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Síndromes cerebrais – causas congênitas ORGANIZAÇÃO HISTOLÓGICA Substância cinzenta (grisea) Externa do encéfalo (chama-se córtex); interna na medula (H medular) Corpos de neurônios, células da glia e prolongamentos (amielínicos) Substância branca (alba) Interna no encéfalo, externa na medula Células da glia e prolongamentos de neurônios mielinizados Não há corpos de neurônios LISENCEFALIA Característica ▪ Giros reduzidos ou ausentes ▪ Córtex espessado e histologicamente desorganizado Causa: distúrbio raro atribuído à migração neuronal anormal no córtex cerebral durante o desenvolvimento Distribuição: telencéfalo Perfil: cães (rara em gatos) ▪ Lhasa Apso (mais frequente) ▪ Descrito em Fox Terrier, Setter (hipoplasia e displasia cerebelar concomitantes) e gato Korat Manifestações clínicas: telencefálicas ▪ Crises convulsivas ▪ Dificuldade de aprendizado Diagnóstico Antemortem (presuntivo) ▪ Identificação (idade, raça) ▪ Histórico (dificuldade de aprendizado) ▪ Ressonância (ausência de giros e sulcos) Postmortem (definitivo) ▪ Redução de giros que caracteriza a doença Tratamento Não há Controlar crises convulsivas Prognóstico Doença não é progressiva nem fatal Pacientes podem ser animais de estimação aceitáveis, com ambiente adequado MENINGES Fazem a proteção mecânica do SNC Espaço epidural: entre o osso e a duramáter Espaço subdural: entre a duramáter e a aracnóide Espaço subaracnóideo: espaço entre a aracnóide e a piamáter onde está localizado o líquor/LCR) Duramáter (mais superficial, mais espessa e mais resistente, ricamente vascularizada, ricamente enervada por dois folhetos – externo e interno) Aracnóide (intermediária, áreas cavitárias e prolongamentos formam espaço subaracnóide – meninge em pata de aranha que se apoiam na piamáter – é onde está o LCR) Piamáter (mais interna, intimamente aderida ao encéfalo e à medula LÍQUOR LCR é produzido por um ultrafiltrado do sangue Proteção mecânica e química do SNC Ventrículos laterais Terceiro ventrículo Aqueduto mesencefálico Quarto ventrículo HIDROCEFALIA Característica: acúmulo excessivo de LCR no sistema ventricular, simétrico ou não Causas Hemorragias intraventriculares (distocias) Infecções virais (parainfluenza em cães e coronavírus em gatos) Exposição a teratógenos Deficiências nutricionais (Vitamina A) Teoria do Bulk flow: obstrução do fluxo (estenose do aqueduto mesencefálico) e absorção insuficiente (vilosidades aracnóideas) Teoria hidrodinâmica: complacência reduzida de tecido encefálico reduz reabsorção de líquido pelos capilares Distribuição: vários tipos de lesão em torno das câmaras Ventrículos laterais (telencéfalo), terceiro ventrículo (diencéfalo) aqueduto e o quarto ventrículo (tronco e o cerebelo) Por compressão e estiramento do parênquima encefálico Por isquemia Por edema intersticia Perfil: cães e gatos até 6 meses de idade (Chihuahua, YorkShire, Poodle toy, Pequinês, Pinscher) Manifestações clínicas Critérios de hidrocefalia: ventriculomegalia, manifestações clínicas, sem processo patológico ativo Casos assintomáticos são ventriculomegalia Mais frequente em tálamo-cortical (ventrículos laterais) (mais alteração de comportamento do que convulsões) Pode ter sinal vestibular e cerebelar (raro) Relação inconsistente entre grau de dilatação e sinais Aumento da calota craniana, estrabismo divergente (por má formação da órbita / não vestibular) Animais costumam ser menores Diagnóstico Identificação (idade, raça) Exame físico Ressonância (demonstração de ventriculomegalia sem outras alterações) US (pela fontanela aberta ou defeitos na calota craniana) LCR (descartar outras doenças) Tratamento clínico Manitol: 1 a 2 g/kg em 15 minutos, repetindo por 2 a 4 vezes nas próximas 24 horas Acetazolamida: 5 a 10 mg/kg a cada 6 a 8 horas por VO Furosemida: 0,5 a 4,4 mg/kg a cada 12 a 24 horas (VO, IV, IM) Prednisona: 0,25 a 0,5 mg/kg a cada 12h (VO) Omeprazol: 1 mg/kg a cada 24 horas (VO) Tratamento cirúrgico Derivação ventriculoperitoneal (desvio do ventrículo para dentro do peritônio da cavidade abdominal) nos refratários (complicações: obstrução, deslocamento, dano mecânico e infecção) Prognóstico Reservado a bom (depende da intensidade das manifestações clínicas) Taxa de sucesso cirúrgica de 50% a 90% Caso clínico Canino, macho, SRD, 3 anos Queixa: andar em círculo para esquerda Aparecimento: crônico (desde filhote) Duração: 3 anos Evolução: estável (sem nenhuma progressão) Outros sistemas: responsável nega alteração Manejo: protocolo vacinal apenas no primeiro ano de vida, sem reforço anual; contactante (mãe) assintomática Além de andar em círculos, o animal apresentava déficit visual (bolinha de algodão) e de ameaça no olho direito, déficit proprioceptivo nos quatro membros sendo que eram piores nos membros direitos
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