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INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE 1. SENTIDO 2. FUNDAMENTOS a) Supremacia do interesse público b) Função social da propriedade Se o bem imóvel não estiver cumprindo a sua função social o poder público poderá intervir na propriedade privada. Independentemente do bem estar cumprindo ou não a sua função social, se houver necessidade, mediante expressa autorização legal o poder público também poderá intervir na propriedade do particular, nestas hipóteses obrigatoriamente o poder público terá que apresentar uma justificativa para poder realizar essa intervenção e sempre buscando atender aquele interesse maior que a supremacia do interesse público sobre o interesse privado. Propriedade urbana- Quando observa os requisitos do art. 182, §2º, CF todo o município com mais de 20.000 habitantes é obrigado a ter o chamado plano diretor. Propriedade rural- Quando o particular utiliza a sua propriedade rural de acordo com os requisitos previstos no art. 186, CF, não basta a propriedade ser produtiva, tem que estar cumprindo todos os requisitos simultâneamente. 3. MODALIDADES a) Intervenção branda ou restritiva b) Intervenção drástica ou suspensiva b)- Como o particular perde o direito da coisa ele terá o direito de ser indenizado pelo Estado (indenização prévia e justa) Obs: Em alguns casos não terá direito a indenização. Ex: Propriedade com plantação de ervas psicotrópicas. AUTOINTERVENÇÃO Própria- Quando a propriedade pública, objeto da intervenção, pertencer a mesma pessoa estatal interveniente. Imprópria- Quando o bem público, objeto da intervenção, pertencer a pessoa estatal diversa daquela que realizou a intervenção. FORMAS BRANDAS DE INTERVENÇÃO a) Requisição Utiliza bens móveis, imóveis ou serviços particulares Perigo público iminente Transitório; Indenização posterior, só se houver dano Ato administrativo vinculado Art. 22, III, CF- Somente a União pode legislar sobre a requisição, mas todos os entes federativos poderão utilizar- se da requisição Art. 5º, XXV, CF b) Ocupação temporária Imóveis privados como meio de apoio à execução de obras e serviços públicos Transitória Gratuita ou remunerada Ato administrativo vinculado (autoexecutoriedade) c) Limitações administrativas Impõe obrigações positivas, negativas ou permissivas Definitivas Ausência de indenização Poder de polícia (polícia administrativa): Prerrogativa que a administração pública possui de limitar o direito de propriedade e o direito de liberdade de um particular para atender o interesse público. d) Tombamento Protege o patrimônio cultural brasileiro Fonte normativa Registro na matrícula do imóvel para dar publicidade Art. 216, §1º, CF Bens imóveis e móveis Não transforma a coisa tombada em bem público Ato administrativo vinculado ESPÉCIES DE TOMBAMENTO Provisório- Enquanto estiver em curso o processo administrativo instaurado com a notificação do proprietário. Obs: Não pode efetuar modificações no bem, porque os efeitos ainda que provisoriamente começam a ser produzidos. Definitivo- Ocorre quando após concluir o processo, o bem tombado é inscrito pelo poder público no livro tombo. Voluntário- O proprietário do bem não se opõe ao tombamento ou pede para que o seu bem seja tombado. Compulsório- Ocorre apesar da resistência e inconformismo do proprietário. EFEITOS DO TOMBAMENTO a) Inscrição no registro do imóvel- Tombamento deve ser averbado junto. b) O proprietário tem o dever de conservar e mantê-lo dentro de suas características culturais c) Qualquer reforma no bem exige prévia autorização do poder público d) Dever de conferir direito de preferência a União, Estado e ao Município caso resolva alienar o bem. SERVIDÃO ADMINISTRATIVA É o direito real público sobre a propriedade alheia restringindo seu uso em favor do interesse público Não altera a propriedade do bem, mas apenas cria restrições na sua utilização, transferindo a outrem o uso e gozo. Atinge bens determinados, podendo gerar direito a indenização desde que exista significativo prejuízo Perpetuidade, extinguindo- se com o desaparecimento do bem, incorporação do bem ao domínio público, manifesto desinteresse do Estado Forma mais comum de ocorrer é por meio de acordo entre o proprietário e o poder público, acordo este precedido por um decreto do chefe do executivo. Se o particular não concordar com o acordo, o único meio de instituição será por sentença. Também há possibilidade de ser instituída por meio de lei específica. DESAPROPRIAÇÃO FUNDAMENTOS JURÍDICOS- POLÍTICOS Domínio eminente que o Estado exerce sobre todos os bens que estão no seu território Supremacia do interesse público sobre o privado Função social da propriedade PRESSUPOSTOS a) Necessidade pública- Quando é a única medida para alcançar o interesse público, envolvendo situações de emergência que exigem a transferência urgente e imprescindível de bens particulares para o domínio público, permitindo a utilização imediata do bem. b) Utilidade pública- Quando configura-se como sendo a melhor medida para se alcançar o interesse público. Caracteriza-se quando a desapropriação é mais conveniente e oportuna para o interesse público, mas não imprescindível. c) Interesse social- Destina solucionar problemas sociais, sendo sempre de caráter sancionatório como forma de punição ao particular que descumpre a função social da propriedade. NATUREZA JURÍDICA Forma originária de aquisição da propriedade REQUISITOS CONSTITUCIONAIS DA INDENIZAÇÃO Art. 5º, XXIV, CF a) Justa- Valor real do bem. Juros compensatórios, moratórios e honorários advocatícios b) Prévia- Antes do particular perder o direito de propriedade c) Em dinheiro- Exceto para fins de reforma agrária, desapropriação sanção PROCEDIMENTO a) Fase declaratória O poder público declara os pressupostos. Poder ser feita tanto pelo poder executivo (por meio de decreto), como pelo poder legislativo (por meio de lei). Quando a desapropriação recair sobre bens públicos será necessária uma autorização legislativa. O ato declaratório deve indicar o sujeito passivo da desapropriação, a descrição do bem, a destinação específica a ser dada ao bem, o fundamento legal e os recursos orçamentários destinados ao pagamento da indenização. EFEITOS DA DESAPROPRIAÇÃO EXPROPRIATÓRIA 1- As autoridades expropriante ficam autorizadas a penetrar nos prédios compreendidos na declaração 2- Fixa o estado de conservação do bem para futura indenização, de sorte que as benfeitorias posteriores a essa declaração somente serão indenizadas se forem necessárias e as úteis se tiverem sido previamente autorizadas pelo ente expropriante. 3- Inicia-se a contagem para a caducidade da declaração, que ocorre após 5 anos nas hipóteses de necessidade e utilidades públicas e 2 anos na hipótese de interesse social. Se o ato declaratório caducar, só após 1 ano é que a administração pública poderá emitir uma nova declaração sobre o mesmo bem. b) Fase executória Via judicial Via administrativa- Acordo entre o poder público e o particular, devendo ser formalizado mediante escritura pública. Não havendo acordo, será necessário a propositura da Ação de Desapropriação AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO Autor: Sempre o poder público Réu: O proprietário do bem Modalidade de respostas do réu: Contestação, Reconvenção e exceção A contestação é limitada, podendo o réu apenas atacar vícios no processo e o valor da indenização. Imissão provisória na posse- Se o expropriante alegar urgência e depositar a quantia estabelecida pelo juiz de acordo com as regras do CPC, o juiz decretará a imissão provisória na posse. Declaração de urgência: Prazo de 120 dias improrrogáveis. Depósito arbitrado A sentença tem como objetivo fixar o valor da justa indenização que poderá ser levantada pelo expropriado. As dívidas fiscais serão deduzidas dos valores depositados. EFEITOS DA SENTENÇA DE DESAPROPRIAÇÃO Permite a imissão definitiva do poder público na posse do bem Constitui título capaz de viabilizar o registro de transferência de propriedade DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA OU APOSSAMENTO ADMINISTRATIVO É uma invasão do Estado napropriedade alheia. É a aquisição da propriedade privada sem a observância dos requisitos constitucionais e legais para o tanto. Trata- se de um ato ilícito violador da ordem jurídica e do devido processo legal. O particular que sofreu a desapropriação indireta possui direito de entrar com uma ação de cunho indenizatória no prazo de 10 anos. Apenas se o bem ainda não tiver afetado é que o particular poderá requerer a reintegração de posse. DESAPROPRIAÇÃO POR ZONA O poder público desapropria a área próxima ao local onde vai ser realizada uma obra pública, que sofrerá valorização extraordinária em razão da obra. Posteriormente, a área valorizada é vendida e o lucro revertido ao pagamento da obra. Obs: Também é assim chamada aquela que recai sobre área maior do que a necessária para realização da obra pública objetivando a sua futura ampliação. DIREITO DE EXTENSÃO É o direito que o expropriado possui de exigir que a desapropriação e a indenização alcancem a totalidade do bem, quando o remanescente ficar esvaziado de utiliddae e de conteúdo econômico. RETROCESSÃO É o dever que se impõe ao poder público de oferecer ao expropriado o bem objeto da desapropriação, quando a administração pública desistir de dar uma destinação pública ao bem. TREDESTINAÇÃO É o desvio de finalidade na desapropriação, será lícita quando a administração pública conferir finalidade pública diversa daquela prevista na declaração expropriatória, será ilícita quando a administração deixar de conferir finalidade pública ao bem desapropriado. DESISTÊNCIA DA DESAPROPRIAÇÃO A administração pública só pode desistir da desapropriação até o momento da incorporação do bem ao patrimônio público, que ocorre no momento do trânsito em julgado da sentença ou do acordo firmado entre a administração e o proprietário. Se o particular comprovar prejuízos com a desistência da desapropriação, terá direito a indenização BENS PÚBLICOS CLASSIFICAÇÃO a) Quanto a titularidade Federativos (rol taxativo art.20, CF); Estaduais (rol exemplificativo art. 26, CF); Municipais (praças, jardins, ruas) b) Quanto a destinação De uso comum do povo- Destinam a utilização geral pelos indivíduos, não podem ser alienados, fazendo parte do patrimônio indisponível da administração pública. De uso especial- Afetados a uma destinação específica, estando destinados a execução dos serviços administrativos e públicos em geral. Não podem ser alienados, fazendo parte do patrimônio indisponível da administração pública. Dominicais- Disponíveis, uma vez que os mesmos não possuem uma utilidade específica. Poderão ser alienados. Estão desafetados, não possuem uma destinação pública. CARACTERÍSTICAS a) Inalienabilidade ou alienabilidade condicionada- Impede a alienação de um determinado bem público. Em alguns casos vai ser possível. REQUISITOS PARA A ALIENAÇÃO DO BEM PÚBLICO (O BEM PÚBLICO PRECISA ESTAR DESAFETADO) Interesse público devidamente justificado Avaliação prévia do bem Autorização legislativa (Não se aplica a bens móveis) Licitação na modalidade concorrência (Nos casos de bens móveis é na modalidade leilão) b) Impenhorabilidade- Não está sujeito a ser utilizado para satisfação do credor na hipótese de não cumprimento da obrigação por parte do poder público. c) Imprescritibilidade- Não é possível a aquisição da propriedade de um bem público pelo instituto do usucapião. d) Não oneração- Impede que incida qualquer ônus real sobre um bem público, ou seja, os bens não podem ser dados em garantia para o pagamento de uma dívida do poder público. PRINCIPAIS INSTRUMENTOS a) Autorização de uso- É o ato administrativo unilateral , discricionário, precário, negocial e sem licitação, por meio do qual o poder público faculta o uso privativo de um bem público a um determinado particular buscando atender o interesse predominantemente privado. Poder concedido a título gratuito ou oneroso. O prazo pode ser determinado ou indeterminado sendo que, se antes do prazo o poder público revogar a autorização, o particular terá direito a indenização. b) Permissão de uso- É o ato administrativo unilateral, discricionário, precário e negocial por meio do qual o poder público faculta a utilização privada de um bem público a um determinado particular, mediante prévia licitação buscando atender o interesse misto, gratuito ou oneroso com prazo determinado ou indeterminado c) Concessão de uso- É o contrato de uso bilateral pelo qual o poder público outorga mediante prévia licitação o uso privativo de bem público por prazo determinado podendo ser gratuito ou oneroso. d) Concessão real de uso- É o contrato administrativo que recai apenas sobre um bem público não edificado, podendo ser gratuito ou oneroso, por prazo determinado ou indeterminado, mediante prévia licitação com a outorga destinada a uma finalidade específica. e) Cessão de uso- É o ato de cooperação entre entidades públicas, sendo sempre gratuita e sem licitação, por prazo determinado ou indeterminado. CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA OBJETIVOS Garantir o respeito aos direitos subjetivos dos usuários Assegurar a observância das diretrizes constitucionais da administração CLASSIFICAÇÃO a) Quanto ao órgão controlador Controle judicial- Exercido sobre os atos da administração pública, no que toca a análise da legalidade ou não da conduta administrativa. Depende sempre de provocação. Controle legislativo- Exercido sobre os atos praticados pela administração pública . Ocorre sempre em relação a um outro poder. Controle administrativo- Exercido no âmbito interno da própria administração pública, podendo ocorrer de ofício ou mediante provocação, estando relacionado ao poder de autotutela da administração. b) Quanto ao momento Controle posterior- Ocorre após a prática do ato, com o objetivo de corrigi-lo, confirma- lo ou desfaze-lo. Controle concomitante- Ocorre no mesmo momento quando do desempenho da atividade administrativa. Controle prévio- Se consuma antes da prática do ato a ser controlado c) Quanto à extensão Controle interno- Exercido por cada poder sobre os seus próprios atos e agentes públicos Controle externo- Órgão fiscalizador encontra-se em poder diverso d) Quanto à natureza Controle de legalidade- Analisa a compatibilidade da conduta administrativa com o ordenamento jurídico. Pode ser realizado pela própria administração pública ou pelo poder judiciário. Controle de mérito- Exercido somente pela própria administração pública quanto ao juízo de conveniência e oportunidade de seus atos. Realizado pelo poder judiciário. Só se o ato tiver sido praticado pelo o mesmo no exercício de sua função típica administrativa. CONTROLE ADMINISTRATIVO MEIOS DE CONTROLE a) Fiscalização hierárquica- Decorre do poder hierárquico b) Supervisão ministerial- Aplicável as entidades da administração pública indireta, vinculadas a um ministério da administração pública indireta c) Recursos administrativos- Meios hábeis que podem ser utilizados para provocar o reexame de um ato praticado pela administração pública MODALIDADES DE RECURSOS ADMINISTRATIVOS a) Reclamação- Denúncia de irregularidade feita perante a própria administração pública, devendo ser encaminhado à autoridade superior que tiver competência para apurar o fato e aplicar sanção ao culpado. b) Reclamação administrativa- Ato pelo qual o administrado, seja particular ou servidor público, deduz uma pretensão perante a administração pública, buscando obter o reconhecimento de um direito ou a correção de um ato que lhe cause lesão ou ameaça de lesão. c) Pedido de reconsideração- Solicitação do reexame do ato dirigido à mesma autoridade que o tiver praticado d) Recurso hierárquico próprio- Encaminhado a autoridade superior daquele que praticou o ato recorrido. É inerente a organização escalonada da administração pública, podendo ser interposto mesmo que não exista previsão legal e) Recurso hierárquico impróprio- Endereçado a autoridade que não ocupa posição de superioridade hierárquica em relação a quem praticou o ato recorrido. Só pode ser interposto mediante expressa previsãolegal. f) Revisão- Utilizado pelo servidor público punido pela administração pública para reexame da decisão, em caso de surgirem novos fatos capazes de demonstrar a sua inocência.
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