Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ANTIMICROBIANOS 1)INTRODUÇÃO -Agentes antibacterianos podem produzir efeitos bacteriostáticos ou bactericidas: • Fármacos que inibem o crescimento do patógeno sem causar sua morte são denominados bacteriostáticos, são dirigidos contra alvos de vias metabólicas essenciais para o crescimento das bactérias, mas não para sua sobrevida. Ex.: Sufametoxazol (SULFA) e inibidores da síntese proteica, com exceção dos aminoglicosídios. • Fármacos bactericidas matam bactérias. -Mecanismos de ação de drogas antibacterianas: 1. Inibição da síntese da parede celular (G+ grande camada de peptideoglicano; G- Lipolissacarídeos; micobactérias ácidos micólicos). 2. Destruição da membrana plasmática 3. Inibição da síntese de metabólitos essenciais 4. Inibição da síntese proteica 5. Inibição da síntese de ácidos nucléicos Obs.: G- e micobactérias possuem poros, por onde fármaco entra (pode ser alterado, gerando resistência). A PLP também pode ser alterada, como no caso do Stapylococcus áureas meticilina resistente devido o gene metA. *Ciclosserina – primeira escolha para cistite, quinolonas deixou esse posto por propiciar resistência. *PABA – essencial para formar purinas e pirimidinas para material genético. 2)ANTIBIÓTICOS BETA-LACTÂMICOS: INFORMAÇÕES GERAIS -Ação sobre a síntese da parede celular, especificamente sobre a transpeptidase (responsável pela síntese de peptidoglicano), tendo como mecanismo de ação inibidores da ligação cruzada de polímeros de mureína – transpeptidase. Seus alvos são referidos como proteína de ligação as penicilinas (PLP), onde ocorre a ligação cruzada das cadeias, impedindo junção dos polímeros. -São bactericidas para as bactérias em divisão ativa; -A ampicilina e a amoxicilina são bactericidas para bactérias Gram-positivas e Gram-negativas sensíveis. -É caracterizado pela presença de um anel beta- lactâmico de quatro membros, dividido em 4 famílias – penicilinas, cefalosporinas (subdivididas em cinco “gerações”), monobactâmicos e carbapenêmicos. -Seu espectro de ação é determinado por: 1) Sua capacidade de penetrar na membrana externa (G-) e na parede celular (G+). 2) Uma vez no espaço periplasmático, sua capacidade de inibir transpeptidases específicas (G-). 3)PENICILINAS Classificação -Penicilinases é um tipo de beta-lactamase. -Penicilina de deposito – nível fica por mais dias -benzatina pode ser usada em meningite, mas não passa pela barreira hematoencefálica, mas a região inflamada causa desorganização da membrana que facilita entrada do fármaco. -procaina favorece maior tempo de efeito. Obs.: uso na gestação provavelmente inócuo (fármaco categoria B). Uso da Penicilina G Infecções graves por bactérias gram-positivas, como pneumococo e S. pyogenes; Diplococos gram-negativos, como espécies de Neisseria (exceto N. gonorrhoeae, produtora de penicilinase), Bacilos gram-positivos do gênero Clostridium; Maioria dos anaeróbios (exceto Bacteroides); Espiroquetas, como Treponema e Leptospira. -A penicilina não entra facilmente no líquido cefalorraquidiano, mas penetra mais prontamente quando as meninges estão inflamadas. Reações adversas Reações de Hipersensibilidades Erupções maculopapulosas ou urticariformes, febre, broncospasmo. Alto potencial de anafilaxia 1º uso deve ser feito em ambiente hospitalar. Dentro de uma hora após a administração do fármaco. Resultando em broncospasmo, angioedema e/ou colapso cardiovascular. -Em pacientes com: endocardite enterocócica e neurosífilis em pacientes com alergia grave a penicilinas, deve-se fazer a dessensibilização com doses gradualmente crescentes de penicilina – maioria tem sucesso terapêutico. -Os pacientes com alergia à penicilina que não seja anafilaxia podem receber uma cefalosporina, c/ risco de ter reação cruzada. Penicilinas resistentes a penicilinases -Fármacos semissintéticos: Meticilina, Oxacilina, são resistentes às betalactamases, mais usados em G+. -Eficazes contra a maioria dos estafilocócicos produtores de β-lactamases adquiridos na comunidade, mas o aparecimento de S. aureus resistentes a Meticilina (MRSA) tem levado a redução do uso empírico. *Gene mecA: Codifica uma proteína ligadora de penicilina alterada (PBP2A). -Estáveis em meio ácido, mas o alimento interfere na sua absorção 1h ou depois das refeições. Aminopenicilinas de espectro ampliado -Fármacos: Ampicilina e Amoxicilina; o nome deriva da sua efetividade contra uma variedade de cocos gram- positivos e gram-negativos (p. ex., Haemophilus influenzae, Escherichia coli e) Proteus mirabilis). -Ampicilina é muito usada no tratamento de: Shiglose Bactérias gram-negativas E.coli e espécies de Salmonella Meningite por Listeria monocytogenes. -Amoxicilina é muito usada no tratamento de: Infecções do trato urinário não complicada Sinusite Otite Infecções das vias respiratórias inferiores; -Exibe melhor absorção oral, sua absorção não sofre interferência do alimento. São inativadas por muitas β-lactamases (preocupante), a alternativa é fazer associações. -Disponíveis em associação com: ácido clavulânico, sulbactam ou tazobactam, que são inibidores da β- lactamases – ampliando a atividade quando há certa resistência à amoxicilina. *Avibactam: confere inibição clinicamente útil contra β-lactamases de espectro restrito, ESBL, AmpC cromossômica e tipo KPC. Usado principalmente em uso hospitalar. Penicilinas anti-Pseudomonas: -São importantes para o tratamento de pacientes com infecções graves causadas por bactérias Gram- negativas, inclusive infecções adquiridas frequentemente nos hospitais. -Quando é combinada com um inibidor de β- lactamase, ela alcança o espectro antibacteriano mais amplo entre todas as penicilinas. -Piperacilina/tazobactam: -Têm atividade antimicrobiana excelente contra algumas cepas de Pseudomonas, E. coli, Klebsiella e outras bactérias Gram-negativas, sendo a combinação mais usada. -A piperacilina está disponível apenas para uso parenteral, logo, em ambiente hospitalar. 4)CEFALOSPORINAS Primeira geração -Cefazolina, cefalotina, cefalexina e cefradoxil -Mais ativos contra cocos G+ e modestos contra G-. *Cefazolina é o fármaco de escolha para profilaxia cirúrgica; -Muito usado em infecções de pele e tecidos por S. aureus e S. pyogenes e nunca utilizada para meningite – não cruza a barreira hematoencefálica. Segunda geração -Cefuroxima sódica; cefaclor -Atividade ligeiramente aumentada contra Gram- negativos e resistência a maior quantidade de betalactamases que as cefalosporinas de 1ª geração; -Frequentemente utilizada no tratamento de pneumonia contraída na comunidade, principalmente Streptococcus pneumoniae. -H. influenzae e K. pneumoniae produtoras de β- lactamases e alguns pneumococos não sensíveis à penincilina. -Reações adversas: diarreia, discreta elevação das enzimas hepáticas e reações de hipersensibilidade. Terceira geração -Ceftriaxona e cefotaxima -São resistentes a muitas betalactamases; altamente ativas contra Gram-negativas (como Enterobactérias e contra Neisseria e H. influenzae) e atravessam a barreira hematoencefálica. -Usadas no tratamento empírico da peneumonia grave e infecções do trato urinário. Quarta geração – Cefalosporinas anti- Pseudomonas -Cefepima e ceftazidima -Amplo espectro, ativos contra G+, G- e Pseudomonas. É a mais resistente a hidrólise por β-lactamases cromossômicas. -Indicados para infecções graves cujo perfil de antibiograma não mostrou sensibilidade a outras gerações, mas não foi aprovada para o tratamento da meningite. -Um efeito adverso incomum: desenvolvimento de autoanticorpos contra antígenos eritrocitários Geralmente sem hemólise significativa. -Ceftazidima é indicada em tratamento de infecções hospitalares por bactérias gram-negativas e infecções porP. aeruginosa. Atualmente, é considerada de 4ª geração. Quinta geração -Ceftarolina e Ceftobripol -Ceftarolina tem atividade contra: MRSA; S. Pneumonae e E. fecalis sensíveis à ampicilina; S. aureus resistente à vancomicina (VRSA). -Ceftobripol usado no tratamento de: Infecções de pele e partes moles complicadas; E. fecalis; P. aeruginosa (semelhante a ceftazidima e cefepime). 5)MONOBACTÂMICOS -Único fármaco da classe: Aztreonam. É ativo contra a maioria das bactérias gram-negativas, incluindo P. aeruginosa. Carece de atividade contra Gram- positivas; -Útil em pacientes com grave alergia à penicilina e que apresentam infecções por micro-organismos gram- negativos resistentes; -Seu uso é limitado em decorrência de flebite no local da administração IV; -Meia-vida curta exige doses frequentes. 6)CARBAPÊMICOS -Imipeném, meropeném, doripeném e ertapeném -Amplo espectro, cobertura contra a maioria dos micro-organismos gram-positivos, gram-negativos e anaeróbios. -Imipeném é inativado pela enzima renal humana, a dipeptidase tubular renal. Isso é contornado pela associação Imipeném + cilastatina = a cilastatina inibe sua inativação pelas enzimas renais. -Eficaz no tratamento de pacientes graves: Infecção abdominal; Infecções do sistema nervoso central; Pneumonia; Infecções de pele e partes mole; Infecções do trato urinário; Infecções ginecológicas. 7)RESISTÊNCIA AOS BETA- LACTÂMICOS -Pode ocorrer por transpeptidases geneticamente alteradas, isso ocorre no S. aureus à metilicina. -Ademais, pode ocorrer por proteínas betalactamases, que são codificadas no cromossomo ou em plasmídios de DNA extracromossômicos. As betalactamases são enzimas que inativam os antibióticos betalactâmicos por clivagem (hidrolítica) do anel betalactâmicos. São excretados em grande parte pelas bactérias G+ e em sua maioria, são penicilinases. -Já nas bactérias G-, essas enzimas são retidas no espaço periplasmático, deixando-a mais efetiva para conferir resistência. Exemplos de micro-organismos: Klebsiella pneumoniae e E. coli, também podem produzir betalactamases de espectro ampliado (BLEA) e carbapenemases. Sendo resistentes à maioria dos antibióticos betalactâmicos (penicilinas, cefalosporinas, monobactâmico aztreonam e carbapenêmicos). Espécies de Enterobacter, podem hiperexpressar uma betalactamase codificada por cromossomo – conferindo resistência. -As betalactamases são divididas em classe A (alta incidência) e classes B e D. MYSPACE: Morganella, Yersinia, Proteus*, Providencia, Aeromonas, Citrobacter* e Enterobacter. -Uso de Polimixina B é complicado devido seus efeitos adversos. 8)VANCOMICINA -Antibiótico glicopeptídeo hidrossolúvel e muito estável que inibe a síntese da parede celular de G+, mediante a polimerização do peptidoglicano e bloqueando, portanto, a adição de unidades de mureína à cadeia do polímero em crescimento, pois o glicopeptídeo se liga à extremidade D-Ala-D-Ala. -Controle de infecções por: S. aureus meticilina resistente (SAMR); S. epidermidis meticilina resistente (SEMRs); Infecções por Enterococcus; Clostridium defficile – causa colite associada a antibióticos. -Atua sinergicamente com os aminoglicosídeos, produzindo um efeito maior. Possui como reações adversas: Febre e calafrios Flebite no local da infusão Ruborização (“Síndrome do homem vermelho”) durante a infusão, pois quando feita de forma rápida, pode gerar liberação de histamina que causa reações eritematosas ou urticárias, rubor, taquicardia e hipotensão. Solução diminuir a velocidade de infusão durante 2 horas, aumentar a diluição ou pré-tratar com um anti-histamínico. 9)FOSFOMICINA -Antibiótico que inibe as etapas iniciais da síntese da parede celular – na síntese de monômeros de mureína. -Atividade sobre os patógenos urinários como E. coli, Proteus, Enterococcus e Staphylococcus saprophyticus. -Tratamento em dose única (3g) para cistite aguda não complicada. Os efeitos adversos são raros e geralmente consistem em desconforto GI, vaginite, cefaleia ou tontura. 10)POLIMIXINAS -Tipos: Polimixinas B e Polimixina E (colistina) atuam destruindo a membrana plasmática da bactéria. Restritas às bactérias G-, maioria das Pseudomonas, Acinetobacter e Enterobacteriaceae são suscetíveis. -Seu mecanismo de ação se dá pela forte interação com os fosfolipídeos e desorganizam a estrutura das membranas celulares. A polimixina B liga-se à porção lipídica A da endotoxina (o lipopolissacarídeo da membrana externa das bactérias Gram-negativas) e inativa essa molécula. -Resistência rara, porém já foi documentado a resistência da Acinetobacter e Klebsiella. -São usadas sistematicamente apenas para infecções graves por patógenos resistentes a outras terapias efetivas, pois é muito nefrotóxica e possui reações neurológicas (incluem fraqueza muscular, apneia, parestesias, vertigem e fala arrastada). 11)INIBIDORES DO METABOLISMO DO FOLATO • Sulfonamidas -Os micro-organismos precisam do ácido fólico para crescer ou reproduzir, sintetizando o folato a partir do PABA (ácido p-aminobenzóico) e da pteridina. Existem antibióticos que inibem a síntese de folato, para isso, apresentam semelhança estrutural com o PABA impedindo a formação do folato pelo micro- organismo. Consequentemente, o DNA bacteriano não é replicado e proteínas não são sintetizadas. -A sulfacrisoidina foi o primeiro agente antimicrobiano utilizado clinicamente, em 1935. Ações bacteriostáticas, tanto contra bactérias gram-positivas como gram-negativas, exemplos: Bactérias entéricas: E. coli, K. pneumoniae, Salmonella, Shigella e Enterobacter spp.; -Efeito sinérgico: sulfonamida (inibe 1ª etapa) + trimetoprima (inibe 2ª etapa). -Sulfadiazina + Primetamina (mesmo mecanismo de ação da trimetoprima) = eficaz na toxoplasmose. -Absorção boa pelo TGI, exceto as de uso tópico e as de ação intestinal. Distribuição corporal: ampla, incluindo o SNC, a próstata e barreira placentária. -Ligação proteica: variável, sendo de 70% para sulfametoxazol. Excreção: preferencialmente renal, por filtração glomerular; 20 a 40% são excretados por via biliar. grau de afinidade por proteínas plasmáticas alta. -Usos clínicos SX + T: Infecções gastrointestinais: Shigelose; Salmonelose; Escherichia coli enteropatogênica; Cólera; Diarréia do viajante; Infecções genitais: eficaz nas prostatites e uretrites gonocócias. Infecções do trato urinário: Tratamento de ITU’s não complicadas e complicadas com o teste de sensibilidade aos antimicrobianos (TSA). Profilaxia das infecções recorrentes em mulheres adultas. Infecções respiratórias: Tratamento de pneumonias, bronquites, otites e sinusites (como alternativa); Profilaxia de exacerbações agudas de bronquites crônicas. -Efeitos adversos: reações de hipersensibilidade, principalmente cutâneas. DESTAQUE para uso em recém-nascidos, pois as sulfonamidas competem com bilirrubina pelos sítios de ligação na albumina sérica neles, causando: • Icterícia nuclear (kernicterus): afecção caracterizada por acentuada elevação das concentrações de bilirrubina não conjugada (livre) no sangue de recém-nascidos. Pode resultar em lesão cerebral grave. -Sulfonamidas para uso tópico sulfadiazina de prata (receita branca) para reduzir a colonização bacteriana e a incidência de infecções das queimaduras. Contudo, não deve ser usado para tratar infecções profundas estabelecidas. A prata é liberada lentamente da preparação em concentrações que são seletivamente tóxicas para os micro- organismos. As reações adversas – ardência, erupção e prurido (pouco frequentes). 12)INIBIÇÃO DA SÍNTESE DE ÁCIDOS NUCLEICOS • Quinolonas -Atuam por inibição de uma ou ambas as topoisomerases em bactérias sensíveis, existem 2 topoisomerases principais: DNA girase (topoisomerase II) bactérias G-; Topoisomerase IV bactérias G+. Ex: Staphylococcus aureus. Lembre-se de: Inibição de DNA-girase: quando as quinolonas atuam para inibir a DNA-girase, impedem o relaxamento do DNA positivamente superespiralado > necessário para transcrição e replicação normal. (EM G-) Inibição da topoisomerase IV: fármaco interfere na separação do DNA cormossomal replicado para células-filhas durante a divisão celular. (EM G+) Inibindo dessa forma, a síntese de ácidos nucleicos de maneira geral. -São utilizadas com mais frequência no tratamento de infecções por microrganismos gram-negativos, em infecções urogenitais, respiratórias e gastrintestinais comuns. Incluindo E. coli, Klebsiella pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa, Neisseria gonorrhoeae, e espécies de Enterobacter, Salmonella e Shigella. -Fármacos: Ácido nalidíxico (não alcança níveis bacterianos sistêmicos – utilizados para tratamento das infecções do trato urinário superior) e Fluoroquinolonas (divididas em 4 gerações ). PERFIL DE AÇÃO: G- >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>> G+, anaeróbios e Pseudomonas. Maior atividade em: -As fluoroquinilonas são significativamente mais potentes e constituem a base do tratamento das ITU superiores e inferiores. Exceção moxifloxacino não foi aprovado para tratar ITU. -Entretanto, em razão de seu espectro de atividade amplo, as diretrizes recentes recomendam reservar seu uso para os casos de cistite complicada ou pielonefrite, quando possível. Em casos não complicados fosfomicina ou macrodantina. -Resistência pode ocorrer durante o tratamento, por mutações nos genes cromossômicos bacterianos que codificam a DNA-girase ou a topoisomerase IV, ou devido ao transporte ativo do fármaco para fora da bactéria. Levofloxacino, moxifloxacino e gemifloxacino: são usados frequentemente para tratar pneumonia adquirida na comunidade e infecções das vias respiratórias superiores - S. pneumoniae, H. influenzae e patógenos respiratórios atípicos. Norfloxacino, ciprofloxacino, ofloxacino e levofloxacino: administrados por 1 a 3 dias são eficazes no tratamento dos pacientes com diarreia do viajante, reduzindo a duração das fezes moles em 1 a 3 dias. -Reações adversas: colite causada por Clostridium difficile (sanguinolenta e de fácil transmissão) *; efeitos colaterais referidos ao SNC (1-11% dos casos) incluem cefaleia leve e tontura e moxifloxacino acarreta risco mais alto de prolongar o intervalo QT e causar arritmias (ciprofloxacino tem menor risco). • Antissépticos para infecções do trato urinário -Concentram-se nos túbulos renais, onde inibem o crescimento de muitas espécies, não sendo utilizados em infecções sistêmicas. Foi aprovada para tratar ITU inferiores, mas não é recomendada para tratar pielonefrite ou prostatite. -Fármaco: nitrofurantoína/macrodantina – um nitrofurano sintético. MA: ativa contra muitas cepas de E. coli e enterococos, mas a maioria das espécies de Proteus e Pseudomonas e muitas espécies de Enterobacter e Klebsiella são resistentes. -A atividade antibacteriana é maior na urina ácida, pois confere solubilidade na urina. -Confere cor castanha à urina. Obs.: Pseudomonas também altera cor da urina, então se o paciente não fizer uso de algum medicamento, deve-se pensar nela. -Efeitos adversos: náuseas, vômitos, diarreia, reações de hipersensibilidade ocasionalmente, calafrios, febre, leucopenia e granulocitopenia. E ainda cefaleia, vertigem, sonolência, dores musculares e nistagmo ocorrem de forma eventual, mas são prontamente reversíveis. -O maior problema do seu uso é que não e conveniente, posologia 4x ao dia em horários corretos. 13)INIBIDORES DA TRANSCRIÇÃO/ SÍNTESE PROTEICA -Rifampicina e Rifabutina - antibióticos semissintéticos de ocorrência natural. -Rifampicina: usada na profilaxia de doença meningocócica e tratamento de outras infecções bacterianas. Seu principal uso é no tratamento de tuberculose e outras infecções micobacterianas (bactericida tanto para bactérias intracelulares quanto extracelulares). -Atuam sobre a transcrição pela formação de um complexo com a RNA polimerase DNA-dependente bacteriana, inibindo, assim, a síntese de RNA. O alvo dos fármacos é a subunidade β da RNA polimerase bacteriana, bloqueando alongamento. -Experimentos in vitro - um em cada 106 a 108 bacilos da tuberculose pode desenvolver resistência à rifampicina por meio de processo mutacional de uma etapa que parece afetar o sítio de ligação do fármaco na polimerase. Logo, o esquema terapêutico é com múltiplos fármacos. -Efeitos adversos: náuseas, êmese e urticária. -Interações farmacológicas: Com contraceptivos orais e outros medicamentos – induz inúmeras enzimas CYP450 de fase I e enzimas de fase II, diminuindo efeito desses fármacos, ao diminuir a meia-vida de fármacos coadministrados e biotransformados por essas enzimas. 14)INIBIDORES DA TRADUÇÃO -Alvo desses fármacos é a subunidade 30S ou 50S do ribossomo bacteriano. Os inibidores da síntese proteica podem afetar ribossomos mitocondriais, ribossomos citosólicos de mamíferos ou ambos – possuindo mais efeitos adversos. -A inibição completa da síntese proteica não é suficiente para matar uma bactéria, logo, são bacteriostáticos (exceto aminoglicosídios – efeito pós- antibiótico, mesmo abaixo da concentração mínima tem efeito farmacológico). 1. Aminoglicosídeos -Utilizados no tratamento de infecções causadas por bactérias G-, não apresentam biodisponibilidade oral, administrados por via parenteral, principalmente. São eles: estreptomicina, neomicina (também em cremes tópicos), gentamicina e amicacina. -MA: ligam-se ao rRNA 16S da subunidade 30S e produzem efeitos sobre a síntese proteica que dependem da concentração do fármaco: Concentrações baixas: induzem ribossomos a lerem incorretamente o mRNA durante o alongamento, levando à síntese de proteínas que contêm aminoácidos incorretos. Concentrações altas: inibem a síntese proteica por completo. -O efeito bactericida segue o modelo de Davis (dependentes da concentração). -Aspecto da atividade dos aminoglicosídios é que atuam de modo sinérgico com betalactâmicos (que inibem a síntese da parede celular) pois aumenta a entrada de aminoglicosídios nas bactérias. -Utilizada em infecções como pneumonia associada ao tratamento de saúde ou sepse, onde os organismos Gram-negativos resistentes aos múltiplos fármacos, como P. aeruginosa, Enterobacter, Klebsiella e Serrati. -Efeitos adversos: Ototoxicidade: devido lesão auditiva vestibular, pode resultar em perda auditiva irreversível, bilateral, de alta frequência ou hipofunção vestibular. Nefrotoxicidade: leva à insuficiência renal aguda, resultado de acúmulo do fármaco em células tubulares proximais. Bloqueio neuromuscular agudo: resultado da competição do fármaco com o cálcio em sítios pré-sinápticos – diminuindo a liberação de acetilcolina, pode levar à paralisia muscular que poderá ser revertido pela administração IV de um sal de Ca2+, ¨ganhando¨ a competição. Obs.: espectinomicina é bacteriostático, de via parenteral usado em infecções gonorreicas. 2. Tetraciclinas -São fármacos bacteriostáticos, representados por doxiciclina, tetraciclina, minociclina e tigeciclina que apresentam amplo espectro. -Ligam-se de modo reversível ao rRNA 16s da subunidade 30s e inibem a síntese proteica, mediante penetração nas bactérias G- através de porinas. -Mecanismos de resistência: bomba de efluxo; presença de proteínas que interferem na ligação das tetraciclinas ao ribossomo e inativação enzimática das tetraciclinas. -Possuem como características: Interação com alimentos ricos em cálcio (leite) e com medicamentos que contém cátions divalentes e trivalentes (como antiácidos); Atravessam a barreira placentária; Sequestro de cálcio nos ossos e dentes em crianças pequenas– são depositadas no esqueleto durante a gestação e por toda a infância e podem deprimir o crescimento ósseo em lactentes prematuros. Os dentes também podem tornar-se pigmentados, pela formação do complexo ortofosfato tetraciclina-cálcio. O risco é maior quando é administrada a lactentes antes da primeira dentição, mas poderá desenvolver-se entre 2 meses e 5 anos. -Uso clínico em: Mycoplasma pneumoniae, clamídias*, combinação com outros fármacos = H. pylori. Obs.: deixaram de ser utilizadas no tratamento da gonorreia por conta da resistência. -EA: toxicidade renal e distúrbio gastrintestinal. 3. Macrolídeos -São agentes utilizados para o tratamento de infecções do trato respiratório causadas pelos patógenos comuns da pneumonia adquirida na comunidade. Bloqueiam a etapa de translocação da síntese proteica ao atuar sobre o alvo rRNA 23S da subunidade 50S. -Resistência é codificada por plasmídios em espécies de Enterobacteriaceae produzem de esterases que hidrolisam os macrolídios. -Fármacos: Eritromicina, azitromicina e claritromicina. Eritromicina: -Ativo contra G+ (pneumococos, estreptococos), clamídia e é útil como substituta da penicilina nos indivíduos alérgicos. Inibem as enzimas do citocromo P450. -Efeitos adversos: comprometimento hepático, anorexia, diarreia e vômitos. Azitromicina: -Ativa contra: T. gondii, Clamydia e Pneumonia adquirida. -É lentamente liberada nos tecidos (meia-vida tecidual de 2 a 4 dias) e meia-vida de eliminação de 3 dias, o que permite a dosagem única e o encurtamento da duração de tratamento em muitos casos (em clamídia, é dosagem única). -Mais usada por não inativar as enzimas do citocromo P450. -Efeitos adversos: arritmias cardíacas (incluindo prolongamento de QT c/ taquicardia ventricular), hepatoxicidade (no uso prolongado de eritromicina), reações alérgicas (febre, eosinofilia e erupções cutâneas) que desaparecem logo após a interrupção da terapia e zumbido em doses elevadas. 4. Clorafenicol - Um antibiótico bacteriostático de amplo espectro, que se liga ao rRNA 23S e inibe a formação de ligações peptídicas. -Possui efeito bactericida em: Haemophilus influenzae e Neisseria meningitidis; -Potencial de grave toxicidade limitou o uso sistêmico do fármaco, hoje é usada no tratamento de febre tifoide e meningite bacteriana. -Sofre resistência pela inativação do fármaco via disseminação de acetiltransferases codificadas por plasmídeos. -Manifestação da toxicidade síndrome do bebê cinzento, ocorre por administração de cloranfenicol em altas doses a recém-nascidos e se manifesta 2 a 9 dias após o início do tratamento, caracterizado por vômitos, flacidez, hipotermia, pigmentação cinzenta, angústia respiratória e acidose metabólica. Motivos: 1) Deficiência de desenvolvimento da glicuroniltransferase, a enzima hepática que metaboliza o cloranfenicol; 2) Eliminação renal inadequada de fármaco não conjugado. 5. Lincosamidas -Fármaco principal Clindamicina. Bloqueia a formação de ligações peptídicas. -Foi considerada causa potencial da colite pseudomembranosa decorrente de superinfecção por Clostridium difficile (membro incomum da flora fecal normal) que elabora uma citotoxina capaz de provocar essa inflamação, caracterizada por ulcerações da mucosa, diarreia intensa e febre. Obs.: fármaco no tratamento de C. difficile é a vancomicina. 15)TRATAMENTO DA TUBERCULOSE -Em casos ativos, requer politerapia com: Etambutol: agente bacteriostático. Pirazinamida (pró-fármaco): o ácido pirazinoico (forma ativa). Isoniazida: específica para o tratamento de M. tuberculosis. É particularmente eficaz contra os bacilos em crescimento rápido e também é ativa contra organismos intracelulares. *hepatite é o efeito adverso mais grave. Rifampicina -A quimioterapia padrão de curta duração contra a TB inclui isoniazida, rifampicina, etambutol e pirazinamida por 2 meses (fase intensiva). Seguida de isoniazida e rifampicina por 4 meses (fase de manutenção). 16)PROFILAXIA CIRÚRGICA -Cefalosporinas de 1ª geração são as drogas de escolha para a maioria das especialidades cirúrgicas, via endovenosa, de preferência. • Cefazolina tem meia vida de duas horas e cobre, portanto, cirurgias de até 3-4 horas de duração. • A Cefalotina possui meia vida mais curta (28 minutos) obrigando à reutilização a cada uma hora de cirurgia. • As cefalosporinas de 3ª e 4ª gerações devem ser utilizadas apenas nos casos de infecção grave. Obs.: os aminoglicosídeos não devem ser utilizados para profilaxia. INFORMAÇÕES ADICIONAIS:
Compartilhar