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Objetivos OBJETIVO 1: Entender a angina estável e instável, seu quadro clinico e diferenciá-la do infarto agudo do miocárdio OBJETIVO 2: Compreender a fisiopatologia da doença arterial coronariana, seu diagnóstico, tratamento farmacológico e seus mecanismos de ação OBJETIVO 3: Analisar os fatores de risco da doença coronariana aguda Angina Resumo • Tipo de dor no peito causada pela redução do fluxo sanguíneo para o coração. • Está relacionada com condições que provocam obstrução nas artérias coronárias. • A maior causa da angina é a doença coronariana aguda • A dor é uma consequência da liberação induzida pela isquemia de adenosina, bradicinina e outras moléculas que estimulam os nervos aferentes vagais e simpáticos Angina Estável (Típica): → É a forma mais comum de angina → Em 50% dos casos é o quadro clínico inicial de doença cardíaca isquêmica → Causada por um desequilíbrio na perfusão (fluxo sanguíneo) coronariana devido à presença de placa aterosclerótica. → A angina pectoris típica é variavelmente descrita como uma sensação de pressão profunda mal localizada, de aperto, ou de queimação → Ela geralmente é aliviada com repouso (diminuição da demanda de sangue) ou pela administração de vasodilatadores → Duração de 1 a 5 minutos Angina Instável: → Desconforto torácico grave → Duração prolongada: >20min → Descrita como dor evidente → Dor torácica em repouso ou em pequenos esforços físicos → Na maioria das vezes é causada pela ruptura da placa aterosclerótica, com trombose parcial superexposta e possivelmente embolização ou vasospasmo (ou ambos) → Aproximadamente metade dos pacientes com angina instável apresenta evidência de necrose do miocárdio; em outros, o infarto agudo do miocárdio pode ser iminente. Angina Variante ou de Prinzmetal: → Pacientes que apresentam dor torácica em repouso e supra de ST transitório no ECG. O mecanismo patogênico mais comum é o espasmo arterial coronariano. Espasmo arterial coronariano: • Aumento focal do tônus vascular, obstruindo intensamente o lúmen e reduzindo o fluxo sanguíneo • Pode haver presença de placa aterosclerótica ou não, pois em artérias sem ateroma o tônus basal pode estar aumentado em resposta ao estímulo vasoconstritor • O ateroma causa disfunção endotelial, podendo promover hiper contratilidade local. • Pode gerar formação de trombo, provocando IAM ou arritmia letal • O espasmo recorrente pode lesar a intima, conduzindo a formação de ateroma Angina X IAM Angina: desconforto no tórax (queimação), decorrente de isquemia miocárdica, tendo como principal causo a doença coronariana aguda, mas também pode advir de embolia, vasculite ou dissecção coronariana. Infarto Agudo do Miocárdio (IAM): necrose do tecido muscular cardíaco causando elevação dos Doença Arterial Coronariana marcadores bioquímicos de necrose miocárdica (CK-MB. Ocorre na maioria dos casos por aterotrombose (formação de um trombo que interrompe o fluxo sanguíneo das coronárias de forma súbita e intensa Fisiopatologia: Doença Arterial Coronariana • Ocorre quando há redução ou bloqueio súbito do fluxo sanguíneo para o coração, ou seja, é resultado da isquemia miocárdica – desequilíbrio entre o suprimento miocárdico (perfusão) e a demanda cardíaca por sangue oxigenado • A DCA pode resultar em: → Isquemia miocárdica → Angina: quando a isquemia não é grave o suficiente para provocar infarto, mas os sintomas apontam para o risco de infarto → Infarto do miocárdio: quando há necrose do tecido cardíaco devido a pouca perfusão → Arritmias cardíacas → Distúrbios de condução → Insuficiência cardíaca → Morte súbita • Aterosclerose é a causa mais comum da DAC • Geralmente há um longo período de progressão lenta das lesões coronarianas antes do início súbito dos sintomas. • Normalmente a distribuição da aterosclerose coronariana é irregular em diferentes vasos, mas ocorre tipicamente em pontos de turbulência, como nas bifurcações dos vasos. • À medida que a placa de ateroma cresce, o lúmen do vaso fica cada vez mais obstruído, acarretando isquemia, gerando angina de peito. O grau de estenose necessário para provocar isquemia varia de acordo com a demanda de oxigênio. • Ocasionalmente a placa ateromatosa se rompe, essa ruptura expõe colágeno e material trombogênico, o que ativa as plaquetas e a cascata de coagulação, resultando em trombose aguda, que interrompe o fluxo coronariano e causa isquemia do miocárdio • A doença arterial coronariana é dividida em 2 tipos Síndrome Coronariana Aguda • Constitui um conjunto de doenças cardíacas isquêmicas agudas, que variam de angina instável a infarto do miocárdio resultante do rompimento de uma placa aterosclerótica • Variam desde angina instável e do infarto do miocárdio sem elevação do segmento ST (IMSST) ao infarto do miocárdio com elevação do segmento ST (IMCST), que por sua vez indica necrose transmural • Sem o supra de ST no ECG são aqueles em que a obstrução coronariana é subtotal ou intermitente • Portadores de supra de ST geralmente tem obstruções coronarianas completas e angiografia Cardiopatia Isquêmica Crônica • Caracteriza-se por episódios transitórios de isquemia miocárdica e angina estável, que resultam em estreitamento do lúmen de uma artéria coronária em consequência da aterosclerose ou vasospasmo • A CI é frequentemente a manifestação tardia da aterosclerose coronariana que se iniciou durante a infância e adolescência • Em 90% dos casos a isquemia miocárdica é decorrente de lesões escleróticas obstrutivas nas artérias coronárias; Fatores de Risco • Tabagismo • Hipertensão arterial • Níveis altos de colesterol total e LDL acompanhados de níveis baixos de HDL • Diabetes • Idade avançada • Obesidade abdominal • Falta de atividade física • Pacientes com diabetes e síndrome metabólica tem riscos especialmente de desenvolver doenças cardiovasculares e morbidade significativa por essa doença Exames para Diagnóstico ECG: monitoramento da atividade elétrica do coração Prova de esforço: determina se há oxigênio suficiente e fluxo sanguíneo, assim como pode diagnosticar sinais e sintomas de DAC Ecocardiograma: possibilita saber tamanho, forma das válvulas, espessura do músculo e se o coração está com fluxo sanguíneo adequado Ecodoppler: permite visualizar o fluxo sanguíneo nas artérias e veias Angiografia cardíaca/cateterismo: exame invasivo que pode ser realizado de forma eletiva, para confirmar a presença de obstruções das artérias coronárias ou avaliar o funcionamento das valvas e do músculo cardíaco Cintigrafia do coração: finalidade de avaliar o fluxo sanguíneo nas artérias que nutrem o músculo cardíaco, detectando possíveis falhas na irrigação de determinadas regiões do coração Farmacologia da Doença Arterial Coronariana O tratamento medicamentoso depende dos sintomas, função cardíaca e presença de outros distúrbios → Antiplaquetários: previnem e diminuem coágulos por meio da inibição da enzima cicloxigenase (COX) bloqueando a formação de tromboxane A2, importante mediador de agregação plaquetária e vasoconstrição Ex: Acido Acetilsalicilico (AAS) → Nitratos: Atuam como vasodilatadores. Relaxam a musculatura lisa vascular, incluindo as coronárias. Ex: Minoxidil, hidralazina → Betabloqueadores/β-bloqueadores: bloqueiam os receptores beta-adrenérgicos, diminuindo assim a FC, demanda de O2 e contratilidade cardíaca. Reduzem também sintomas de angina • Família do “ol” Ex: Atenolol, propranolol → Bloqueadores dos canais de cálcio: impedem a entrada de cálcio no meio intracelular por se ligarem aos canais de cálcio. Promovem relaxamento do musculo liso e dilatação das arteríolas Ex: di-hidropiridinas (Diltiazem, Nifedipina) → Inibidores da Enzina Conversora de Angiotensina(IECA): bloqueiam a formação de AGT-II, diminuindo a vasoconstrição e a estimulação de aldosterona. Diminui o trabalho cardíaco prevenindo óbito e IAM. → Família do “il” Ex: captopril, enalapril, lisinopril → Estatinas: Possuem como mecanismo de ação a inibição competitiva da HMG-CoA redutase, enzima responsável pela formação de colesterol pelo fígado e, consequentemente, pela formação das lipoproteínas plasmáticas. Ex: Sinvastatina, Atorvastatina No entanto, é preferível optar por medicamentos que modifiquem a história da doença, tais como: betabloqueadores e antiagregantes plaquetários Estudos mais recentes, demonstraram que os betabloqueadores, através da redução do reinfarto e da morte súbita, e os antiagregantes plaquetários, em especial o ácido acetilsalicílico e a ticlopidina, modificam a história natural da DAC Referências: • Rang, H.P; Dale, M.M. Editora Elsevier, 8aedição, 2016. Farmacologia Clínica. Fuchs, F.D.; Wannmacher, L. Editora Guanabara Koogan, 4aedição, 2010. • Robbins & Cotran - Patologia - Bases Patológicas das Doenças, 8ª ed., Elsevier/Medicina Nacionais, Rio de Janeiro, 2010. • Efeitos protetores da aspirina contra infarto agudo do miocárdio e morte em homens com angina instável. - HD Lewis Jr , JW Davis , DG Archibald , NÓS Steinke , TC Smitherman , JE Doherty 3º , HW Schnaper , MM LeWinter , E Linares , JM Pouget , SC Sabharwal , E Chesler , H DeMots https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/?term=Lewis+HD+Jr&cauthor_id=6135989 https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/?term=Lewis+HD+Jr&cauthor_id=6135989 https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/?term=Davis+JW&cauthor_id=6135989 https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/?term=Davis+JW&cauthor_id=6135989 https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/?term=Archibald+DG&cauthor_id=6135989 https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/?term=Archibald+DG&cauthor_id=6135989 https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/?term=Archibald+DG&cauthor_id=6135989 https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/?term=Steinke+WE&cauthor_id=6135989 https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/?term=Steinke+WE&cauthor_id=6135989 https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/?term=Smitherman+TC&cauthor_id=6135989 https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/?term=Smitherman+TC&cauthor_id=6135989 https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/?term=Doherty+JE+3rd&cauthor_id=6135989 https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/?term=Doherty+JE+3rd&cauthor_id=6135989 https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/?term=Doherty+JE+3rd&cauthor_id=6135989 https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/?term=Schnaper+HW&cauthor_id=6135989 https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/?term=Schnaper+HW&cauthor_id=6135989 https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/?term=LeWinter+MM&cauthor_id=6135989 https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/?term=LeWinter+MM&cauthor_id=6135989 https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/?term=Linares+E&cauthor_id=6135989 https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/?term=Linares+E&cauthor_id=6135989 https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/?term=Linares+E&cauthor_id=6135989 https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/?term=Pouget+JM&cauthor_id=6135989 https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/?term=Pouget+JM&cauthor_id=6135989 https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/?term=Sabharwal+SC&cauthor_id=6135989 https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/?term=Sabharwal+SC&cauthor_id=6135989 https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/?term=Chesler+E&cauthor_id=6135989 https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/?term=Chesler+E&cauthor_id=6135989 https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/?term=DeMots+H&cauthor_id=6135989 https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/?term=DeMots+H&cauthor_id=6135989
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