, Micoplasma, Clamídia, bacteroides fragilis · Resistencia natural a estas bactérias Ureidopenicilinas Piperacilina (espectro de ação um pouco + amplo que as Aminopenicilinas): dosagem e segurança · Dose habitual: 200-300 mg/kg/dia 4/4-6/6 h · Insuficiência renal: ajuste necessário · Insuficiência hepática: sem necessidade Piperacilina + Tazobactam Inibidores de betalactamase Inibe uma enzima que destrói os betalactâmicos -> em quadros em que há uma maior chance de resistência ao betalactâmicos Associação Betalactâmico/IBL · Betalactamases · Cromossômicas (B. fragilis, P. aeruginosa, enterobactérias, MRSA) · Plasmidiais: Staphylococcus epidermidis, Enterococcus faecalis, Haemophilus influenzae, Neisseria gonorrhoeae e Moraxella catarrhalis · Inibidores das betalactamases: · Agem melhor nas betalactamases plasmidiais · Restauram atividade dos betalactâmicos · Melhoram muito atividade contra anaeróbios · Restauram ação contra estafilococos Oxa-S Indicações: infecções mistas de origem comunitária, pneumonia aspirativa, peritonite, infecções necrotizantes de partes moles, pé diabético, otite e sinusite de repetição Cefalosporinas Classificação: 5 gerações: 1ª geração 2ª geração 3ª geração 4ª geração 5ª geração Cefalotina (cefalexina), Cefazolina, Cefadroxila Cefuroxima, Cefoxitina, Cefaclor Ceftriaxona, Cefotaxima, Ceftazidima Cefepime Ceftaroline, Ceftobiprole Derivadas do ácido 7-aminocefalosporânico (ACA) -> Cephalosporium Acremonium (esgoto da Sardenha) · Cefalosporina C em 1953: ATB fraco, mas com amplo espectro de ação e não era destruído pelas betalactamases e com ação anti estafilocócica Cefalotina foi sintetizada em 1964: 2 radicais · R1: espectro de ação; afinidade PBP; R as Betalactamases · R2: aumenta a meia-vida PrimeiraGeração Resistente às betalactamases dos estafilococos Oxa-Sensiveis Sensível às betalactamases dos gram negativos Atividade antimicrobiana: · Boa atividade contra cocos gram positivos (exceção enterecocos, MRSA e S. epidermidis) · Atividade restrita sobre gram negativo (Moraxella catarrhalis, Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae e Proteus mirabilis) · Atividade contra anaeróbios (cavidade oral) -> exceção: Bacteroides fragilis Indicações + comuns: pele, ITU não complicada e ITU em gestantes, profilaxia cirúrgica (Cefazolina), tratamento ambulatorial após esquema parenteral, faringoamigdalite (2ª escolha: estafilococos produtores de penicilinase) Não recomendadas para sinusite, otite média e PAC -> pouca ação contra H. influenzae e M. catarrhalis Segunda Geração Melhora espectro para gram negativo e perde para gram positivo Drogas de posologia muito ruim -> não utilizadas muito na prática Espectro de Ação: · Cocos gram positivos e negativos · H. influenzae, M. catarrhalis · Enterobactérias (E. coli, Klebsiella, P. mirabilis, Salmonella, Shigella) · Bacteroides fragilis (Cefoxitina) · Não oferece cobertura para Pseudomonas Indicações Clínicas: · Infecções respiratórias (faringoamigdalite, otite média aguda, sinusite aguda, pneumonia comunitária) -> 2ª escolha · Infecções de pele e subcutâneo (celulite sem porta de entrada -> alternativa à AMX/CLAV ou cefalexina) · Casos refratários -> pneumococo penicilino-resistente (resistência intermediária), Cefuroxima · Infecções urinárias por bacilo gram negativo entérico Terceira Geração Maior espectro contra gram negativo · H. influenzae, M. catarralis, Neisseria spp, Citrobacter spp, · Enterobacter spp, Acinetobacter spp, M morganii, Serratia sp Principais indicações: (Ceftriaxona e Cefotaxima) tratamento empírico de meningoencefalites bacterianas, infecções pneumocócicas, DSTs, infecções intestinais e peritonite bacteriana espontânea Ceftazidima: resposta contra Pseudomonas (frequência elevada em ambiente hospitalar) Melhor penetração SNC -> 1ª opção para meningocefalite Espectro ação da Ceftriaxona e Cefotaxima · Gram positivos e Gram negativos · Sem atividade contra: · Anaeróbios (AMX/CLAV) · Pseudomonas aeruginosa (Ceftazidima) · Legionella spp, Chlamydia spp, Mycoplasma spp (Macrolídios, Quinolona) · Listeria monocytogenes (Ampicilina) 3 lAVÍNIA VASCONCELLOS PATRUS pena
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