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Aula 9 - Síndromes cerebrais - causas neoplásicas e degenerativas

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Síndromes cerebrais – causas neoplásicas e degenerativas 
NEURÓGLIA X NEURÓPILO 
 Cerca de 100 bilhões no SNC, com até 10 mil 
conexões cada 
 Perderam a capacidade de divisão (muito 
especializadas) 
 Estima-se que haja 10 células gliais por 
neurônio 
 Como mantêm sua capacidade de divisão, 
são o tipo mais comum em neoplasia 
 Tumores com origem nos neurônios são menos 
frequentes 
 Micróglia: macrófago do SNC, possui 
atividade fagocitária e apresentadora de 
antígeno 
 Astrócito: com as projeções citoplasmáticas é 
a célula que dá sustentação ao neurônio, 
nutre as células nervosas por estar em contato 
íntimo com vasos sanguíneos e compõe a 
barreira hematoencefálica, fechando a 
comunicação entre o tecido nervoso e o 
sangue 
 Células ependimárias: formam o epêndima, 
tecido cubóide com arranjo epitelial que 
reveste as cavidades dos ventrículos e 
participa da produção de líquor 
 Oligodendrócitos: produzem a bainha de 
mielina no SNC, fazendo o isolamento elétrico 
do neurônio e com isso aumentando a 
velocidade de propagação do potencial de 
ação 
 
NEOPLASIAS PRIMÁRIAS 
 Tecido parenquimatoso (neurônios e células 
da glia): gliomas (astrocitoma, 
oligodendroglioma) 
 Tecido de revestimento (meninges e células 
ependimárias): ependimoma, meningioma 
(vários tipos histológicos; há relatos de 
múltiplos (17%) em gatos) 
 Elementos vasculares (plexo coróide): tumor 
de plexo coróide, papiloma e carcinoma 
 Outros: linfossarcoma primário, 
neuroectodérmicos primitivos (tumores de 
células embrionárias que deram origem ao 
SNC) 
 10% dos gatos APRESENTAM mais de um tipo 
de neoplasia intracraniana de forma 
concomitante 
 
NEOPLASIAS SECUNDÁRIAS 
 Pulmão 47%, rins 35% e coração 31% 
 Só 30% multifocais 
 Mais agudas que primárias 
 Metastáticas (hematógena): 
hemangiossarcoma (29%), carcinoma 
mamário, carcinoma pulmonar, carcinoma 
prostático (11%), linfoma (12%) 
 Por invasão / compressão: adenocarcinoma 
nasal (6%), macroadenoma hipofisário (25%), 
osteossarcoma e condrossarcoma da calota 
craniana, tumores de bainha de nervo (NCV) 
 18% a 23% dis animais com tumores 
intracranianos têm neoplasias concomitantes 
não relacionadas em tórax e abdome 
 
 Características: em geral, provocam efeito de 
massa (primários); casos raros de infiltração 
difusa. Metade das massas focais ocupam 
mais de uma região anatômica, dando a falsa 
ideia de doença multifocal no exame 
neurológico 
 Causa: incertas (como em seres humanos) 
 Distribuição: qualquer região do encéfalo (são 
mais comuns em cérebro do que em tronco e 
cerebelo) 
 
 Astrocitoma: região de cerebelo, diencéfalo e 
mesencéfalo 
 Plexo coróide: região de 4° ventrículo e 
ventrículos laterais 
 Meningioma: periferia, nas meninges 
 
 
 
 
Perfil: comum em cães e gatos 
 Meningioma é o tumor mais comum em cães 
e gatos 
o 80% brnignos em gatos / 43% malignos 
em cães 
o Em segundo, cães têm gliomas e gatos, 
linfoma 
 
 Qualquer raça (Boxer e Golden mais 
frequentemente) 
o Dolicocefálicos (Pastor, Collie, 
Golden): meningiomas / nasais e 
calota (que invadem o SNC) 
o Braquicefálicos (Boxer, Boston Terrier): 
gliomas /macroadenomas hipofisários 
 
 Única predileção de sexo é o meningioma em 
gatos machos 
 Adultos a idosos (mais de 5 anos; maioria 
acima de 9 anos) 
 
 Meningioma (extra-axial, cauda dural – 
característica bastante sugestiva dessa 
neoplasia, base larga, contraste regular, 
deslocam sem invadir) 
 
 Gliomas (intra-axiais, contraste mais fraco e 
menos uniforme, margens menos definidas) 
 
Manifestações clínicas 
 Conforme região acometida, como todas as 
doenças do sistema nervoso e efeitos 
secundários 
o Sinais inespecíficos (letargia, 
inapetência e anorexia) – 20% gatos 
o Queixas de alteração 
comportamental (por meses a mais de 
um ano) – maioria gatos 
o Possibilidade de dor cervical 
(compressão de meninge) 
o Convulsões em 50% dos cães (mais em 
lobo frontal e herniação) e 23% dos 
gatos (mais em gliomas e linfomas) 
 
 Conforme localização do tumor, exame 
neurológico pode ser normal (convulsão pode 
ser a única manifestação) 
 
Formas de lesão 
 Invasão tecidual direta 
 Edema peritumoral (explica efeito do 
corticoide) 
 Inflamação (explica efeito do corticoide) 
 Hidrocefalia obstrutiva (explica efeito do 
corticoide) e hemorragia: manifestação deixa 
de ser lenta e insidiosa e passa a ser aguda por 
esgotamento dos mecanismos de 
compensação ou por hidrocefalia obstrutiva e 
hemorragia 
 
Diagnóstico 
 Antemortem 
o Buscar neoplasias concomitantes 
antes de ir a técnicas avançadas de 
neurodiagnóstico (Rx de tórax, US 
abdominal) 
o Palpar linfonodos 
o Exames laboratoriais 
o Identificação e histórico 
o Ressonância (presuntivo, mas de 
qualidade; 65% de acurácia em 
predizer tipos de tumor) 
o LCR (mais para descartar outras 
afecções; inespecífico – não colecar 
líquor com PIC aumentada) 
o Biópsia (guiada por TC) 
 
Tratamento suporte 
 Independentemente de adotar a definitiva 
entrar com corticoide 
 Prednisona (0,5 mg/kg/BID), podendo 
aumentar ou reduzir, conforme resposta 
 Omeprazol (↓ produção de líquor e ↓ PIC) 
 Anticonvulsivante (fenobarbital pode sedar 
animais com formações rostrais) 
 
 
Tratamento definitivo 
 Cirurgia 
o Permite HP e descompressão 
o Principal indicação é meningioma e 
em gatos (20% a 25% de recorrência) 
em gatos não fica tão aderido no resto 
do tecido 
 
 Radioterapia (com ou sem cirurgia) 
o Meningiomas mais sensíveis 
o Doses diárias, sob anestesia geral, por 4 
semanas 
 
 Quimioterapia 
o Lomustina 60 a 90 mg/m2/ a cada 6 a 8 
semanas 
o Fenobarbital usa mesmas enzimas 
microssomais hepáticas que geram 
metabólitos antineoplásicos (reduz 
eficácia da lomustina) 
o Hidroxiuréia (50 mg/kg / 3 vezes por 
semana); 20 mg/kg/SID em humanos 
o Hidroxiuréia dá 7 a 8 meses de 
sobrevida X 4 meses só com prednisona 
 
Prognóstico 
 Bom para meningiomas felinos 
o Pós cirurgia: 58 meses para gatos e 6 
meses para cães 
o Cirurgia + radioterapia em cães: 16 a 
36 meses 
 
 Ruim para os demais, conforme tipo e 
localização (pouco precisas) 
 Rostrotentorial (rostral ao tentório do 
cerebelo): média 178 dias 
 Caudotentorial: média 28 dias 
 
 Prednisona: 120 dias (4 meses) 
 Hidroxiuréia + prednisona: 210 a 330 dias (7 a 
11 meses) 
 Radioterapia: 150 a 300 dias (há estudo com 
699 dias) (5 a 10 meses) 
 Radioterapia + quimioterapia: 912 dias 
 
 
 
 
 
CAUSAS DEGENERATIVAS 
SÍNDROME DA DISFUNÇÃO COGNITIVA 
 Característica: síndrome semelhante à 
doença de Alzheimer em humanos 
 Causa: incerta 
o Acúmulo de proteína neurotóxica 
(beta-amilóide – predomínio no córtex 
frontal e no hipocampo) dentro e em 
torno dos neurônios encefálicos 
(coalescem e formam placas 
neuríticas) 
o Acúmulo de proteína tau (precursora 
de emaranhados neurofibrilares dentro 
dos neurônios, impedindo que o 
neurônio exerça suas funções) 
 
 Envelhecimento 
o Atrofia cerebral 
o Alterações vasculares 
(microangiopatia / gliose) 
o Fibrose de parede de vasos 
o Espessamento meníngeo 
o Dilatação ventricular 
o Degeneração axonal e perda de 
mielina 
o Hipertrofia e hiperplasia astrogliais 
o Acúmulo de várias substâncias 
intraneuronais 
 
Eventos relacionados à progressão do déficit 
cognitivo 
 Dano celular mediado por espécies reativas 
de O2 
 Diminuição das defesas antioxidantes 
endógenas 
 Inflamação (gerada por diversos mecanismos) 
 Declínio da função mitocondrial 
 Dano ao DNA 
 Alteração da expressão gênica 
 Comprometimento vascular 
 Capacidade de neurogênese reduzida 
 Disfunção sináptica 
 Desequilíbrio de neurotransmissores 
 aumento de enzimas 
 
 Ciclo vicioso: 
o Dano neurovascular precede acúmulo 
de AB 
o Hipóxia estimula produção de ABo AB acumulada leva a dano vascular 
progressivo 
 
 Perfil: bem descrita em cães, mas também 
pode acometer gatos 
o Cães: > de 9 anos e gatos > de 12 anos 
o Pode começar com cerca de 7 anos 
o 28% dos cães entre 11 e 12 anos 
o 68% dos cães entre 15 e 16 anos 
o Evolui mais rápido em machos 
castrados (repor hormônio?) 
 
 Manifestações clínicas: inúmeras e 
inespecíficas 
o É provável que comprometimento 
cognitivo leve não seja percebido 
 
Como fechar o diagnóstico (perguntas p/ o tutor) 
 Desorientação 
o Encurralado 
o Olhar fixo nas paredes ou no chão 
o Dificuldade de reconhecer pessoas e 
animais 
o Erra o lado da porta e caminha em 
direção das paredes 
o Deixa alimentos caírem e não os acha 
o Resposta reduzida a estímulos visuais e 
auditivos 
o Aumenta a reatividade (late) com 
estímulos auditivos e visuais 
 
 Interação reduzida 
o Reduzido interesse por carinho 
o Evita contato 
o Declínio no comportamento de 
saudação 
o Mais irritado e agressivo com outros 
animais e pessoas 
 
 Sono – vigília 
o Troca o dia pela noite 
o Sono inquieto / agitado 
 
 Higiene 
o Evacua dentro de casa e em locais 
inadequados 
o Tem acesso à rua, mas evacua em 
casa 
o Evacuar na área de dormir 
 
 Atividade 
o Interesse reduzido por alimentos e 
petiscos 
o Redução de atividades exploratórias e 
lúdicas 
o Baixo nível de higiene pessoal 
 
 Ansiedade 
o Vocalização, agitação e inquietação 
o Ansiedade e medo diante de estímulos 
auditivos ou visuais 
o Medo de superfícies e/ou locais 
o Ansiedade e medo de pessoas 
o Ansiedade de separação 
 
 Learning 
o Redução na capacidade de realizar 
tarefas aprendidas e obedecer 
comandos 
o Menor responsividade a brincadeiras e 
comandos habituais 
o Dificuldade ou lentidão para aprender 
novas tarefas 
 
 Crises vestibulares e epilépticas são 
consequência potencial da doença de 
Alzheimer 
 O animal necessita ter pelo menos 3 das 
alterações para ter o diagnóstico 
 
Diagnóstico 
 Identificação (animal mais idoso, com 
distúrbios de comportamento) 
 Histórico 
 Descartar outras causas de síndrome cerebral 
(neoplasias, inflamação...) 
 RM (compatíveis com envelhecimento) 
o Atrofia encefálica (sulcos alargados) 
o Dilatação ventricular 
o Lesões em lobos temporais mediais 
(hipersinal e hiperintensidade) 
o Áreas difusas e dispersas de 
hiperintensidade em T2 na substância 
branca perivascular 
 
 Tamanho da aderência intertalâmica: se a 
aderência é menor que 5mm já é sugestivo de 
disfunção cognitiva (levando em 
consideração manifestações clínicas e 
anamnese) 
 
 
 
 
 
Tratamento 
 Prática de exercícios e novos brinquedos 
 Dieta enriquecida (antioxidantes e ácidos 
graxos essenciais) 
o Apoaequorina (tamponante do 
Cálcio): melhoria de aprendizado e 
atenção (1 cápsula a cada 18kg por 
dia) 
o SAME (pode ser manipulado): cão (10 
a 20 mg/kg/SID), gato (100 mg/SID) 
o Fosfatidilserina, ômega-3, vitaminas E e 
C, L-carnitina, selênio (bula) 
 
 Objetivo: atrasar o declínio da doença e 
melhorar a função cognitiva 
 Antioxidantes 
o Fosfatidilserina e S-adenosil-L-
metionina (SAME) 
 
 Cofatores mitocondriais (Cálcio) 
 Ácidos graxos essenciais (óleo de peixe, 
oferecem uma base energética que não seja 
a glicose – outra via metabólica) 
o Triglicérides de cadeia média que são 
convertidos em cetonas pelo fígado (fonte 
alternativa de energia, pois cai utilização 
de glicose) 
o Reduzem níveis de proteína precursora de 
amilóide 
o Apoaequorina (tamponante do Cálcio): 
melhoria de aprendizado e atenção (1 
cápsula a cada 18kg por dia) 
o SAME 
 
 Selerginina (ansiedade, dificuldade de 
cognição): inibidor da recaptação de 
neurotransmissores (deixa o neurotransmissor 
mais tempo na fenda sináptica) 
 Propentofilina: oxigenador cerebral (melhorar 
a atenção) 
 Paroxetina, Fluoxetina: ansiolíticos 
 Gabapentina: dor crônica 
 Melatonina: alterações de sono e vigília 
 
Prognóstico 
 Sem cura 
 Reservado 
 Maioria dos animais é eutanasiada entre 18 a 
24 meses do início dos sinais 
 
Caso clínico 
Canino, macho, Cocker, 16 anos 
 Manifestação clínica: andar compulsivo, troca 
do dia pela noite, prostração 
 Terapia: ácidos graxos de cadeia média + 
antioxidantes 
 
 RM: diminuição do volume do parênquima 
encefálico, mais evidente em substância 
cinzenta, associado a maior largura e 
profundidade dos sulcos corticais, menor 
espessura dos giros cerebrais, 
ventriculomegalia lateral simétrica e aumento 
do terceiro ventrículo. Sulcos cerebrais mais 
evidentes caracterizam a atrofia cortical

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