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Avaliação da Aprendizagem UNIBF

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Resenha Avaliativa
Acadêmico(a):
Curso:
Disciplina:
Com base no texto indicativo você deve elaborar uma redação, de duas a cinco páginas, no modelo resenha.
	
Texto:
O desafio desta unidade é um desafio de memória!
Este desafio irá nos auxiliar na reflexão do que sentem nossos alunos ao receberem um feedback negativo, e será dividido em dois momentos:
1) Questione a uma pessoa mais velha (um tio, avô, avó, mãe ou pai) sobre como o erro e os resultados negativos eram tratados na época em que eles frequentavam escola. Pergunte sobre como ocorria a participação dos alunos em sala de aula, como se dava o comportamento dos alunos e como eram os feedbacks informais e formais dos professores. Faça um pequeno relato sobre este assunto e questione se o seu entrevistado se recorda de alguma história sobre estes momentos de recebimento de resultados e feedbacks.
2) Utilizando o mesmo "roteiro" proposto no item 1, questione-se sobre como você recebia os resultados e feedbacks (positivos e negativos) dos seus professores. Tente recordar tanto sentimentos seus a esse respeito quanto práticas dos professores e também sobre como tais informações eram recebidas em casa, por seus pais. Faça um pequeno relato com tais informações. 
A pessoa entrevistada é minha Avó Materna Maria José da Silva Santana, 71 anos, nascida no interior de Minas Gerais. O seu relato inicia-se quando ela possuía apenas 10 anos, foi a primeira vez que ela e seus irmãos frequentaram a escola, naquele tempo, as circunstâncias eram precárias, não haviam leis e órgãos responsáveis para manterem as crianças na escola e impedir o trabalho infantil, inúmeras vezes as crianças não frequentavam a escola por não terem acesso a mesma, seja por não ter aos arredores de sua comunidade ou pelos perigos enfrentados para chegar à instituição. No caso de vovó Maria havia uma escola próximo a fazenda que ela morava, no entanto, sua avó paterna Carolina, a qual a criou, a impedia de frequentar, devido os afazeres rurais e domésticos.
Em um dia uma professora visitou a fazenda e realizou um convite aos filhos e netos de sua avó (Carolina), meio envergonhada, ela aceitou. Na mesma semana minha avó (Maria José) iniciou os estudos, nunca havia tido um caderno e muito menos um lápis. Ao chegar se sentiu envergonhada, havia crianças menores, estas já liam, e sabiam as operações numéricas. O local pelo o que ela me descreve era simples, havia somente uma sala para todas as crianças, um quadro negro, e mesas compridas com bancos longos de madeira. Todos permaneciam calados, a professora lhes entregavam um caderno simples e apenas um lápis, e deveriam durar o ano letivo inteiro, para vovó Maria foi uma sensação maravilhosa ganhar algo novo. A primeira atividade a ela ensinada foi o Alfabeto, em seguida os números e depois a escrever o seu nome. Sobre os erros cometidos em seu processo de aprendizagem, vovó reclamava que era horrível, a cada equivoco, havia uma punição, levavam beliscões ou “reguadas” de madeira na palma da mão. Para tudo deveria ser solicitado a permissão, ir ao banheiro (uma tenda feito de lona, afastada da sala de aula, onde havia apenas um buraco cavado no chão), beber água (a água ficava em um pote de barro e todos usavam a mesma caneca esmaltada) ou retirar dúvidas (que em muitas vezes não eram respondidas. 
Perguntei a vovó Maria como era o lanche, ela me respondeu que no “seu tempo” era chamado de “merenda”, geralmente era um mingau, uma farofa ou sopa, mas que não era com muita frequência e não havia fartura. Outro questionamento foi sobre o uniforme, vovó me disse que era um fator de vergonha, ela era de uma família pobre, muitas vezes ia com roupas rasgadas, velhas e também sem sapatos, na época não havia o termo bulling, nas palavras dela os demais coleguinhas caçoavam dela e nada era feito sobre os abusos.
Infelizmente, minha avó frequentou a escola por alguns meses, tendo que voltar aos trabalhos domésticos e da fazenda. Neste curto período de aprendizagem, vovó aprendeu a escrever seu nome e fazer contas básicas como adição, subtração e multiplicação. Nunca aprendeu a ler.
Analisando este relato de minha avó, posso dizer que sou uma pessoa abençoada, comecei a frequentar a escola com 4 anos, e já sabia escrever meu nome e de meus familiares, pois minha mãe já realizava pequenas atividades pedagógicas em casa, e ressalto que não foi fácil, algumas vezes ela usava argumentos ameaçadores para eu não cometer erros, porém no Jardim de Infância ( hoje Educação Infantil), as professorar eram um pouco mais complacentes, mesmo assim algumas eram bem assustadoras, qualquer erro ou desobediência, eram relatados a minha mãe, e isso era motivos de eu entrar em pânico, pois sabia que haveria correção e punição. Meus pais não aceitavam desobediência tanto em casa, quanto no ambiente escolar, podia estar correta, porém eles acreditavam na palavra do professor. O professor sempre tinha razão.
No Ensino Fundamental, sofri muito bulling, e nada se foi feito. Estudava em Colégio particular, possuía uma excelente estrutura, espaço e material pedagógico, tudo cheirava a novo e moderno, a escola possuía laboratório de química, artes, informática e sala de multimeios, tínhamos quadras esportivas e campo de futebol, próximo a quadra havia banheiros para tomarmos banho e bebedouros sempre limpos e água bem gelada. Eu era bolsista, então se eu sofresse abuso de um aluno mais rico, nada era feito. Foi um momento em minha vida muito ruim, meus pais não entendiam e muitas vezes eu também não entendia, me perguntava constantemente o porque de eu não ter os cabelos lisos e loiros, o porque de eu não nascer em uma família rica, ou de ter acessórios, livros, cadernos, sapatos e bolsas tudo novo, enfim o meu ensino fundamental não foi o meu melhor momento, repeti a 4ª série, tive uma péssima professora que fazia questão de expor os meus erros, e mostrar aos meus colegas as marcas das surras que eu levava de minha mãe por não ir bem na escola.
Já no Ensino Médio desenvolvi mais autonomia, já conseguia me aceitar e me conformar com a situação humilde de minha família, as regras de permissão eram como iguais as do tempo de minha avó, só podíamos sair ou retirarmos dúvidas com a autorização do professor. A escola não disponibilizava o lanche, possuía uniforme, mas eram muito caros, então eu passei anos com o mesmo short, a mesma blusa e casaco. O uso do tênis era obrigatório, e mais uma vez eu tinha que o manter conservado, pois meus pais não tinham condição de me comprar pares novos. As notas eram recebidas com as provas e organizadas no boletim escolar, que era entregue a cada bimestre na reunião dos pais. Se fossemos abusivos ou mal educados com os docentes éramos retirados da sala de aula e direcionados para a diretoria, onde levaríamos para casa para ser assinada pelos pais uma ocorrência ou advertência. Em minha jornada acadêmica tive inúmeros professores, alguns muito amáveis e que fizeram totalmente a diferença em minha vida e outros grosseiros, abusadores e sem princípios éticos e morais, que me fizeram analisar que para ser um bom ser humano e indivíduo ativo, devemos deixar o mal para traz e oferecer o nosso melhor. Hoje faço questão de ser uma boa professora, de acolher meus alunos e os entenderem, dando liberdade a eles de se expressarem com educação e lhes mostrando que a escola é um ambiente acolhedor e que eu farei o possível para ajuda-los. Agradeço ao meus pais por dedicarem suas vidas ao meu aprendizado, agradeço por cada correção, agradeço pelas duras e amorosas palavras de apoio. Agradeço pela atualização de leis e órgãos que amparam o direito das crianças e dos estudantes, e com determinação nós professores, alunos, comunidade e país faremos de nossas escolas um ambiente mais acolhedor e rico em aprendizagem e solidariedade.

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